Percy's POV

Meu corpo estava colado com o de Amber. Isso lembrou-me de uma antiga e longínqua festa que teve aqui na Ilha. Eu estava do mesmo jeito que estou agora. Nós dançávamos ao som da música lenta que tocava e quando o DJ alternava para uma mais dançante, ela se virava e virávamos loucos na pista de dança.
— Como nos velhos tempos, não? - Amber se vira para mim quando começa a tocar Applause da Lady Gaga. - Eu estava pensando nessa música hoje...
— Como nos velhos tempos. - Eu afirmo e recebo um sorriso dela.
Eu a puxo para mim pela cintura e a olho nos olhos:
— Eu te amo... Você sabe disso né? - questiono arqueando a sobrancelha.
— Eu te amo. E sim, sei. - Ela responde-me e completa com um beijo.
Matthew's POV

Audrey e eu estávamos sentados em uma mesa preparada particularmente para os Líderes. Sobretudo, apenas dois dos Líderes estavam sentadas nela. O resto estava possivelmente dançando, largando eu e Audrey sozinhos novamente.
— Quer comer algo, vida? - pergunto-lhe e foco seus olhos totalmente
brancos.
— Não... Estou sem fome no momento. - Ela responde e me olha. - Por
que não vamos dançar? Já sabemos que ninguém virá aqui!
— Você está a fim de dançar? - pergunto e ela nega como resposta. - Então quer fazer o quê?
— Não sei... Estou com sono e não consigo pensar em nada!
Eu a foco por um tempo até que lembro de uma das coisas preferidas
dela: Voar. Audrey podia até ter medo, mas, comigo, era o contrário.
— Vem comigo! - Eu exclamo e a puxo até a saída dos fundos do salão.
Entrelaço meus braços em sua barriga e a olho.
— Voar?
— Voar! - Dou um impulso com meus pés e ganho altitude em alguns segundos.

Audrey berra de felicidade e ri. Eu adorava sua risada e com isso,
sorri e presenciei o momento em que a Voz - minha Voz - abriu os
braços e nós voamos pela noite, vagando pela Ilha.
Damon's POV

— Para de brigar comigo, Kathe! - Eu ordeno, mais como um pedido, cansado de ouvir Kathe discutindo por coisas bobas.
— Damon isso já está me irritando!
— O que está de irritando?!
— Essas meninas ficarem te olhando! Elas mau sangram pela região pubiana e já querem tirar você de mim!
— A culpa não é minha se sou bonito! - Seguro a risada com seu comentário.
Ela bufa e eu me aproximo e a abraço:
— Tem um quartinho bem ali. Quer ir lá? - pergunto.
Kathe me olha e abre um sorriso safado e assente. Eu sorrio e a levo
para o quartinho.
[...]

Se você pensou coisa errada dentro do quartinho, pensou errado. Na verdade eu e ela estamos jogando videogame e comendo bobeiras. Ela briga instantaneamente comigo quando faço algo errado, mas, vou fazer o quê? Eu a amo. E obviamente damos uma pausa e nos agarramos.
— Você me rodou! - Ela exclama com raiva.
— Corrida é corrida! - Eu não tiro o olhar da TV.
Kathe larga o controle e pula em cima de mim. Ela me olha nos olhos
e me beija. Eu, como adorava aquilo - não pense em algo como Cinquenta tons de cinza - retribuo e largo o controle.
Mandy's POV

Paro ofegante em uma parede e começo a rir incansavelmente. Mapolo para em minha frente e ri feito louco.
— Por que fez aquilo?! - Eu o questiono e tento parar de rir, antes
que meus pulmões parem de funcionar.
— Aquela velha é muito chata! - Ele responde e ao lembrar do que fizemos
com a diretora da Área 106, volta a rir. - Foi bom te ver novamente, Mandy.
— Nós nunca nos vimos, Mapolo!
— No avião sim!
— Mas foi no avião. Creio que só conversamos por WhatsApp.
Mapolo apenas ri desta vez e coloca sua mão em meu rosto. Sua mão
estava coberta por uma luva, a qual terminava na metade de seus dedos.
Deixando o resto não coberto, exposto.
— Eu te adoro, Mandy. - Ele me diz e sinto seus lábios colarem nos
meus. Um beijo retribuído com sucesso.
[...]
Maya's POV

Eu me obrigo a não andar mais. Precisava falar logo com eles e contar que eu estava... Bem... Que eu estava sim espionando eles. Mas, tudo isso é porquê eles tinham um cachorro com olhos azuis piscina. E
talvez chamou-me bastante a atenção.
— Sim? - Viro-me e os foco nos olhos pela primeira vez.
— Desculpe perguntar mas você...
— O tia Delta você estava espionando a gente? - O outro interrompe.
— Elite! Cara seja educado.
— Te amo, Waven!
— Vá se fu***!
— Que agressividade...
Rio com a cena e respondo:
— Sim estava. Desculpe. O cachorro de vocês me chamou a atenção. - Eu
disse que iria usar o cachorro em minha defesa.
— Tudo bem... Eu me chamo Waven. E esse aqui é o Elite. Acho que já
sabemos seu nome. Maya, não é?
— Isso mesmo... - Sorrio. - Waven? Nome estranho não?
— É..
— E aí, gata! Sou o Elite! O "ex-filho" de
Ares, o tio Mestre das Batatas!
— Mestre das Batatas? - Rio e Waven dá um tapa no braço do amigo.
— Ai, ai!
Waven revira os olhos e me olha, oferecendo o braço:
— Venha. Vou te levar para ver o Cachorro-Dos-Olhos-Azuis-Piscina.
[...]

Quando chegamos na Área 106, descubro que Waven e Elite dormem juntos, no mesmo quarto, e escondem o cachorro lá dentro. Creio que seja proibido a entrada de cachorros lá... Ou que talvez eles pensem que é proibido.
— Quarto 2.914. - diz Waven e abre a porta de seu quarto. Um quarto
bagunçado, aliás, estamos falando de dois garotos que dormem com um
cachorro.
— Seja bem-vinda! Não ligue para a bagunça. Amém. - Elite adentra o
quarto e dá uma ajeitada na cama. - Como é bom estar de volta.
— Nunca conheci essa parte da Área 106. - admito e olho os dois videogames que estavam em cima da bancada: um Playstation 3 e o Playstation 4.
— Esse é o lado em que muitos dizem ser o orfanato, mas, como era de
se esperar, ninguém adota. É melhor assim. - Waven explica e se senta
em sua cama. - Ás vezes é bom não ter pais.
— Sei como é isso. - Eu me sento em uma poltrona.
— Ish moça! "Cê" não tem pais não? - pergunta Elite e me olha, assim
como Waven.
— Não... Tirando Poseidon não conheço minha mãe. - Sorrio e faço carinho
em Gus, o Husky.
— Ish! Poseidon é muito chato. Se acha o Mrs. Toallet aquele cara lá!
Vamos Gus! Quero fazer algumas coisinhas contigo lá no quartinho! - Elite começa a rir de modo engraçado e vai com Gus até um pequeno armário e antes de entrar, olha eu e Waven. - Tentem não ter um filho! - Ele fecha a porta.
— O que ele vai fazer com o cachorro? - pergunto um tanto assustada.
— Só alimentar. Fica tranquila. Ele não é tão louco assim. - Ele me
lança um sorriso carinhoso e eu retribuo.
Nós ficamos em profundo silêncio. Um olha o outro e posteriormente o chão. Ambos envolvidos em quatro paredes e um louco com um cachorro no quartinho.
— FALEM ALGUMA COISA PORR*! - berra Elite lá de dentro.
Após alguns minutos eu quebro o silêncio:
— Você joga? - pergunto e olho os videogames.
— Sim! Quer jogar?
— Tem Grand Theft Auto V? - pergunto e arqueio a sobrancelha para ele.
— Claro que tenho! Senta aí! - Ele pega um aparelho que permite a conversação com outras pessoas no modo Online do jogo.
— O que acontece se alguém perguntar de onde você é?
— Eu normalmente falo que sou da Coreia do Sul ou da Croácia. - Ele
responde rindo.
— Assim nunca te acharão, não é?
— Exatamente!
— SE COMAM! - Elite berra novamente.
— CALA A BOCA! - retruca Waven.
Eu rio e o filho de Apolo me olha e eu olho ele. Voltamos novamente
a uma troca de olhares.
[...]

Voltamos para a festa depois de meia hora. Mesmo Elite querendo alguma coisa entre eu e o filho de Apolo, não rolou nada além de troca de olhares, sorrisos, risos e tiroteio no jogo.

Meus pés tocam a pista de dança e meu olhar vagueia pela a mesma,
reconhecendo os corpos. Eu vejo duas pessoas. Ambas com uma idade
mínima de 14 anos: Mandy e ,Mapolo. Eles estavam se beijando no centro
da pista: Ao lado de Percy. A Água olhou para o lado e ao ver, apenas
continuou dançando com um sorriso nos lábios. Como assim? Percy não
ligou? Cadê o ciúmes?
— Percy! - Eu o chamo. - Você não está vendo Mapolo e Mandy se beijarem?
— Sim... Estou vendo, e daí?
— Não está com ciúmes?!
— Amber me mostrou que não devo ter mais ciúmes. - Ele olha Amber
sorrindo.
— Está bêbado né? - Eu franzo o cenho.
— Não, Maya. Não está. - Amber sorri para mim e puxa Percy para comerem.

Sinto que fiquei estática e meu olhar se encontra com o de Mandy.
Sobretudo, apenas saio andando. Ouço passos atrás de mim e me viro:
— Então quer dizer que ele não tem mais ciúmes? - Dou de cara com Mandy e Mapolo.
— Por que não me contaram? - Eu digo e ignoro sua pergunta.
— Só tínhamos conversado por mensagem. Nem sabíamos se realmente ia
dar certo. - explica Mandy.
— Poderia ter deixado eu ler as suas mensagens.
— Era perigoso! Percy não podia saber! - Ela se defende.
— Pare de esconder as coisas de mim, tá legal? - Eu peço quando a Luz
murmura um pedido de desculpas ao me abraçar.
Mapolo e Mandy assentem e eu saio andando.
— Aonde vai? - pergunta Mapolo.
Em resposta apenas dou de ombros.
[...]

Caso você esteja se perguntando aonde estou, irei responder-lhe.
Eu voltei para a Área 106 e neste momento estou com Elite e Waven,
além de Gus, comendo pipoca e discutindo sobre coisas inúteis. Mas,
noto o olhar de Waven em mim e eu o olho.
Bryan's POV

Gostaria de poder fugir daqui. Não gostava de festas. Preferia estar
consertando algo quebrado ou talvez construindo. Poderia estar
com Mandy, sobretudo ela achou seu par e isso fez com que eu ficasse
mais feliz por ela.

Me retiro da festa com passos longos e sento em um muro, observando
as chamas se criarem na palma da minha mão e aquecer meu rosto.
— Olá... - Uma silhueta senta ao meu lado e eu desfaço o fogo e o
olho: um menino.
— Olá...
— Se chama Bryan, não é? - Eu assenti em resposta. - Sou Logan. Te vi
na festa. Você me parece bem quieto.
— Sou tímido... Um pouco.
Ele ri e diz, me olhando:
— Tímido pelo fato de estar numa festa sozinho ou pelo fato de ser um
cara bonito?
O.K... Agora sim eu estou queimando por dentro, mas, eu rio também, já
olhando ele:
— Você também é um cara bonito... Eu acho que é assim que se fala, não?
— Se você está dizendo... Deve estar certo, Bryan.
— Você é um "ex-filho" de Afrodite, não é?
Ele assente e pergunta:
— Como adivinhou?
— Filhos de Afrodite têm essa magia de conquistar qualquer um.
Ele franze as sobrancelhas e diz, rindo:
— Não estou usando charme em minha voz. Eu... Gostei de você.
Eu estremeço e sinto meus olhos se arregalarem.
— O que disse...?
O filho, ou "ex-filho", de Afrodite se aproxima e põe a mão em minha
nuca e gruda seus lábios nos meus.
Nós estávamos nos beijando.
E eu estava feliz com isso.
[...]
Narradora's POV

Os nove estavam felizes naquele dia. Mas, não estavam em uma festa, dançando. Eles estavam sendo eles mesmo. Sendo as pessoas que eles são por trás da narrativa.

E eles estavam felizes com aquilo.