~Pov Draco

Fiquei a noite inteira olhando Hermione dormir, na minha opinião é melhor do que qualquer coisa que existe, ela parece um anjo. Ela dormiu em cima do meu braço, abraçada a mim e meu braço já estava dormente, mas não vou tirá-la daqui, não quero soltá-la.

–Será que eu devo contar pra você o que eu estou prestes a me tornar? –Perguntei acariciando seu cabelo, mas ela não me respondeu, apenas arredou para mais perto de mim, ainda adormecida. –Eu não quero te perder, você é a melhor coisa que já foi minha! –Hermione se mexeu mais um pouco e lentamente foi abrindo os olhos. –Bom dia, morena.

–Bom dia. –Ela disse me dando um selinho e sorrindo. –Quando acordou?

–Agora. –Menti.

–Meu amor, será que eu posso tomar um banho rápido? –Eu balancei minha cabeça assentindo e ela se levantou indo até o banheiro do meu quarto.

Eu ouvi o barulho do chuveiro e me levantei também, entrando no banheiro em que Hermione estava. A morena se assustou quando me viu, o que me fez gargalhar.

–O que está fazendo?

–Ficando com você. –Respondi abrindo o Box e entrando lá com ela, que gargalhou.

Eu a puxei para mais perto de mim, molhando seu cabelo e selando nossos lábios. Não passamos de beijos dessa vez, eu só queria ficar com ela por mais tempo. Logo estaríamos de volta à Hogwarts e meu pai não desistiria da ideia de que eu voltaria para a escola com a Marca Negra.

Após sairmos do banho nós nos vestimos e descemos as escadas para tomar o café da manhã. Peguei sua mão e fui com ela até o corredor que ligava a sala à cozinha. Meus pais estavam lá, mas nenhum sinal de Bellatrix.

–Bom dia. –Ela disse.

–Bom dia querida, o café da manhã está na mesa. –Minha mãe respondeu sorrindo.

Lucius estava com raiva, deu pra perceber quando ele passou a folha do jornal quase rasgando-o um pouco, mas eu apenas ignorei e acho que Hermione também. Seguimos para a cozinha e ela se sentou de frente pra mim.

–Acha que sua mãe está brava porque eu passei a noite?

–Não, com certeza não. –Respondi e ela sorriu.

Assim que tomamos nosso café da manhã Hermione disse que teria que ir embora antes que os pais ligassem para Luna. Eu a acompanhei até a porta depois que ela desistiu dos meus pais – Lucius mais uma vez a ignorou – e lhe dei um beijo. Ela pegou sua bolsa e saiu.

–Pode sair agora Bella. –Disse minha mãe tomando seu chá e minha tia veio rapidamente até a sala, na minha direção. Ela ainda estava escondida e se Hermione a visse com certeza diria onde se escondia uma das fugitivas de Azkaban.

–Da próxima vez que sua namorada sangue-ruim passar a noite aqui nos avise, não nos deixe perceber por uma bolsa no sofá! Se ela tivesse me visto aqui e contado pra alguém da ordem eu mataria você traidor do sangue!! –Ela se sentou irritada, cruzando os braços, o que me fez revirar os olhos e suspirar cansado.

–Bellatrix eu agradeceria se não chamasse meu filho de traidor na minha casa, essa casa também é de Draco e nós exigimos respeito. –Disse minha mãe olhando-a séria.

–Mas é a verdade não é? Ele se tornou um traidor do sangue Narcisa e você ainda aprova esse relacionamento.

–Aprovo porque o quero feliz.

–Garoto é bom que saiba que não quero que essa sangue-ruim que você chama de namorada passe mais a noite aqui está entendendo bem?! –Disse Lucius passando uma folha do jornal e rasgando o resto. –Ela está grávida?!

–Não. –Respondi revirando os olhos e bufando. Ele sorriu e alguém bateu na porta, todos me olharam esperando que eu fosse atender então eu fui.

–Chegou bem na hora da briga. –Murmurei para Blás assim que ele entrou.

–Oi tia Cissa, Bella e Lucius. –Ele disse.

Blásio sabia que Bellatrix estava em minha casa, mas não dizia nada a ninguém mesmo sabendo que ela era procurada por todos no Ministério. “Eu não me meto com negócios da sua família Draco” foi o que ele disse quando minha mãe implorou que eu o fizesse não contar a ninguém sobre Bella.

–Oi. –Apenas minha mãe e Bellatrix responderam.

–Que briga? –Ele me perguntou se sentando ao lado de Bellatrix.

–Seu querido amigo trouxe a sangue-ruim pra dormir aqui. –Respondeu Bellatrix e Blás deu um sorriso malicioso.

–Blás o que acha de esperar lá em cima? –Falei.

–Não, eu estou bem obrigado. –Ele sorriu passando um dos braços sobre os ombros de tia Bella, o que me fez rir e revirar os olhos. –E você Bella? Está tão linda hoje, o que fez no cabelo? -Se tem uma coisa que posso contar com o Blás é em irritar minha tia. Ele consegue deixá-la mais nervosa do que eu em todas as minhas implicâncias.

–Sai daqui idiota. –Disse Bella empurrando-o.

–DRACO BLACK MALFOY EU NÃO QUERO MAIS QUE ISSO ACONTEÇA OUVIU BEM?! NUNCA MAIS!! –Lucius gritou nos assustanado e largando o jornal.

Eu nem me importei com a presença de Blásio, ele já estava acostumado com todas essas brigas de famíla, tendo ele mesmo presenciado várias delas. Ele nem se importa mais, conhece Lucius Malfoy e sabe que ele briga comigo por qualquer motivo.

–Lucius, por favor, não na frente do Blásio! –Disse minha mãe e eu revirei os olhos.

–NÃO NA MINHA CASA, NÃO COM UMA SANGUE-RUIM! E VOCÊ E EU VAMOS CONVERSAR NO ESCRITÓRIO, JÁ! –Ele disse se levantando e seguindo para o escritório, irritado.

–Me desculpe por isso Blás. –Pedi e segui Lucius até seu escritório.

Quando cheguei ele já estava sentado, sempre que me chamava para ir até lá nós brigávamos, e eu não estava aguentando mais todas essas brigas desde que cheguei.

–Draco, o que quer para largar essa sange-ruim? Qualquer coisa. –Não acredito que ele está me perguntando isso.

–Lucius eu já tenho tudo o que eu quero ao lado dela. Obrigada pela proposta, mas não.

–Pense bem, não seja tolo, eu estou te oferecendo tudo o que você quiser!

–Hermione é tudo o que eu quero. –Ele bufou de raiva. –Aceite isso, vai ser mais fácil pra você.

–NÃO, EU NUNCA VOU ACEITAR! –Ele se levantou irritado.

–NÃO VAI ACEITAR QUE EU ESTEJA FELIZ OU QUE EU TENHA ME TORNADO UM TRAIDOR DO SANGUE?! –Eu me levantei também.

–TERMINE COM ESSA GAROTA!

–SE DEPENDER DE MIM EU NUNCA VOU A DEIXAR IR! –Ele bateu na mesa.

–ELA É UMA SANGUE-RUIM E FICANDO COM ELA VOCÊ SÓ ESTÁ SUJANDO NOSSA FAMÍLIA! ESCOLHA UMA SANGE-PURO E HONRE O SOBRENOME QUE CARREGA DRACO MALFOY!

–POR QUÊ?! A ESCOLHA É MINHA, NÃO SUA! SE ME DISSER A DIFERENÇA ENTRA UMA NASCIDA TROUXA E UMA SANGUE-PURO SERÁ MELHOR! –Ele ficou calado. –NÃO HÁ NENHUMA DIFERENÇA! –Eu respirei fundo.

“E VOCÊ VEM FALAR COMIGO DE HONRAR O SOBRENOME?! SE VOCÊ TAMBÉM O TIVESSE HONRADO NOSSA FAMÍLIA NÃO ESTARIA ONDE ESTÁ AGORA, SEGUINDO ORDENS DE UM MESTIÇO IMUNDO POR CAUSA DE ALGO QUE VOCÊ ACREDITA LUCIUS, NÃO NÓS!”

–OLHA COMO FALA COMIGO GAROTO! EU CRIEI VOCÊ, DEVO ME METER SEMPRE QUE ESTIVER FAZENDO ALGO ERRADO, E ESSA GAROTA NÃO É BOA PRA VOCÊ!

–QUEM DECIDIU ISSO?! VOCÊ?! COMO VAI SABER SE ELA PRESTA OU NÃO SE NEM AO MENOS RESPONDE A TODAS AS VEZES QUE ELA TENTA FALAR COM VOCÊ?! SE A MAMÃE NÃO FOSSE SANGUE-PURO SE CASARIA COM ELA?!

–ESSA NÃO É A QUESTÃO DRACO, NÓS DOIS SABEMOS BEM QUE SUA MÃE É UMA SANGUE-PURO!

–Largaria ela não é? Não sei por que ainda me impressiono com o que faz Lucius, você é uma pessoa horrível. Já amou alguém? Não sei como minha mãe ainda não lhe colocou um belo chifre, isso se já não o fez. –Eu dei um sorriso e ele me apontou a varinha. Rapidamente peguei a minha e apontei também.

“Acha que não ando com a minha varinha quando estou aqui em casa? Não sou tão idiota quanto pensa!”

–Lucius está na hora. –Nos viramos e lá estava minha tia. –Largue a varinha Draco, não ligarei de torturá-lo de novo. –Bella sorriu enquanto me apontava a varinha com um sorriso superior.

–Na hora de quê? –Perguntei, mas eles me ignoraram.

Fingi abaixar minha varinha, mas assim que eles também abaixaram as suas eu me virei para Bellatrix acertando-a com um Estupefaça, fazendo-a bater na parede e cair no chão.

– EXPELLIARMUS! –Ouvi a voz de Lucius e logo minha varinha foi atirada para perto de minha tia. –SEGURE O MEU BRAÇO! –Ele disse ainda me apontando a varinha, com a intenção de aparatar comigo em algum lugar. –EU MANDEI SEGURAR O MEU BRAÇO! –Continuei imóvel e ele apertou a varinha com força contra meu pescoço.

“Você já foi mais esperto Draco, não vai querer que eu o obrigue não é?! Por que eu posso fazer isso por muito tempo, não será cansativo pra mim. Olhe pra você garoto, é só um pirralho do sexto ano enquanto eu sou um Comensal da Morte formado, então se não quiser ser torturado EU SUGIRO QUE SEGURE O MEU BRAÇO!”

Mesmo contra a minha vontade eu segurei e nós aparatamos em uma rua deserta e suja. Lucius me encarava com um sorriso enquanto ainda me apontava a varinha para que eu o seguisse e assim eu o fiz.

Paramos diante de um terreno e ele subiu a manga da blusa tocando sua Marca Negra, rapidamente uma casa apareceu e nós entramos. Era um cômodo sujo e com vários móveis quebrados. Haviam algumas pessoas lá, todos eles comensais conhecidos que fugiram de Azkaban, inclusive o marido de Bellatrix, meu tio Rodolphus.

Foi quando a cobra apareceu e com ela eu sabia quem estava chegando. Nagini veio rapidamente, parando perto de mim apenas me observando. Voldemort entrou na sala acompanhado de Rabicho - que se humilhava enquanto pedia algo. Era isso o que Lucius chamava de honrar o sobrenome Malfoy? Patético.

–JÁ BASTA RABICHO! –Ele gritou fazendo Rabicho recuar. –EU ESTOU CANSADO DOS SEUS PEDIDOS E DE SUAS DESCULPAS! –Ele apontou a varinha para o homem e por um momento eu achei que fosse matá-lo, Rabicho já estava de joelhos implorando piedade mais uma vez. –ESTUPEFAÇA! –Ele voou pela sala arrancando risos de alguns comensais e logo Voldemort dirigiu sua atenção a nós. –Lucius, eu não o esperava aqui tão cedo.

–Milorde, nós tivemos alguns problemas e por isso eu presumo que seja melhor adiantarmos o processo.

–Entendo. Devo me preocupar com esses “problemas”? –Eu olhava para a varinha em suas mãos e sentia que se Lucius não dissesse o que ele esperava ouvir logo estaria morto.

–Não Milorde, está tudo sob controle. Foram só alguns problemas de família, nada mais. –Lucius sorriu e o cara de cobra balançou a cabeça.

–O garoto já começou a consertar o armário ou é mesmo tão inútil quanto você? –Alguns comensais riram, mas eu apenas fiquei quieto olhando a cobra que me encarava.

–Sim, Milorde. Tenho certeza que ele não falhará.

–É bom que não falhe. –Por um momento desviei o olhar da cobra e vi que Voldemort olhava pra mim como se me avisasse que se eu falhasse eu morreria, como se eu não soubesse disso. –Então Draco, me dê o seu braço.

Eu fiquei parado com as mãos em meu bolso e olhando para baixo.

–Draco? –Ouvi a voz de meu tio, mas ignorei.

–Perdão Milorde, ele está um pouco distante hoje. –Disse Lucius forçando um sorriso.

Sei que prometi a minha mãe que faria o que ele mandasse e que me tornaria um Comensal da Morte, mas eu não consigo. Ao estender o meu braço eu não estarei só perdendo a minha liberdade, estarei perdendo Hermione também. Vou perdê-la pra sempre.

–Draco faça o que ele manda! –Disse Lucius, mas eu continuei imóvel, eu não conseguia me mexer, mas era estender o meu braço ou morrer agora e deixar a garota que eu amo sem proteção em uma grande guerra, que mesmo eu estando do lado oposto ao seu não deixarei que lhe façam mal.

–Draco eu estou perdendo a paciência. –Murmurou Voldemort apertando sua varinha. Eu dirigi meu olhar a ele mais uma vez e levantei a manga de minha blusa estendendo-lhe o braço.

LUCIUS MALFOY EU O FAREI PAGAR POR TUDO, VAI SE ARREPENDER DE TODAS AS COISAS QUE FEZ A MIM!