~Pov Draco

Contra você eu não posso fazer nada, mas essa sangue-ruim não me escapa.

As palavras de Lucy ficaram na minha cabeça o resto do dia, e quando a noite chegou eu não consegui dormir. Fiquei pensando se ela seria capaz aparecer aqui e fazer algo a Hermione. Resultado? Eu passei a noite toda observando minha morena dormir desejando que nada a acontecesse.

Eu já havia perdido a noção do tempo, só me dei conta que daqui a pouco teríamos aula quando Hermione começou a se mexer e depois ela abriu os olhos parecendo confusa.

–Bom dia morena. –Eu disse dando-lhe um selinho. Ela arredou um pouco me dando espaço para me sentar e quando o fiz ela encostou sua cabeça em meu ombro.

–Bom dia. Ficou a noite toda aí? –Eu não respondi. –O que faz com a sua varinha?

–Lucy disse que faria alguma coisa com você. Eu estou esperando.

–Você vai ficar esperando até alguma coisa acontecer? Draco, assim você não vai dormir nunca! Ela não vai fazer nada aqui na escola, só disse aquilo pra te enlouquecer. Fica calmo e dorme um pouco, eu invento algo para os professores. –Ela disse tentando me fazer deitar.

–Estou sem sono. –Respondi. –Sabe o que eu percebi? –Ela negou e eu a apertei em meus braços. –Agora o Krum e o Nott sabem que você é minha.

–Ciumento. –Ela me puxou me beijando.

–Não sou ciumento. –Eu a deitei na cama, colocando-a por cima de mim e beijando-a.

–Se continuar falando assim eu vou ficar em greve pra sempre. –Eu revirei os olhos.

–Você ainda não esqueceu essa loucura? –Ela balançou a cabeça negando e rindo e eu a beijei.

–O que a Harrison quis dizer quando falou que você é essencial para o plano? Você vai ter que fazer algo pra Você-Sabe-Quem?

–Infelizmente sim.

–Vai ter que matar alguém? –Sim eu teria que matar alguém. Uma pessoa que eu conheço desde os meus 11 anos. Nem me preocupei em responder, ela saberia. –Alguém que eu conheço? –Eu balancei a cabeça. –Não vai ter que matar o Harry não é?

–Não, Você-Sabe-Quem quer fazer isso. Eu sei que vai ficar curiosa e mal se eu não te contar, mas se eu disser você vai ficar pior. –Falei lhe dando um selinho.

–Aah Daco eu sinto tanto! –Ela me abraçou forte.

–Está tudo bem morena.

–Não está e você sabe! Você pode acabar em Azkaban por causa disso ou pior, pode acabar morto!

–Não vai começar a chorar de novo não é? –Eu perguntei, mas as lágrimas já estavam lá. –Você se preocupa demais Hermione, todo mundo morre um dia. É um risco que vou ter que correr se eu quiser te proteger.

–Por que não os deixou vir atrás de mim?! Sua morte com certeza vai ser bem pior do que a que eu teria quando eles viessem aqui querendo me matar.

–Não deixei porque eles acreditam em você. Acreditam que você pode ajudar a vencer essa guerra e é assim que vai ser. Pergunte a qualquer um pra que lado eles acham que eu vou, todos vão responder que eu vou escolher o lado das trevas. Ninguém acredita que eu possa conseguir alguma coisa, mas você?

“Você é a garota mais corajosa que eu já conheci. Traz esperança para as pessoas, eu acredito que você vai conseguir vencer essa, então não pense em nada que não seja ajudar o Potter a vencer. Algum dia nós vamos ter paz, eu prometo.”

~Pov Hermione

–Oilá. –Era a voz de Luna e ela estava empurrando a porta prestes a entrar. Eu olhei para Draco, ele estava sem camisa e sua Marca Negra bem visível. Se ela visse ele provavelmente seria preso ou algo pior! Pensa Hermione, pensa!

–AI! –Draco gritou quando eu me joguei em cima do seu braço esquerdo. Não sei se porque sua Marca Negra estava tocando diretamente a minha pele ou se é porque me joguei ali com mais força que devia.

–Oilá? –Eu disse tentando disfarçar o loiro que gemia de dor ao meu lado.

–Sim, oilá. Muitas pessoas ficam em dúvida se usam oi ou olá. Como eu digo oilá não tenho esse problema, é uma boa opção.

–Que ótimo Luna. –Pelo menos ele conseguiu dizer algo antes de gemer mais uma vez.

–Sabe o que eu descobri? –Draco e eu negamos. –Vamos ter pudim hoje! –Ela disse feliz. –Draco o professor Dumbledore me pediu que avisasse que seus pais estão esperando na sala dele e que se Hermione quiser vir tudo bem. –Ele me olhou preocupado. –Eu vou para o salão, não quero perder o pudim. Vejo vocês lá.

Assim que Luna saiu saltitando eu me levantei rapidamente para que não o machucasse mais.

–Meu amor, me desculpe. –Falei preocupada. –Está doendo muito? –Devagar e com cuidado passei um dedo por cima da Marca Negra e ele gemeu mais me fazendo tirar a mão rapidamente. –Desculpe, mas você sabe que se ela visse você poderia ser preso e... –Eu comecei a falar tudo muito rápido e só parei quando ele me puxou me beijando.

–Isso tem que parar de acontecer. Hermione você me amaria se eu arrancasse o meu braço? –Ele disse sorrindo.

–Claro que amaria, mas se você arrancar por causa disso eu bato em você com o seu braço arrancado. –Ele tirou uma mecha do meu cabelo e dirigiu seu olhar para um dos meus cachos, brincando com o meu cabelo.

–Você sabe que eu não vou deixar você ir não é?

–O quê?! É óbvio que vai deixar! Aposto que estão lá porque Lucy abriu a boca, você não está nisso sozinho Draco. Além disso, me disseram pra ir se eu quisesse, e eu quero. –Falei cruzando os braços.

–Nada do que eu disser vai te fazer mudar de ideia? –Eu balancei a cabeça negando.

Depois de discutir mais um pouco sobre isso nós trocamos de roupa e fomos para o Salão. Vários começaram a cochichar, mas nós ignoramos e nos sentamos. Rony me encarava com raiva e os outros me perguntava se nós realmente voltamos, bem como estavam fazendo com Draco. Até Vitor me perguntou, mas quando percebeu que eu não queria falar sobre isso tentou mudar de assunto.

–Laçou ele de novo não é Granger? –Disse Lilá parando diante de mim, os fofoqueiros atentos para espalhar a notícia depois. Eu me levantei devagar colocando minhas mãos sobre a mesa.

–Primeiro de tudo: Draco não é um presente para ser laçado. E segundo: VOCÊS SÓ SABEM CUIDAR DA VIDA DOS OUTROS?! –Gritei irritada para todos ali. –VÃO CUIDAR DA VIDA DE VOCÊS! SE O QUE QUEREM PRA ME DEIXAR EM PAZ É UMA RESPOSTA, ENTÃO EU DIGO, SIM NÓS VOLTAMOS! –Eu lancei um olhar para a mesa da Sonserina percebendo que Draco e Blásio se divertiam com a situação e então fui até eles.

Draco se levantou quando eu parei ao seu lado e eu o puxei beijando-o sem nem me importar com todo o salão ali. Simplesmente resolvi deixar pra lá, se queriam falar de mim tudo bem, mas eu queria que falassem com algum motivo e não porque estava namorando escondido, fala sério.

O loiro pegou minha cintura me apertando e colando seu corpo ao meu enquanto eu arranhava sua nuca. Era um beijo de necessidade, daqueles que parecia fazer o mundo parar e que me fazia querê-lo mais e mais. Quando perdi o fôlego todos ainda me olhavam como se eu estivesse maluca.

–Era isso o que vocês queriam? –Perguntei pegando a mão de Draco. –Pronto, vocês conseguiram, agora eu agradeceria se parassem de me olhar desse jeito! –Rapidamente algumas pessoas voltaram ao que estavam fazendo e isso me fez sorrir. –Meu amor, eu vou subir para me arrumar pra falar com os seus pais, você vem? –Ele assentiu me abraçando e rindo.

–Que ataque foi esse? –Ele perguntou. –Achei que você iria matar todo mundo!

–Por um momento eu também achei isso, mas eu só disse o que eles precisavam ouvir. –Falei em minha defesa e ele me deu um selinho.

–Reunião de família com a sangue-ruim, Draquinho? –Eu me virei e lá estava Lucy. Eu ainda não tinha esquecido o que ela havia feito no dia anterior, não mesmo e ela pagaria pelo que fez.

Sorrindo me aproximei dela, que deu aquele sorrisinho superior pra mim. Então eu apenas revirei os olhos e lhe dei dois tapas, um de cada lado do rosto. Depois puxei seus cabelos e levantei sua cabeça obrigando-a a olhar em meus olhos. Em seus olhos eu via surpresa e nos meus lábios estava o sorriso superior que sempre fora seu orgulho.

–Acho bom você não chegar perto do Draco nunca mais sua vadia. –Falei puxando mais seus cabelos fazendo-a gemer de dor. –Eu sei que ele não vai procurar você, se ele não escolheu estar com você até agora por que escolheria nos tempos de desespero?

“E tudo bem, me torture se quiser, mas você ainda tem que colocar nessa sua cabecinha que eu sou Hermione Granger a sangue-ruim imunda que vai acabar com você um dia.”

Dei mais um puxão no cabelo dela, que gemeu mais uma vez. Eu sorri e a empurrei em seguida pegando a mão de Draco e o puxando para fora do Salão. Quando chegamos ao apartamento ele ainda estava com os olhos arregalados e quando foi falar da briga eu o interrompi com um selinho.

–Não ouse reclamar da surra que ela levou, eu deveria ter feito isso ontem. –Respondi cruzando os braços. Ele riu e me puxou me beijando de novo.

–Eu não ia reclamar. – Eu arqueei as sobrancelhas. – Só queria dizer que você tem razão, eu não ficaria com a Lucy nem se a guerra acabasse e só restássemos nós.

–E por que não? Ela não é bonita o suficiente? –Perguntei rindo.

–Na verdade ela é linda, mas não chega a sua perfeição. –Eu revirei os olhos e ele sorriu me beijando. –Fica aqui, por favor? Eu resolvo isso.

–Você sabe que eu vou com você de qualquer jeito.

–Então me desculpe, mas não posso deixar você se arriscar assim. –Ele disse suspirando e tirando a varinha do cós da calça fazendo-me recuar.

–Você não faria... –Falei tentando pegar minha varinha, mas a dele já estava apontada pra mim.

–Petrificus Totalus. –Meu corpo tornou-se rígido feito uma pedra e eu senti que estava caindo, mas Draco me segurou antes que meu corpo chegasse ao chão e me colocou deitada no sofá. –Eu sinto muito morena, só peço que entenda e não me mate depois. –Ele disse me dando um selinho e saindo, me deixando lá naquele estado.

DRACO MALFOY VOCÊ VAI ME PAGAR!

~Pov Draco

Depois de sair do apartamento o mais rápido possível eu corri até a sala de Dumbledore. Quando entrei encontrei meus pais. Assim que minha mãe me viu ela me abraçou sorrindo, imagino o que ela está passando com esse psicopata que chamo de pai em casa.

–Que saudades meu filho! –Ela disse.

–Oi mãe. –Respondi quando ela me soltou.

–A sangue-ruim não é tão corajosa assim pra aparecer? –Perguntou Lucius sorrindo.

–Eu nunca a deixaria vir, não com você aqui.

–Então vocês voltaram mesmo? –Ele cruzou os braços e eu sorri.

–Vai ter que se contentar com um filho traidor do sangue. –Falei.

–Venha, precisamos de um lugar aonde ninguém vai nos interromper. –Disse minha mãe e eu assenti chegando minutos depois a sala precisa.

–Então, o que houve? –Perguntei.

–Draco, nós sabemos o quanto deve estar sendo difícil de consertar aquele armário, lidar com a escola, monitoria e tudo isso então conseguimos esse livro aqui. Ele pode ajudar. –Disse minha mãe tirando um livro pequeno, grosso e velho de dentro da bolsa.

–Sério que vou ter que ler tudo isso? –Perguntei, mas não recebi resposta. –Muito bom. –Murmurei desanimado passando rapidamente as páginas empoeiradas.

–Anda conversando com Theodore Nott?

–Não muito, por quê? Vai ameaçar matá-lo também se eu não fizer o que mandam? Porque se essa é sua intenção saiba que não vai funcionar, eu mesmo já quero matá-lo. –Falei para Lucius. –Hermione já sabe de tudo graças a você, ninguém mandou colocar isso em mim.

–E-ele é um de nós. –Minha mãe falou baixinho.

–O QUÊ?! –Incrível a maneira como as visitas deles sempre iluminam o meu dia.

–Ele nos procurou e escolheu ser um de nós. –Disse Lucius dando um sorriso orgulhoso, coisa que nunca fez quando falava de mim.

–Eu sempre soube que Nott era retardado, mas nunca pensei que chegaria a esse ponto. –Falei.

–A questão não é mais essa. –Lucius retrucou com rispidez. –A questão é que se sua namoradinha abrir o bico nós vamos atrás dela. Lucy não é a única a disposta a fazer coisas horríveis com ela, muito menos a única que pode tentar.

Lucius tinha um sorriso sombrio nos lábios e quando ele olhou por cima de meus ombros esse sorriso ficou maior, fazendo seus olhos brilharem. Minha mãe olhou para a mesma direção e abaixou a cabeça parecendo preocupada, então me virei rapidamente encontrando Hermione perto da porta.

Tirei minha varinha do cós da calça e apontei para Lucius, se ele estava pensando em fazer algo ali ele não conseguiria. Não enquanto eu estivesse com ela. Sem tirar os olhos dele eu fui até ela e a coloquei atrás de mim.

“Não vou fazer nada com ela se é isso que está pensando... Pelo menos não aqui e nem agora.”

Ele ainda sorria, e aquilo estava me matando de raiva, minha vontade era matá-lo ali e terminar tudo de uma vez sem me importar com minha mãe, Voldemort ou qualquer um dos Comensais.

–Draco abaixe a varinha. –Hermione pediu. –Por favor. –Devagar eu fiz o que ela pediu, mas quando ela tentou sair de trás de mim eu a impedi. Não sabia o que ele era capaz de fazer com ela.

–Não preciso que uma sangue-ruim me defenda. –Ele disse cruzando os braços.

–Lucius, vamos embora. –Minha mãe pediu. –Já fizemos tudo o que precisávamos aqui.

–Tem razão Narcisa. –FINALMENTE! –Mas antes eu quero dizer mais uma coisa. –Droga! – Saiba que eu não ligo de torturar outras pessoas apenas pra te ver sofrer sua imunda! –Ele disse olhando pra mim e eu senti Hermione estremecer. –Vamos!

Minha mãe lançou um olhar de desculpas a mim e a Hermione e depois saiu de lá atrás dele. Logo que eles deram as costas Hermione pulou em meus braços me abraçando apertado.

–E era por isso que eu não queria que você viesse. –Murmurei.

–Acha que ele seria capaz de fazer algo com você?

–Hermione desde os meus seis anos ele me odeia, acho que se quisesse me torturar ele não ligaria não é? –Falei beijando sua cabeça.

Realmente era verdade. Me lembro de pouca coisa, mas me lembro bem dele mudar de repente depois de uns dias que fiz seis anos. Ele me levava pra jogar Quadribol, às vezes até jogava mesmo que fosse péssimo e a cada aniversário era uma surpresa diferente. Ele amava minha mãe, cuidava dela e de mim, mas depois que algo aconteceu ele simplesmente se tornou frio e mudou drasticamente.

–Acha que Nott tem que fazer alguma coisa para Você-Sabe-Quem?

–Fica tranquila ele não vai fazer nada.

–Nada comigo ou nada com você? –Eu segurei seu rosto e lhe dei um selinho.

–Vem, temos aula. –Falei mudando de assunto e ela suspirou.

–Que livro é esse?

–Alguma coisa que pode me ajudar, mas acho melhor você não ler. Você pode não gostar do que encontrar aqui.

–Aah me lembrei de uma coisa. –Ela disse cruzando os braços.

–O quê? –Perguntei e ela me deu um tapa forte no rosto.

–Nunca mais aponte sua varinha pra mim!