Hoje teremos o primeiro jogo de Quadribol da temporada! Eu e Harry estamos super animados, já Ron... está transbordando nervosismo. Ainda mais com o povo da Slytherin cantando uma musiquinha idiota...

“Weasley não pega nada
Não bloqueia aro algum
Ei, Ei, Ei, Ei, Weasley é o nosso rei.
Weasley nasceu no lixo
Sempre deixa a bola entrar
A vitória já é nossa, Weasley é o nosso rei.”

Se eu matar alguns alunos eu vou ser expulsa? Ah, vou? Que pena!

Bem, eu e o resto do time estamos agora nos vestiários, repassando nossas táticas. Angelina está falando às artilheiras quais lances devemos usar, aos batedores ela diz que não quer balaços atrapalhando nenhum dos demais jogadores, ao Harry que ela não quer o Malfoy nem perto daquele pomo, e ao Ron... bem, pra parar de tremer.

– Ronald, quer se acalmar? Sabemos que é seu primeiro jogo, mas relaxa!

Ouvimos a barulheira lá fora e percebemos que era hora de irmos. Eu praticamente tive que empurrar o Ron até o campo.

Quando chegamos lá, os capitães apertaram as mãos. E eu pude jurar que ouvi os ossos da Angelina estralarem. Depois todos nos posicionamos, e ao apito da madame Hooch, a goles foi jogada ao alto e nós começamos a voar.

Angelina pega a goles, eu voo em direção ao aro da esquerda, ela passa pra mim, eu finjo jogar ao gol para atrair o goleiro para esse lado, mas passo para Katie que está a direita. Ela marca.

Um artilheiro da Slytherin está com a goles, mas ele é acertado por um balaço do Fred. Eu pego a goles, desvio de um balaço que passou zunindo pela minha cabeça, passo para Katie. Outro artilheiro da Slytherin rouba a goles dela, ele atravessa o campo, passa para um companheiro de equipe. Ele vai se aproximando das balizas. Posso ver o nervosismo do Ron daqui do outro lado do campo. Ele está se aproximando e... ele marca.

Gryffindor 10X10 Slytherin

Olho pro alto a procura do Harry, ele não está nem procurando o pomo! Está ocupado olhando o jogo. Até entendo que ele queira ver o desempenho do Ron, mas ele tem que achar o pomo!

– Harry, para de assistir o jogo e procura o pomo! – Grita Angelina. Pelo visto ela também reparou nisso...

Continuamos jogando, Ron continuava nervoso. A Slytherin conseguiu marcar de novo. E a musiquinha irritante criada por aqueles idiotas não ajudava em nada!

Os artilheiros faziam passes e marcavam pontos, os batedores rebatiam balaços, os apanhadores procuravam pelo pomo... e o Harry achou! Ele está voando o mais rápido que pode, Malfoy atrás dele.

Harry está quase lá e... Malfoy está segurando a vassoura dele! Como assim, pode isso produção? NÃO, NÃO PODE!

– FALTA! – Grita madame Hooch após soar o seu apito. – Pênalti para a Gryffindor!

E assim o pomo se perde novamente pelos ares. Angelina vai cobrar o pênalti, e ela marca.

O jogo vai seguindo normalmente. Aliás, na medida do possível, já que Ron continua nervoso e os Slytherins continuam cantando aquela musiquinha infernal. Os Gryffindors estão tentando abafar a cantoria, mas não está dando certo.

Não muito tempo depois, Harry consegue pegar o pomo. Então o jogo acaba Gryffindor 180X50 Slytherin.

Todos descemos de nossas vassouras e vamos nos abraçar. Eu queria falar com Ron, mas assim que ele desceu da vassoura foi diretamente para os vestiários, cabisbaixo. Estávamos comemorando quando uma doninha albina chega pra estragar nossa alegria.

– Salvou a pele do Weasley, não foi, Potter? Nunca vi goleiro pior! Mas também, nasceu no lixo... gostou dos meus versos Potter? – Disse o idiota do Malfoy.

Todos nós ignoramos, continuamos a cumprimentar uns aos outros.

– Queríamos colocar mais versos – ele disse um pouco mais alto – Mas não achamos rimas para gorda e feia, queríamos cantar sobre a mãe dele.

Continuamos ignorando.

– Também não conseguimos encaixar fracassado inútil, para o pai dele, sabe...

Nessa hora, os gêmeos perceberam o que ele estava falando, estavam preparados para correr até o Malfoy, mas Angelina e Katie seguraram Fred e eu e Harry seguramos Jorge.

– Ah é, esqueci que você gosta dos Weasley. E você também, não é mesmo, Black? Eles suprem a sua necessidade de ter uma família, já que você vive em um orfanato desde... quando mesmo, um ano de idade? E por que, mesmo? Ah é, sua mãe foi assassinada e seu pai é um assassino fugitivo!

Nesse momento, eu senti uma raiva como nunca tinha sentido em toda a minha vida.

Aí eu não lembro de mais nada.

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– Cara, aquilo foi demais! – ouvi uma voz, que eu não consegui distinguir, falando.

– Aquilo foi assustador!

– Foi perigoso, isso sim!

– Eu ainda acho que foi demais!

– Ei, ela parece estar acordando.

Eu fui tomando consciência das coisas e recuperando os sentidos, levei minha mão a testa, eu estava sentindo uma dor de cabeça dos infernos! Fui abrindo os olhos devagar, e piscando algumas vezes até a minha visão focar.

Eu estava deitada, numa cama da ala hospitalar. Ao meu redor estavam Harry, Mione, Fred, Jorge, Angelina e Katie.

– O que aconteceu? – Eu falei, completamente rouca.

– Você... não se lembra? – Perguntou Harry. Ele estava sentado ao pé da cama, ele também estava segurando minha mão. Acho que ao ver que eu percebi isso, ele a soltou meio sem graça.

– Bem... eu lembro do Malfoy nos provocando, e de estar segurando o Jorge, aí o Malfoy começou a falar sobre os meus pais... eu senti raiva, muita raiva. Aí... não lembro de mais nada. – Eu respondi, forçando minha memória pra ver se eu lembrava de mais alguma coisa, sem sucesso.

– Depois que Malfoy falou aquilo, ele começou a te olhar com um sorriso debochado. Mas depois ele fez uma cara de... medo. Fiquei sem entender, mas aí quando olhei pra você... foi um tanto assustador, tenho que admitir. O azul dos seus olhos... tinha sumido. Eles estavam vermelhos, e também pareciam estar em chamas. O Jorge até parou de se debater. Aí você começou a correr em direção ao Malfoy, e ele tentou correr de você, mas você o alcançou. Então você derrubou ele no chão e começou a dar socos nele, chutes, e até quebrou o braço dele. Aí quando ele estava quase inconsciente, você se levantou. Aí seus olhos voltaram a ficar azuis e você desmaiou.

Eu fiquei completamente boquiaberta a medida em que Harry me contava o que tinha acontecido. Eu realmente não me lembrava de nada disso...

– E... o que aconteceu com o Malfoy? – Eu perguntei ainda rouca.

Eles me apontaram a cama que estava ao lado da minha. Virei minha cabeça devagar por causa da dor, e vi deitado uma pessoa cheia de hematomas e um gesso no braço. Se não fosse pelos cabelos incrivelmente claros, não conseguiria reconhecer o Malfoy.

– Eu fiz isso? – Eu perguntei sem acreditar. Todos assentiram com a cabeça. Não vou dizer que nunca tive vontade de fazer isso com aquela doninha, mas... nunca realmente fiz. Até agora, pelo visto. – Mas... o que foi aquilo? Por que eu me descontrolei daquela maneira, e por que eu não lembro de nada?

– Não sabemos. – Disse Mione.

Eu começo a encarar o teto. Também começo a pensar na minha penalidade por fazer isso. Eu deixei um aluno em coma! Acho que no mínimo vou ser expulsa de Hogwarts...

– Ãh... Eva, eu não quero piorar as coisas, você deve estar muito confusa, mas... eu preciso te dar a notícia. – Disse Angelina. Eu olho para ela. – Bem, a Umbridge... ela te expulsou do time de quadribol.