Forever And Always escrita por Girl of Stories


Capítulo 14
Uma promessa quebrada.


Notas iniciais do capítulo

~Presente de Natal~
Atrasado, mas esta aqui o presente... que na verdade é um reserva, meu verdadeiro presente de natal vai ser de derrubar forninhos e fornões, então aguardem! Desculpem pela demora, estive quase duas horas tentando postar este cap mais como minha internet é diabolica não me permitiu -.- Este cap sera narrado pelo POV do Oliver e da Felicity, então espero que aproveitem muito, já que isto é raro de acontecer rsrs Também é mais um cap com trilha sonora, então deixarei o link no momento certo caso queiram curtir mais a cena e eu recomendo muito, apaixonada por essa musica*-* Enfim, espero que tenham uma otima leitura natalina, vejo vocês lá embaixo!



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Oliver:

Depois que sai da empresa da minha família, fui para casa e não encontrei Thea, como previsto, ela não suportava ficar mais de uma hora na mansão, não depois que meu pai faleceu e muito menos depois de descobrir a doença de nossa mãe. Marcamos de ir a fazenda pelo celular, ela disse que tinha algo para me contar e eu não podia esperar a hora de ver sua reação quando soubesse da noticia.

Mas sobre tudo estava ansioso para ir ao lago, não sei explicar, é uma mistura de saudades e medo. Saudades de tudo que vivi naquele lugar e medo dos sentimentos guardados que poderia encontrar. Fazia cinco anos que não voltei para lá, depois que Felicity se foi não tive coragem. Não podia enfrentar todas as promessas que havíamos feito no nosso lugar sagrado e hoje não passam de promessas quebradas, foram todas em vão...

Gertrudes veio com minha bagagem me tirando fora de meus pensamentos, dei um sorriso fraco pegando a maleta.

– Obrigado Gertrudes... – me aproximei dando um abraço carinhoso pegando-a de surpresa, ela demorou um pouco em retribuir já que não fazia isso com a frequência de quando era mais jovem, nos afastamos e murmurei com entusiasmo – Hoje será um bom dia!

– Faz tempo que não o vejo tão alegre meu menino... – ela sorriu com brilho nos olhos – Qual o motivo da felicidade?

– Minha mãe, ela esta voltando para casa – mesmo dizendo ainda era surreal, minha mãe não voltou para casa há meses e agora... – Ela esta curada!

– Oh meu deus! – ela sorriu e sei que é com sinceridade, minha mãe era hostil e às vezes pretensiosa mais ela sempre considerou Gertrudes como parte da nossa família. Todos nos consideramos, ela ajudou a nos criar e de certa forma a queria como minha segunda mãe... –isso é ótimo, estou tão feliz pela senhora Queen! A menina Thea já sabe?

– Também estou muito feliz Gertrudes... – sorri me dirigindo a porta com ela – Thea não sabe, vamos encontrar-nos no lago e então direi a ela.

– Está bem jovem Oliver, cuidem-se... – dou um beijo em sua bochecha e caminho ate o carro.

(...)

Em menos de três horas cheguei a meu destino, a fazenda não era tão longe da cidade o que a tornava mais acessível a nós, da família Queen, e nossos convidados, que, bom, não tinhamos mais há anos. Quem sabe desta vez isso mude também?

Passei pelo arco com a palavra GREEN na cor verde escuro estampado sobre ele. Sorri lembrando-me do dia em que meu pai comprou a fazenda e perguntou-me qual nome daria a ela, eu tinha dez anos e observei o local que era coberto de diversos tipos de tons de verde, variava de verde claro quase amarelo a verde quase preto, então eu respondi ‘green’ e mesmo achando graça de eu ter escolhido esse nome ele o pôs.

Estacionei o carro na garagem em meio aos outros carros do meu pai, olhei tentando achar algum veículo desconhecido em que Thea poderia ter vindo, mas não encontrei nenhum. Desci do meu carro pegando a maleta de tamanho médio que havia posto no banco do passageiro ao meu lado, caminhei ate a pequena mansão e tirei a chave debaixo do capacho entrando dentro e me deparando com a visão do lugar onde passava minha infância em total abandono.

Depois que organizei minhas coisas desci e fui para o jardim caminhar um pouco. A fazenda estava um silencio absurdamente ensurdecedor, podia escutar os sons da natureza, da água, dos pássaros, do vento, mas nada de Thea. Já estava ficando preocupado e então recebo uma mensagem enviada por minha pequena irmã:

‘‘Maninho me desculpa pelo atraso, estou levando alguém. Nos veremos daqui a pouco. Beijos. Estou morrendo de saudades!’’

Tão típico de Thea, acho que a impontualidade é algo vindo de família, sorri com seu jeito meninona ao escrever “maninho”, confesso que também sinto saudades dessa pirralha que vivia correndo de um lado a outro, minha irmãzinha menor, minha Speedy.

Mais quem ela estaria trazendo para cá? Disse a ela que era um assunto de família, mas bom, não tem jeito. Comecei a caminhar perdido em lembranças da minha infância, uma pequena brisa me envolveu fazendo com que meus olhos parem no lago que não estava tão distante de mim.

Tudo veio como uma bomba na minha cabeça, ela, eu, o lago, as promessas... Parei perto da arvore em que costumávamos nos sentar, me perdendo em memórias do passado:

( http://www.kboing.com.br/andrew-ripp/1-1241712/ )

~Flashback~

Felicity corria enquanto eu tentava alcança-la, ela estava com um vestido rodado, verde e florido que terminava em meio a suas lindas pernas. Ela estava tão linda que era difícil não desejá-la, e como era atrapalhada acabou caindo não tão longe de uma arvore, sorri vitorioso e me coloquei sobre ela, ela fechou os olhos com a expressão indignada.

– Isso não é justo! – protestou tentando se desvencilhar de mim enquanto eu beijava toda sua face angelical – Você disse que me daria vantagem, de que, dois segundos?

– Não tenho culpa de você ser tão irresistível... – sussurrei com a voz grogue perto de sua orelha e mais uma vez ela corou como um tomate. Era uma graça mais eu não entendia o porquê disso. Namoramos há cinco meses e ela ainda cora de vergonha quando a elogio – você é tão fofa quando esta com vergonha!

Ela virou sua face tentando ignorar, eu sabia que ela odiava ser chamada de fofa e estava brava agora. Beijei seu pescoço para provoca-la e senti uma onda de eletricidade percorrer entre nossos corpos, passei minha mão por sua perna sentindo a maciez de sua pele, ela me olhou intensamente, parecia desconfortável e eu parei.

– Algum problema? – o que eu fiz de errado? Seria a pergunta certa. Ela fechou seus olhos e isso me assustou, definitivamente fiz algo de errado. Apoiei meus braços sobre a grama e sentei do seu lado, ela fez o mesmo porem ainda estava com aquele olhar – Felicity – suspirei um pouco receoso – o que eu fiz de errado?

– Nada... – sua voz saiu num sussurro quase sem som – É só que – ela suspirou e depois balançou a cabeça fingindo um sorriso – nada de mais, esquece!

– Fe-li-ci-ty! – posicione meu corpo de frente a ela e coloquei minhas mãos em seus ombros fitando seus olhos azuis que era difícil não me perder neles, mas mesmo assim me concentrei, suspirei e comecei a falar com toda calma possível – Eu conheço você e sei que tem algo te incomodando, qual o problema?

– Eu... Uhm, você deve ter notado que não falo do meu pai. Ele...– ela baixou o olhar, eu sabia o porque, parte da historia que Sara me contou é que o desgraçado a abandou e deixou sua mãe com um pé para frente e dois para trás. Eu não conseguia entender como alguém poderia abandonar Felicity, alguém como ela nunca deveria sofrer... – é meu pai. – ela balançou a cabeça e sorriu ironicamente, sei que não esta preparada para conversar sobre isso. – O ponto é que eu perdi uma das pessoas mais importantes na minha vida, e... – ela suspirou procurando por ar, vê-la assim estava me matando – eu não sei se o que nós temos – ela finalmente me olha direto nos olhos – vai durar e... Eu não posso mais perder ninguém. – ficamos em silencio por algum tempo, eu não sabia o que dizer, também não sabia se o nosso relacionamento iria durar.

Pela primeira vez depois de muito tempo eu estava namorando serio com uma garota incrível, eu estava gostando disso, mas não sabia se estragaria tudo como sempre faço. Eu gosto dela, eu sei que sim, ela é incrível, engraçada, linda, e sobre tudo uma pessoa muito boa. Tinha uma coisa sobre ela, sempre via o melhor em mim e eu sentia que com ela eu poderia ser eu mesmo, eu não sentia a necessidade de estar com outra mulher estando com ela, mas eu não tinha certeza do que sentia. Era algo totalmente novo para mim, não sei se é amor ou só paixão, era uma duvida continua sobre meus sentimentos em relação a ela. Mas eu não me via mais sem Felicity em minha vida, sem seu sorriso que me deixa sem ar, sem aqueles olhos que parecem limpar minha alma, sem aquela boca que me deixava extasiado...

– Hey... Felicity. – ela estava com a feição triste, mas quando chamei seu nome com carinho seu olhar se iluminou, sorri para ela e ela ficou um tempo com o olhar perdido em minha boca – Você não vai me perder!

– Me promete? –ela me fitou intensamente e eu não queria quebrar uma promessa feita a ela, mais eu também não queria vê-la triste, sorri e me levantei. Peguei um canivete que tinha colocado na boca do meu sapato, não sei o porquê, eu só coloquei aí. Peguei sua mão ajudando-a a se levantar, ela ficou confusa olhando para minha mão.

– O que você vai fazer com um canivete? – ela olhou para mim surpresa – Por favor, não me diga que esta querendo me esquartejar – ela apontou para o canivete – por que, provavelmente, com isso você não vai conseguir.

Soltei uma risada sem jeito, como ela pode estragar o momento e ainda me fazer sorrir como um idiota?

– Não... – a puxei levando-a em frente a arvore que esta perto de nós e comecei a talhar um coração médio em seu tronco, ela estava sorrindo parecendo se divertir com a cena, eu sei, é meio ridículo. – Isto é... – talhei nossas iniciais dentro do coração – Minha promessa de que... – a puxei para mais perto de mim e ela sorriu com aquele sorriso cheio de luz dificultando minhas palavras saírem com firmeza – enquanto nossos nomes estiverem nesta arvore, você nunca ira me perder...

– Você sabe que uma arvore tem em media um século de vida? É muito tempo... – ela segurou uma risada, mas seus olhos estavam brilhando com algumas lagrimas contida – a não ser que você a serre no meio enquanto eu não estiver por perto... – ela reprimiu os lábios com os olhos estreitos, começou a divagar mexendo sua boca e isso era um convite para a perdição, era mais sexy ainda quando seu interruptor nerd esta ligado. – Vai ser difícil pelo tamanho dela, mais com o dinheiro da sua família você poderia pagar uma empresa e isso é desmat... –Juntei nossos corpos selando nossas bocas em um beijo apaixonado a encostando na arvore, nossas línguas dançavam uma melodia lenta mais intensa, sua boca doce era como um oceano em que eu me afogava mais e mais, eu perdi o controle das minhas ações e ela estava igual, ergui um pouco seu vestido erguendo sua perna e prensando meu corpo sobre ela, nos separamos um pouco pela falta do ar, encostamos nossas testa com a respiração ofegante, ela suspirava ainda sorrindo, cada respiração dela fazia meu coração bater mais rápido, eu não sei o que estou sentindo só sei que não quero deixa-la ir.

***OFF***

Agora tudo parece tão claro, eu não tinha nada temer. Eu já estava apaixonado por ela antes mesmo de saber, era isso o que me assustava porque eu nunca tinha sentido nada igual... Passei minhas mãos sobre o coração entalhando na arvore e contornei o ‘F+O’ contido nela, nossas iniciais, nossa promessa... Uma promessa quebrada.

Eu encontrei a pessoa certa, eu deveria tê-la segurado firme e não deixa-la ir... Mas mesmo doendo, eu não me arrependo de ter me apaixonado por Felicity.

Tem se passado muito tempo para eu chegar aqui, mas eu sei que é certo. Mesmo com o coração partido, nada poderia levar o nosso amor, por que este é o tipo de amor que dura para sempre...

Uma mão tocou meu ombro e por um segundo senti meu coração parar. Fechei meus olhos e desejei que fosse ela, me virei devagar e Thea me olhava apreensiva, suspirei e forcei um sorriso tentando disfarçar a decepção.

– Hey... – nos abraçamos e tive que me esforçar para não chorar em frente a minha irmãzinha. Nos separamos, mas ela tinha um olhar preocupado – Tudo bem Ollie?

– Claro... – assenti com um sorriso fraco, não queria falar com ela sobre eu ter sido o maior idiota de todos os tempos, mas acho que ela já sabia...

– É sobre ela, não é? – ela esboçou um sorriso triste. – A garota que você costumava trazer aqui. Felicity? – como ela sabia que nós vínhamos aqui, era um segredo nosso, o nosso lugar sagrado... Ela notou meu olhar e fez uma careta – Você não é um bom mentiroso, então um dia eu estava curiosa para saber onde você sempre ia e eu te segui – lancei um olhar acusador – Não me culpe, eu era uma pirralha e não tinha nada melhor pra fazer. Mas voltando ao assunto, que é sobre a garota que você estava apaixonado e pelo visto continua – abri minha boca mais ela continuou antes que eu pudesse dizer algo – Não negue, já disse que é péssimo mentiroso! – sorri me sentando na grama e ela me acompanhou.

– É complicado... – baixei meu olhar sentindo uma pontada de dor no peito, eu nunca a veria de novo, mas se tivesse uma oportunidade eu faria de tudo para tê-la de volta – Eu... – suspirei, é difícil falar dessas coisas com minha irmã...

– Você a ama. – concluiu com um sorriso alegre, que se desfez segundos depois – Mas você percebeu tarde de mais. Típico dos playboys. Só percebem que amam a garota quando a perdem. – revirou os olhos e depois corou – Experiência própria... Agora, voltando a você, porque não a procurou Ollie?

– Eu tentei, mas ela não quer saber de mim, ela me odeia... – senti um peso no coração, isso é mais doloroso do que ter uma espada atravessada no peito, e eu preferia mil vezes a segunda opção – eu não sei o que fazer, eu não consigo parar de sentir este vazio dentro de mim...

– Se você a ama, deve lutar por ela... Vale a pena, acredite, é como acordar vivendo um sonho, e admitir isso mostra o quanto você é forte para admitir que é fraco a ponto de se apaixonar... – olhei para minha pequena irmã, e de novo, ela esta me dando conselhos amorosos e não o contrario. Seria cômico se não fosse trágico... – Sei que parece clichê e coisa de mulherzinha, mas... – ela sorriu para mim com seus olhos brilhando – se é para ser, o destino dará um jeito de uni-los novamente, apenas acredite...

– Seria tão fácil se fosse assim... –me levantei e ajudei-a a fazer o mesmo – Mas chega de coisas tristes – sorri e começamos a caminhar – tenho uma noticia maravilhosa para te dar...

– Bom, eu tenho alguém para te apresentar! – ela sorriu animada e seus olhos brilhavam de felicidade. Agora estou curioso... Caminhamos entre o vento que dançava no ar, era tão bom à sensação de estar de volta aqui, mesmo com todas as lembranças que este lugar me trás, me sinto voando alto mesmo com as asas quebradas...

******

Felicity

Duas semanas depois:

Hoje é o dia, o grande maldito dia, em que irei sair da cidade e voltar para o lugar em que menos quero estar no momento ou em toda minha vida.

Estou na casa de uma grande amiga, uma mulher incrível que se tornou mais uma das pessoas que mais aprecio na vida e tive a oportunidade de me tornar sua melhor amiga. Caitlin Snow era uma bioengenheira que, após a morte de seu noivo no local de seu trabalho, se afastou dessa profissão e optou por ser medica e salvar pessoas, na verdade, crianças.

E foi assim que nos conhecemos, uma não tão longa historia com muitos dias de sonos perdidos em que estive preocupada pela saúde da minha pequena, e Cait a salvou de um ataque alérgico por conta do cachorrinho que havíamos adotado.

Agora irei deixar Sofia sobre seus cuidados e vou ficar dois longos meses sem minha filha e isso é o que mais dói, embora seja um inferno eu não tenho outra escolha. Mas sei que ela cuidara muito bem do meu anjo e, junto com Barry, manterão minha pequena a salvo.

– Porque ele tem que cuidar dela comigo? – esbravejou Cait, ela não estava tão contente de eu ter aceitado que Barry a ajudasse a cuidar de Sofia – Ele é irresponsável, sempre chega atrasado, mais parece um crianção. Não preciso da ajuda dele...

– Porque você tem um trabalho e eu não quero deixa-la baixo tanta pressão – expliquei – e Barry se ofereceu, Cait, ele vai ficar muito chateado comigo se eu não tivesse aceitado, ele é meu melhor amigo...

– Alguém me chamou? – Barry entrou pela porta com um sorriso alegre – Desculpem o atraso, o transito estava horrível!

– Incrível como suas desculpas são tão esfarrapadas – ela bufou e eu não pude evitar sorrir divertida – Você usa o metro, como pode se atrasar?

– Eu perdi a primeira viagem – confessou meio sem jeito – Mas para minha desculpa, o despertador que quebrou e eu meio que tenho sono pesado...

– Você só esta piorando as coisas – ri da careta que Barry fez, nem mesmo eu entendia como ele pode sempre, mas sempre mesmo, chegar atrasado – Enfim, eu espero que vocês tomem conta da minha pequena por mim. Estou contando com vocês...

– Eu poderia muito bem fazer isso sozinha – murmurou Cait para mim.

– E deixar minha linda sobrinha debaixo das garras da senhora ‘’não faça isso, não coma aquilo’’? Nunca, certamente Sofia morreria de tédio... – Barry adora provoca-la e Cait grunhiu, já estava ficando nervosa. Isso parece uma guerra de criança, se é que crianças chegam a tanto... – Eu vou garantir a diversão, pode deixar isso comigo! – ele piscou pra mim, não pude evitar sorrir com o jeito meninão dele.

– Claro, garantir uma perna quebrada certamente... – Cait franziu a testa em total desaprovação, mais eu não podia discordar, Barry chegava a ser mais desastrado do que eu, e quando se junta com Sofia então...

– Barry é melhor você não exagerar, porque se não quem quebra sua perna sou eu! – o adverti e ele fez uma cara de medo assentindo – Eu não sei, eu não quero ir, não quero deixar minha filha... – o desespero tomou conta de mim outra vez, comecei a andar de um lado a outro, não sei se consigo sobreviver tanto tempo longe da minha pequena – Eu vou falar com Ray, ele que arranje outra pessoa pra ir...

– Felicity! – os dois disseram em uníssono fazendo com que eu pare, eles se olharam parecendo conversar mentalmente e murmuraram juntos outra vez – Esta bem!

– Você tem que ir, é importante. Você mesma disse isso um milhão de vezes... – Cait chegou perto de mim colocando uma mão em meu ombro – eu prometo que tomarei conta da Sofia e nada vai acontecer com ela!

– E eu prometo que vou me comportar! – Barry se aproximou colocando uma mão no meu outro ombro – E não vou deixar Sofia morrer de tédio... – Cait lançou um olhar assassino e ele levantou as mãos em sinal de rendição, esses dois parecem cão e gato... – brincadeirinha!

– Esta bem! – suspirei concordando – é o único jeito mesmo... MAS! – olhei para os dois – se alguma coisa, QUALQUER COISA, acontecer com Sofia... Por mínimo que seja, prometam que vão ligar para mim? – os dois assentiram, fechei meus olhos ainda com esse aperto no coração – Isso é tão difícil!

– Mamãe? – a voz da minha pequena ecoou pela casa, ela estava com cara de sono mais ainda continuava a coisa mais linda que eu já tinha visto – Você já vai?

– Uhum... – a peguei no colo, mesmo sabendo que voltarei não torna as coisas fáceis, afinal são dois, dois longos meses... – Eu vou mais eu volto. São coisas de trabalho que o tio Ray pediu para eu resolver, e assim que eu o tiver feito estarei aqui em um piscar de olhos... – sorri e ela assentiu – Tio Barry e Tia Cait vão cuidar de você, então quero que se comporte bem, você vai estar bem. E mesmo eu estando em outro lugar e morrendo de saudades, meu coração vai estar aqui – toquei seu coraçãozinho que batia devagar, ela sorriu com a feição triste... – com você. Vou ligar todos os dias até eu voltar minha pequena, tudo bem?

– Ta mamãe, só não demora tanto ta? – Assenti e ela me abraçou – Vou pedir pro papai do céu mandar meu pai pra te proteger! – ela beijou meu rosto e eu senti um aperto no coração, porque fui dizer isso, estou mentindo para minha pequena, sou uma pessoa horrível.

Podia sentir os olhares apreensivos dos meus amigos atrás de mim, eles sabiam do meu triste passado, um passado que eu queria esquecer, mas agora estou indo para o tumulo dele e reviver toda a dor que senti. Não! Não vou deixar aquela cidade me abalar, terminarei meu projeto e voltarei para minha vida como se nada tivesse acontecido, por que não vai. Calma Felicity, nada vai mudar. Pelo menos irei tratar diretamente com Walter Steele e só espero não esbarrar com aquele homem nestes dois meses, coisa que será difícil mais farei de tudo para evitar que aconteça.

– Claro minha princesa! – fingi um sorriso contente e dei um beijo molhado e apertado na bochecha arredondada da minha pequena.

– Eca mãe! – reclamou limpando o rosto com sua pequena mãozinha e todos nós rimos.

– Bom, agora tenho que ir! – coloquei-a no chão não podendo evitar a lagrima que rodou por minha face, limpei-a rapidamente para que não notassem. Pode ser coisa de mãe ou só estou com saudades precipitadamente, mas sentia algo no meu coração dizendo que a partir de agora tudo seria diferente, mas eu não queria que fosse. Eu estava bem, com um bom trabalho, bons amigos, um homem que me ama e sobre tudo tinha minha filha, minha luz. E eu não queria perde-la por nada no mundo...

– Nós vamos cuidar dela, eu prometo! – Barry se aproximou me dando um abraço demorado.

– E vamos te manter informada de tudo, ela vai estar bem... – Cait me abraçou e murmurou no meu ouvido – confie em mim, é uma promessa!

–Eu confio... – nos separamos e peguei minhas bagagens, Cait pegou Sofia no colo e eu dei um beijo demorado na testa dela contendo as lagrimas que ameaçavam cair – Tchau me amor!

(...)

Mesmo Ray oferecendo seu jatinho preferi ir de metro, talvez porque quero retardar o máximo minha chegada a essa cidade, sim, eu estava com medo.

Mas a viagem também não demorou muito, já que Starling é vizinha de Central.

Estou de volta! Droga.

Chegamos, eu e Charlie, uma moça ruiva e inteligente, que é a diretora do departamento de T.I, minha sucessora depois que me tornei vice-presidente da empresa do meu namorado, por insistência dele por um longo tempo e que eu não pude recusar, afinal, era uma grande oportunidade, eu estava conseguindo por meus próprios méritos e me certifiquei disso, não seria nada que eu não pudesse dar conta.

Ela teria que me acompanhar para as manutenções e explicações sobre o projeto, algo que eu posso muito bem fazer sozinha, mas não queria. Não naquela empresa, sendo da família a qual pertence, precisava de apoio mesmo que não fosse de meus melhores amigos.

Somos amigas então a convidei para ficar na casa da minha mãe, que por sorte ela não o havia vendido já que não tinha grande valor, segundo ela, e eu agradeci por isso. Já que odeio hotéis, são tão frios e sem aquele ar aconchegante que um lar possui.

O taxi parou em frente a minha antiga casa, descemos com as bagagens e eu parei em meio à calçada, era tão estranho estar de volta, mas não pude evitar sentir-me contente, sorri inalando o cheiro de café que a visinha sempre fazia nessas horas da noite, como uma tradição e ela sempre me convidava pela janela. Amo café mais odeio preparar, é estranho, ou sou muito impaciente, enfim.

Entramos e observei cada canto dela, estava tudo empoeirado, tão... Abandonado.

Diferente de como estava nos meus sonhos, às coisas estavam todas desorganizadas, isso vai dar um trabalho! Mas o aroma continuava o mesmo, e a sensação de estar aí também, era como estar em casa, só faltava minha pequena aqui comigo.

– Isso ta uma bagunça! – comentou Charlie meio sem jeito.

– É, faz um longo tempo desde que morei aqui... – murmurei com um sorriso nostálgico – amanha temos muito para fazer, então enquanto estivermos fora pagarei a alguém para que organize a casa.

– Uhum, amanha vai ser puxado... Mas a reunião com o senhor Steele foi adiada para depois de amanha – informou parecendo aliviada.

– Ótimo! – murmurei também me sentindo assim, era bom não ter que encarar tudo de uma vez – tenho que organizar algumas plantas do projeto e você tem que terminar o slide...

– Já esta quase pronta, mas antes preciso de algumas boas horas de sono... – fez uma careta que me fez rir.

– Claro! – sorri tirando meu Sobretudo, o ar estava abafado – Também preciso dormir, mas não antes de um bom banho!

– Estou cansada demais pra isso... – riu levando suas bagagens pela escada, fiquei um tempo observando-a, fora por ai que Oliver desceu antes de... Não! Foi só um sonho, esqueça-o. Subi com a minha maleta e uma bolsa, chegamos ao andar de cima. – Então, qual é a minha?

– Pode ficar com uma destas duas... – apontei para o quarto que fora da minha mãe e outro de visita, parando na frente do qual fora meu quarto – Boa noite Charlie!

– Boa noite Fel! – ela entrou no que foi de minha mãe e eu fiz o mesmo no meu.

(...)

Depois de tomar um banho demorado, sai e coloquei um lingerie preto e por cima um hobby branco florido sem flecha-lo. Estava escovando meus cabelos quando senti um calafrio subindo minhas costas e fazendo minha pele se arrepiar. Notei que a janela estava aberta então fui fecha-la mais quando cheguei lá percebi que alguém olhava diretamente para minha janela do outro lado da rua, forcei um pouco minha vista e não pude acreditar no que vi, desejei estar enganada, me abaixei rapidamente me escondendo. Tomara que ele não tenha me visto, por favor, isso só pode ser brincadeira, muito, muito diabólica do destino.

Caminhei até a outra janela, pegando minha lente e então espiei o lado de fora, ele já não esta mais lá. Quase suspirei de alivio ate perceber que ele estava caminhando ate minha casa, vestia uma jaqueta de couro preto e estava incrivelmente mais... Não, não pense nisso, ele chegou ate a porta e pude ouvir as batidas vindas de baixo. Droga, droga, droga!

Sai em disparada e pude alcançar Charlie enquanto descia a escada.

– Hey, hey! Charlie... – sussurrei e então ela parou me olhando estranho, fiz com que não e ela assentiu ainda desconfiada.

Não queria falar nada, com medo de que ele ouvisse minha voz. Então caminhei passando por ela e cheguei em frente à porta, olhei no olho mágico e pude vê-lo, prendi minha respiração. Ele estava meio sem jeito, olhou para o lado e então voltou a bater. Fiquei tentada a ignorar até que ele desistisse e fosse embora mais ele bateu de novo.

– Eu sei que esta aí Felicity, eu ouvi você descendo a escada... – senti meu peito sendo esmagado, fechei meus olhos tentando não pensar no que não devia mais era difícil negar que ate sua voz causava estas sensações em mim e ele sabe que estou aqui, maldita escada barulhenta! – Por favor, eu só preciso conversar com você!

Mais eu não quero, não quero ouvir sua voz, o que você tem a dizer, muito menos quero te ver novamente. Queria que você sumisse da minha vida, eu odeio só o fato de estar respirando o mesmo ar que você seu desgraçado!

Caminhei nas pontas dos meus pés ate chegar perto de Charlie e sussurrei quase sem voz – Por favor, diga a ele que não tem nenhuma Felicity nesta casa, você não me conhece e nunca ouviu falar meu nome e não o deixe entrar. Dispense-o mais rápido possível.

Ela caminhou ate a porta e eu entrei na cozinha enquanto a observava abrir.

– Oi? – Charlie fingiu surpresa, isso aí garota!

– Oi... – falou parecendo decepcionado, sua voz saiu grogue de um jeito totalmente sexy e pude notar que Charlie pensou o mesmo já que o observou dos pés a cabeça com um olhar malicioso – Felicity esta?

– Felicity? – ela franziu a testa – Não há nenhuma Felicity aqui e eu com certeza não conheço nenhuma pessoa com esse nome...

– Tem certeza? – Charlie parecia nervosa, vai, por favor, não o deixe entrar.– Porque eu poderia jurar que a vi pela janela.

– Você deve ter me confundido com ela, eu e meu marido acabamos de comprar a casa, nos mudamos hoje – eu estava uma pilha de nervos, porque o destino foi me aprontar essa justo hoje? Continue Char...

– Mas a mulher que vi na janela era loira... – droga, agora tem essa – Com certeza não era você e muito menos seu marido. – sua voz saiu rude, quem ele pensa que é pra falar assim com ela? Tive que me segurar para não ir lá e fazer algo de que eu me arrependa. Acho que ele estava tentando entrar já que Charlie parecia estar barrando a entrada.

– Como eu disse, só estamos eu e meu marido... – ela disse com determinação – E a minha sogra, ela tem os cabelos grisalhos e acaba pintando seu cabelo de loiro para disfarças, deve ter sido ela. Se quiser posso chama-la para você confirmar e meu marido também, quem sabe a policia? – seu tom saiu ameaçador, essa mulher merece um premio Nobel!

– Uhm, não precisa. – ah graças a Deus! Agora, por favor, vá embora! – Desculpe se dei a entender alguma outra coisa, só precisava conversar com ela... – sua voz saiu suplicante, ate sentiria dó se não o conhece-se tão bem, mas Charlie pareceu se comover, ela olhou para mim e eu lancei um olhar duro e balancei minha cabeça e negativo.

– Desculpe moço, mas realmente não há nenhuma Felicity Sm... – porcaria, não fala meu nome... – Simmmto muito! – uff, tomara que ele não tenha notado.

– Eu também. – ouvi um suspiro, estava tentada a olhar pela janela mais não conseguia me mover, não tinha coragem... – Mais uma vez desculpe pelo incomodo. Estou indo... – mais um suspiro, Deus, mordi meus lábios para conter minha vontade de ver sua expressão.

– Ok, tchau! – Charlie fechou a porta e venho a passos largos em minha direção – O que foi isso?

– Não posso falar agora... – murmurei ainda em silencio, caminhei ate a janela da cozinha e movi um pouco a cortina, ele estava de costas, mas parou um breve momento e quase olhou para trás, porem voltou a caminhar – Isso foi por pouco. O que diabos ele fazia aqui?

– O que diabos foi isso digo eu! – ela cruzou os braços esperando por uma explicação. Ok, não somos tão amigas assim, mas ela realmente salvou minha pele hoje então uma explicação era o mínimo que devia...

– Droga, não vou poder escapar dessa, não é? – ela assentiu e eu suspirei – Posso contar tudo pra você amanha? Estou realmente cansada e depois disso, tudo o que quero é minha cama... – estava com a voz suplicante, só faltou ficar de joelhos e eu realmente estava considerando fazer isso.

– Esta bem, mas amanha quero tudo, mas TUDO mesmo, e com todos os detalhes possíveis – ela sorriu animada enquanto subíamos pela escada ate chegar ao andar de cima – Não sei por que fugir de um gato como esse homem, sei que o senhor Palmer é seu namorado, mas este ai. Nossa!

– O que tem de beleza tem de cafajeste! – murmurei amargamente – Acredite, tudo o que você menos quer é um homem como Oliver Queen.

– Oliver Queen? – ela levou a mão ate sua boca – Sabia que o conhecia de algum lugar! Mas... – ela me olhou desconfiada – Como vocês se conhecem? Porque esta na cara que ele queria ver você, quase avançou em mim com uma voadora para isso – riu e eu revirei os olhos – Nossa, ele deve ter aprontado feio mesmo!

– Isso não vem ao caso agora... – parei em frente a meu quarto e olhei para Charlie que ainda parecia intrigada – eu prometi contar tudo amanha e vou. Então boa noite ruiva curiosa!

– Boa noite loira ardente! – ela riu e foi para seu quarto cantarolando – estou tão ansiosa para amanha...

Entrei no meu quarto e fechei a porta me escorando um tempo nela, estava sentindo um turbilhão de coisas, adrenalina, emoção, raiva, magoa e outras coisas que decidi ignorar.

Caminhei até a janela receosa, fechei com a cortina rapidamente, não queria arriscar mais um momento com Oliver parado em minha porta. Comecei a relembrar os momentos recentes, ele estava tão... Suspirei tentando puxar o ar dentro de meus pulmões, sei que não deveria sentir isso, mais não posso negar que meu corpo ainda reage à imagem desse homem e sua voz ecoava em minha cabeça fazendo minha pele continuar eriçada, deitei em minha cama me envolvendo no edredom.

“Eu só preciso conversar com você!” o que ele acha que temos para conversar? “Sinto muito, eu não queria ter de enganado e te usado para logo querer terminar com você porque não há vejo como mãe de meus filhos”? Não, eu não preciso de suas desculpas Oliver Queen, eu não preciso vê-lo novamente e definitivamente não preciso sentir meu coração se estilhaçando novamente, eu não preciso nada vindo de você. A única coisa boa que você me deu é minha filha e eu não vou permitir que a tire de mim, nunca.

Mas será que o destino quer que ele saiba? Seria Deus assim tão cruel comigo, ou é um castigo por eu ter escondido dele que é pai? Não, não vou permitir, ele não a quis, ele não merece minha pequena. Sofia é a melhor filha que poderia ter e se ele não pode amar um filho que não tenha sido proliferado do único grande amor da vida dele, entre ele e aquela mulher, eu posso e eu a amo.

Há coisas neste mundo que estão além do nosso controle. Às vezes nós gostamos de nos culpar por tentar dar sentido a eles. Mas eu não farei mais isso, não sinto culpa por ter escondido quem é o pai da minha filha, sabendo que o próprio não a queria e provavelmente a rejeitaria, eu não sinto remorsos por ter lhe evitado o desgosto de ser pai da minha pequena anjinha. Ela esta melhor sem sua rejeição, pois eu a amo mais do que qualquer outro ser poderia ama-la.

Limpei meu rosto notando as lagrimas que haviam escorrido pelo meu rosto a partir do momento em que entrei por essa porta, eu já perdi muito e pensar em Moira e Oliver tirando-a de mim era algo que eu não poderia suportar.

E vou continuar guardando esse segredo até meu ultimo dia, desta vez eu estou fazendo isso por mim, sei que é egoísta mais não posso arriscar perder minha filha para ninguém e essa família tem o dom de estragar minha vida, não deixarei Sofia vulnerável a eles. Eu vou fazer tudo o que estiver a meu alcance para mantê-la longe dos Queen’s. Só espero que estes dois meses passem rápido para eu poder voltar a minha vida e esquecê-lo de uma vez por todas.


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Notas finais do capítulo

Próximo capitulo: (LOADING...)
NÃO. ME. MATEM! Eu sei que este cap deveria ser do reencontro e quase foi, eu não gosto de fazer vocês sofrerem mais e quase tão irresistivel quanto as pernas da Fê kkkkkkk Por favor, não esqueçam de comentar, é muito importante e o próximo capitulo eu prometo reencontro, mas caso não tenha retorno (comentarios) eu poderei ser "um pouco" malvada e adiar mais o reencontro(que já passou dá hora de acontecer né) então comentem, digam o que gostaram, o que odiaram, opiniões, por favor! Considerem este meu presente de Natal, que também serviu para usar um momento epico entre meu OTP da serie, já sabem qual né? *-* Se gostaram, acompanhem e/ou favoritem, e gente, obrigado pelos lindos comentarios, sério é muito emocionante, me faz feliz e me incentiva a continuar com esta fic (mesmo levando inumeras broncas em casa kkkkk) vou tentar postar o proximo cap o mais rapido possivel e se der sorte antes mesmo do ano novo!