Narradora's POV
O jantar foi servido. Não tinha pizza, infelizmente. Muito menos feijoada pra felicidade de Bryan. A revelação de Bryan estava perto. Amber olhava Bryan fixamente e ele mal tocava a comida.
– Está tudo bem Bryan? - pergunta Matthew notando sua rejeição para a
comida em seu prato.
Ele apenas assente.
– Acho que ele preferia feijoada... - comenta Audrey.
Maya e Mandy se entreolham e posteriormente olham Bryan.
– Isso não vai dar certo... - diz Mandy, baixo, para que apenas Maya,
que está ao seu lado, ouvisse.
– Não vai mesmo. Ele está com as mãos trêmulas. - diz Maya fazendo o
mesmo para que apenas Mandy ouvisse.
Só que as duas esqueceram que a Voz estava sentada na mesa, e que a mesma, ouvia qualquer coisa. Mesmo num sussurro.
– O que não vai dar certo? - pergunta Audrey levando o garfo a boca.
– Ah... N... Nada não. - mente Maya.
– Na verdade tem sim. - Amber lidera e segura a mão de Bryan. - Bryan
precisa contar uma coisa para vocês...
– Sabia... - Kathe estreita os olhos. - Diga Bryan.
Agora é um bom momento para se colocar no lugar de Bryan. Ele sente
seu coração disparar. Sua garganta secar. Seus pulmões puxarem ar
com mais intensidade. Por sorte não sentiu seus órgãos pararem de funcionar.
– Ah... E...Eu... - Ele se interrompe rapidamente, como se estivesse
ficado sem falas.
– Diga Bryan... - diz Amber e acaricia sua mão com o polegar.
– Eu... S...s... - Ele novamente não completa.
Os olhos de Bryan se fecham. Uma escuridão toma conta do seu olhar.
Ouve exclamações do tipo "Bryan!". Mas, no final, ele desmaia.
[...]
– Ele desmaiou com medo de nos dizer aquilo? - pergunta Kathe um
tanto atordoada com a revelação.
Bryan foi levado para o hospital as pressas. Agora, os oito esperavam,
pacientemente na Sala de Espera alguma notícia do médico.
– Sim... É difícil. Ponham-se no lugar dele. - diz Amber.
– Era... Só ele dizer... - Audrey fala da boca para fora, também atordoada.
– Gente ponham-se no lugar dele. Ele convive numa família aonde todos
os casais são feitos por homens e mulheres. Um homem e uma mulher, especificamente. É bem difícil para ele e para qualquer pessoa dizer que gosta de outra do mesmo sexo.

Todos se calam. O médico permite a entrada de todos e explica que estava tudo O.K com Bryan. Era apenas um nervosismo, misturado com o calor que estava.
– Onde estou? - pergunta Bryan com a visão meio embaçada.
– No hospital, Bryan. - responde-lhe Amber.
– Você desmaiou antes de nos contar... - diz Maya.
– Eu ainda preciso contar? - Sua voz soa com medo.
– Não... Eles já sabem. - diz Mandy. - E se eles não aceitarem - Ela
olha o resto. - E daí? - Ela encara Bryan. - Você tem o direito de amar
quem quiser.
Bryan da um sorriso mínimo.
– Bryan te amamos. - diz Matthew. - Você nem precisava de tudo isso. Na
verdade ninguém precisa de tudo isso para contar.
– Somos seres humanos e contar que gostamos de uma pessoa do mesmo sexo
não deveria ser um choque para ninguém. - diz Maya.
[...]
Bryan foi liberado no mesmo dia. Todos fizeram questão de dormir no
mesmo quarto. Uma infelicidade para Maya que estava curtindo o quarto
sozinha, mas, algo aconchegante para Bryan.
Aliás ele estava com a família dele.
Aliás os Líderes estão passando uma boa lição de homofobia aqui. E
eu estou bem feliz de narrar isto. - carinha feliz -.