Lembranças

Doze de fevereiro, dia da entrega do trabalho... dia do meu aniversário.

O primeiro comentário que escultei quando cheguei na sala foi: " Trouxemos ovos. Feliz Aniversário!", seguido de um: "Trabalho de português é para ultima aula, não terá como você fugi ou liga para alguém vim te buscar." Dei risada quando percebi que eles estavam certos e eu realmente estava ferrada. Em seguida alguns me abraçaram, me desejaram feliz aniversário, felicidades e todas aquelas coisas que nos deseixam nessa data.

Quando me sentei no meu lugar, atrás de Igor, ele se virou na cadeira para fala comigo e me desejou um: "Feliz Aniversário!". Agradeci com um:"Obrigado" e um leve aceno de cabeça. Ele se virou novamente para frente e começamos prestar atenção na aula.

Os amigos que ficavam comigo na hora do intervalo resolveram que aquele momento era ideal para cantarem 'Parabéns' e eu não tive como impedi-los, o que me fez passa uma tremenda vergonha com praticamente todos os aulos da escola olhando para nosso grupo enquanto eles cantavam. Agradeci mentalmente por eles não cantarem 'Com quem será'. E como se não bastassem terem cantado 'Parabéns' na hora do intervalo, resolveram canta na ultima aula, quando já tínhamos entregado os trabalhos e enquanto a professora corrigia. Só que dessa vez, eles não deixaram o 'Com quem será' de fora, mas como eles não sabiam de quem eu gostava nem continuaram a musiquinha.

Assim que deu o sino, tentei escapa deles saindo mais rápido da sala, mas não teve jeito eles me seguraram quando estava quase alcançando o portão da saída e não me soltaram, não acreditei quando vi meus primos Gilson e Wilton que entraria comigo na festa do meu aniversário, no meio da rua, cada um segurando dois ovos em cada mão, tentei me solta do Fábio que me segurava pelo braço, com um ovo em outra mão, pronto para tacar em mim, mas ele me seguro mais forte.

Foram uns treze ou dezesseis ovos que quebraram na minha cabeça, no meio da rua de frente com a escola, com varias pessoas olhando, fora as farinhas que também jogaram. Fiz meus primos e mais três amigos meus que moravam perto de casa, me deixarem no portão de casa. Passei praticamente a tarde inteira lavando a cabeça e deixando o cabelo em banho de creme para tira aquele cheiro ruim do cabelo e boa parte da noite lendo e respondendo mensagens e depoimentos.

No dia seguinte lavei meus cabelos de novo e fui para escola, tinha decido que contaria para sala que me mudaria de cidade trés dias depois da festa, ou seja, na terça-feira, dia dezessete.

Aproveitei que a professora de biologia tinha saído para busca um material e pedi a atenção da sala.

Não sabia muito bem como fala e já estava quase chorando, mas eu teria que conta, então contei: "Não sei muito bem que palavras usa, mas... gostaria de dizer que vocês são muito importantes pra mim, de verdade. Aprendemos muito juntos, assim como bagunçamos, choramos, aprontamos, levamos broncas, rimos e nos divertimos pra caramba... Maaas, estou me despedindo de vocês." falei, passando meus olhos por cada um ali. "Para com isso, Carol. Como assim ?" questiono Júlia "Vou me muda de cidade. Terça-feira é meu ultimo dia de aula com vocês, assim que acaba a aula meus pais e meu irmão estará no portão, me esperando. Eu ia deixa para conta amanhã na festa, mas resolvi conta hoje, bom eu pedi a festa pro meus pais justamente, para se uma despedida nossa, uma despedida minha daqui." esclareci, vendo Júlia, Vitória e Daiane começarem a chora, não consegui evita as lágrimas quando as vi chorando. "Vocês são os melhores amigos que alguém pode ter" consegui dize antes de alguns me abraçarem. A professora chego minutos depois e já tínhamos parado de chora... Igor não estava entre esses alguns que me abraçaram.

Durante a tarde naquele mesmo dia, resolvi entra no Facebook e fui para o perfil dele: Igor de Oliver. E isso foi uma péssima decisão, a Linha de Tempo dele estava cheia de mensagem públicas que a namorada dele mandava, algumas diziam "Saudades amor, Te amo", "Logo a gente se vê", "Você é a minha metade", ou somente um "Eu te amo", as resposta dele nos comentários era quase as mesma "Também te amo", "Sinto saudades também" e "Verdade, logo a gente se vê, Isa".

Acho que nunca me senti tão idiota, trouxa, retardada e masoquista como naquele momento e o pior foi te que olha pro alto e fala a mim mesma "Puta que pariu, Ana Carolina Fernandes, não chore".

Segurei o choro e disse para mim mesma:"O coração é fundamental, mas também muito idiota." E que tinha que fica feliz com minha festa.