Os herdeiros. escrita por Tia Bibs


Capítulo 11
Capítulo 11 - Fase 2


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal! Faz dias que eu não atualizo, desculpinha.Feliz natal atrasado e um próspero ano novo! Esse vai ser o último capítulo do ano de 2014! E também vai ser o último capítulo da fase 2 deles. Exatamente. A partir do próximo capítulo eles estarão na fase três. Eu guardei um grande desenrolo que vai mexer um pouco com a "paz" que reina entre as grandes nações.

[ Eu fiz esse capítulo praticamente agora, então ele deve está com erros porque eu, infelizmente, não revisei totalmente. Eu passei o olho e com certeza devo ter deixado algum erro passar. Por favor me avisem] Estou muito ocupada nesses últimos dias do ano, então vocês realmente vão me ver só lá pra 2015 ( Porque né, está muito longe hahaha) Aproveitem esse capítulo.



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Capítulo 11 - O time três não participa do Exame Chunnin

O sol já estava brilhando diante Konoha, as lojas iam abrindo e as pessoas iam acordando. Naruto estava em casa e dormia tranquilamente com os braços envolvidos em Hinata. Sonhava coisas aleatórias e divertidas. A paz que conseguira manter sobre sua vila era extremamente gratificante para suas noites de sono. Tinha poucas horas de sono e gostava de passar essas horas com Hinata ao seu lado. Amava sentir o calor do corpo de sua esposa perante à ele.

O despertador tocou, fazendo-o acordar de seu maravilhoso sonho com seu prato preferido: Ramen.

– Grrr. - Grunhiu, se virando e colocando um travesseiro em cima da cabeça. - Queria poder dormir um pouco mais.

Hinata apenas se mexeu ao seu lado. O loiro deu um soco no despertador e ele caiu no chão, se quebrando. Era o décimo quinto despertador que ele quebrara em menos de um mês. Olhou para Hinata, que dormia serena, e resolveu não perturbá-la. Se levantou da cama e foi em direção ao banheiro, no meio do caminho, viu seu filho, Boruto sair do mesmo.

– Caiu da cama, Boruto? - Naruto disse de forma brincalhona. Boruto deu nos ombros, sem responder. Naruto sabia que seu filho estava de bom humor, caso ao contrário, ele acordaria gritando a plenos pulmões que estava irritado.

– Tente não quebrar o despertador tão alto assim, pai. - Boruto se espreguiçou. Naruto deu um tapa de leve na cabeça de Boruto e o mesmo reclamou, indo em direção ao quarto. Naruto seguiu para o banheiro.

– Sarada? Já está acordada? - Sakura disse de forma baixa e carinhosa, enquanto fazia carinho no rosto de Sarada. A menina mexeu os olhos, mas não os abriu.

– Hm.. - Sarada resmungou alguma coisa e puxou as cobertas para seu rosto, deixando apenas suas pálpebras visíveis. Sakura riu de leve e se levantou. Sarada abriu um olho. Viu sua mãe ajeitando seu jaleco branco. Ela iria iniciar seu plantão logo cedo.

– Você pediu para acordá-la, mocinha, então levante-se. - Sakura amarrou o cabelo. Sarada não se mexeu. - Ok, mais tarde eu peço para que seu pai lhe acorde.

– Estou acordada. - Sakura olhou para a filha de cima do ombro. Ela estava em pé e procurava seus óculos.

– Sarada. - Sakura a chamou. A mesma olhou para a mãe, curiosa. - Você…- Ela abaixou o tom de voz. - Você mentiu para seu pai, não é?

– O-o quê? - Sarada arregalou os olhos. - Não estou entendendo.

– Não se faça de desentendida, Sarada. - A voz de Sakura foi firme. Sarada se encolheu. - Sobre o sharingan. Você disse que o ativou.

– Mas eu falei para ele que eu estava brincando. - A voz de Sarada saiu aguda e ela ergueu os braços.

– Bem, parece que ele ficou tão transtornado que nem ouviu isso. Agora ele está disposto a te treinar para você aperfeiçoar seu olho. Você está encrencada, mocinha. Seu pai detesta mentiras.

Um frio correu pela espinha de Sarada. Sakura deu um beijo na cabeça da filha e a abraçou.

– É melhor você falar com ele logo, filha. Não gostei dessa mentira e fiquei com pena de estragar a felicidade dele. - Sakura deu um suspiro. - Ele me contou isso, todo alegre. Se vire com isso, Sarada.

– Mamãe…- Sarada disse de forma suplicante. Sakura a olhou de forma séria e Sarada abaixou o olhar. - Tudo bem. Eu irei contar a verdade. De modo que ele ouça.

– Certo.- Sakura deu um tapa na bunda de Sarada, que reclamou. - Vai tomar seu banho, aliás, por que me pediu para acordá-la tão cedo assim?

– Konohamaru-sensei nos pediu para irmos até a ponte… - Sarada deu nos ombros.

Boruto vestia suas novas roupas. Eram um pouco maiores, mas o agradava. As mangas enormes deixavam seus braços mais leves. Colocou as mãos no bolso da calça e seguiu para fora de casa. Seu pai o acompanhava. Não haviam tomado café da manhã.

– Não tomou seu café, pai?

– Não queria perturbar sua mãe, ela me pareceu cansada - Naruto respondeu, se espreguiçando.- Além disso, peço para Shikamaru providenciar um café para mim. Hoje eu vou precisar…

– O exame chunnin vai ser na semana que vem, certo?

– Sim. - Naruto colocou seu chapéu. Boruto olhava para o chão enquanto via seus pés pisarem em pedrinhas. Sua casa ficava longe do Monte Hokage.

– Ainda tem as mesmas regras? - Boruto olhou para o pai, interessado no assunto.

– Ahn… Sim, tirando o fato de não poder usar senjutsu. - Naruto disse com amargura na voz. Se lembrou de quando lutou contra Konohamaru na fase final do exame chunnin. Ele não havia prestado atenção no que Temari estava dizendo sobre senjutsu e acabou entrando em seu modo sennin após praticamente derrotar Konohamaru, mas ele se manteve de pé, então quando ele entrou no modo sennin, foi desclassificado por Shikamaru.

–… - Boruto percebendo a expressão do pai, resolveu ir embora. - Certo, até logo pai!

– Tenho que encontrar o Konohamaru-sensei! - Boruto acenou e começou a correr, fazendo Naruto começar a falar sozinho. - Até mais tarde, pai.

Boruto encontrou Shikadai na metade do caminho. Eles se cumprimentaram e Shikadai resolveu acompanhar Boruto até a metade do caminho.

– Caiu da cama, Shidakai? - Boruto brincou. Shikadai apenas suspirou e coçou os olhos.

– É um saco, mas mamãe diz que eu tenho que acordar mais cedo e sair para andar porque eu - Ele coçou a garganta e imitou a voz de Temari - Estou muito preguiçoso.

– Bom, isso eu tenho que concordar - Boruto disse entre risos. Shikadai deu nos ombros.

– Ultimamente a vida está um saco. - Ele bocejou. Boruto concordou. Fazia algum tempo que nada animava a vila.- Agora tem esse problemático Exame Chunnin. Ah… - Ele suspirou.

– Estava pensando em fazer uma pegadinha para a chegada dos ninja das outras vilas. - Boruto começou e Shikadai quase gritou. - Quer participar?

– Você está louco? - Ele suspirou e Boruto revirou os olhos. - Eles vão acabar com você! E seu pai então?! Meu tio Gaara está vindo também, minha mãe vai me matar se souber que eu te ajudei nisso.

– Seu frouxo - Boruto resmungou. - Nos vemos mais tarde, cagão - Eles fecharam os punhos e tocaram os mesmos. Shikadai logo havia ido embora e Boruto esperava seus companheiros de time.

– Bom dia! Boruto-san! - Lee Jr apareceu correndo Boruto acenou para ele. - Estou atrasado? É que eu fui correr em volta da vila com meu pai.

– Não está não. - Boruto fez uma cara azeda. - Você tem muita disposição, não acha?

– A força da juventude precisa ser libertada. - Lee Jr abriu os braços. Boruto fez uma cara tediosa e assentiu. Logo em seguida, viram Sarada caminhando em direção a eles. Ela parecia mais seria que o normal e seu olhar estava vago. Boruto e Lee Jr se entreolharam. Boruto ia dizer alguma coisa, mas Lee Jr tocou em seu braço em sinal para ele ficar quieto. Sarada murmurou alguma coisa como “Bom dia” e se sentou no chão, esperando o sensei.

Logo Konohamaru apareceu e mostrou os três papéis de inscrição. Boruto quase pulou em cima do sensei, juntamente com Lee Jr., para pegar o papel. Boruto parecia distante.

– Esses são os papéis de inscrição para o Exame Chunnin.- Konohamaru começou a instruir seus alunos. - Quem não se sentir disposto a participar, a equipe toda ficará de fora.

– O quê? - Boruto gritou, alarmado. - Isso não é justo. - Ele cruzou os braços.

– Continuando… - Konohamaru fuzilou Boruto com o olhar. - Vocês tem até o final do dia para me comunicarem.

O silêncio se instalou por um momento. Boruto estava impaciente. Sarada encarava o papel com as mãos trêmulas. Ela não estava com medo de fazer a prova, mas o pedido de seu pai a fez recuar sobre fazer o exame. Suspirou e olhou para seus companheiros. Boruto olhava o papel com puro êxtase. Ele estava animado. Lee Jr estava feliz e satisfeito, murmurava para Boruto alguma coisa que Sarada não conseguiu ouvir. Logo depois, ambos olharam para Sarada. A animação de Boruto desapareceu e depois ele voltou a encarar o papel. Sarada abaixou o olhar.

"Eles perceberam" Pensou a Uchiha “ Mas eles saberiam de uma hora para outra” Sarada estava irritada e frustrada. Odiava passar a impressão que estava com medo do exame Chunnin. Abriu a boca para dizer ao sensei que ela não iria participar. Levantou a mãos, mas foi interrompida por Boruto.

– Sensei, eu não quero participar. - Boruto apertou um pouco o papel que estava em suas mãos. Sarada arregalou os olhos, totalmente surpresa. Na verdade, todos estavam. Ele estava com a mão levantada. - Eu não… Me sinto confiante. - Boruto olhou de relance para Lee Jr, que fez um movimento de cabeça, como se concordasse. - Me desculpem, pessoal.

Lee Jr pegou o papel de Boruto e entregou ao sensei, juntamente com o dele. Konohamaru olhou para Sarada e a mesma entregou para ele, com a cabeça baixa. Boruto suspirou e depois deu uma batida de mão.

– Vou ter mais um tempo para treinar. - Boruto disse com uma voz arrastada. - Assim, no ano que vem, vou passar sem precisar fazer nenhum esforço.

– Exatamente, Boruto - Lee Jr soltava fogo pelos olhos. Determinação pura. - Vamos nos tornar mais fortes! Certo, Sarada-san?

Sarada não respondeu, se virou de costas e saiu andando. Lee Jr murchou. Boruto deu leves tapas nas costas dele e se despediu do sensei e do colega. Correu até alcançar Sarada. A mesma preferiu ignorá-lo. Boruto a chamou várias vezes e ela não respondia. Fazia tempo que ela não ficava chateada com ele, então ele parou no meio do caminho e tentou se lembrar se ele havia feito alguma besteira.

– Sarada - Boruto disse em tom sério. Sarada não respondia. - Será que tem como você parar de me ignorar? Aliás, o que eu te fiz?

Esse gelo estava irritando Boruto, ele aclamava pela a atenção dela. Então apareceu na frente dela de surpresa, fazendo-a se chocar em seu tronco e tropeçar para trás. Ele segurou a mão dela antes que a mesma caísse. Sarada o olhou, irritada.

– Fala agora. - Boruto cruzou os braços e a encarou de forma dura.

– Estou irritada.

– Não me diga? - Boruto abriu um sorriso sarcástico. Sarada franziu os lábios.

– Não devia ter levantado a mão…

– Por isso? Sinto muito se você queria participar, mas eu.. - Boruto começou a falar e Sarada deu um grito.

– Não deveria ter levantado a porcaria da mão, eu mesma faria isso. Você sabia que eu iria levantar a mão! Você realmente acha que eu não tenho coragem suficiente para isso?

– Ei, mas eu não fiz… O que está acontecendo? - Ele perguntou. Ela desviou dele e continuou a andar. Boruto parecia tentar entender o que ela queria dizer. Ele a puxou pela cintura e tampou a boca dela. Logo ele a arrastou para o terraço de um velho prédio que estava sendo reconstruído. A colocou sentada em uma banco, perto de uma marquise - que ficava de apoio para a porta que ligava ao terraço -, e se abaixou, ficando um pouco mais baixo que ela. Mas mesmo assim, ele batia na altura do queixo dela. Ela o encarou, um pouco corada com a aproximação dele. O celular dela tocou e ela olhou, era uma mensagem de Inojin e outra de ChouChou. Seus amigos queriam encontrá-la, ela leu a mensagem com uma foto dos amigos, onde Inojin abria um sorriso falso, enquanto ChouChou o abraçava pelo pescoço, Shikadai aparecia irritado no fundo. A legenda era ” Socorro”. Sarada abriu um pequeno riso. Boruto olhou para o celular e depois encarou Sarada. Ele pareceu fechar mais a cara, se isso fosse possível. Seu olhar havia perdido um certo brilho. Ele suspirou e coçou a cabeça. Um de seus braços estava apoiado em um joelho de Sarada. A mesma sentiu o amigo parecer desconfortável e voltou a olhá-lo.

– Meu pai pediu para que eu não participasse do exame. Ele quer que eu aprenda a utilizar meu sharingan de forma mais…adequada. - Ela parecia desconfortável e Boruto voltou a encará-la com aqueles enormes olhos azuis com um tom lilás e ele assentiu. - E…

– Você não ativou o sharingan. - Boruto disse. Aquilo não era uma pergunta. Ele sabia que ela não ativara o sharingan. Sarada concordou. - Você está mentindo pro seu pai? Logo você, Sarada-Certinha? Woah..

– Não fique fazendo gracinhas, Boruto. - Ela apertou um pouco o braço dele e ele parou e encarou a mão dela, deu um sorriso singelo de lado e massageou uma têmpora. - E eu estou nervosa, eu não sei como adiar isso.

– Por que você, simplesmente, não fala a verdade para ele? - Boruto sugeriu. Sarada balançou a cabeça e riu sem humor. Ele continuou na mesma posição. Suas pernas já doíam, mas ele gostava de ficar olhando para ela. Ele desviou o olhar. O celular de Sarada apitava. Ela respondeu as mensagem de Inojin que aclamava por ajuda e Boruto parecia esta se irritando com isso.

– Não é tão fácil assim. Queria que ele tivesse algo para compartilhar comigo. Meu pai e eu não temos um relacionamento… Igual ao seu e de seu pai. - Ela pareceu envergonhada. Boruto ouvia tudo atentamente. - Eu vou falar com ele, pedir desculpas, mas a questão é : Você não deveria ter levantado a mão, agora sabe o motivo por eu querer levantar a mão. - O celular de Sarada mais uma vez tocou e ela leu a mensagem. Soltou uma risada e Boruto simplesmente bufou. Ela colocou o celular ao seu lado no banco e voltou a prestar atenção no amigo. Boruto encarou ela com uma cara que Sarada se surpreendeu. Só havia visto ele com essa cara duas vezes. Quando era pequeno e seu pai havia prometido treinar com ele e adiou o treinamento e quando o Inojin havia dado o desenho para ela. O celular de Sarada voltou a apitar constantemente, e Boruto, irritadíssimo, pegou e discou o número de alguém. Sarada tentou pegar o celular dele, mas Boruto apenas tampou a boca dela com a mão. Enquanto ela lutava para tirar o celular das mãos do seu melhor amigo.

– Inojin? E aí, cara? É o Boruto - Boruto parou de falar, provavelmente ouvindo Inojin do outro lado da linha. Sarada gritava, mas o som era abafado pela mão do loiro. - A Sarada? - Boruto a olhou de relance. A mesma fez uma cara feia. - Ela tá no banheiro - Ele parou de falar mais uma vez. Sarada arregalou os olhos. - Ela não está muito bem do estômago, algo não caiu muito bem… Eu só to aqui, desconfortável, ouvindo alguns barulhos do banheiro. - Boruto apertou um pouco mais a mão envolta da boca de Sarada, que o estapeava e tentava pegar o celular e tirar a mão dele de sua boca. - Tudo bem. Ok. Sem problemas. - Boruto correu pelo terraço e Sarada deu um grito. Gritava alguns xingamentos e Boruto parecia não se preocupar e continuava com o telefone no ouvido.- Ela está com uma dor de barriga enorme, acho que eu vou chamar a mãe dela… Sara-chan, algum problema? Caramba, que peido foi esse? Poxa, Sara-chan, se controla. - Sarada arrancou o telefone dele e olhou para a tela.

INOJIN - CHAMADA ENCERRADA 00:34

– Ele disse que liga depois. - Boruto abriu os braços para abraçá-la. Sarada começou a batê-lo e a xingá-lo, tentando ligar para Inojin. Boruto pegou o celular da mão dela de novo. - Desculpe estragar seu encontro com seu namoradinho, mas será que dá pra me dar um pouco de atenção?

– EU TE DETESTO, GAROTO! - Sarada estava vermelha e não sabia se batia em Boruto ou corria até Inojin e tentava explicar tudo. Ela estava irritada. Boruto deu um sorriso de lado. - Olha o que você fez! Como eu vou olhar para a cara dele agora? Boruto, qual é o seu problema? Por que você tem sempre que ser tão idiota? Isso é tão infantil!

– Você vai olhá-lo do mesmo jeito apaixonado e bobo de sempre, ele nem vai ligar por você ter uma crise de caganeira. - Boruto colocou as mãos atrás da cabeça e virou o rosto irritado. - Eu só estou pedindo a porcaria de um pouco de atenção, já que eu não vou ver você por um longo tempo.

– O que você disse? - A raiva de Sarada desapareceu por alguns instantes.

– Que ele não vai ligar por você ter tido uma crise de caganeira. - Boruto se irritou. Se virou e começou a andar, indo em direção à porta que levava à escadaria. Sarada o chamou. Ele se virou, irritado. - O que foi?

– Como assim você não vai me ver por algum tempo? - Sarada agora estava na frente dele.

– Eu vou sair da vila. - Boruto a olhou e depois deu nos ombros. Desviou da garota, mas ela o pegou pelo braço e o virou para ela.

– Por que você vai sair da vila? - A voz dela ficou trêmula. - Você fez algo? Brigou com seu pai? Que droga você fez agora, menino?

– Eu só vou sair por um tempo, Sarada. - Boruto tirou a mão dela de seu braço. - Vou… Ir embora por um tempo. Por isso eu levantei a mão, não era por você. Eu não saberia o seu motivo se não me contasse. - Boruto a olhou de forma fria. Franziu os lábios e resmungou. - Mas isso não vai fazer nenhuma diferença para você. Você vive grudado nessa porcaria de celular sempre que estamos conversando. Se quiser me ignorar, era só falar.

– Você não vai embora. - Sarada concluiu. - E mais uma de suas brincadeiras, não é?

– Não. - Boruto falou com uma convicção tão forte, que Sarada deu dois passos para trás, incrédula. - Eu fui atrás de você para saber porque estava tão irritada e me despedir, mas você nem me deu a droga de atenção. Pelo menos, você vai se ocupar e nem vai sentir minha falta. Era só isso, eu já me despedi de você. Tchau.

O ventou soprou e Sarada tirou os óculos. Mesmo com a visão embaçada, ela pode ver perfeitamente o rosto triste do amigo e logo depois, ver sua silhueta desaparecer pela porta.

Vários dias se passaram. O Exame Chunnin começara naquele dia. A última vez que Sarada vira Boruto foi quando ele estava conversando com Shikadai, mas mesmo assim o loiro não olhou para ela. Sarada fora desejar boa sorte para sua melhor amiga e amigo. Depois de se despedir de ChouChou e Inojin, a Uchiha foi para casa. Evitou de treinar com seu pai esses dias e o viu comentando com Sakura a partida de Boruto. Ela se sentia tão culpada por não ter dado atenção ao melhor amigo. Seu coração estava apertado e sua garganta parecia estar menor que um grão de arroz. A ardência nos olhos dela já dava uma aviso. Tentou mandar algumas mensagens para Boruto.

Preciso falar com você - Sarada
Já te liguei cinco vezes, poderia me atender? - Sarada
Ok, você está certo, pode falar comigo agora? - Sarada
Mas que droga, Bolt! - Sarada

Sarada iniciaria seu treinamento com seu pai amanhã. Ela iria dizer à ele toda a verdade. Jantou com sua família tranquilamente, enquanto conversava com seu pai. Eles estavam começando a se dar bem.

De banho tomado e já deitada na cama, Sarada tentou mais uma vez ligar para Boruto. A sensação de culpa e tristeza consumia a Uchiha. Sarada se permitiu chorar um pouco.Algumas lágrimas saíram e ela se sentiu uma idiota por não ter ido na casa de seu melhor amigo. Ouviu um barulho no corredor e se cobriu dos pés a cabeça. Viu a silhueta de sua mãe pelo fino lençol e depois a viu desligar a luz do corredor e do quarto de Sarada. Sussurrou um boa noite e depois não ouviu mais nada. Tirou o lençol da cabeça e começou a fitar o teto. A luz da lua iluminava um pouco o quarto. Limpou as lágrimas e decidiu que no dia seguinte, iria se desculpar com Boruto.

– Não gosto de te ver chorar. - Boruto disse baixinho. Sarada se sentou rapidamente. Ele estava sentado na janela. Estava escuro demais para ver seu rosto. Sarada se inclinou para ligar o abajur. - Não ligue. Não quero acordar ninguém. Só vim me despedir.. De uma forma decente. Da última vez, eu não fui muito gentil. - Sua voz estaca calma. Sarada se sentou na cama e puxou o roupão que estava do lado de sua cama. O vestiu e se aproximou da janela. Agora podia ver um pouco de seu rosto.

– Inojin me entregou um remédio para dor de barriga. - Sarada disse de forma séria. Boruto abriu um sorriso.

– Não se preocupe, não falei a parte das gases. - Boruto saltou para dentro do quarto apoiou as costas no batente da janela. Eles se encararam por alguns segundos.

– Desculpe. - Disserem em uníssono, mas Boruto que continuou. - Fui um idiota, eu estava meio que… com… Ci…Ci… Desconfortável com a situação. Eu vou ir amanhã logo cedo, eu vim de despedir. - Boruto se desencostou do batente e ergueu a mão para que Sarada se despedisse. Sarada encarou a mão dele e depois o rosto. Não estava usando óculos, mas conseguia ver o seu rosto. Ele estava com as sobrancelhas franzidas, seu sorriso era triste e seus olhos não brilhavam. Sarada o abraçou. Era a primeira vez que ela o abraçava por força própria. Boruto ficou um pouco surpreso, mas contribuiu o abraço. Eles ficaram abraçados por cinco minutos inteiros. Boruto desfez o abraço e acenou para ela. Sarada deu nos passos para trás.Seu melhor amigo ia embora. Ela sabia que era por pouco tempo, mas mesmo assim doía. E havia outra coisa que ela não sabia explicar. Boruto saiu pela janela. Sarada desabou na cama, colocou as mãos no rosto e depois ouviu um barulho. Levantou a cabeça.

Boruto havia batido a testa no batente da janela, mas estava de volta dentro do quarto. Esfregou a testa e depois respirou fundo.

– Lembra - Ele dizia baixinho - Lembra quando eu te falei que eu gostava de você de um outro jeito? - Sarada assentiu sem entender do que ele falava. - Eu já sei a definição daquele “outro jeito”.

– E o que seria? - Sarada ficou nervosa. Suas mãos começaram a soar e seu corpo a tremer. Boruto se abaixou, ficando de cócoras, da altura de seu queixo.

– Eu fui o primeiro garoto a te ver sem seus óculos. - Ele começou a falar. - Isso é um bom começo… - Boruto hesitou em perguntar. - Você e o Inojin já se beijaram?

Aquela pergunta foi um choque para Sarada. A mesma ficou vermelha e se controlou para não gritar. Que tipo de pergunta era aquela? O nervosismo aumentou.

– O quê? Por que está me perguntando… - Boruto a cortou.

– Apenas me responda. - Boruto pressionou.

– Não! - Ela virou o rosto, envergonhada. Boruto abriu um sorriso e assentiu.

– Ótimo, eu teria que quebrar a cara dele se fosse o caso. - Ele comentou. - E não seria nada legal bater em um amigo.

– E o que isso tem ligação com o que você quer falar? - Sarada aumentou o tom de voz, mas depois se calou. Boruto abaixou a cabeça e coçou seus cabelos rebeldes. Voltou a encará-la.

– Eu tenho a resposta para o sentimento de gostar de você de outro jeito.

Boruto se inclinou para frente, tocando nos lábios de Sarada. Ele a beijou sem ao menos da a chance dela responder. Foi um selinho que durou um trinta segundos. Boruto, antes de separar seus lábios dos dela, segurou suas mãos, com medo de que ela o batesse. Depois que separaram seus lábios, ele abaixou a cabeça e começou a falar.

– Eu sou seu melhor amigo.E-eu fui o primeiro garoto que te viu sem óculos, o primeiro garoto que falou com você sem segundas intenções - Ele falava rápido demais. Sarada ainda estava chocada. - E eu me vi na obrigação de ser o primeiro garoto a tocar em seus lábios. Me sentiria um inútil se eu desse a chance para outro menino. - Ele respirou fundo. - Sara-chan, sei que depois disso você não vai querer ser minha amiga e eu vou entender. Mas eu me desculpo por isso, não queria deixá-la chateada. Mas você precisa entender que eu precisava fazer isso, eu precisava confirmar meus sentimentos por você. - Boruto murmurou alguns xingamentos. - Droga, você deve me odiar agora. Shikadai estava certo, eu estou apaixonado por você. Eu nem sei se essa é a palavra certa. Mas que droga! Me desculpe mais uma vez. Eu vou… Eu.. Eu vou embora agora. - Ele beijou as mão de Sarada. E saiu pela janela, sem deixar Sarada demonstrar alguma reação. Ela ficou parada, com os lábios formigando. A barriga fazendo cócegas, uma tremedeira e os dedos entrelaçados, enquanto encarava a janela vazia.


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