Hermione Granger

A aula de Herbologia estava para começar. Eu, como sempre, estava adiantada esperando que Harry ou Rony aparecesse e não me surpreendendo nem um pouco quando eles se atrasaram. Malfoy sentou-se ao meu lado, mas nós pouco conversamos.

—Me encontre na biblioteca depois do jantar. –Falei quando a aula acabou.

—Já vai marcando encontro assim, Granger? Sem nem me perguntar se eu aceito. –Ele respondeu com um sorriso divertido no rosto e eu revirei os olhos.

—Você tem sorte que eu estou cansada demais pra te estuporar. Estou falando do trabalho, idiota. Eu vou pegar alguns livros e você leva os três pergaminhos.

—Dois.

—O quê?

—Ela só pediu dois.

—Ah, eu sei, mas sempre faço um a mais.

—Sabe-tudo irritante.

Ignorei o comentário e saí da sala. Estava com tanta fome que poderia comer a mesma quantidade que Rony estava acostumado, o que era muito. Me sentei ao lado de Gina e Luna veio até nós, conseguindo um espaço ao lado da ruiva.

—O Malfoy não para de olhar pra você.

—Provavelmente é pra Patil. –Falei, indicando a garota sentada na minha frente.

—Não, é pra você mesmo.

—Até você, Gina?

—Se não acredita olha pra mesa da Sonserina. –Revirei os olhos, mas ainda sim fiz o que ela pediu. Os meus olhos rapidamente se encontraram com os dele, que me mandou um beijo.

—Idiota. –Resmunguei.

—E o fã clube ficou irritadinho. –A Weasley murmurou, indicando as garotas que me fuzilavam com o olhar, mas eu ignorei.

Quando terminei de comer, me levantei e peguei as coisas necessárias para fazer o trabalho, seguindo para a biblioteca. Malfoy já estava lá, sentado com os três pergaminhos e folheando um livro que não tinha nada a ver com a matéria.

—Vamos mesmo precisar de tudo isso? –Ele perguntou, trazendo os livros para a mesa com um movimento de varinha.

—Peguei apenas o necessário.

—E suponho que a sabe-tudo já tenha decidido sobre o que vamos fazer? –Questionou, parecendo entediado.

—Pensei em fazermos sobre o Visgo do Diabo, se você concordar. Consegui uma amostra dele para podermos apresentar.

—Tanto faz.

—Okay, então pegue o pergaminho e comece a escrever o que eu disser.

—Por que você não escreve?

—Okay então, por que você não dita pra mim o que eu devo escrever.

—Touché.—Revirei os olhos e ele pegou a pena e o pergaminho.

—Vamos lá: As planas fixas com sentido são aquelas que não saem do lugar sem interferência humana, mas em compensação podem pensar, falar e emitir sons. Algumas podem tornar-se muito agressivas quando submetidas à dor ou constrangimento (isso porque elas têm total capacidade de entendimento.).

—Será que dá pra falar mais devagar? –Ele pediu.

—Continuando: O visgo do diabo é uma planta rasteira de cor verde vivo ou verde escuro, depende de como está a sua saúde. Apesar de mexer seus tentáculos ela é uma planta fixa com sentido. É uma trepadeira forte que cresce em lugares pouco iluminados...

...

—Vou guardar os livros, pode ir se quiser, Malfoy. –Falei. Éramos os únicos que ainda estavam ali e isso apenas porque eu insisti muito com Madame Pince e havia prometido que iria fechar a biblioteca para ela.

Fui até a prateleira aonde guardaria o último livro e senti que havia alguém atrás de mim. Coloquei o livro em seu lugar e me virei, encontrando o garoto loiro me olhando com curiosidade e um sorriso divertido.

—Você é insuportável, sabia, Granger? –Ele disse e eu revirei os olhos.

—Como se você fosse adorável. –Murmurei e ele riu, se aproximando.

—E fica irritantemente linda quando está dando ordens.

—Não começa, Malfoy. –Recuei quando ele chegou muito perto, ficando contra a prateleira.

—Não estou começando nada. –Ele riu, acariciando minha bochecha com o nariz. Ouvir sua voz tão perto me deu um arrepio.

—Nós estamos no meio da biblioteca.

—E sozinhos.

—Você realmente se acha, não é?

—Com certeza. –Disse, dando um beijo em meu pescoço. Eu fechei os olhos, sentindo os arrepios subindo e descendo por todo o meu corpo.

Levei uma das mãos até os seus ombros, e por um momento me questionei se as usaria para afastá-lo ou puxá-lo mais para perto. Infelizmente a Hermione sem nenhuma noção, completamente perdida em todas aquelas sensações, venceu.

Quando me dei conta, nós estávamos nos beijando. Ficamos nos agarrando ali por um bom tempo e ele desceu seus lábios mais uma vez até meu pescoço. Fechei os olhos, me concentrando naquela sensação, até que ele simplesmente parou, com a testa encostada na minha.

—Confessa que gosta de mim, Granger.

—Vai ter que me matar primeiro. –Falei e ele riu, mordendo meu lábio.

Em seguida, Malfoy se afastou, me dando as costas e me deixando completamente confusa. O que diabos ele estava fazendo?!

—Ei, tá indo aonde?

—Buscar os dementadores. Pensei que tivesse dito que iria pra Azkaban se eu te beijasse de novo, mas tenho que dizer Granger, eu tenho quase certeza de que você estava gostando.

No início fiquei sem reação, apenas com as sobrancelhas arqueadas assistindo enquanto ele saía. IDIOTA! Gritei mentalmente, não só para ele, mas para mim também. Tudo se resumia a um joguinho estúpido e infantil de provocações agora?! Era o que ele queria? Ótimo, mal podia esperar para vê-lo desistir agora que eu estava decidida a participar.