~Pov Narradora

–Vocês viram a Hermione? –Draco perguntou a Luna, Blásio, Gina e Rony.

–A vi saindo com o Harry. –Gina respondeu pegando Draco pelo braço e o levando para longe dos amigos. – O que você fez? Ela estava chorando!

–Fui passar as férias do quarto ano em casa e pelo que entendi nós terminamos!

–Vocês terminaram só porque você foi passar as férias em casa? –Gina cruzou os braços, desconfiada.

–Pansy foi também e fez questão de comentar com ela que nós dois passamos as férias “acordados e sem sair do quarto”.

–Draco! No quarto ano você tinha o que? 14 anos? Com essa idade eu ainda tinha vergonha quando falava com o Harry!

–Vamos ficar falando da minha vida sexual ou você vai me ajudar a encontrá-la?

–Vem, vamos procurá-la. –A ruiva disse revirando os olhos.

Draco e Gina seguiram para a biblioteca, afinal os dois sabiam que para Hermione aquele lugar era um refúgio, mas depois de passar nas prateleiras favoritas da garota perceberam que lá ela não estava.

–Ela não está aqui!

–Malfoy, ela conhece esse lugar melhor do que ninguém, mesmo que ela esteja aqui tem uma enorme probabilidade de não acharmos.

–Você está aqui pra fazer com que eu fique pior do que eu já estou?

–Você errou, só estou falando a verdade. Vamos procurar no apartamento. –Gina saiu na frente, mas Draco a segurou pelo braço.

–Espera... Eu não vou dizer de novo então presta atenção. Obrigado por me ajudar a procurar a Hermione. –Gina estava surpresa, nunca pensou que ouviria isso de Draco Malfoy.

–Obrigada por cuidar da minha amiga mesmo que sempre agiu como um idiota comigo, sei que gosta dela. Amigos? –Gina estendeu a mão e Draco apertou.

–Amigos. –Gina e Draco sorriram. - Agora vamos.

~Pov Hermione

–LUCIUS ME ODEIA HARRY! –Eu disse soluçando. -ME ODEIA! A CISSA GOSTA DE MIM E EU ESTOU FAZENDO TUDO PRA QUE CONTINUE GOSTANDO, NÃO BEBI NADA HOJE PARA QUE ELA NÃO PENSE MAL DE MIM!...QUANDO AQUELA VADIA DA PANSY DISSE QUE PASSOU AS FÉRIAS LÁ... E-EU QUASE TIVE UM SURTO! QUER DIZER, ELES A ACEITARAM...OS DOIS A ACEITARAM! O DRACO ESTÁ ESCONDENDO ALGO DE MIM E EU VOU DESCOBRIR O QUE É, PODE TER CERTEZA QUE EU VOU! –Fiquei um tempo calada e depois voltei a falar. –ACHO QUE TERMINEI COM ELE HARRY!

–Tem certeza que não bebeu nada hoje? –Ele perguntou secando minhas lágrimas.

–Tentei beber um pouco de Whisky de Fogo, mas é muito forte, não deu muito certo.

–Mione, você precisa se acalmar, está muito nervosa! Um dia Lucius vai aceitar você e se não aceitar ele está recusando a única namorada decente que Draco Malfoy pode arranjar. Se ele está escondendo alguma coisa de você ele é mais idiota e imbecil do que eu pensei. Quando ele vai entender que ninguém esconde nada de Hermione Granger? –Eu dei um leve sorriso.

“E sobre vocês terem terminado, acredito que seja melhor assim, mas já que é dele que você gosta, acho que devem ficar juntos, assim ele melhora um pouco na chatice.”

–Tudo bem, tudo bem, não vou passar o baile aqui chorando por aquele idiota. Desculpe se eu estraguei sua noite com a Gina, eu sei que sou uma péssima amiga. Vamos voltar para o baile.

–Você não é uma péssima amiga. Você tem certeza que está tudo bem? –Eu balancei minha cabeça assentindo. –Então vamos Mione. Coloque um sorriso nesse rosto e se ele continuar a te esconder as coisas eu o mato. –Eu ri e ele pegou minha mão.

Nós descemos da torre quando vimos que a quantidade de neve a cair estava aumentando. Nós voltamos juntos para o baile e percebemos que Gina havia sumido... E Draco também.

Ele deve ter voltado ao apartamento ou então deve estar preocupado comigo. Eu não queria vê-lo e nem falar com ele, mas sabia que uma hora isso teria que acontecer.

–Harry, eu estou bem, sério mesmo. Vai aproveitar o seu baile com a Gina, eu vou procurar o Draco, preciso falar com ele. –Menti. Eu não o procuraria, mas se eu não dissesse isso ao Harry provavelmente ele não me deixaria sozinha, deixando assim de aproveitar seu baile ao lado da ruiva.

–Tem certeza?

–Absoluta. Vou ter que falar com ele mais cedo ou mais tarde não é? –Eu sorri e beijei seu rosto. –Obrigada por tudo.

~Pov Draco

–ELA NÃO ESTÁ AQUI! NÃO ESTÁ EM LUGAR NENHUM! –Eu gritava na torre de astronomia.

–Talvez ela tenha voltado para o baile. Hermione é esperta, deve ter saído de lá sabendo que você iria atrás dela e depois de um tempo ter voltado para o baile porque ela não deve querer mais te ver hoje nem nunca mais.

–Sua sinceridade me encanta. –Eu ironizei e ela revirou os olhos. –Vamos voltar para o baile então.

Nós seguimos até o salão mais uma vez, entramos lá juntos. O Potter logo veio até sua ruiva, fazendo-me querer sair de lá antes que ele me matasse. Era óbvio que ele estava com Hermione, então provavelmente quer me matar agora.

–Pode aproveitar o seu baile ruiva. Eu vou esperar no apartamento, uma hora ela vai ter que voltar. –Menti.

–Tem certeza?

–Tenho sim, obrigado pela ajuda.

Passei ao lado de Blás e Luna – que estavam se pegando – e tirei meu paletó, colocando-o na cadeira ao lado deles. Pansy, Lilá e Lucy passaram perto de mim rindo sabe-se lá do quê e algo veio em minha mente, eu só precisava comprovar. Merlin como eu não pensei nisso antes?!

Aproximei-me das três sem dizer nenhuma palavra e peguei Parkinson pelo braço, puxando-a até o corredor. Ela parecia assustada e nervosa, mas eu não estava me importando.

–Ai Draco está me machucando! –Foi o que ela disse antes de eu a empurrar na parede colocando meus braços ao seu lado e me aproximar mais. Ela não conseguiria fugir de mim.

–Fez de propósito não foi?! –Minha voz soou baixa, mas era perceptível todo o meu ódio nela. –Por que fez isso Parkinson?! Por que justo agora?!

–Simples. –Ela murmurou sorrindo. –Eu consegui o que aquela sangue-ruim nunca terá.

–E o quê seria?

–Aprovação.

Lógico! Era óbvio que aquele maldito estava envolvido com tudo aquilo! Aquele imbecil, idiota que acha que sabe o que é ou não é bom pra mim, que nunca se importou comigo e que me tratou sempre da pior maneira possível!

–Acha que vai conseguir a aprovação do maldito do meu pai fazendo o servicinho sujo dele?! Eu tenho nojo de você Pansy Parkinson. –Dito isso eu me afastei, mas sua voz me fez voltar rapidamente.

–Draquinho, não faz assim, eu amo você!

–Sabe de uma coisa Pansy? Parabéns, você conseguiu a aprovação que tanto queria e que Hermione nunca vai ter, mas a Hermione me deu duas coisas que você nunca me deu e nunca vai me dar.

–O que? –Ela cruzou os braços me encarando e se aproximando de mim.

–Amor de verdade, prazer de verdade. –Acho que aquilo foi a gota d’água pra ela, mas mesmo assim ela merece que eu provoque mais.

–SE NUNCA TE DEI PRAZER, POR QUE TRANSOU COMIGO MAIS DE UMA VEZ?!

–Falta do que fazer, tédio, eu não sei bem. –Os olhos dela se encheram de lágrimas e então eu me virei, indo em direção ao salão, mas ela me chamou de novo.

–Aonde vai?!

–Encontrar a garota que eu amo. –Foi só o que eu disse antes de entrar no salão novamente.

Depois de procurar nas mesas e na pista de dança eu me sentei. Estava cansado e quase desistindo, mas quando me virei para o balcão das bebidas eu a vi. Ela estava sentada lá com um copo na mão e olhando pra mim, mas quando percebeu que eu estava olhando simplesmente se levantou.

Eu corri até ela, parando na sua frente e olhando em seus olhos. Hermione desviou de mim, mas eu segurei sua mão fazendo-a ficar.

–Hermione não faz assim, eu...

–Assim como? –Ela puxou sua mão fazendo-me soltá-la. –Como uma pessoa ciumenta, possessiva e maluca? É isso que pensa de mim?

–Não, você sabe que não é!

–Você é um idiota Draco Malfoy!

Ela suspirou e se virou seguindo pelo pátio de entrada sem se importar com a neve que caía ou com o frio e eu fui atrás dela.

–Por favor, me escuta!!

–Acho que eu não tenho mais nada pra ouvir de você!! –Alguns alunos ali perto já se juntavam para ver a confusão. Povo enxerido isso sim!

–Pelo menos pode entrar para o castelo? Vai ficar doente se você ficar aí!

–NÃO, EU QUERO FICAR AQUI! –Ela cruzou os braços. Eu sabia que o que ela mais queria era entrar, mas era como eu, orgulhosa. Seu orgulho iria impedi-la de se aquecer apenas porque eu havia dito para ela fazer isso. –VAI ESCONDER AS COISAS DE MIM PRA SEMPRE?!

Hermione se abraçou numa tentativa falha de se aquecer e eu percebi que ela chorava, era como uma tortura pra mim vê-la assim. A neve ainda caía, deixando seus cabelos com alguns pontinhos brancos, incrível como ela fica linda de qualquer jeito.

–Hermione tente entender que existem coisas que eu não posso contar ainda, mas logo você vai saber de tudo!

–SABE QUAL É O SEU MAIOR PROBLEMA?! ACHAR QUE EU NÃO PERCEBO QUANDO MENTE PRA MIM OU COMO FICA NERVOSO QUANDO PERGUNTO ONDE VOCÊ ESTAVA OU O QUÊ ESTAVA FAZENDO!

A multidão a nossa volta estava aumentando. Agora as famílias dos alunos também observavam tudo. Inclusive meus pais. Blás, Luna, Gina, o Potter e o Weasley e todo o resto dos nossos amigos nos olhavam curiosos. Quase todo o castelo nos olhava.

–SABE O QUE PENSO QUANDO VOCÊ FICA ESTRANHO COMIGO OU QUANDO MENTE?! PENSO EM VOCÊ COM LILÁ, PANSY OU LUCY!

–NÃO PERCEBE QUE É ISSO QUE ELAS QUEREM?!

–EU NÃO ME IMPORTO!!

–QUER SABER QUAL O MEU MAIOR PROBLEMA?! –Eu me aproximei parando a poucos centímetros dela. –MEU MAIOR PROBLEMA É QUE EU AMO VOCÊ DEMAIS HERMIONE! VOCÊ ACHA QUE EU NÃO QUERO TE CONTAR O QUE ESTÁ ACONTECENDO?! ISSO É O QUE EU MAIS QUERO, MAS VOCÊ TEM QUE ENTENDER QUE EU NÃO POSSO! VAI TER QUE ESPERAR A HORA CERTA! E QUANDO ESSA HORA CHEGAR VOCÊ VAI TER QUE SE LEMBRAR QUE AQUILO NÃO É NADA DO QUE EU QUERIA FAZER!

Agora para completar até os professores nos observavam. Hermione tremia cada vez mais, mas eu sabia que se eu me aproximasse mais ela recuaria. Eu sentia o frio e a neve, pareciam estar cortando a minha pele, mas enquanto ela estivesse ali eu ficaria, mesmo que morresse congelado. Eu respire fundo controlando a minha raiva e recomecei a falar:

–E se o problema é Lilá, Pansy ou Lucy saiba que eu nunca trocaria você por qualquer uma delas. Nunca toquei na Lucy. Então se o que quer é ir embora, vá em frente, podemos terminar, mas você sabe que não vai acabar assim, eu não vou deixar, você sabe que eu amo você!

As lágrimas dela aumentaram. Eu não sabia se havia dito algo errado, mas ela me deu a resposta quando sorriu e se aproximou de mim. Eu levei minhas mãos a sua cintura e ela me deu um beijo fazendo-me esquecer completamente onde estávamos e porque havíamos brigado daquele jeito.

Nos meus braços ela ainda tremia, mas ela não me largou. Só percebemos o que estávamos fazendo quando o som das palmas invadiram nossos ouvidos. Eu encostei meu nariz ao seu e sorri lhe dando mais um selinho.

–Eu também te amo. –Ela murmurou. –E tudo bem, por mais curiosa que eu esteja eu te darei o tempo que precisar para me contar o que está acontecendo, mas entenda que eu fico preocupada!

–Tudo bem. –Lhe dei mais um selinho. –Agora vamos sair daqui antes que você congele?

–Não está com frio?

–Estou, mas você é mais importante.