CONFIDENCIAL - Draco & Hermione escrita por AppleFran


Capítulo 4
Confie em Mim


Notas iniciais do capítulo

Apreciem a leitura! Tentarei postar semanalmente! :)



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Draco conseguia ver dois caminhos completamente diferentes a sua frente enquanto encarava a arma de Lynch apontada diretamente para Hermione Granger. Sabia que não tinha muito mais que segundos para decidir qual deles seguir, porque seus olhos já capturavam o movimento de todos os agentes ali disfarçados indo em direção a eles. O primeiro era fugir dali, não dar a chance ser morto por Lynch ou por qualquer agente ali. Isso significaria ser um foragido da S.I. e ele precisaria levar Granger consigo porque ela era a única que sabia como se manter viva com esse status. O segundo era permanecer onde estava e confiar sua vida ao senso das pessoas que haviam o treinado, afinal ele podia se justificar sobre as acusações que estavam os levando a matá-lo. Mas no fundo, bem no fundo de sua consciência, ele sabia que aquelas pessoas eram misteriosas.

Teve que ser impulsivo e foi exatamente o que o fez seguir o primeiro caminho. Não havia volta. Ele se levantou quase que num salto, chutou o braço de Lynch o que o fez atirar, mas não em direção a Granger e sim ao teto. Os gritos foram uma bagunça e todos se abaixaram, exceto os agentes que iam em direção eles. Draco agradeceu por sua memória fotográfica no segundo que captou a fisionomia do máximo que conseguiu enquanto saltava sobre a mesa e empurrava Hermione consigo. Precisavam sair dali. Rápido.

“Achei que ia esperar que colocassem as mãos em mim!” Ela soltou enquanto eles corriam.

“Eu bem que deveria!” Retrucou ele. “Para onde está indo?! Vá para as escadas! Eu tenho um plano!”

Ela riu alto.

“Qual? Pular o parapeito da área externa, descer pela fachada de um arranha-céu dois andares abaixo, quebrar uma janela, pular para dentro e descer pela escada de incêndio? Nada inteligente, Malfoy! Precisamos descer rápido!” Ela entrou em uma pequena e rápida briga com um dos agentes que a deteve.

Draco teve que se ocupar com um deles também e assim que o desacordou, pegou a arma em sua mão e correu para alcançar Granger que já estava quase perto do hall dos elevadores.

“Não muito esperto da sua parte pegar um elevador!” Ele soltou desacordando um segurança que parecia um tanto perdido com o desespero dos civis tentando alcançar a saída. “Entrar em uma caixa lenta que pode parar no momento em que alguém acionar o sistema de segurança!”

“Confie em mim, Malfoy! Eu faço isso há anos!”

“O que? Escapar pela saída mais óbvia?”

“Não. Escapar da S.I.” Ela apontou uma arma para o teto e atirou. Os gritos foram exagerados e mais uma vez todo mundo se abaixou.

Hermione gritou para que “dessem o fora” enquanto entrava no elevador. Draco passou para o lado de dentro quando somente ela ocupava a caixa em que tinha o plano de enclausurá-los.

“Não acho que essa é uma boa ideia.” Ele se viu obrigado a comentar enquanto ela apertava freneticamente o botão para que as portas se fechassem e no momento que elas finalmente se fecharam o aço curvou sendo atingido pelas balas dos agentes que finalmente haviam alcançado o hall dos elevadores.

“Confie em mim, Malfoy!” Ela repetiu e o elevador começou a descer. Hermione não esperou mais do que alguns poucos segundos para puxar a alavanca de segurança fazendo-o parar. Ela tirou os sapatos e os juntou em uma mão. “Vamos, me ajude. Precisamos fazer isso rápido.” Ela apontou para o teto e ele entendeu. Deu suporte com as mãos para fazê-la alcançar o teto. Não demorou e eles estavam pulando para o lado de fora da caixa do elevador e se alojando acima dele. O ar da foço dos elevadores não cheirava bem, nem o lugar parecia ter sido limpado algum dia de sua existência. “Agora segure-se.” Ela disse.

“Eu não vejo um objetivo...” Ele teve que engolir o restante de suas palavras porque no mesmo instante ela estendeu as mãos, os cabos estouraram e o solavanco que o puxou para baixo quase o fez vomitar o próprio coração. Eles estavam caindo! “ACASO É LOUCA?”

“DROGA, MALFOY! CONFIE EM MIM!” Ela pediu mais uma vez.

Mas qual era o ponto de confiar nela se eles iriam morrer! Draco conseguia sentir toda a adrenalina ativada em seu corpo enquanto observava a figura de Hermione agachada, assim como ele, se segurando na estrutura da caixa do elevador que despencava. Ela fechou os olhos. Parecia muito calma. Ele mal conseguia encontrar seu próprio raciocínio, mas sabia que queria matá-la e era uma pena que ela iria fazer aquilo por eles dois.

No entanto foi no exato momento que sua mente inconscientemente calculou que iriam explodir que a velocidade em que caiam diminuiu drasticamente quase o fazendo ser esmagado pela própria gravidade. Hermione estava parando o elevador. Ele conseguia perceber que o esforço que ela expressava não era para manter sua postura segura. Ela estava fazendo magia sem varinha. Como ela conseguia?

Ele se viu ofegante quando finalmente pararam. Hermione se colocou de pé num segundo como se nada daquilo houvesse sido traumático, abriu os olhos e sorriu.

“Eles não poderiam ser mais rápido do que isso.” Ela soltou aparentemente contente consigo mesma e passou os olhos pelas paredes que os cercavam.

Draco se colocou de pé surpreso por sua própria recuperação. Ele estava acostumado ao perigo e a adrenalina, mas na maioria das vezes ele quem desenvolvia a ação. Nunca havia se confiado a ninguém.

“Como você...”

“Faço magia sem varinha?” Ela completou enquanto arrancava a placa de um duto de ventilação. “Esforço, concentração e prática. Leva anos. Ainda não sou tão boa, mas consigo me virar.”

Ele engoliu seco. Se estivesse carregando uma varinha teria parado aquele elevador muito antes e estava pouco se importando com o governo americano e seus maldito rastreio de bruxos. Usaria sem hesitar mesmo que aquilo colocasse a S.I. e todas as agencias de segurança americanas atrás deles.

Hermione pulou para dentro do duto. Ele a seguiu. Ela soltou os freios do elevador enquanto eles adentravam o labirinto e não demorou para que tudo estremecesse com o impacto do fim do fosso.

“Isso vai mantê-los ocupados.” Ela disse enquanto eles continuavam a avançar.

Embora eles não conhecessem a planta do prédio, haviam sido treinados a andar em dutos de ventilação pela S.I. e não era muito complicado entender como basicamente funcionavam. Não demorou muito e estavam pulando para o lado de dentro de uma sala no segundo andar. Ela colocou de volta o sapato nos pés e eles atravessaram mais algumas outras salas até conseguirem chegar no hall central do andar. Localizaram a escada de emergência e se misturaram a multidão que descia desesperada.

Saíram direto na rua tentando se camuflar o máximo possível com a multidão. A polícia estava chegando ao local e Hermione o espremeu para dentro de uma cafeteria. Ele a seguia. As mãos dela pegaram um sobretudo que uma mulher havia acamado de pendurar no espaldar de uma cadeira. Draco entendeu o que ela estava fazendo enquanto a via o vestir. Tratou de procurar por algo ele mesmo e enquanto acompanhava o passo dela por entre as mesas. Furtou sorrateiramente a jaqueta de um turista que parecia estar tendo trabalho em pedir por um pedaço de torta em polonês enquanto passava e a vestiu com rapidez.

Hermione quase alcançando a porta oposta já havia cercado o pescoço com um cachecol e tinha um copo de café na mão. Draco saiu da cafeteria seguido dela. Ele a viu fazer seu último furto ao pegar uma boina de um dos comerciantes de rua e então eles passaram a andar no ritmo que Draco havia aprendido a chamar de “padrão Nova York”. Passos largos e ritmo constante. Hermione não olhou para os lados como se estivesse querendo se certificar que não estava sendo seguida, ela andou, com uma mão enfiada no bolso do casaco que usava, carregando seu copo de café, como qualquer outra pessoa na rua procurando chegar ao seu objetivo. Draco a copiou mantendo uma distância. Colocou o capuz e enfiou as mãos no bolso da jaqueta.

Suas mãos estavam pegajosas e ele podia dizer que seu corpo suava. Nunca havia se imaginado naquela posição. Nunca havia se imaginado um traidor da S.I. Ele havia tido muita certeza dos motivos que o levou a se tornar um agente. Sentia como se estivesse debaixo da pressão de Voldemort novamente. Como se cada movimento seu fosse medido. Como se tivesse acabado de traí-lo e sabia que a qualquer momento alguém entraria em sua frente e lhe rasgaria a garganta.

Hermione desceu as escadas de uma estação qualquer logo a frente. Ele a seguiu. A encontrou parada ao lado de um telefone público numa parede lateral. Draco parou ao lado dela.

“Por que paramos?” Ele perguntou encostando-se na parede.

“Porque estamos esperando uma ligação.” Ela respondeu e pela primeira vez olhou para os lados para ter certeza de que não haviam sido seguidos. “Acho que despistamos eles. A S.I. deve ter acabado de descobrir que já deixamos o prédio. Eles vão espalhar os agentes.” Ela fechou os olhos e respirou fundo. “Vamos lá, Beth...” Ela pareceu dizer aquilo para si mesma num tom baixo mordendo os lábios e fazendo seus olhos alcançarem cada centímetro da área daquela estação.

“Quem é Beth?” Ele perguntou.

“Eu já disse que tenho contatos dentro da divisão.” Ela respondeu.

O telefone ao lado deles tocou alguns poucos segundos depois. Hermione o atendeu com muita calma. Ele soltou um riso fraco sem achar graça. Havia acreditado que ela estava brincando ou sendo irônica. Conseguiu pegar apenas o que ela estava falando.

“Sim, eu estou com ele aqui.”

“Não, não vamos precisar de nada médico. Preciso de um lugar. Qualquer um.”

“Tente olhar no sistema.”

“Lembre-se de quando foi a minha vez, Beth. Tenha um pouco de fé. Isso não é um caso perdido.”

“Perfeito. Me passe o endereço.”

Ela ficou um bom tempo em silêncio enquanto ele escutava apenas o ruído da voz do outro lado falar incessantemente.

“Posso dar conta disso, Beth. Confie em mim.” Foi tudo que Hermione respondeu e então bateu o telefone. Ergueu os olhos para ele. “Precisamos ir.”

“Que pena. Estava esperando passar a noite aqui.” Ironizou ele.

“Cale-se.”

“Pede demais para que confiem em você, sabia?!”

Ela o encarou por um segundo que durou muito e deu as costas.

“Acaso te decepcionei quando pedi para que confiasse em mim?” ela perguntou e ele a seguiu de volta para rua.

“Não.” Respondeu. “Ainda.” Acrescentou.

Ela o olhou por cima do ombro e sorriu.

“Não se preocupe. Eu não sou você.”

Draco foi obrigado a parar o próprio passo. Ela continuou o dela. Ele precisou de um segundo para refrescar o pulmão com oxigênio enquanto mil memória explodiam em sua cabeça. Engoliu a saliva, apertou os dentes e tornou a segui-la em silêncio, mantendo a distância de antes.

Seus olhos ardiam, ao mesmo tempo que sua garganta também. Sentia as bochechas de seu rosto pegajosas e ao mesmo tempo também sentia que sua cabeça estava leve.

Álcool.

Havia aprendido a gostar daquele novo companheiro. Principalmente quando se enfiava naquele banheiro onde ninguém ousava entrar. Ninguém queria a companhia de um fantasma pegajoso. Ele sabia que definitivamente estava no fundo do poço todas as vezes que se via trocando palavras com ninguém menos que Murta-Que-Geme. Ficava grato todas as vezes que conseguia espantá-la, como havia acabado de fazer. Ele não estava de bom humor.

A verdade é que nunca estivera de bom humor em sua vida inteira. Agora ele simplesmente se permitia ser o pior de si mesmo. Não havia planejado nada disso para o seu sexto ano e aquilo estava o fazendo definhar. Toda aquela pressão, todo o medo, todas as ameaças, os olhares de sua mãe, as perseguições de Snape... Ele tinha que ser forte. Tentava lutar. Mas no final tudo que conseguia era sentar no mármore da pia daquele banheiro na companhia de alguma bebida para sentir sua garganta queimar e sua visão embaçar. Ele sabia que aquilo era o resumo de sua vida. Aquela cena era o resumo de toda a sua vida, de tudo que era, de tudo que seria se chegasse a ver o sol do próximo dia nascer.

Ela apareceu entrando de modo sorrateiro. Silenciosa. Havia receio no olhar. Olhar que expressava todo tipo de tristeza que parecia existir no mundo. Os cabelos presos de modo desajeitado no topo da cabeça, as mangas no camisa do uniforme dobradas, olhos vermelhos, olheiras, rosto inchado. Ainda assim Hermione Granger não conseguia ficar feia.

“O que faz aqui, Granger?” as palavras escaparam de sua boca. Ele queria insultá-la, mas não tinha forças para soltá-los como ela merecia ouvir.

Ela não respondeu de imediato. Continuou a entrar com aquele andado receoso, como se estivesse invadindo algo muito privado. Como se soubesse que iria se arrepender depois. Ela colocou as mãos para trás e encostou na parede oposta a ele. Uma distância segura. O silêncio ainda circulou por entre eles mais alguns segundos.

“Você foi longe dessa vez, Malfoy.” A voz dela soou baixo.

Ele processou as palavras dela. Piscou e desviou o olhar. Buscou pela sua garrafa de álcool e bebeu mais um longo gole.

“Não sei do que está falando.” Disse finalmente.

“Sim, você sabe.” Ela parecia toda machucada com aquele tom de voz. Ele sabia que era porque o amado ruivo dela estava deitado numa das macas da enfermaria se recuperando da quase morte que tivera aquela manhã. “Pode enganar essa escola inteira, Malfoy, mas não pode me enganar.”

“Claro. O cérebro mais brilhante que a história dessa escola já teve.” Forçou um sorriso para ela. Ela não retrucou nada. O silêncio os cercou mais uma vez. Ele se incomodou com a presença dela. Sempre se incomodava com ela. Aquela pequena e bonita figura que ela havia se tornado. “O que faz aqui, Granger?” Tornou a perguntar. Queria expulsá-la.

Hermione desviou o olhar. Suspirou, pareceu pensar, piscou e tornou a encará-lo.

“Não tenho raiva de você pelo que fez.” Ela soltou.

“É uma idiota por isso.” Ele retrucou.

“Me desculpe, eu apenas não consigo.” Ela não o olhava mais. “Eu te odiei por muito tempo. Todas as suas perseguições estúpidas, seus insultos, seu ar sempre arrogante.” Ela suspirou mais uma vez. Ele quase conseguia sentir o cheiro do arrependimento que ela já sentia por estar ali dizendo aquilo. “Mas agora, quando eu deveria querer vê-lo morto...” Ela parou e colocou uma mexa do cabelo que lhe caia nos olhos para trás da orelha. Havia um nervosismo contido no gesto. “Eu não consigo.” Ela concluiu. “Por que...” tornou a encará-lo. “Quando olho para você...” Ela engoliu a saliva. Havia uma certa angústia no olhar dela. Um ar de compreensão, de sinceridade, de reconhecimento que o fazer quase querer tocá-la. “Quando olho para você consigo ver o que parece que ninguém mais consegue. E eu não entendo...” Ele sabia que ela era a única aluna daquela escola que parecia acreditar que ele não era um comensal. Não era como se ela estivesse se levantando em defesa dele ou algo do tipo, ela só acreditava que ele não era. “Você não queria nada disso. Eu consigo ver que não queria.” Por que ela usava aquela voz tão suave? “Eu apenas acredito que esteja com...” A voz dela morreu, como se não estivesse certa se deveria ou não terminar aquela frase.

“Medo?” Ele terminou para ela. Hermione não respondeu nada, o que o fez confirmar que era essa a exata palavra que ela queria dizer. Medo era exatamente o que ele sentia. Soltou um riso fraco pelo nariz sentindo aquela angústia que o acompanhava todos os dias. Tomou mais um gole de sua bebida. Era irônico que a garota que ele mais havia provocado em sua vida escolar fosse a única que conseguisse ver o que realmente se passava com ele. Ele havia notado o olhar dela durante todo aquele ano. Não era como todos os outros alunos. Ela não tinha medo dele por acreditar que ele era um comensal, não o condenava pelos rumores que haviam levado seu pai a Azkaban nem o desafiava como Potter ou Weasley faziam. Pelo contrário. Quando seu olhar se encontrava com o dela durante alguma refeição no salão principal ela sempre parecia estar tentando lê-lo. “Pelo última vez. O que está fazendo aqui, Granger?”

Ela pareceu buscar ar para dizer, mas desistiu. O silêncio os cercou por uns segundos. Ela tentou mais uma vez, mas sua boca tornou a se fechar sem emitir nenhum som. O silêncio e então ela finalmente se desencostou da parede e caminhou até ele. Cada passo cheio de receio, cheio de dúvida, cheio de fragilidade. Quando ela finalmente o alcançou, suas mãos tocaram seu braço. Draco quis empurrá-la, mas o toque foi tão incerto e ao mesmo tempo tão cuidadoso que ele não conseguiu encontrar forças para afastá-la.

O dedos dela encontraram o fim da manga de sua blusa. Ela respirou fundo e a puxou para cima. Sua pele estava branca branca ficou exposta, intacta, limpa, sem nenhuma marca. Draco viu um sorriso discreto se esticar nos lábios dela. A forma como as bochechas dela se moveram minimamente, como conseguiu enxergar um brilho bonito se passar pelos olhos dela rapidamente. Ela era linda e as vezes ele não conseguia parar de olhar.

Os olhos dourados dela se ergueram para encontrar os dele. Draco nunca havia a tido tão perto. Conseguia sentir pela primeira vez o cheiro que ela exalava. Era doce, floral, muito delicioso. Ainda conseguia sentir o toque dos dedos dela queimarem contra sua pele.

“Você não precisa ter medo, Malfoy. Não dessa forma” Como ela conseguia fazer aquela voz tão suave? Tão compreensiva? Tão amorosa? “Eu sei que não é isso que quer. Não quer machucar ninguém. Não quer matar ninguém.”

“Eu não sou um assassino.” Draco se viu sussurrar. Ela abriu um sorriso tão lindo de se ver ao escutá-lo dizer aquilo. Ele parecia tão embriagado com a presença dela. Não era certo que quisesse esticar a mão e tocar aquele rosto tão bonito. Não deveria ter bebido tanto álcool.

“Dumbledore pode te proteger. A Ordem pode te proteger. Você e sua família. Você não vai precisar fazer as coisas que está fazendo. Não vai precisar machucar ninguém.”

“Eu já escutei esse discurso, Granger.” Ele sabia que aquilo não daria certo. Dumbledore era humano como qualquer outra pessoa, poderia ser morto como qualquer outro. Voldemort não. A Ordem da Fênix parecia não entender o poder que Voldemort tinha. “Eu não estou em posição para fazer a escolha de que lado devo jogar. Minha família está nisso já faz...”

“Sua família não precisa...”

“Não fale sobre o que não sabe, Granger!” Ele a cortou fazendo sua voz sobressair sobre a dela o que a fez parar. “Eu não tenho escolha.” Se fez claro novamente. Ela pareceu perceber que insistir só acabaria com o único momento que ela havia estado na presença dele sem receber um insulto. Os olhos dela desviaram para longe assim como seus dedos. Draco, quase que inconscientemente, conseguiu capturar uma mão dela a tempo. O ato a fez encarar as mãos deles unidas. Seus olhos dourados logo tornaram a encarar os dele novamente. “Eu posso fazer isso. Ninguém vai morrer. Confie em mim.” Ela não respondeu. Ele ainda ficou um tempo encarando a cor fascinante daqueles olhos tão lindos que ela tinha até finalmente conseguir soltar sua mão. “Agora saia.” Ela saiu.

O olhar dela ainda o atormentava até hoje. O olhar que ela havia lançado a ele quando acabou cruzando com a figura dela enquanto Snape o arrastava para fora do castelo no dia em que Dumbledore havia sido morto. Draco queria ter tido tempo para ir até ela pedir desculpa por tê-la decepcionado.


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Notas finais do capítulo

Pessoal, muito obrigada por todo o apoio de vocês! Os comentários estão sendo maravilhosos e prometo responder a todos assim que tiver tempo! E uauuu!! Uma recomendação! Muito obrigada, Minerva Lestrange! Obrigada a todos que favoritaram tbm! Sério, o apoio de vocês tem sido fundamental e encorajador! Vocês me dão confiança para continuar postando! Obrigada! Espero que tenham gostado do capítulo! Me deixem saber se gostaram. Me deixem saber quais são suas expectativas para o rumo da história e se esperam que esse breve passado que eles tiveram afetaria eles em algum momento nesse presente. Esse flashback é algo que eu realmente gostaria que tivesse acontecido. Não desse modo tão romantizado talvez, mas essa interação entre Draco e Hermione no momento mais dark da vida do Draco devido a pressão de Voldemort. No sexto livro a Hermione meio que tentou defender o Malfoy algumas vezes e acredito que por isso ela tinha potencial para ser um guia para ele. Ter o ajudado e o trazido a luz. Não sei, queria que tivesse acontecido. :( hahaha