Fairy Tail Demon Fox escrita por Okami


Capítulo 9
Dez Magos Santos


Notas iniciais do capítulo

Eu estou feliz com essa história. Acho que vai demorar um pouco pra ela voltar a ser popular, mas tenho total confiança de que uma hora dá certo. Além disso, gosto muito de escrever os capítulos dela. Vou tentar dar um tempo dela agora (não preocupem, não vou parar de postar) pra atualizar alguma outra também, antes tarde do que nunca. Obrigado a todos que estão ainda dando apoio, e vamos lá.



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— O quê?! Isso não é justo! – Gray levantou e se pôs à frente de Naruto.

— O Conselho não pode prender Naruto, ele ajudou a salvar a cidade!

Antes que um verdadeiro tumulto começasse no meio da guilda, Naruto rapidamente liberou uma onda de poder mágico. Como esperado, aquilo foi o suficiente para silenciar todos eles. Os membros mais fracos cambalearam e caíram depois que o efeito passou.

— Obrigado pelo apoio, mas eu tenho que lidar com isso. – o Devil Slayer declarou com uma expressão determinada. – Não se preocupem, tudo vai acabar bem. – seu olhar então se voltou para o sapo mensageiro. – Estou pronto para ir a qualquer momento.

O mensageiro do Conselho acenou com a cabeça, satisfeito.

— Siga-me, por favor.

Naruto deu uma última olhada para os outros membros antes de começar a caminhar na direção da saída.

Sede do Conselho, 2 horas depois

Naruto se arrependeu no momento em que percebeu que teriam que ir de carruagem. Duas longas horas sem fazer nada depois, ele finalmente avistou Era. Mais alguns minutos para subirem a montanha no centro da cidade, bem no topo da qual ficava a sede do Conselho Mágico.

Quando as rodas pararam, o loiro não perdeu um segundo sequer. Arrancou a porta da carruagem com um chute um pouco mais forte do que ele pretendia dar (o que fez a porta voar e se encravar numa parede) e saltou para fora do veículo.

— Finalmente! Eu não aguentava mais ficar ali. – ele suspirou.

Quatro Cavaleiros Rúnicos vieram até ele, fazendo o melhor possível para não darem atenção à porta encravada na parede do edifício. À frente deles caminhava um homem de capa branca e óculos, provavelmente o capitão.

— Eu sou Lahar, capitão dos Cavaleiros Rúnicos. – o homem se apresentou. – Você deve ser Naruto Uzumaki.

Naruto sorriu, tentando ser amigável.

— Sim, sou eu. Prazer em conhecê-lo, Lahar-san.

O capitão sorriu também ao perceber que o prisioneiro não estava agindo de forma hostil.

— Agradeço pela cooperação Uzumaki-san. Peço que me acompanhe, os membros do Conselho já estão aguardando para sua audiência.

— Certo... – Naruto não sabia o que pensar ao ouvir que estaria participando de alguma audiência com os membros do Conselho Mágico, mas sabia que nada do que dissesse teria algum efeito.

Acompanhado pelos cavaleiros rúnicos, Lahar e Naruto andaram em silêncio pelos corredores da sede do Conselho até chegar a uma gigantesca porta dupla de mogno. Não era visível, mas Naruto podia sentir as centenas de runas de proteção colocadas ao redor da porta.

— Não se preocupe, eles só estão procurando alguém pra culpar pela destruição que aconteceu em Magnolia e tentando descobrir o que aconteceu lá. Você ficará bem.

Naruto sorriu para Lahar enquanto o capitão dos Cavaleiros Rúnicos abria as portas com algum tipo de dispositivo mágico e entrou logo em seguida. Enquanto caminhava para o centro das dezenas de mesas postas em círculo ao redor do gigantesco salão, ele ouviu as portas voltarem a se fecharem.

— Estamos aqui reunidos para tratar hoje sobre o caso da destruição que aconteceu em Magnolia ontem, da qual o principal elemento participante de que se tem conhecimento é o anteriormente desaparecido mago Rank S da Fairy Tail, Naruto Uzumaki. – O homem no palanque mais elevado anunciou. – Antes de mais nada, peço que todos aqui sejam o mais objetivos possível, de modo que possamos encerrar logo este caso. Naruto Uzumaki, o senhor nega seu envolvimento nos eventos do dia anterior?

Naruto ergueu a cabeça e pensou exatamente no que dizer. No fim, acabou se convencendo de que era melhor colaborar.

— Não, senhor.

Imediatamente, os membros do Conselho começaram a discutir entre si até que o presidente os interrompesse.

— Certo. E qual seria a justificativa para a ocorrência de tal destruição?

— Senhor, ontem minha guilda estava fazendo os preparativos para o festival anual. Orochimaru apareceu dentro da catedral. Nós lutamos, e foi isso que causou a destruição parcial da catedral de Magnolia, tanto quanto o desmoronamento de vários edifícios pela cidade.

Dessa vez muito mais intensamente do que antes, os membros do Conselho começaram a discutir entre si. Um deles gritou “Mentiroso!”, mas Naruto resolveu ignorá-lo. Mais uma vez, coube ao presidente intervir.

— Orochimaru é um ex-Mago Santo e um dos magos foragidos mais perigosos da história de Fiore. Não seria muito conveniente que ele tivesse aparecido logo nesse dia? – um dos membros do Conselho perguntou.

— Meu senhor— Naruto começou, forçando-se a não perder a calma. – Não vejo por que outro motivo eu sairia disparando meus feitiços mais poderosos por aí.

— Isso é deboche?! Está debochando de mim?! – o mesmo membro gritou, mas foi interrompido.

— Basta! – o presidente do Conselho declarou. – Temos inúmeras testemunhas que afirmam terem visto uma gigantesca cobra roxa em Magnolia antes que uma gigantesca raposa de nove caudas, que bate perfeitamente com a magia do sr. Uzumaki, surgisse e a enfrentasse. Em nossos arquivos, não há outro capaz de invocar o rei das cobras além do próprio Orochimaru.

O Conselho voltou a discutir entre si, mas dessa vez mais calmos.

— Desse modo, podemos assumir que o senhor Uzumaki esteja dizendo a verdade. Dando continuidade a isso, o que houve com Orochimaru e Manda?

— Depois que eu os atraí para fora da cidade, consegui separar os dois. Quando vi a chance que tinha em mãos, aproveitei e matei Manda, mas Orochimaru conseguiu escapar durante a explosão.

— Sr. Uzumaki, o senhor está dizendo que derrotou Orochimaru? – um dos membros do Conselho perguntou.

Ao invés de responder verbalmente, Naruto simplesmente fez que sim com a cabeça, sabendo que eles iam começar a fazer barulho novamente.

O presidente do Conselho aparentemente previu isso, já que ele rapidamente ergueu a voz.

— Certo. Supondo que tudo o que aqui foi dito seja a mais pura verdade, por que Orochimaru atacou a cidade?

— Senhor... – Naruto começou, tentando pensar em como responder à pergunta sem dizer que Laxus começou uma guerra no meio de Magnolia. – Orochimaru e sua guilda, White Snake, juntaram-se à Aliança Balam. Ele está tentando iniciar uma guerra entre as guildas, foi o que ele me disse enquanto lutávamos. Ele também disse que uma outra guilda também se juntou à Aliança, mas não me disse qual.

Isso provocou outra onda de murmúrios entre os membros do Conselho. Dessa vez, até o presidente parecia preocupado, e com razão. Limpando a garganta, o líder do Conselho voltou a falar.

— A julgar pelo que foi aqui dito e pelas testemunhas que temos do evento, declaro o senhor Naruto Uzumaki inocente das acusações. – ele rapidamente ergueu a mão antes que alguém pudesse o interromper. – Entretanto, há outro assunto que aqui deve ser discutido. A súbita traição de Orochimaru e saída dos Dez Magos Santos abalou o Conselho há mais de uma década, e recentemente perdemos dois outros membros: Jose Porla, ex-mestre da Phantom Lord, e Jellal, também conhecido como Siegrain, que foi derrotado pelo senhor Uzumaki. Nossa sede foi destruída há pouco tempo, ainda estamos nos reerguendo e precisamos de mais alguém para preencher a vaga deixada por Jellal.

Naruto ouviu atentamente, imaginando no que aquilo ia dar.

— Senhor, eu não quero parecer rude, mas o que isso tem a ver comigo? – o loiro perguntou.

— A julgar pelo seu comportamento nesta audiência, acredito que você tenha disciplina o bastante. Temos também informações de seus combates mais recentes. Você derrotou um ex-membro dos Dez Magos Santos, Jellal, segundo o que foi dito pelos membros da sua guilda. Em sua recente visita à Lamia Scale, você foi capaz de derrotar nosso mais novo membro, Jura Neekis, com relativa facilidade de acordo com o que foi declarado por espectadores. E agora o senhor derrotou Orochimaru, que antes ocupava o posto de Quinto Mago Santo. Além disso, você é filho de dois ex-membros dos Dez Magos Santos, Kushina Uzumaki e Minato Namikaze – O presidente fez uma rápida pausa. – Com isso tudo em mente, o Conselho lhe convida pessoalmente a se tornar membro dos Dez Magos Santos. O que nos diz, senhor Uzumaki?

Fairy Tail

Enquanto isso, na guilda o assunto mais discutido era a prisão de Naruto. Alguns simplesmente imaginavam sobre o que poderia ser, outros estavam nervosos que ele fosse ser preso pelo Conselho. Gray e Erza tinham vontade de imediatamente irem até a sede do Conselho protestar, mas sabiam que isso não ajudaria em nada. Natsu, por outro lado, tentava de todo jeito se livrar das múltiplas bandagens e do gesso em seu corpo para ir atrás.

Enquanto fazia isso, o Dragon Slayer de Fogo murmurava sem parar, mas sua voz não saía por causa das faixas que tinha sobre a boca.

— “Eu vou lá resolver isso”, ele disse. – Gajeel de alguma forma estava “traduzindo” o que Natsu falava. – “Aqueles malditos do Conselho, vou acabar com eles”, ele disse.

— Natsu, eu sei o que você está sentindo. – Erza falou, chegando perto do Dragon Slayer. – Eu também quero ir lá e ajudar Naruto, mas o Conselho está fazendo a mesma coisa que fez comigo aquela vez. Só estão procurando alguém pra culpar pelos estragos, depois disso ele vai voltar.

Natsu voltou a murmurar debaixo das ataduras.

— “Se não, eu vou lá e vou bater neles”, ele disse. – Gajeel traduziu novamente.

As portas da guilda se abriram naquele momento.

— Onde está o velho? – Laxus perguntou enquanto entrava, também cheio de curativos e faixas pelo corpo. Ele já não tinha o olhar psicótico de ontem no rosto.

Sede do Conselho,

Surpreendentemente, dessa vez os membros do Conselho ficaram em silêncio. Não eram muitas as vezes que eles convidavam pessoalmente uma pessoa para fazer parte de algum cargo.

Naruto, por outro lado, estava imaginando o que deveria responder. Ele sabia que os Magos Santos precisavam comparecer a algumas reuniões ocasionalmente, mas aquilo não importava muito. A julgar pelo que o presidente disse antes, o Conselho estava enfraquecido, e preencher as vagas ajudaria a ortalece-lo.

— Senhor, como Mago Santo o que precisarei fazer? – ele finalmente perguntou.

— Apenas comparecer a algumas reuniões ocasionalmente e defender o Conselho caso seja necessário. Também terá acesso a este local sempre que julgar necessário e terá direito sobre os Cavaleiros Rúnicos, mas este será exercido de forma opcional.

Assentindo com a cabeça, o loiro voltou a pensar. Um cargo como aquele lhe daria acesso a praticamente todo o continente a hora que quisesse. Isso seria útil no futuro.

— Eu aceito, senhor. – Naruto respondeu.

Sorrindo, o presidente do Conselho falou novamente.

— Então, a partir de hoje, o senhor Naruto Uzumaki ocupará o posto de Sétimo Mago Santo. Declaro a audiência encerrada. Podem se retirar. – com isso, todos eles desapareceram em pleno ar.

Eram projeções. Por isso que eu não conseguia sentir as emoções deles. Naruto pensou enquanto se virava e caminhava na direção da porta. Quando enfiou a mão no bolso da calça, ele sentiu alguma coisa do tamanho de uma moeda ali.

— O que é isso? – ele puxou a moeda para fora. Era o símbolo dos Dez Magos Santos.

Magia. Revirando os olhos, o agora Sétimo Mago Santo recomeçou a andar. As portas automaticamente se abriram quando ele chegou perto, provavelmente reagindo ao símbolo.

Alguns minutos caminhando pelos imensos corredores, e ele finalmente chegou ao pátio de entrada. A porta da carruagem já havia sido retirada da parede onde ficara encravada.

— Uzumaki-san! – antes que pudesse sair pelos portões, um grito o fez se virar. Lahar vinha novamente em sua direção, acompanhado novamente por cavaleiros. – Como foi a sessão?

— Muito bem. Eles só me fizeram algumas perguntas e... – Naruto levantou a moeda com o símbolo dos Magos Santos, fazendo o capitão dos Cavaleiros Rúnicos arregalar os olhos.

— Eles te convidaram pessoalmente. Isso é raro. Meus parabéns.

— Agradeço, Lahar-san. Agora preciso voltar antes que algum membro da minha guilda tenha a brilhante ideia de vir atrás de mim e cause uma confusão enorme.

Lahar riu ao ouvir isso. Ele conhecia a reputação da Fairy Tail.

— Certo. Até mais, Uzumaki-san.

— Você pode me chamar só de Naruto, eu não me importo. – Naruto falou. Canalizando poder mágico para seus pés, ele se preparou para usar sua magia. – Até mais.

Uma dúzia de cavaleiros ao redor do pátio e um capitão tiveram que piscar os olhos algumas vezes antes de finalmente perceberem que o mago da Fairy Tail já havia sumido dali.

Quarenta minutos depois,

Pegar um trem em movimento é difícil, mas para alguém que podia correr na velocidade do som era brincadeira de criança. Naruto teve sorte de ainda poder ver a fumaça do trem quando chegou à estação de Era.

Ainda que fosse um meio de transporte lento (comparado com o que ele estava acostumado, pelo menos), era melhor que se perder por aí e acabar a cinco reinos de distância. Aquela audiência devia ter sido mais cansativa do que ele esperava, porque ele pegou no sono no mesmo instante em que deitou num dos bancos de uma cabine vazia.

Naruto reabriu os olhos, mas não estava mais a bordo do trem. Ele agora estava numa caverna imensa, a mesma com que sonhara uma semana atrás. Mas agora ele tinha a impressão de que não era um flashback, pois ele não se lembrava de nada daquilo, nem era minimamente familiar.

O mago encapuzado que o tinha abordado ontem na fronteira de Fiore estava ali, diante de uma gigantesca fera branca. Olhando atentamente, o monstro parecia muito com um dragão, mas era um pouco diferente. Não tinha asas, cauda e nem presas gigantescas, mas tinha uma carapaça branca que dava a impressão de ser muito mais dura que qualquer escama. As poucas partes expostas de seu corpo eram de uma coloração roxa. Seus olhos brilhavam num tom rosado.

Mas o pior de tudo era o tamanho colossal daquele monstro. Era muito maior que um dos dragões descritos nas lendas. Naruto teve a impressão de que a besta era muito maior do que ele tinha visto no sonho anterior. Ele então ouviu o mago falando.

— Só mais um pouco e você estará livre. Só mais um pouco pra você atravessar essa barreira que te prende. Não se preocupe, eu vou te ajudar.

Por um segundo assustador, Naruto viu a fera olhar diretamente em seus olhos antes que um imenso rugido, que fez chacoalhar toda a caverna, o despertasse.

Naruto saltou do banco em que estava deitado. O trem tremia violentamente, o que o fez se segurar numa das paredes para não cair. Do lado de fora, as pessoas na estação de Magnolia cambaleavam, algumas caíam no chão. E o tremor subitamente passou.

Já cheguei... o que foi aquilo? Esse tremor foi por causa do monstro no sonho? Ele pensou enquanto caminhava para fora do trem. Não, foi coincidência. Não tem como ter causado um tremor desses só com um rugido.

Pela primeira vez em muito tempo, Naruto resolveu não usar sua magia para atravessar a cidade em um piscar de olhos. Ao invés, o loiro simplesmente caminhou pelas ruas de Magnolia, ocasionalmente cumprimentando alguém que o reconhecia como um mago da Fairy Tail. Numa esquina, três garotos brincavam com os bonecos vendidos na guilda – um deles segurava um boneco igual a Naruto, o que fez o loiro sorrir.

Enquanto andava, ele tirou do bolso a moeda com o símbolo dos Dez Magos Santos e começou a atirá-la para cima. Agora que sou um Mago Santo, preciso achar uma roupa legal pra usar. Tipo o manto que o meu pai usava.

— Ei, você é um mago da Fairy Tail, né? – alguém perguntou do lado dele. Naruto se virou e viu um homem e um menino. – Você é que fez aquela raposa gigante ontem.

— Sim, desculpe por aquilo. Não sabia que ia danificar a cidade daquela distância.

O homem sorriu.  O menino simplesmente o encarava com os olhos arregalados e sem dizer nada.

— Não tem problema, você salvou a gente daquela cobra. Você pode dar um autógrafo pro meu filho?

— Claro. – Naruto sorriu, enfiando novamente a moeda no bolso. – Você tem algo pra eu assinar?

O homem repentinamente arregalou os olhos e falou, meio sem jeito:

— Não. Acabei me esquecendo disso.

— Tudo bem. Um segundo. – sorrindo, Naruto desapareceu dali, fazendo os dois arregalarem os olhos novamente. Um segundo depois ele apareceu novamente com uma caneta. – Desculpe, não consegui achar papel. – ele desamarrou a faixa preta de pano que tinha na testa e escreveu nela. A caneta devia ser mágica, porque a tinta brilhou um pouco antes de escrever na cor laranja Naruto Uzumaki. – Aqui. – ele entregou a faixa para o menino.

— Obrigado! – o garoto pegou a faixa e a amarrou na testa.

— Obrigado. – o homem agradeceu também.

— Não foi nada. Preciso ir agora. – endireitando o corpo, Naruto voltou a caminhar. Alguns minutos depois ele finalmente estava na frente do portão da Fairy Tail.

Antes de entrar, ele sentiu alguém se aproximando por trás e se virou. Era Laxus, o neto de Makarov.

— Laxus-san? – Naruto perguntou, analisando-o rapidamente com o olhar. Ele estava bastante ferido, e aparentemente não tinha nenhuma intenção ruim.

— Naruto, talvez você não se lembre disso, mas uma vez você me disse que eu ia ficar muito mais forte que o vovô. – ele começou a falar. – Mas que pra isso eu precisava proteger a guilda. Mas Orochimaru... eu fui idiota. Acabei caindo na lábia dele.

— Está tudo bem. – Naruto sorriu. – Você não é o primeiro e nem vai ser o último, eu sei muito bem quão persuasiva aquela cobra pode ser. Não é culpa sua.

— A culpa é minha, a decisão foi minha. – Laxus respondeu. – O vovô me excomungou da guilda, eu só queria falar com você outra vez antes de ir. E te agradecer por aquilo. Eu tentei lutar com Orochimaru uma vez, mas nem consegui tocar ele. Depois de te ver ontem... agora eu entendo o que você estava falando. Obrigado.

Naruto sabia o quão difícil devia ter sido para o mestre excomungar seu próprio neto, mas naquele momento sua vontade era de invadir a enfermaria e exigir que Makarov desfizesse aquilo. Mas ele também sabia que era o que precisava ser feito, pelo menos por enquanto. Nem o próprio Laxus parecia pensar que seu avô tinha feito uma decisão errada.

— De nada Laxus. – Naruto sorriu novamente, colocando o punho um pouco à frente. – Se cuida, um dia eu e você vamos lutar. Fique mais forte até lá. E não se preocupe, eu tenho certeza de que um dia o mestre vai te aceitar outra vez na guilda. Isso não é pra sempre.

Laxus se lembrava daquele mesmo gesto mais de dez anos atrás. Ele bateu o punho contra o de Naruto e se virou.

— Obrigado. Até mais Naruto.

Quando Laxus já havia se afastado um pouco, Naruto suspirou e se virou.

— Hora de entrar...

No momento em que Naruto entrou pela porta – o pátio estava estranhamente vazio –, foi recebido por uma onda de perguntas enquanto os membros da guilda formavam um círculo ao seu redor, tentando descobrir o que tinha acontecido.

— Gente, relaxa. O Conselho só queria saber o que tinha acontecido ontem e achar alguém pra culpar por aquilo. Eu expliquei pra eles sobre Orochimaru e tudo mais, já está tudo resolvido.

— Eu falei. – Erza revirou os olhos e olhou na direção de Natsu, mas o Dragon Slayer já não estava onde deveria. Ela suspirou, já tendo uma ideia de onde ele tinha ido.

— Ahn? O que você quer? – Naruto perguntou quando Natsu parou bem na frente dele, apontando o dedo.

— Mhhghaniegmph! – ele tentou falar com as faixas por cima da boca. – Priephmghphiegmhoe!

— “Ontem você lutou com aquele tal de Orochimaru e venceu.” – Gajeel começou a traduzir. – “Mas ainda precisa me vencer. Eu, você, agora. Lute comigo, Naruto!”, ele disse.

Um suspiro coletivo chamou a atenção dos dois. Natsu imediatamente se virou, apontando o dedo.

— Mghmaaaphemopph!

— “Eu desafio qualquer um aqui!”.

Naruto simplesmente riu e caminhou na direção do balcão, ignorando o desafio de Natsu. Ele ainda estava pensando na melhor forma de dizer pra todo mundo que ele tinha se tornado um dos Dez Magos Santos.

— Bem-vindo de volta Naruto. – Mira sorriu enquanto limpava o balcão. – Quer pedir algo?

— Uma tigela de ramen, por favor.

— Saindo em um segundo. – Mirajane endireitou o corpo e entrou pela porta da cozinha.

A essa altura a guilda já tinha voltado ao que habitualmente era. Os membros conversavam e riam em voz alta. Natsu, por outro lado, não parecia nada satisfeito. Com uma expressão irritada (o que era meio difícil de determinar, considerando as faixas cobrindo seu rosto), ele caminhou até o balcão.

— Mgghghppphmmepthaaamoehh!

— “Não me ignore, lute comigo!”.

— Natsu, você não está em condições de lutar agora. – Naruto revirou os olhos e sorriu quando Mira colocou uma tigela de ramen sobre o balcão. – Obrigado Mira.

— Não foi n--...

— Nahhshspphhmhhppp! – O punho não engessado de Natsu pegou fogo e ele deu um soco em Naruto. – Khhhhp nhh Tkhhnn!

— “Larga isso e me enfrente!” – Gajeel continuava traduzindo de longe. – “Karyuu no Tekken!”.

Por reflexo, Naruto moveu a cabeça e o soco de Natsu acabou acertando o balcão. A tigela de ramen não teve tanta sorte e se espatifou na parede, espalhando macarrão.

Pela primeira vez em sua vida Natsu sentiu a vida passar diante de seus olhos quando Naruto lentamente virou a cabeça na direção dele. Um segundo depois o teto da guilda quebrou e Natsu estava voando do outro lado da cidade enquanto os outros membros observavam a cena com os olhos arregalados.

Como se nada tivesse acontecido, Naruto sorriu e voltou o olhar para Mirajane novamente.

— Outra tigela por favor, Mira.


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Notas finais do capítulo

Como disse, eu recebi tanta inspiração pra essa história que me surpreendeu muito. Fazia um tempo que não conseguia pensar em nada pra ela, mas as ideias agora estão simplesmente aparecendo enquanto escrevo. Acho que precisava daquelas férias mais do que eu pensava. Enfim, como a maioria dos que comentaram aparentemente gostam de capítulos grandes, vou tentar fazer com mais de 3.000 palavras a partir de agora. Obrigado a todos. Até mais.



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