Felicity bateu na porta e em seguida a empregada da casa abriu:

– Senhorita Smoak! – disse com um sorriso alegre – entre minha jovem ou vai se molhar.

– Gertrudes, já disse para me chamar só de Felicity – ela a repreendeu entrando na grande mansão de seu namorado.

– Oliver esta? – perguntou Felicity enquanto fechava seu guarda-chuva.

– Sim, senhorita... – Felicity lançou um olhar intimidador para a empregada – Felicity! Vou ir chama-lo – disse com um sorriso.

– Não precisa Gertrudes, eu sei o caminho – Felicity se dirigiu ate as escadas.

– Não senhorita, o jovem Oliver... – Moira Queen interrompeu a empregada com um largo sorriso no rosto.

– Pode subir minha querida – Moira disse para Felicity com tanta gentileza que ela achou estranho, a Sra. Queen sempre foi antipática deixando bem claro que não gostava dela, mais ela não se importou e sorriu gentilmente para sua possível futura sogra, se virou e começou a caminhar pela longa escada que a levaria até seu amado.

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– Mais Sr. Queen o jovem Oliver esta com aquela moça, a filha do detetive, Laurel Lance. – disse a empregada, com medo do que a Felicity fosse encontrar quando entrasse no quarto de seu patrão.

– Não se meta nos assuntos do meu filho – disse Moira friamente enquanto mantinha um sorriso maldoso– vá cuidar dos seus afazeres, afinal é para isso que você é paga, não é?

– Sim minha senhora – a empregada se retirou com um olhar culpado.

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Felicity viu a porta do quarto de Oliver meio aberta, quando ela ia entrar escutou vozes e parou na frente da porta observando Oliver, que estava sem camisa, virado de lado. Ele observava uma mulher que estava de hobby, ela tinha cabelos castanhos, mais Felicity não pode ver seu rosto porque ela estava de costas:

– Você disse que me amava – era uma voz feminina, a mulher falava – Você disse que só tem olhos para mim, que eu sou a única mulher que você amou e vai amar.

Felicity não entendia o que estava acontecendo, mais ela congelou quando ouviu Oliver dizer:

– Sim, eu te amo. Você sabe disso Laurel, você é meu primeiro e único amor – Oliver suspirava enquanto passava as mãos pelo seu cabelo - Eu não imagino um futuro sem você do meu lado, eu te amo! – ele se aproximou e deu um beijo na mulher, que se afastou dele segundos depois. Felicity não conseguia acreditar no que acabara de ver, como ele poderia fazer algo assim com ela.

– Então porque você continua com aquela menina? – a mulher estava acariciando o rosto de Oliver – Deixe-a e vamos para Londres juntos, só eu e você. Vamos começar uma vida juntos, longe daqui, longe de todos!

– Laurel, eu não posso fazer isso com ela. Eu não quero machuca-la. – Felicity sentiu seu mundo desmoronar, o homem que ela amava só estava com ela por pena? Lagrimas escorriam em seu rosto, e não eram de felicidade. Ela se sentiu tão magoada com as palavras que Oliver dizia, ele não a amava. Como pode iludir ela por tanto tempo?

– Então é isso? Você vai desperdiçar sua felicidade, nossa felicidade, por pena de uma garota que deve estar com você por puro interesse? – A mulher falava com nojo da Felicity.

Felicity encostou-se na parede chorando em silencio, era isso que eles pensavam dela? Ela não estava com ele por interesse, ela realmente ama Oliver. Ela se sentiu sem chão, a felicidade que ela sentira mais cedo se esvaziava a cada segundo que estava ai.

– Não, eu não vou – Felicity sentia que era bombardeada enquanto escutava as palavras de Oliver – Me de só alguns dias para eu conversar com ela, vou fazê-la entender que o nosso relacionamento não tem futuro – as lagrimas caiam de seus olhos como a chuva do céu lá fora, um futuro era tudo o que ela conseguia imaginar com Oliver, e saber que ela não queria isso fazia seu coração sangrar – Depois que eu terminar com ela poderemos estar juntos, para sempre.

Felicity não queria mais ouvir nenhuma palavra de Oliver, mais ela travou, não conseguia forças para levantar-se, suas pernas estavam bambas, ela sentia que poderia desmaiar a qualquer momento.

– Esta bem. – a mulher falava com felicidade em sua voz – Mais só alguns dias. Me promete!

– Eu prometo – ela escutou passos e depois um silencio seguido de suspiros intensos – Você sabe que é a única mulher da minha vida, a mulher com quem quero casar e envelhecer, a única mulher que vejo como mãe dos meus filhos. A única!

Ouvir isso foi demais para Felicity, agora sim seu mundo foi por água abaixo, ela estava com tanta raiva e magoa, ela sentiu seu coração se partir em milhões de pedaços. Ela inspirou profundamente enchendo seus pulmões de ar, juntou todas as forças que lhe restavam e caminhou rapidamente pelos corredores, passando pelas escadas e por fim chegou ate a porta e saiu daquele inferno em que se encontrava. Ela caminhou pela chuva que agora estava mais intensa a encharcando e se misturando com suas lagrimas, seguiu ate os grandes portões que se abriram dando passagem a ela, ela caminhou desorientada por alguns minutos quando escutou alguém buzinando, procurou através da chuva e avistou um táxi , caminhou ate ele e viu o mesmo senhor que a trouxera ate aqui. Viu que o homem fazia menção para que ela entre e ela obedeceu.

– Senhorita – disse o homem surpreso – o que fazia debaixo desta chuva forte?

Felicity limpou as lagrimas do rosto dela junto com a água da chuva, ela deu um sorriso apagado para o senhor e respondeu:

– A pessoa que eu procurava não esta – mentiu tentando disfarçar a dor que estava sentindo – eu só me... Perdi – ela sentiu um nó na garganta, era exatamente como ela se sentia, perdida, sem rumo, sem saber o que fazer.

O homem percebeu que ela havia chorado porque seus olhos estavam inchados, viu que ela estava triste e tentou consola-la.

– As pessoas daqui – ele olhou para ela pelo retrovisor dando um sorriso compreensivo – costumam ser cruéis às vezes minha jovem, mais não deixe que apaguem aquele seu sorriso iluminado.

Ela assentiu para ele dando um sorriso sincero, lembrando o que ela disse para sua mãe. As lagrimas insistiam em cair, mais desta vez ela não fez menção de limpá-las, ela prometeu pra si mesma e para a criança que ela tinha em seu ventre, seu bebe, que esta seria a ultima vez que choraria por Oliver, ou por qualquer outro homem. As lagrimas foram cessando lentamente enquanto ela acariciava sua barriga e olhava para a janela, a chuva foi parando e então o senhor gentil se virou para ela.

– Então minha jovem, a chuva diminuiu, podemos ir? – Felicity assentiu e ele ligou o carro – mesmo lugar de onde a busquei?

– Sim, por favor – ela respondeu com a voz baixa e rouca de tanto chorar.

Ele dirigiu ate sair das ruas nobres de Starling City, Felicity ficou observando a mansão dos Queen se afastar lentamente de sua vista, também prometeu que esta seria a ultima vez que pisaria nesse local.

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Oliver escutou barulhos de alguém correndo no corredor e saiu para ver quem era, mais o corredor estava vazio. Ele desceu pelas escadas lentamente e viu que a empregada da casa, Gertrudes, olhava para a porta com compaixão.

– O que aconteceu Gertrudes? – Oliver se juntou a ela com o olhar preocupado – ouvi passos de alguém correndo.

– Jovem Oliver – ela suspirou e começou a falar – sua mãe me disse para não me meter nos seus assuntos, mas me sinto obrigada a lhe informar – Oliver assentiu esperando que ela falasse – A senhorita Smoak venho para vê-lo, ela saiu apressada daqui recentemente, temo que ela tenha visto algo que a magoou!

Oliver ficou chocado quando soube disso, ficou parado por alguns minutos enquanto processava a informação, não esperava que Felicity viesse hoje, ele abriu a porta e saiu correndo para fora, a chuva havia diminuído mais ele não conseguia ver nada. Andou mais alguns passos fora da mansão e viu um táxi, imaginou que ela estivesse nele e correu ate seu encontro.

– FELICITY! – ele gritou seu nome tentando alcançar o automóvel, mas o táxi acabara de ser ligado e arrancou o motor saindo de seu alcance. Ele ficou observando o carro se afastar ate perdê-lo de vista, estava se sentido culpado, não era assim que ele queria que ela soubesse. Ele queria explicar a situação para ela, ele gostava muito dela, nunca foi sua intenção magoa-la nem fazê-la sofrer, mais ele amava Laurel desde que tinha 16 anos, só não estava com ela porque Laurel decidiu ir morar com sua mãe em Londres. Então ela voltou e desestabilizou sua vida, tudo o que ele sentia por ela voltou como uma bomba. Ele não sabia se ficar com Felicity amando outra era o correto, Laurel aparentemente sentia o mesmo por Oliver e venho lhe oferecer uma proposta que ele não poderia recusar.

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Alguns minutos depois o táxi parou em frente á sua casa e ela tirou o dinheiro molhado de sua bolsa.

– Desculpe, mais estão todas molhadas – disse Felicity passando algumas notas para o senhor com uma expressão de desculpas.

– Oh não minha querida – o homem sorriu para ela – não precisa pagar.

– Eu gostaria que aceitasse, afinal o senhor me trouxe ate aqui e foi muito gentil comigo – ela deu um sorriso sincero para ele.

– Foi apenas isso minha jovem, uma gentileza de um velho solitário para uma bela moça, a senhorita também foi muito gentil comigo e isso já é o bastante.

Felicity sorriu olhando para o senhor com admiração – Muito obrigado mesmo senhor... – ela ficou esperando que ele desse-se seu nome.

– Luiz, apenas Luiz – ele disse com um sorriso – sem o senhor, não quero me sentir mais velho do que já sou.

Ela deu uma risada tímida – Ok, obrigado Luiz!

Despediram-se e Felicity entrou para sua casa enquanto relembrava tudo o que tinha acontecido com ela, desde a manha quando soube que estava grávida e se sentiu a mulher mais feliz do mundo, ate agora pouco quando teve seu coração partido em milhões de pedaços. Ela não tinha ideia do que fazer da sua vida, mais não importa o que aconteça ela tinha que seguir em frente, ela tinha dentro de si um pequeno ser que dependia dela, ela seria uma guerreira como sua mãe foi. Ela faria tudo o que pudesse para dar o melhor para seu pequeno anjo!