Três horas da manha e Oliver estava completamente bêbado, nem ao menos se lembra de como apareceu ai, cambaleou pelas escadas até o segundo piso. Ele precisava vê-la, sentir seus lábios no seu.

Parou em frente a uma porta, onde ela costumava estar, ele bateu impacientemente, o corredor estava vazio, e o desespero em seu peito aumentou, precisava olhar em seus lindos olhos azuis, precisava do conforto de seus braços, precisava dela e de ninguém mais. A porta se abriu e ela o fitou surpreendida.

– Oliver! – ela deu dois passos a frente e tocou em seu ombro – O que faz aqui?

– Eu preciso de você! – sua voz era grogue e seu halito cheirava bebida alcoólica – Me perdoa, por favor...

– Oh meu deus! Você esta bêbado? – Sara o repreendeu e ele avançou em cima dela – Oliver, o que você esta fazendo...

Ele a empurrou contra a parede e começou a beijar seu pescoço, ela tentava se desvencilhar de seus braços, mas mesmo bêbado ele conseguia ser mais forte que ela.

– OLIVER! – ela grita assustada, ele para e a fita com culpa, seu corpo cai sobre o chão, ele estava chorando, pela primeira vez Sara o viu nesse estado, e não conseguiu evitar sentir pena desse pobre homem que estava em sua frente – Você esta bem? – ela se senta a seu lado e acaricia seu rosto.

– Me desculpa, eu não devia... – ele a olha nos olhos, ela estava tão linda, parecia um sonho – eu não queria te deixar ir. Eu te amo!

Sara ficou em choque ‘do que ele estava falando?’ Ela o ajudou a se levantar e o guiou ate o sofá. – Claramente, você não esta em seu juízo total. Deve descansar um pouco. – Ela estava a par do que tinha acontecido com ele esse dia, estava pensando que ele estava se referindo a Laurel.

– Você sempre viu o melhor em mim, sempre esteve ao meu lado – ele estava sentado no sofá com o rosto enterrado em suas mãos – eu quero que você saiba – ele levanta o rosto e a olha com ternura – você sempre será minha garota Felicity!

Ela o fitou surpresa com a declaração, tudo estava mais claro agora, ele finalmente descobriu que a amava.

– É uma pena que seja tarde de mais... – ele murmura com compaixão.

– Eu não quero te perder – ele joga seu corpo deitando-se no sofá, seu rosto estava inchado e avermelhado, sua expressão cansada, ele fechou seus olhos e murmurou lentamente – eu preciso de você em minha vida...

E de repente Oliver caiu em um sono profundo, Sara o cobriu com uma manta. Ela ficou observando-o por alguns minutos, pensando em tudo o que ele disse. Ele a ama, e Felicity também, mas sua amiga estava muito machucada, e ele agora também.

– Olha só em que encrenca eu me meti... – ela murmura massageando sua tempora – Amanha cedo eu tenho que viajar para minha nova vida e novo trabalho em Nanda Parbat, e você decidi aparecer bêbado, justo aqui?

– Humm... umh,– Oliver está inquieto e começa a murmurar coisas sem sentido. – Minha garota...

– Ok, para mim já basta! – ela se levanta e começa a caminhar em direção a seu quarto – vou lidar com você amanha, agora preciso descansar.

Sara fecha a porta e se joga em sua cama, adormecendo minutos depois.

***************

C.C- Hospital Central:

Depois de um tempo repetindo o procedimento, a doutora ergueu um lindo bebe em seus braços, Felicity suspirou deixando seu corpo descansar. A dor se foi, a felicidade se intensificou, lagrimas escorriam pela sua face.

– Parabéns mamãe! – disse a doutora com um grande sorriso entregando o bebe nos braços de Felicity – é uma linda menina!

Felicity recebeu aquele pequeno ser em seus braços, tão linda, tão frágil, mais que despertava o melhor sentimento nela, o amor de uma mãe.

– Minha pequena princesa – ela sussurrou com o rosto colado no de sua bebe – você é a luz da minha vida!

Ray as observava com fascínio, ele já criara vários projetos, fez grandes aparelhos, construiu um império fazendo o que ama, mas nada se comparava ao que ele tinha acabado de presenciar.

– O milagre da vida! – ele murmura com um sorriso amplo e feliz.

Felicity pega a mão de Ray e com um sorriso sincero e sussurra – Obrigado! – ele assente com um sorriso e ambos olham para sua linda e pequena princesa em seus braços, ela a apoia em seu peito contemplando a beleza de seu pequeno anjo.

– Qual vai ser seu nome? – perguntou a enfermeira com uma fitinha em cima de uma prancheta e uma caneta.

– Sofia! Sofia Smoak. – Felicity respondeu segura, com um sorriso amplo enquanto olhava para sua filha com adoração.

********

No dia seguinte/Central City:

O avião pousou na cidade por volta das 8:00 am. Sara desceu observando a linda cidade sua frente, Felicity havia lhe dado um endereço onde estava morando, ela pegou sua bagagem e pediu por um taxi. Decidida a contar o estado de Oliver para ela, pedir para que lhe desse uma segunda chance. Claramente os dois se amam, mais o destino os separou, talvez ela pudesse juntá-los novamente antes de sua partida para Nanda Parbat.

Minutos depois estava parada em frente ao prédio do endereço, ela passou pelo porteiro que lhe informou aonde ir, ela seguiu as instruções e chegou a uma porta. Bateu de leve, ninguém atendeu, bateu outra vez, e outra vez. Pegou o celular, já impaciente, e começou a procurar o contato de sua amiga quando uma bela mulher jovem apareceu.

– Oi! – a cumprimentou enquanto se aproximava. Uma mulher morena com a face meiga, olhos cafés intensos, cabelos negros, largos e levemente ondulados – Posso te ajudar?

– Oi!Meu nome é Sara – ela passou a mão em cumprimento – não sei se pode, estou procurando pelo dono deste apartamento...

– Barry! – afirmou tirando um par de chaves – Ele não esta agora, teve uma emergência e teve que sair.

– Ahm, bom, na verdade quem eu procuro é minha amiga – ela sorri um pouco confusa – Ela esta aqui com um amigo, mais não o conheço.

– Claro! Deve estar se referindo a sua amiga Felicity... – ela supõe com um toque de ciúmes em sua voz, Sara assente com um sorriso contente – Barry me disse que ela esta no hospital, na verdade não faz muito que ele voltou para lá.

Sara fica paralisada, Felicity no hospital? Começa a imaginar coisas e a preocupação invade seu peito.

– Porque ela esta no hospital? – Sara indaga um tanto receosa com a resposta.

– Eu não sei ao certo, sinto muito! – a moça lança um sorriso de desculpas – Mais se quiser, posso te levar.

Sara assentiu grata, ainda com a feição preocupada. Felicity não dava noticias a um bom tempo, será que...? Ela afasta tal pensamento, desejando que sua melhor amiga esteja bem.

– Bom, podemos guardar suas coisas no apartamento por enquanto – sugere a mulher – Barry não vai se importar!

– Eu agradeceria muito – Sara diz com um sorriso meigo – Desculpe, qual seu nome mesmo?

– Iris West. – ela informa com um sorriso gentil – Sou a melhor amiga do Barry!

(...)

Barry estava sentado, impaciente por não terem o deixado entrar. Começa a observar as enfermeiras passando e sempre que pretende pedir informação, elas passam reto. Ele começa a mexer no celular tentando se distrair quando ouve passos em sua direção e desvia seu olhar para cima.

– Ray! – ele se levanta rapidamente parecendo ansioso e preocupado – Como ela esta?

– Elas estão bem! – ele informa com um sorriso contente – Felicity pediu para você entrar.

– É uma menina? – Ray assente com um sorriso – Esta bem! – ele começa a caminhar com um sorriso bobo no rosto. Os dois chegam a uma porta entreaberta e Barry da leves batidas – Hey, posso entrar?

– Claro! – Felicity sorri feliz para ele – Vem conhecer sua sobrinha.

Ele da alguns passos até chegar ao lado direito da cama e vê uma linda bebe nos braços de sua melhor amiga.

– Seu nome é Sofia, Sofia Smoak! – ela observou seu melhor amigo embasbacado, admirando seu anjinho.

–Boa escolha, significa sabedoria. Linda! – ele murmura para si mesmo assentindo em aprovação.

– Minha linda menina! – Felicity sussurra com um amplo sorriso orgulhoso, encantada com aquele pequeno ser em seus braços.

– Oi princesa, aqui é o tio Barry! – ele toca com seu dedo indicador na pequena mãozinha e a bebe envolve seus dedinhos em volta dele fazendo com que sorrisos maravilhados surgissem nas bocas de todos eles.

– Acho que ela gostou do tio rabugento! – Felicity brinca com um sorriso cansado.

Não conseguiu dormir a noite toda observando sua pequena em seus braços, e quando a levaram para higiene entre outras coisas, ela ficou esperando ansiosa para que a trouxessem de volta em seus braços, de onde ela pretendia nunca deixa-la sair.

– Eu não sou rabugento! – reclama Barry o que faz Felicity dar uma risada baixa – Só às vezes... – ele murmura para a bebe com um sorriso terno e divertido, ele olha para sua amiga e vê sua expressão cansada – Fê, acho que deveria dormir um pouco. Eu tomo conta dela por enquanto, prometo cuidar dessa princesinha!

Felicity assente com um sorriso carinhoso, confiaria sua vida a seu melhor amigo e a de seu anjinho se precisasse. Ela entrega sua bebe com cuidados nos braços dele e observa como, tanto Barry como Ray, ficam bobos admirando sua pequena. Por fim, ela sente todo o cansaço das ultimas horas tomarem posse de seu corpo, e ela os observa enquanto seus olhos começam a se fechar vagarosamente antes de cair em um sono profundo.

**********

C.C - Apartamento de Barry/Hospital Central:

Iris sugeriu a Sara que se tomasse um banho e trocasse sua roupa que parecia desconfortável para uma visita ao hospital, ela assentiu porque realmente sua calça de couro preto a estava sufocando nessa cidade abafada.

Ela se arrumou e então ambas seguiram até o Hospital Central, Iris recebeu uma ligação do trabalho então não pode acompanhá-la para dentro, ela agradeceu pela ajuda e ambas se despediram.

Sara passou pela entrada apressadamente, vendo pacientes, enfermeiras, doutores, caminhando de um lado para outro naquele amplo lugar, ela se sentiu desorientada com tanta coisa branca, sentiu um embrulho no estomago mais se conteve, pois a preocupação por sua amiga era maior. Andou a passos largos ate a recepção do hospital, pedindo por informação.

– Como disse mesmo que sua amiga se chama? – perguntou a moça atrás do balcão com a feição amigável.

– Felicity Smoak... – respondeu Sara com certo temor pelo que iria descobrir.

– Ok... – a moça digitava no computador e depois de alguns minutos ela se voltou para Sara novamente dando a informação e fazendo sinais com a mão – vá direto por aqui, ela esta no quarto 08B seguindo a ala leste onde fica a sala de maternidade.

– Sala de maternidade? – Sara quase grita de susto com a expressão espantada – O que ela esta fazendo nessa área?

– Ela deu a luz... – a enfermeira informou parecendo o obvio, mais que de obvio não tinha nada para Sara – Ela deu entrada ontem um pouco antes de meia noite e deu a luz cerca das três desta manha.

Sara assentiu dando alguns passos, ainda transtornada com essa informação, se sentindo frustrada e traída ’Eu preocupada que tenha acontecido algo de grave com Felicity Smoak e na verdade a senhorita estava grávida e nem me disse, que tipo de melhor amiga ela é?’.

Antes de ir à enfermeira lhe chamou atenção novamente – Senhorita, não pode ir à sala de sua amiga agora. Há duas pessoas que estão na sala, terá que esperar um pouco! – Sara assentiu sentindo seu rosto arder um pouco de raiva.

‘Agora mais isso, ela praticamente me excluiu e substituiu por essas pessoas’ ela murmura para si mesma, com ciúmes, ela caminha ate um banco e se senta de cara fechada.

***********

S.C-Apartamento de Sara:

Oliver acordou sentindo uma pressão esmagadora na cabeça – Ótimo! Estou de ressaca... – murmura se recriminando.

A última coisa de que lembra era que estava no bar com duas garrafas de uísque puro. O resto eram borrões, ele viu uma escada, um corredor assustadoramente vazio e uma porta que parecia se mover. Então ela se abriu e ele a viu, a mulher que ama estava em sua frente com os braços aberto o recebendo, Felicity!

Obviamente era tudo um sonho, só poderia ser, sentiu uma enorme frustração consigo mesmo. Ele levantou e viu o ambiente quase desconhecido, se apoiou pelos cotovelos ate se sentar e observar o local com mais atenção. Como pôde esquecer? Era a sala do departamento que Felicity dividiu com Sara por alguns meses. ‘Droga! O que diabos eu fiz?’ ele varre todo o local com o olhar, procurando algum vestígio do que poderia ter acontecido, mais não havia ninguém. Ele suspirou aliviado, segundos depois notou um bilhete em cima da mesinha ao lado, o pegou rapidamente observando o conteúdo.

‘Oliver, caso esteja se perguntando por que esta na minha casa a estas horas e provavelmente com ressaca, vou esclarecer. Deve estar pensando coisas totalmente errôneas, então vou direto ao ponto. Você apareceu bêbado no meu apartamento as três da manha, começou a divagar coisas sem sentido dizendo que me ama etc, etc... – droga, droga, droga! – É, foi um circo de horrores! Mais vamos lá, você fez uma declaração comovente citando o nome de minha melhor amiga no final, claro, você estava me confundindo com a mulher que você estupidamente perdeu por ser ESTÚPIDO! Me desculpe, tenho que ser sincera. Seu pior erro foi ter a deixado ir para estar com Laurel. O relacionamento de vocês era perfeito e você abandonou isso para estar com uma mulher que não te ama, e sim, eu sei o que minha irmã te fez e foi bem mais que merecido, seu tapado! Você quebrou o coração daquela que só o que fez foi te amar, e você a magoou muito. Eu sei que ela te ama como claramente você também, pena ter percebido muito tarde! Eu amo Felicity e é só por isso que vou fazer este favor a você. Estou indo à Central City conversar com ela antes de partir para meu destino em Nanda Parbat. Caso ela resolva te dar uma segunda chance, ela ira ligar. Só peço que se ela não fizer isso, não ligue, não a procure. Se ela resolver seguir a vida sem você, deixe-a ser feliz.

Xoxo S.L”

Isso foi completamente um choque, ele releu tentando processar o que acabara de ver. Mesmo se sentindo ofendido com a falta de sensibilidade por parte dela ao dizer essas coisas, ele sabia que era verdade. Ele foi um estúpido com letras maiúsculas, e machucou a única mulher que o amou de verdade.

Sua cabeça tentava processar, ela vai falar com Felicity? Isso gerou certo pânico dentro dele, será que ela daria uma segunda chance para ele? Era tudo o que precisava, ele faria de tudo para tê-la de volta. Mas ela estava com aquele tal de Ray agora, será que ela já seguiu sua vida sem ele? Se ela escolher esse caminho ele teria que fazer o que Sara pediu. Se Felicity não ligasse para ele, não lhe desse mais uma chance, mesmo com toda a dor que, só de pensar nisso, sentia, ele renunciaria a mulher que ama. Mesmo que seja com outro homem e não com ele, Oliver vai deixar Felicity ser feliz.

***********

Felicity acordou num susto, com a respiração ofegante. Tinha sonhado com aquele dia, de novo, suspirou tentando se recompor. A dor ainda era intensa, a mesma de nove meses atrás. Ela decidiu afastar tais pensamentos, Oliver não merecia seu amor, nem mesmo seu sofrimento. Observou o quarto que estava vazio, ela precisava sentir sua bebe, a única razão de ter sido forte, em seus braços.

– Barry! – tentou gritar, mais a voz saiu num tom baixo e fino.

– Oi? – ele apareceu na porta no mesmo instante e se aproximou a ela – Você esta bem?

– Onde esta minha filha? – ela observa os braços de seu amigo, que não a tinham neles.

– Não se preocupe, a enfermeira venho leva-la para um exame de rotina – ele lhe da um sorriso meigo e pega sua mão – Ela esta bem, não quis te acordar. – sua expressão muda e demonstra preocupação – Você parecia tensa, precisa descansar para poder cuidar bem dela.

Felicity assente concordando com seu amigo, ela precisa esquecer-se dele e se dedicar exclusivamente para sua pequena.

– Felicity? – Ray surge na porta parecendo um pouco aflito – Tem uma moça, Sara Lance, que quer falar com você.

– Sara? – Felicity murmura assustada, não esperava por isso – O que ela esta fazendo aqui?

– Pelo que eu vi – ele ergue as mãos parecendo amedrontado – Ela esta muito brava, acho que ela não sabia que...

– Eu estou grávida. – Felicity completa com o tom de voz culpado, ela queria contar, de verdade. Mas pedir para que sua melhor amiga guarde esse segredo do noivo de sua irmã era muito, Sara não conseguiria esconder isso de Oliver. E ela também não pediria, preferia poupa-la de ter a consciência pesada. Ela engole em seco e olha para Palmer – Ahm, diga para que ela entre.

– Esta bem... – Ray responde um pouco incerto.

– Você não disse a ela? – Barry se pronuncia parecendo incrédulo – Porque não disse?

– Ela conhece ‘ele’ – ela enfatiza a palavra para que seu amigo entendesse. Barry assente compreendendo que se tratava de Oliver – Eu não podia pedir que ela guardasse isso de seu cunhado – ela baixa o olhar.

– Hey, Fe.li.ci.ty! – ele chama sua atenção tentando reconforta-la – Ele é um idiota, não merece que você abaixe a cabeça por ele. – ele ergue suavemente a face de sua amiga com carinho – Ele não sabe a mulher e a filha maravilhosa que esta perdendo. Mas você não precisa dele, você é forte, e tem a mim, a Ray e Sara, tenho certeza de que ela vai compreender seus motivos.

Barry sorri apreensivo para ela que assente com um sorriso grato.

– Obrigado! – ela pega na mão dele com a feição emocionada – Você é o melhor amigo que eu poderia ter e eu não poderia estar mais grata por Deus ter te colocado na minha vida. Você sabe que eu te amo, não é?

– Sei... Você não vive sem mim. – ele sorri de forma convencida o que faz Felicity dar uma pequena risada divertida – Eu também te amo!

– Felicity... – Ray os interrompe – Ela...

– Esta bem. – ela se senta na cama e vira o rosto para Barry com um pequeno sorriso e murmura – Você pode nos deixar a sós? Tenho que falar com ela em particular, você sabe, explicar...

– Aham, vou deixa-las. Tome cuidado, não pode se alterar. Boa sorte! – ele esboça um sorriso compreensivo e vai junto a Ray deixando o quarto.

Segundos depois dois pares de olhos azuis se encontram, Sara entra parecendo incomodada e Felicity há observa um pouco receosa, mas não pôde conter o sorriso contente que se esboçou em seu rosto.

– Oi! – Sara se aproximou mantendo uma certa distancia entre as duas.

– Oi Sara, senti saudades! – ela diz com sinceridade – Eu sei que você deve estar...

– Surpreendida? Chateada? Com raiva? Me sentindo excluída?– ela diz as palavras com magoa – Porque você não me disse Felicity? Pensei que fossemos melhores amigas...

– E somos! – Felicity a interrompe se colocando ereta – Sara, eu sinto muito, eu queria contar...

– E por que não contou? – Sara se aproxima a encarando com tristeza – Você não pode esconder isso da sua melhor amiga, não por tanto tempo. Você disse que não importa onde estivesse eu sempre faria parte da sua vida. Para sempre e todo sempre, lembra?

– Sara... – ela murmura se sentindo culpada, seus olhos se enchem de água e lagrimas começam a escorrer pela sua face – Eu não podia fazer isso com você, jogar essa bomba em você e pedir para que guarde segredo, não seria justo!

– O que? – ela diz com a voz confusa pegando a mão de sua amiga quase como por instinto tentando reconforta-la – Do que você esta falando?

– Oliver... – Felicity pronuncia seu nome com dor em sua voz – Ele... Ele é o pai.

– Oh... – Sara ficou em silencio com a expressão surpresa, tentando processar o que acabou de ouvir. – Oliver? – Felicity assentiu em quanto mais lagrimas surgiam pelo seu rosto.

– Eu descobri que estava grávida um dia antes de vir para cá. Eu já desconfiava, mais quando eu tive certeza eu corri para a mansão Queen ansiosa para dizer a ele, foi quando... – Ela reprimiu sua respiração, sentindo toda a dor ao relembrar daquele dia – Ele disse a sua irmã que a via como a única mulher de sua vida, a única mãe de seus filhos. Você entende?

Sara abraçou sua amiga que chorava desolada, nunca imaginou toda a dor que ela teve que suportar. Realmente, Oliver foi um idiota e quebrou seu coração. Mas Felicity não fugiu da cidade por isso, ela fugiu por que não queria encarar a pressão que teria que enfrentar. Oliver rejeitando ela e seu filho, Moira, do jeito que era, ofereceria dinheiro para, Deus sabe, que atrocidade fazer.

– Calma Licy... – Sara suspirou afastando-se um pouco e olhando em seus olhos – Me desculpe, eu não tinha ideia, de tudo o que você teve que passar. Eu só... – ela esboça um sorriso compreensivo – Eu queria estar do seu lado nesses momentos.

– Você não sabe quanta falta fez em minha vida Sara... – Felicity sorriu limpando as lagrimas de sua face – Não sabe quantas vezes tive que me conter para não pegar o celular e pedir para que viesse junto a mim, nossas conversar, seus conselhos, as risadas... Eu senti tanta falta disso – as duas sorriam com nostalgia e carinho – Eu senti tanta saudades de você!

As duas se abraçaram com carinho por um longo tempo. Felicity sentia a necessidade de manter Sara em sua vida, como antes, sua melhor amiga sempre a compreendia e fazia se sentir melhor. Sara sentiu um nó em sua garganta, sua melhor amiga passou por tantas coisas, depois que seu pai a abandonou. Oliver a traiu e Felicity decidiu ser mãe solteira, e ela não esteve ai para apoia-la, não esteve ai para evitar as lagrimas que Felicity deve ter derramado todas as noites. Ela era tão doce, frágil, sempre viu o melhor nas pessoas. Agora ela estava mais forte, mais decidida. Sara se afastou um pouco afagando a face de sua amiga.

– Você é uma guerreira! – disse a fitando com orgulho no olhar – Eu sempre soube que você era uma pessoa incrível, minha melhor amiga, sempre vendo o lado positivo da vida, eu pensei que você fosse inocente de mais para enfrentar o mundo sozinha, tão frágil – Sara esboçou um sorriso triste em seus lábios – Então você passou por todas essas coisas, olha, você escolheu ser mãe solteira tendo tantas outras escolhas, poderia ter enfrentado os Queen’s na justiça ou ate mesmo se livrado do bebe que esperava dele, mas você não fez...

– Eu nunca seria capaz de uma coisa assim – Felicity moveu a cabeça em negativo, só de pensar nessa possibilidade sentia um aperto no peito, jamais poderia fazer isso com sua bebe, ela não tinha culpa dos erros dele e Felicity a amou desde o momento em que saiu daquele hospital com o resultado de sua gravidez.

– Eu sei, você é boa de mais. – Sara não conseguiu conter um par de lagrimas que escorreu pela sua face junto com o sorriso admirado que se esboçou em seus lábios – Tem o coração mais puro que eu conheço, você sempre vê o melhor nas pessoas. Sempre foi altruísta, você nunca seria capaz de machucar ninguém. Mais eles te machucaram, e eu não estive com você – ela pegou na mão de Felicity que correspondeu com lagrimas nos olhos e um sorriso triste – não estive para te apoiar e te fazer sentir melhor. Pra dizer que tudo ia ficar bem, pra te reconfortar todos os dias. Você passou por tudo isso sozinha e isso faz de você a pessoa mais forte que conheço. Uma guerreira!

Felicity soltou uma risada baixa – Você sempre consegue me animar não é Srta. Lance! Eu não estive completamente sozinha. Eu tive o Barry que me ajudou muito.

– Ok. Acho que ele automaticamente se tornou meu mais novo maior rival! – pigarreou Sara fazendo com que ambas rissem – Mas enfim, fico feliz que ele tenha te ajudado enquanto eu não estava por perto.

– Não seja boba – Felicity sorria contente com o bom humor que Sara sempre lhe contagiava – Eu tive Barry aqui comigo me ajudando, ele é um ótimo amigo. Meu melhor amigo homem. – ela destacou fazendo que Sara sorrisse vitoriosa – Mais mesmo não podendo te contar, e o fato de você estar a vários km longe de mim não diminuiu meu sentimento em relação a você e não excluiu você da minha vida. Só de conversar com você, mesmo que por telefone, me fazia bem. Você me fazia rir, me animava, foi um dos motivos de eu não desabar por completo naquela época – ela sentiu um aperto no coração, doía sempre que lembrava e nunca era pra melhor – Você sempre será minha melhor amiga, para sempre e todo sempre!

Ela ergueu o dedo mindinho como para selar um pacto, Sara fez o mesmo.

– Para sempre e todo sempre – murmuraram juntas com um sorriso cúmplice.

– Licy...? – Sara se lembra do motivo por ter vindo a Central City, alem de se despedir da amiga – Bom, eu estou indo morar em Nanda Parbat, consegui uma boa oferta de trabalho numa das escolas mais requisitadas e vou poder fazer mestrado na melhor instituição para ensinar artes marciais e técnicas orientais– ela sorri animada com o trabalho que sempre foi seu sonho.

– Serio? – Felicity sorri igualmente animada e feliz pela amiga – Você sempre quis isso, fico feliz que seu sonho se torne real!

– É, eu também – ela sorri de forma agradecida e depois suspira tentando abordar o tema, Felicity a observa percebendo que ela esta tensa – Mais não foi só por isso que vim, eu queria me despedir de você também, porem há outro real motivo pelo qual vim aqui...

– E qual é? – Felicity a incentiva para que continue, notou que Sara estava apreensiva de mais, não poderia ser coisa boa.

– Oliver! – ela murmura com receio fazendo com que o rosto de sua amiga fique pálido.