~Pov Draco

Passei algumas horas no meu quarto pensando naquela maldita carta. Eu teria ficado quieto em meu canto, mas algumas risadas vindas do quarto da Granger me chamaram a atenção. Apurei os ouvidos para saber sobre o que elas estavam conversando e o motivo de tantos risos.

—Então, onde faremos a festa? – Ouvi a voz da morena.

—Que tal o Salão comunal da Grifinória? A maioria dos convidados é de lá.

—Terei que voltar cedo. –Ouvi a voz da Di-Lua e revirei os olhos.

—Já sei!! – Granger gritou parecendo mais animada que antes. – Marcamos a festa aqui. Na hora de sair é só usarem a capa do Harry. Só não podemos fazer barulho, se o Malfoy souber provavelmente vai arrumar um jeito de estragar tudo.

Me levantei e abri a porta do quarto dela. Elas não poderiam falar de mim pelas costas, poderiam? Não. Além disso, mesmo que seja com Grifinórios idiotas, uma festa é tudo o que eu preciso pra poder me distrair.

—É bom saber que acha isso de mim Granger. –Ela abriu a boca algumas vezes. –Que horas vai ser a festa?

—Você não vai. –Ela disse com rispidez.

—Não vejo problema algum.

—Ponto pra Di-Lua! –Falei sorrindo.

—Melhor ele estar na festa do que ele nos entregar.

—Ainda bem que sabe disso Weasley-Fêmea.

—Mas... mas...

—Malfoy, chame algum amigo seu, a festa vai ser aqui depois que todos forem dormir.

—Ponto pra Ruiva! –Exclamei e vi que a morena ficou um pouco com raiva.

—Se chamar a Parkinson ou a Brown...! –A Granger começou, mas eu logo a interrompi.

—Vou chamar o Blásio.

//Na Festa//

Todos haviam chegado, menos Granger que não havia saído do quarto. A música alta tocava e alguns dançavam - menos o Weasley, que estava me encarando com certeza se perguntando o que eu estaria fazendo ali. Eu estava conversando com Blásio.

A música que estava tocando era a que eu e Granger dançamos no baile da escola. Eu ainda estava um pouco confuso sobre o que havia acontecido conosco aquela noite. A porta do quarto dela se abriu, fazendo com que eu e o Weasley nos levantássemos e a olhássemos com certa... admiração?

Hermione estava linda, simplesmente perfeita. Andei até ela com um sorriso no rosto e ela corou. O Weasley tentou chegar até ela primeiro, mas eu estava mais perto e quando ele viu que eu estava parado diante dela simplesmente recuou.

—Então, acha que pode dançar comigo de novo? –Perguntei e ela ficou me olhando sem responder. –Vem, é só uma dança! Mas se sentir a incrível vontade de me agarrar enquanto dançamos saiba que a culpa é sua.

Ela revirou os olhos e cruzou os braços.

—E por que motivo você iria querer dançar comigo Malfoy? Dessa vez não estamos no baile, você sabe muito bem quem eu sou.

—Você é muito chata sabia? –Ela arqueou as sobrancelhas. –Quer que eu peça ajoelhado? É só uma dança!

—E você é uma doninha albina teimosa. –Ela disse rindo e eu dei de ombros. –É só uma dança.

—Longe de mim tentar alguma cosia. – Falei sorrindo de canto e ela revirou os olhos, pegando minha mão.

Como no dia do baile eu coloquei minhas mãos em sua cintura e ela colocou as suas em torno de meu pescoço. Ficamos a música toda assim, sem dizer uma palavra. Teríamos dançado mais uma, mas a Weasley-Fêmea subiu em cima do sofá chamando a atenção de todos.

—O que acham do jogo do desafio?

—Jogo do desafio? –Perguntei.

—É simples, enfeitiçamos uma pena para que ela gire sozinha, parando em qualquer pessoa, deixando uma das pontas azul, que é para o desafiante e outra vermelha que é para o desafiado. Quem não cumprir o desafio terá que beber uma mistura de todas as bebidas mais fortes que encontrarmos.

—Pode ser. –Granger disse dando de ombros.

A Sabe-Tudo transformou o sofá em uma mesa e nós nos sentamos. A pena começou a girar e a ponta azul ficou em minha direção e a vermelha para o Potter, acho que começamos bem.

—Então, cicatriz eu desafio você a ir até a sala do Snape e pegar três frascos de poções.

O Potter se levantou resmungando e saiu. Depois de um tempo sem dar notícias a Weasley começou a se preocupar achando que ele tinha sido pego. Eu pagaria para ver a cara do Snape se o pegasse em sua sala roubando poções, mas o que aconteceu só saberemos se ele continuar vivo.

—Voltei. –O Potter disse entrando no salão comunal, fazendo a Weasley correr e o abraçar.

—E aí testa rachada conseguiu? –Perguntei e ele me mostrou os frascos das poções.

—Tive que me esconder dentro de um armário até ele resolver ir embora. –A Weasley o beijou e ele se sentou de novo.

—Que poções você tem aí? –O cabeça de cenoura perguntou olhando os frascos. – Poção do amor, da verdade e polissuco.

A pena voltou a girar e a ponta vermelha ficou em direção da Granger e a azul, em direção ao Blásio.

—A desafio a dizer com uma palavra o que acha do meu querido amigo Malfoy.

—Uma só? Nossa, tenho tantas coisas a dizer! Chato, metido, insuportável, ridículo... –Eu revirei os olhos enquanto ela continuou a falar, mas Blásio apenas riu.

—Você não esperou que eu terminasse de falar Granger. –Ela cruzou os braços. – Vai ter que tomar a poção da verdade que o Potter trouxe.

—O quê? Aah não, não eu não... Não precisa, já disse tudo o que acho.

—Vai preferir beber e ir pra aula de ressaca amanhã? – Blás disse rindo e a Granger pegou a poção, virando de uma vez.

—Vamos lá Granger, descreva Draco com uma palavra. –Ela me olhou, suspirou e fechou os olhos.

—Intenso.

Todos arregalaram os olhos para ela, que, quando abriu os olhos, virou-se pra mim, mas eu não disse nada, estava tão assustado quanto todos. É sério? Ela não disse “idiota”?

—Então, quem é o próximo? –Ela disse tirando a atenção de todos de si.

Ao longo do tempo, mais desafios foram acontecendo e o jogo foi ficando chato. O Weasley já estava bêbado porque o desafiei a soltar fogos de artifícios na sala da McGonagall e ele recusou.

De repente senti o pé de alguém subindo e descendo pela minha perna, dei um pulo e a Granger, que estava na minha frente sorriu.

—Algum problema Malfoy? –Ela perguntou.

—N-não, estou bem. –Respondi após o susto e ela riu mais ainda quando gaguejei.

Quando todos foram embora eu a prendi na parede, segurando sua cintura.

—Então quer dizer que sou intenso? – Falei aproximando-me dela, mas eu não iria beijá-la. Queria ouvir o que ela tinha a dizer.

—Sabe o que eu acho que vou fazer?

—O quê? – Seu nariz encostou no meu, mas ela suspirou e virou o rosto.

—Acho que vou me casar com essa parede.

—O quê?! –Perguntei olhando-a confuso.

—É, vou me casar com essa parede. Você adora me empurrar aqui, estamos ficando intimas. Sei que é difícil, mas uma hora ou outra você terá que aceitar isso Draco. –Ela beijou o canto de minha boca. – Boa Noite.

—Essa garota só pode ter problemas, muitos problemas. –Eu disse assim que ela saiu.

—Eu ouvi! –Ela gritou de dentro do quarto.

—Boa Noite! –Gritei rápido sem entender.

Como ela consegue me deixar assim?