Narradora's POV

– Por que a pergunta? - pergunta Mandy, olhando-o nos olhos.
– Nada... Só... Estou interessado. - diz ele, um tanto envergonhado.
– Bem... - Ela estranha, mas, ignora. - Sim, gostei. Mas, ainda não o
conheço...
– Você se interessou por ele? - Bryan pergunta rapidamente. Mandy se
assuta com a pergunta. Aliás por que ele gostaria de saber aquilo? Será
que Bryan a amava? Ou havia um certo... Ciúmes... Entre Dylan e Mandy?
Ou talvez... Não?
– Não. Nem o conheço, Bryan. - Ela o responde, dando de ombros tentando
não hesitar perante a pergunta.
Bryan apenas diz:
– Hum...
– Por acaso está com ciúmes?
– Não!
– Hum...
Maya, Audrey, Kathe e Amber estavam na loja de artesanato. Audrey enlouquecia com tudo que via. Querendo levar. Mesmo coisas que eram inúteis. Como por exemplo uma caixa de cotonete vermelha que ela encontrou na
farmácia e deu a desculpa que era uma homenagem pela cor temática de
Matthew.
Mas, como ninguém era trouxa, negaram e Amber acrescentou que se fosse isso, compraria uma caixa de cotonete azul para homenagear a cor temática de Percy.
– Vocês não tem graça. - Audrey diz, inconformada.
– Audrey para que uma caixa de cotonete vermelha? - pergunta Maya, olhando uma boneca de barro denominada, no Brasil, por "baiana".
– Ai que lindas... - murmura Amber, indo ao encontro das bonecas maiores.
– Para homenagear o Matthew! - responde Audrey.
– Você vai homenagear seu marido passando-o em seu ouvido para tirar
a sujeira? - pergunta Kathe, franzindo as sobrancelhas.
Audrey suspira:
– Verdade... Pega mal, né?
– Pega. - diz Kathe, assentindo.
– Bastante. - conclui as meninas.
Audrey pensa por alguns segundos e conclui que, sim, era besteira.
Já os meninos, Matthew, Damon e Percy, estavam em uma sorveteria perto dali. Percy não parava quieto, tentando espiar e fazer leitura labial
da conversa entre Mandy e Bryan.
– O que será que eles tão conversando, hein? - Ele pergunta, se esticando
ao máximo, sobretudo, os dois foram mais espertos e caminharam de costas para a sorveteria.
– Percy pare de tentar espiar. - bufa Matthew. - Eles precisam de privacidade.
– Precisam não!
– Percy algum dia você terá um filho, ou uma filha, e vai ter que deixar
Maya e Mandy em paz. Sossegue. - diz Damon, revirando os olhos e tampando a visão de Percy com o corpo.
– Nunca faria isso. Elas são minhas filhas/irmãs. - Ele rebate.
– Alguma hora você terá um filho, ou uma filha, sem ser sua irmã. E um dia, assim como todos, ela namorará. Casará. Terá filhos. Então vê se você se aquieta.
Percy se encosta na cadeira e bufa:
– Tá... - Ele fecha a cara.
Audrey acha uma loja de roupas e puxa Maya, Kathe, Amber e também
Mandy, que conversava com Bryan, para dentro.
Bryan se senta na sorveteria junto aos outros e Percy o fuzila com o
olhar, no entanto não diz nada.
– Então... - Matthew quebra esse silêncio. - Como vai, Bryan?
– Bem... - Bryan sorri, um tanto tímido.
[...]
As garotas saem da loja estilosas. Audrey lidera o grupo com um óculos
de sol e um sorriso de "sou VIP" nos lábios.
– Ai... Minha... Bola de sorvete. - diz Matthew, deixando cair o sorvete
na tigela.
– "Bola de sorvete"? - Percy olha Amber, de modo safado e apaixonante.
– É...
As garotas passam a acenam, indo em direção ao hotel.
Percy deixa uma nota de R$100,000 na mesa e corre atrás de Amber.
– Pelo menos ele pagou. - diz Damon, levantando-se e indo atrás.
[...]
Quando voltaram para o hotel, Matthew já preparou o cronograma do dia
seguinte:
– Amanhã: Paraguai.
– Compras? - pergunta Audrey e seus olhos até brilham.
– Compras.
– Katrina? - Maya ironiza e olha Mandy.
– Meu pai? - ironiza Mandy.
– Katrina!
[...]
No meio da noite, Amber foi acordada com chacoalhadas. Ela abriu
seus olhos com dificuldade. A visão se aperfeiçoou depois de um tempo.
Ela até ficou surpresa, pois achava que era Percy, mas, na verdade, era
Bryan.
– Bryan? - Sua voz sai rouca por causa do sono.
– Amber... Desculpe te acordar a essa hora... Mas... Eu... Eu preciso
falar com você...
Amber nota sua voz embargada e se levanta com cuidado para não acordar Percy.

Os dois vão até uma sala que havia perto dos elevadores do hotel.
– Diga... - Ela se senta e olha Bryan, transmitindo-lhe um olhar carinhoso e tranquilo.
– Amber... Eu... Não sei como dizer isso. Eu... Não pedi ajuda para
a Audrey, porquê tive medo... E eu confio mais em você.
Amber segura suas mãos:
– Sou a Música. Meu dever é se adaptar a qualquer pessoa.

Bryan fez uma pausa. Amber sentia que, sim precisava entendê-lo, mas, todo esse peso que ele estava fazendo a deixava com medo. A música deve se adaptar a qualquer gênero, pessoa e gosto. Todos somos diferentes, sobretudo, iguais perante a lei, Pensa ela.
– Amber... Eu... Sou gay.