Our Ruin escrita por tori traurig, Valeriedy


Capítulo 1
║Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Hey hey gente bonita e fancy o/Prólogo aqui, só pra explicar a doença dela e tals, e dar aquele climazinho de tensão haeaheuheaue



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A pequena garota de cabelos dourados balançava-se num parque das ruas frias do inverno de Brighton. No auge dos seus quatro anos, ela costumava questionar cada simples componente daquela paisagem.

Mamãe, por que o Colin não pode balançar comigo?, ela costumava perguntar, com falhas na pronúncia, à mãe, referindo-se ao irmão mais novo, de apenas dois anos.

Linda Creevey era uma mulher paciente e completamente materna, então respondera à filha todos os oito questionamentos insistentes. A garotinha não parecia conformar-se tão facilmente, mas mesmo assim voltou a se concentrar na altura em que conseguia chegar com o balanço, cada vez mais alto.

Sua mente infantil viajava e ela pensava em como seria voar direto do balanço, num único salto até as nuvens. O vento bagunçava os fios loiros dos seus cabelos e batia em suas bochechas pálidas enquanto ela arquitetava em mente seu plano de vôo.

Planejou tanto que mal percebeu que literalmente voava do balanço, pairando cerca de 7 segundos no ar antes de cair com o braço direito no chão.

Linda – já sem sua antiga juventude e atrapalhando-se com as vestes longas – correu em direção à sua delicada filha e a envolveu com os braços, ou melhor, tentou, já que, ao se aproximar, viu-se lançada para trás por uma luminosidade roxa que saiu do corpo da criança.

Completamente assustada, sua primeira reação foi olhar para os lados e suspirar de alívio ao encontrar-se totalmente só. Apesar de achar aquilo completamente estranho, roubariam a sua filha dela por ser diferente dos demais.

Antes que conseguisse se levantar, viu sua filha respirando vagarosamente sendo interrompida por uma tosse rouca e incessável. Quando se aproximou novamente, ela já estava quase em completa ausência de ar.

— Por Deus — ela murmurou — Uma ambulância! — gritou para a rua vazia até que algum vizinho fizesse o telefonema.

Já dentro da viatura, Linda ligou para o marido apressadamente. Deixara Colin e Dennis – os dois filhos mais novos – com ele, e tinha de avisá-lo sobre o incidente com a filha. Apenas lhe disse que Sadie caíra do balanço e tinha sofrido um ataque de tosse. Sem mais detalhes, os paramédicos estavam trabalhando na desobstrução da traqueia dela e não podiam ouvi-la falar sobre aquele... incidente.

No hospital, Linda comprimia as pernas sobre o abdômen na agonia da espera. Tinham levado a sua Sadie para dentro de uma sala clara demais, e não davam notícias dela há exatamente... quatro minutos e meio.

Encarava a filha pela janelinha da porta. Os médicos pareciam ter dificuldade em se aproximar. Ela já estava respirando com a ajuda de um tubo, mas algo os afastava quando se aproximavam dela. De vez em quando, a tosse voltava.

A espera estava matando-a. Em súbito, um médico jovem, apresentando-se como Doutor Jones, levantou-a do banquinho e a levou a uma sala de relatórios para que ela lhe contasse o que havia acontecido.

Depois de contar a história e ocultar o pequeno voo da filha e o clarão roxo, o doutor a encarou desconfiada.

— Aconteceu algo entre a queda e o ataque de tosses? Você disse que a Sadie não sofre de asma. Não há motivos pelo qual ela esteja assim.

Linda o estudou pensativa. Poderia ele acreditar no clarão roxo? Ele parecia bem convencido de que alguma coisa acontecera.

— Bem, não sei se o senhor acreditaria — ela fez uma pausa para reconhecer a expressão do médico. Ele parecia satisfeito. Estranho. — Mas a Sadie pareceu planar por algum tempo antes de cair. — ele não parecia surpreso — Não que isso tenha realmente acontecido. Eu estava cansada e... pensei também ter visto um clarão roxo quando tentei me aproximar. Algo me empurrou para longe da minha filha.

O médico fez uma cara de confuso no mesmo instante. Ótimo, pensou Linda. Ele realmente acha que enlouqueci.

— Sabe, a senhora tem muita sorte, Sra. Creevey. De tantos médicos nesse hospital, logo eu vim atendê-la. — ele disse sério.

Linda não entendeu.

— Desculpe, doutor...

— Tenha calma. Tudo será explicado — ele se levantou e puxou um graveto de dentro do colete branco de médico. Linda não sabia por que diabos ele carregaria um graveto, mas não contestou — Vê esse pedaço de madeira?

Linda assentiu, mas desejou não tê-lo feito, porque em seguida o homem acenou com o graveto e flores começaram a brotar – flores! – da mesa na qual ela estava apoiada. Com um grito abafado, ela empurrou a cadeira para longe da mesa e daquela assombração.

— Não precisa temer. São só flores.

— F-flores que surgiram de uma mesa de hospital q-quando você...

— Eu sou um bruxo, Sra. Creevey. Um bruxo infiltrado no mundo dos trouxas — ele agitou a varinha e as flores voltaram para o interior da mesa, inexplicavelmente — Trouxas são aqueles não dotados de magia, como você, o seu marido e todos os médicos desse hospital, com exceção de mim.

Linda nada fez além de piscar, pasma.

— Estou aqui para incidentes como os da sua filha. Ela nasceu numa família trouxa, com sangue trouxa, no entanto, desenvolveu poderes mágicos. Essas mutações acontecem de vez em quando, e grande parte dos pais trazem suas crianças aos hospitais trouxas, mas acabam causando muito alvoroço. Por isso colocam pessoas como eu aqui. Trabalho para o Ministério da Magia. É mais ou menos como o ministro da Inglaterra, mas do mundo mágico.

— Calma aí — Linda colocou a mão na mesa, hesitante, como se mais flores pudessem brotar dali — Você está me dizendo que a minha filha é bruxa? E como diabos eu devo reagir a isso?

— Como você explicaria o voo de uma criança de quatro anos? — ele sorriu.

Linda não teve contra-argumento, então Jones continuou.

— Apesar de tudo, há um porém — o rosto dele se apagou de repente — O clarão roxo que você viu não é comum. Só algumas crianças o apresentam, e as chances de ela ser uma nascida trouxa comum é de 1,3%. Existe um hospital para tratar disso. Um centro médico bruxo chamado Hospital St. Mungos para Doenças e Acidentes Mágicos. Posso levar as duas lá e fazer com que os médicos daqui esqueçam as anomalias da Sadie.

A mulher não levou muito tempo para processar devido ao seu instinto materno, que gritava por ajuda. Em minutos, ela e o marido estavam no lugar mais estranho que já haviam presenciado, acompanhados do Doutor Jones e Sadie, nos braços do pai.

Plantas com rostos, gatos com mais de uma cauda, corujas por todo o lugar, pessoas com hematomas de múltiplas cores e, por vezes, um membro a mais. A recepção era barulhenta, mas as coisas ali pareciam estar em completa sincronia. Doentes subiam e saudáveis desciam, médicos – ou seja lá como os bruxos médicos se chamavam – andavam para lá e para cá acenando gravetos e assinando pranchetas.

O doutor-bruxo levou-os ao segundo andar, onde um grupo de pessoas os levaram a uma sala particular. Linda descobriu que os médicos se chamavam curandeiros e sentiam-se ofendidos quando comparados aos médicos trouxas.

Levaram Sadie para uma maca e, depois de vários acenos de varinha assistidos por Linda do corredor, um deles soltou uma exclamação. A mulher tentou abrir a porta, mas ela parecia trancada. Depois de bater incessavelmente, o marido a fez sentar na cadeira de espera.

— Calma, Linda — Jared confortou-a — Vai ficar tudo bem.

Ela forçou um sorriso, mas não sossegou até um dos médicos – não, curandeiros – sair da sala com uma expressão nada boa.

— Como ela está? – ela saltou da cadeira — Ela está bem? Vai ficar tudo bem?

— Sadie está em um ótimo estado, Sr. e Sra. Creevey. Mas temos algumas informações para os senhores. Se importam de entrar? — ele indicou a porta.

Linda não hesitou. Praticamente atropelou o homem quando entrou na sala, correndo à maca e vendo que sua filha agora dormia, serena.

— Como podem ver, ela está bem. Demos-na um tônico para a garganta e para o controle da magia, que é mais difícil nessa idade.

— O que quer dizer com isso? — Jared perguntou ao homem quando Linda chorava de alívio.

— Senhora, se importa de prestar atenção cautelosamente? É de extrema importância o que estou prestes a dizer.

No exato momento, Linda tirou os olhos da filha e encarou o homem assustada.

O que havia de errado?

— Há muitos e muitos anos, nos tempos em que Merlin era vivo e governava o mundo bruxo, alguns bruxos das trevas desenvolveram uma maldição terrível. Eles queriam eliminar todos os bruxos impuros. E quase conseguiram, na época.

"A maldição surgia por volta dos 4 anos nos mestiços, filhos de bruxos e trouxas. Começava com uma pequena runa, escrita como uma tatuagem sobre algum pedaço de pele da criança. Nos nascidos trouxas, geralmente, os poderes mágicos surgem por volta dos dez. Naqueles que foram amaldiçoados, surgem junto com as runas, bem antes do tempo certo."

"A criança cresce normalmente. Geralmente aprende a controlar sua magia logo antes do tempo. Mas as runas vão se multiplicando pelo corpo, e, com elas, as dificuldades do controle de poderes mágicos. A criança perde o controle. A magia das runas é poderosa demais e se sobrepõe à dela, tornando-a incapaz de controlá-la."

"Por volta dos 13 anos as dores surgem. Por todo o corpo, em cada centímetro de pele em que as runas estão contidas. A cada lapso de dor, a magia vai se esvaindo, descontrolando-se, destruindo o bruxo. Nenhum doente já sobreviveu por mais de 15 anos. Chama-se Síndrome de Herpo, um bruxo das trevas famoso que a desenvolveu. Mas popularmente é chamada de Runas."

Linda não conseguia parar de chorar. Quinze anos? Como veria a sua filha formar sua própria família? Como pegaria os próprios netos no colo e reconheceria os traços dela? Como?

— Não podem me tirar a minha filha. Vocês não podem. Tirem a magia dela, eu não quero, ela não precisa, eu não quero! — ela gritou.

— Senhora, pedimos desculpas. A doença é incurável, além de ser raríssima. Não há nada que possamos fazer, eu sinto muito.

Jared colocou as mãos nos ombros da mulher, que o abraçou. Ali ela chorou, chorou, e chorou por um tempo que ele não foi capaz de contar. Ela estava desolada. Depois de muito tempo naquela sala, só o Curandeiro que parecia ser o chefe permaneceu. Os outros saíram e foram cuidar dos seus afazeres, simples assim.

— Temos outros filhos, senhor — a voz grave de Jared também parecia desolada de tristeza — Eles também...?

— Não, meu caro. É extremamente improvável que os dois também tenham a doença. É raríssima, vê? O último caso assim foi na década de 20. É extremamente improvável que seus filhos a herdem. Mas é provável que os dois mais novos também sejam bruxos, senhor, então alerte-os sobre o mundo mágico o mais rápido possível.

Jared assentiu.

— Mais uma coisa... Onde... Onde está a runa que o senhor mencionou?

O curandeiro pareceu surpreso com a pergunta, mas puxou os cabelos de Sadie para trás da orelha esquerda, exibindo uma minúscula frase numa língua completamente estranha escrita em púrpura. Jared perguntou o que ela queria dizer.

— A maioria delas diz sinônimos dessa mesma frase. É uma língua ancestral usada para realizar magia das trevas.

— Mas o que diz? — o homem insistiu.

O bruxo suspirou.

— Esta diz "Minha impureza não merece o dom da magia".


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Notas finais do capítulo

Well, gente, se esse prólogo tiver sete reviews, a gente posta o próximo super rápido (juro de dedinho).Espero que tenham gostado ♥