Fairy Tail Demon Fox escrita por Okami


Capítulo 2
Capítulo 2. Akane Resort


Notas iniciais do capítulo

Obrigado pelos comentários. Eu gostei da ideia que eu tive pra fazer essa história, então é bom saber que outras pessoas gostaram do primeiro capítulo. De qualquer forma, aqui está o segundo.



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– Cara, como você... – Gray murmurou, pondo a mão na frente do rosto para evitar ser atingido por um pedaço de bolo.

A cada segundo que passava, um tipo comida diferente simplesmente parecia surgir na cama em que Naruto estava sentado. Ele tinha ficado inconsciente por apenas algumas horas, mas no momento em que acordou, ele começou a comer e não parou mais. Isso foi duas horas atrás.

– E... Eu... – o loiro conseguiu falar enquanto engolia os alimentos. Bolos, tortas, queijos, as coisas pareciam simplesmente surgir em sua mão e entrar na boca. – Eu... é por causa... da minha magia. – ele parou de comer.

– V-Você não pode, sabe... – Lucy murmurou. – Parar um pouco?

Natsu, por outro lado, tentava competir com Naruto enquanto comia o mais rápido possível. Erza riu baixinho enquanto comia uma fatia de bolo.

– Falar é fácil. – respondeu o loiro. – Eu fiquei sem comer por quase quinze anos.

– Eu sei, mas... comer tão rápido vai te fazer vomitar.

Naruto riu, engolindo outro pedaço de bolo.

– De jeito nenhum. Veja bem, – ele se endireitou, limpando as migalhas em suas roupas com as mãos. – Uma das minhas magias se chama Flash Magic. Essa magia me faz correr muito, muito rápido. Pode parecer incrível, mas eu tenho que comer muito mais que uma pessoa normal. – ele apanhou um pedaço de torta e o engoliu. – Ontem eu usei minha magia sem ter comido nada em mais de dez anos, por isso eu desmaiei.

– Então foi assim que você reverteu aquele fluxo mágico... – disse Erza. – Foi você que criou aquele turbilhão, não foi?

Naruto assentiu com a cabeça e pegou um baguete, que pareceu simplesmente sumir um segundo antes de lhe tocar os lábios.

– Você é um monstro. – murmurou Gray. – Se esse tal de Jellal venceu Erza. Erza. Tão facilmente, e você o derrotou dessa forma...

– Hã? Ele era forte assim? – Naruto sacudiu a cabeça. – Eu estava quase sem poder mágico, não me pareceu que ele era tão poderoso. Apesar de aquele Abyss Break ter me surpreendido um pouco.

– De qualquer forma, Naruto-san. – Erza terminou de comer a fatia de bolo e colocou o prato sobre a cômoda. – O que você estava fazendo lá na torre?

Ele parou de falar e franziu a testa, fixando os olhos no teto.

– Eu... – Naruto suspirou. – Não sei. Minhas memórias ainda estão confusas. Eu acho que eu fui até lá procurar alguém... minha... filha?... Não me lembro de nada além disso.

– Entendo.

– Naru-... – Natsu engasgou com a comida. – M-Merda... – ele tossiu, cuspindo um pedaço de carne. – Naruto! Lute comigo!

– Hã? – o loiro olhou-o curiosamente.

Lucy e Erza suspiraram.

– Seu cérebro queimou, idiota? – perguntou Gray.

– Quem você está chamando de idiota, cubo de gelo?

Naruto revirou os olhos e voltou a comer.

As horas passaram rápido. Tendo passado o dia todo simplesmente caminhando pelo Akane Resort – uma cidade turística consideravelmente grande, com um hotel cinco estrelas, um parque de diversões, cassinos e uma praia – as horas pareciam voar, e antes que eles percebessem, já começava a escurecer.

– Cara, a comida aqui é tão boa. – Naruto murmurou. – Estou cheio.

– Você passou o dia todo comendo e só agora está cheio? – perguntou Lucy, como se fizesse força para não vomitar.

– Eu já disse que eu preciso comer muito mais que uma pessoa. – respondeu o loiro.

Eles estavam simplesmente caminhando pelo parque de diversões. Natsu e Gray estavam correndo pelo parque, aceitando qualquer competição que viam pela frente, e Erza tinha saído com seus amigos da Torre do Céu. Naruto suspirou: ele ainda tinha essa sensação, como se devesse se lembrar dela, mas como se tivesse alguma coisa bloqueando sua memória.

– Sim, mas ainda assim... é nojento.

– Acho que sim. Ei, vocês falaram que eram membros de uma... guilda... – ele fez uma pausa, como se quisesse se certificar de que havia pronunciado a palavra corretamente. – Não?

– Sim. Somos magos da Fairy Tail, a guilda mais forte! – Lucy levantou a mão, mostrando a marca rosa.

– Fairy Tail...? – Naruto murmurou. – Esse nome... eu tenho certeza de que me lembro desse nome.

Ele parou de caminhar e fixou os olhos azuis no céu escuro. Seu cabelo loiro chegava quase na altura dos ombros. Apesar de ter quarenta e cinco anos, ele tinha a aparência de uma pessoa no início da casa dos trinta. Uma faixa preta de pano estava amarrada ao redor de sua testa – Naruto não se lembrava do motivo de usar aquilo, mas simplesmente não queria tirar.

– Você quer vir com a gente? – perguntou a garota. – O mestre talvez possa te ajudar.

– Você acha? – um olhar esperançoso cruzou seu rosto.

– Claro. – ela sorriu.

Naruto sorriu.

– Obrigado, Lucy. Talvez eu faça isso. Vamos voltar?

Três dias depois, Naruto estava reunido com Simon na praia de Akane Resort. Enquanto Erza conversava com Shou, Millianna e Wally, Naruto e Simon conversavam a alguns metros de distância.

– Então Simon, o que você quer falar? – perguntou Naruto.

O homem se escorou contra uma árvore e olhou para o céu, suspirando.

– Eu... me desculpe, Naruto-san.

– Eu já disse que você não precisa me chamar assim. Só Naruto já é bom. – disse o loiro. – De qualquer forma, por que você está pedindo desculpas?

– É que... – Simon suspirou e se remexeu. – É culpa minha. Você estava preso lá... nós sabíamos disso. Mas Jellal não deixava ninguém chegar perto da porta.

Naruto ficou em silêncio, fixando-o com o olhar. Simon se remexeu novamente e continuou falando.

– Ele disse que você ia ser usado para energizar a torre, mas era muito... instável... e não podíamos correr o risco de você se soltar. – ele parou por alguns segundos, nervoso. – Eu queria ter ajudado, mas ele nunca nos deixou ver o que tinha exatamente lá dentro.

– Espera aí, eles iam me usar de bateria pra torre? – Naruto perguntou.

Simon assentiu com a cabeça, nervoso.

– Isso é a coisa mais idiota que eu já ouvi, aqueles lacrimas nunca conseguiriam armazenar toda a minha energia. Mesmo se conseguissem só o necessário, eu teria muito mais que o bastante para fugir.

– Naruto, aquela torre tinha capacidade para armazenar 2.7 bilhões de edeas. Isso é equivalente a um disparo do Etherion.

– Você não entendeu, não é? O problema era que, mesmo com essa capacidade de armazenamento, ia demorar muito pra reunir cristais o suficiente para armazenar mais de metade do meu poder mágico. – disse Naruto. – Agora eu entendi. O Etherion foi uma solução alternativa, eles planejavam usar o meu yōki para energizar a torre.

Simon arregalou os olhos e cambaleou, mas Naruto rapidamente o segurou para impedi-lo de cair.

– O-Obrigado. – agradeceu. – Você quer dizer que você tem mais poder mágico que 2.7 bilhões de edeas? Naruto, isso é...

Antes que ele terminasse de falar, tudo ao redor dele pareceu sumir no meio de um oceano de energia mágica. Sua visão ficou turva, e repentinamente Simon se viu obrigado a cair de joelhos no chão, apoiando as mãos sobre a areia. Então, tudo mudou e ele estava numa vastidão imensa, tão grande que ele nem ao menos conseguia sentir toda aquela energia. A energia laranja se aglomerava no meio daquela escuridão, formando globos tão grandes que pareciam milhares de sóis espalhados ao redor dele.

Um segundo depois, sua visão voltou ao normal. Ele estava encarando fixamente a areia, respirando num ritmo tão acelerado que não conseguia falar.

– Desculpe por isso. – disse Naruto, ajudando-o a se levantar.

Simon cambaleou para trás e se escorou contra a árvore.

– V-VV... Vo... Voc... – por alguns segundos, ele parou de falar e respirou, tentando se acalmar. – Você... como... isso devia ser...

– Impossível. – completou Naruto. – Eu sei. Estou confuso também, mas minhas memórias ficam... oscilando... aleatoriamente quando eu vejo ou ouço algo familiar.

– Isso... mas ainda assim... – Simon murmurou. – Nem todos os magos no continente trabalhando em conjunto conseguiriam produzir 2.7 bilhões de edeas mágicas. Pra... – ele engoliu em seco. – Pra alguém... ter tanto poder mágico assim sozinho... seu corpo deveria ser desintegrado em menos de um attossegundo... mas você...

– Eu sou um Devil Slayer, Simon. – disse Naruto. – É... parecido com o que o Natsu falou sobre ele ser um Dragon Slayer. A fisiologia dele... se eu entendi direito... é parcialmente a de um dragão. – ele fez uma pausa. – Isso significa que a minha é, provavelmente, em parte a de um demônio. Isso deve explicar o motivo de meu corpo aguentar tanta energia.

– Você foi... treinado por um demônio?

– Não sei. Não consigo me lembrar.

– Simon! Naruto! – Erza gritou para eles de longe.

Eles olharam na direção em que Erza e os outros estavam. Ela acenava com a mão.

– Acho que ela está nos chamando pra ir até lá. – disse Simon.

– Provavelmente.

Simon moveu o pé, mas no segundo seguinte estava na frente de Erza. Naruto já estava deitado na areia a alguns metros deles, olhando para o céu.

– O que você queria? – perguntou o loiro, parecendo simplesmente surgir ao lado da ruiva.

Ela deu um pulo, rapidamente afastando-se.

– D-Droga, não faça isso! – Erza gritou.

– Desculpe, eu não resisti.

Mas a voz não vinha mais do lado dela: Naruto agora estava entre Shou e Millianna, com os braços ao redor de seus ombros.

– De qualquer forma, o que você queria?

Ignorando o grito de susto dos dois, Naruto reapareceu ao lado de Erza.

– Eu... ah, certo. – ela sacudiu a cabeça. – Eu convidei eles para entrarem na Fairy Tail.

Naruto olhou mais atentamente para Millianna, Shou e Wally. Eles tinham feito amizade nos últimos dias, embora não conversassem muito.

– Vocês vão entrar na Fairy Tail?

Shou encarou-o com uma expressão nervosa. Por sorte, Erza falou nesse momento, sem perceber a tensão.

– Então, eu queria saber se você e Simon vão entrar também.

– Não sei. – disse Naruto, ainda olhando para Shou. – Eu vou ir com vocês, mas não sei se vou me tornar membro.

– Se eles entrarem, eu entro também. – disse Simon.

Tanto Naruto quanto Erza olharam repentinamente para o mar, na direção onde antes existia a Torre do Céu.

– Ele... – Naruto murmurou, mas rapidamente chacoalhou a cabeça. – Vamos voltar, estou morrendo de fome.

O dia pareceu voar, assim como todos os dias no Akane Resort pareciam ser. Sempre tinha algo pra fazer, um lugar pra ir. No jantar, todos eles estavam reunidos na mesa. Erza se sentou à cabeceira da mesa, rindo enquanto os outros conversavam e comiam. Natsu agarrou uma tocha e sugou as chamas como se fosse espaguete, enquanto Shou torcia e Lucy tentava fazê-lo parar de destruir as coisas. Gray dormia sobre a mesa, sem camisa. Wally e Simon riam de Naruto, que parecia literalmente beber todos os alimentos na mesa.

Quando eles acabaram de comer, Naruto simplesmente desapareceu do hotel.

– Ei! Esperem! Parem! – um vendedor gritou.

Shou, Millianna e Wally corriam o mais rápido que podiam entre as pessoas no parque de diversões. Um pequeno bolo de dinheiro pareceu simplesmente se materializar na frente do vendedor.

Em alguns minutos, os três chegaram à praia, mas foram surpreendidos por Simon e Naruto.

– V-Vocês já estavam esperando a gente? – perguntou Shou, nervoso.

– Mas é claro. – disse Naruto.

– Olhe, vocês não podem nos impedir, nós--! – exclamou Wally, mas acabou sendo interrompido.

– Vocês! – Erza gritou.

– Ah, oi. – Naruto cumprimentou-a alegremente. Levou cerca de um segundo para eles perceberem que o loiro já estava do lado de Erza.

Ela tropeçou e cambaleou para frente, mas Naruto agarrou-a antes que pudesse cair.

– Que droga, pare de fazer isso. – ela suspirou antes de voltar o olhar para Shou, Millianna e Wally. – Vocês...

– Ah, droga. – disse Wally. – S-Se vocês forem tentar nos impedir, não se incomodem! Já tomamos nossa decisão e não voltaremos atrás!

– Ele está certo. Eles não vão desistir. – disse Naruto.

Shou sorriu para ele.

– Exatamente. Passamos a nossa vida inteira na torre... – ele parou de falar. – Agora estamos tentando dar nossos primeiros passos no mundo exterior.

– Erza... – Naruto tocou-a no ombro. – Deixe-os. Eu entendo muito bem como eles se sentem.

Ela acenou com a cabeça, desviando o olhar para o chão.

– Não queremos continuar dependendo de outras pessoas por toda a vida... – disse Shou. – E não queremos viver pelo bem de ninguém, também. Queremos viver nossas vidas por nossa conta... – ele cerrou os punhos. – Buscar as coisas que realmente queremos fazer!

Naruto revirou os olhos.

– Prefiro não me envolver nisso mais ainda, vou comer alguma coisa.

Alguns dias depois,

– Uou, faz tempo que eu não viajo num desses. – disse Naruto.

Eles entraram numa das cabines do trem. Naruto se sentou numa das poltronas, entre Gray e Erza, enquanto Natsu e Lucy dividiam a outra. Simon havia partido junto com os outros: Shou, Millianna e Wally.

– Eu não imagino por que você precisaria, sabe – murmurou Gray. – Quer dizer, você pode simplesmente correr daqui até Magnolia.

Ele desviou o olhar para o mago de gelo, olhando-o confuso.

– Não é tão simples assim... – momentaneamente, ele parou de falar. – Meu senso de direção é terrível. Eu tentaria ir em linha reta daqui até Magnolia, mas eu poderia acabar na Torre do Céu sem nem perceber.

– Ugh... – Natsu gemeu.

– De qualquer forma... – Naruto ignorou-o. – Será que não existe comida nesse trem?


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Notas finais do capítulo

Quem estiver achando que tem a mínima possibilidade de eu escrever um "Naruto x Lucy" ou um "Naruto x Erza", espere sentado. Aquela foi apenas uma cena pra preencher o capítulo e, ao mesmo tempo, fortalecer os laços entre o Naruto e os outros personagens (não ia ter sentido ele simplesmente aparecer e fazer amizade com eles, então vou trabalhar bastante isso nos capítulos iniciais). Ao mesmo tempo, eu quero começar logo o Festival da Colheita e escrever uma luta "Naruto vs. Laxus" (isso é algo que, definitivamente, eu quero fazer). Desculpem o final, mas eu sou horrível escrevendo cenas sentimentais.

Mais uma vez, obrigado pela leitura e por favor deixe um comentário. :P



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