Skins - a new generation escrita por Giovanna Sorvillo


Capítulo 1
Emily


Notas iniciais do capítulo

Eu acredito que em toda história tem um pouquinho do autor, o que ele acredita e acho que nesse capitulo deixei isso bem claro. Espero que gostem



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Em um minuto sua vida pode mudar. Em um minuto você pode ficar rico, pobre, ter um ataque cardíaco, um derrame, uma morte súbita e até mesmo entrar em coma.

Não entendo como temos uma escala enorme de minutos para ir criando nossa vida, sendo que em menos de um minuto nos podemos perde-la. Tudo bem, talvez minha melancolia seja pelo fato de eu ter entrado em coma e em completo estado de vegetação por três meses, mas eu encaro isso como uma viagem espiritual, e mesmo assim acho que não estou de toda errada

Depois dessa "viagem" eu percebi que não faz sentido as pessoas se sentirem mais fortes fisicamente do que os outros, ou se acharem melhor, e até mesmo praticarem o bullying, porque no fundo, somos todos frágeis da mesma maneira. O que conta no final de tudo é o psicológico. Comparando o cérebro com uma placa cheia de botões, se você encostar em um sem querer, você já mudou toda a pessoa.

Eu recebi uma mudança drástica. Em um minuto eu tinha voado de um carro e perdido grande parte da memória. E la estava eu, saindo do hospital e indo ao meu primeiro dia de aula em uma escola que eu devia conhecer, ficar com pessoas que eu devia lembrar.

Sai do carro e entrei no campus, estava uma aula atrasada, minha mãe gritou de dentro do carro:

- Emmy, me ligue se precisar de algo.

- Ok, obrigada Sa...mãe.

O pior de tudo, é que a pessoa que eu mais devia amar nesse mundo, eu não amava, não conhecia, não lembrava, era como morar em uma republica e sempre era o primeiro dia.

Passei pela diretoria, olhei meus horários e fui guiada para a minha sala de aula. Quando entrei, vi muitos rostos desconhecidos com cara de surpresa, provavelmente achavam que eu só estava viva por fios e máquinas. O professor sorriu e disse:

- Sou Alexandre, seu professor de sociologia. Fico feliz que esteja bem Emily e espero que sua memória fique cem por cento recuperada.

- Obrigada.

Sorri e me sentei em uma cadeira vaga no fundo da sala. O menino que estava sentado na carteira da frente, me olhou bem e disse:

- Eae Emmy, tudo bem?

- Tudo...me desculpe perguntar, mas nos conhecemos?

- Nós éramos namorados...eu tirei sua virgindade.

Isso me deixou um pouco chocada, não parecia meu tipo de menino e eu não sabia o que falar. Ele percebendo disse:

- Caramba, você está ferrada mesmo. Estou brincando Emmy, você gosta de vaginas...mas sim, éramos amigos e a propósito, meu nome é Maicon.

Não fiquei brava, fiquei um pouco constrangida, por um momento achei que eu era bissexual. Uma menina sentada ao lado dele bateu em seu braço e disse:

- Chris, cala a boca e para de fazer gracinha. A menina acabou de voltar. Ele é assim mesmo Emy, mais era seu amigo e eu também, se quiser eu posso te apresentar a seus antigos amigos para quem sabe te ajudar na recuperação.

- Seria bem legal da sua parte. Obrigada.

Depois que as primeiras aulas terminaram fomos ao campus e eu conheci meus novos velhos amigos. Tinha a Sarah, uma hippie loira que sempre estava com algo natural coberto por seda na boca. O verdadeiro Maicon, um menino muito bonito que cantava toda garota que passava por nós. A Vivian, a menina que estava na aula de sociologia comigo e com o Chris, os gêmeos Castiel e Nataniel e a Christina, a ruiva que conhecia todo o mundo das drogas.

Sentamos na grama e alguns começaram a fumar maconha. Chris me ofereceu um cigarro e o que eu tinha a perder? Meus neurônios já estavam ferrados mesmo. Peguei o pequeno cigarro e agradeci sorrindo. Foi como jogar algum liquido no placar cheio de botões que era meu cérebro e ele fora modificado novamente.

Cheguei em casa, uma menina chamada Lesley me deu uma carona. Ela não andava com meus amigos, mas nada me impedia de fazer novas amizades e ela me parecia muito familiar.

- Quer entrar Lesley?

- Pode ser. E pode me chamar de Less se quiser.

- Tudo bem.

Entramos em casa, minha mãe sorriu da cozinha e sorriu:

- Lesley! Que saudades de você. Pensei que nunca mais te veria - ela disse essa última frase com uma melancolia na voz. - mas fico feliz que esteja aqui, mesmo que não seja a mesma coisa.

Fiquei um pouco confusa, ela me falou de alguns amigos, mas de nenhum dessa maneira.

- Como assim a mesma coisa?...o que ela...

Mas Lesley me interrompeu:

- Eu fico feliz em te ver também. Nos vamos...conversar no quarto.

- Tudo bem.

Subimos no quarto e minha mãe trouxe bolo. Eu estava entrando no meu quarto pela primeira vez desde o acidente e não fazia ideia de como estava.

Entrei e as paredes eram verdes e rosa e tinham muitas fotos espalhadas pelos quartos, com meus amigos e inclusive, com a Less.

E pelas fotos com ela, tive a impressão de que éramos mais do que amigas. E comprovei minha impressão vendo uma foto de um beijo e me senti mal por não me lembrar dela.

- Eu sinto muito.

Ela me deu um pequeno beijo.

- Não tem problema, te conquistei uma vez e posso conquistar a segunda. Se você me der a chance de tentar.

- Sim. Sim, claro Lessie.

Ela me olhou com espanto pelo apelido e perguntou:

- Do que você me chamou?

- Lessie. Por quê?

- Você era a única pessoa depois que meu falecido pai que me chamava assim.

Eu sorri e a abracei, me senti bem ao fazer isso e lá esta minha mente modificada de novo, muitas informações voltando...os beijos, o sexo, as festas e os encontros...toda minha história com a Lessie voltando.

- O toque, o sentimento, o amor...

- O que?

- Eu me lembro e você.


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Notas finais do capítulo

Comentem o que acharam e semana que vem posto o segundo



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