Filhos da Lua escrita por Dan Pinheiro


Capítulo 1
Capítulo 1 - Prólogo




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Era uma madrugada como uma outra qualquer. A lua ainda reinava no céu e eu estava afogado em meus sonhos tão obscuros quanto a própria escuridão que cerca as noites.

Sou acordado por um lambido áspero, que me faz pular da cama ofegante, estive afogado em um sono tão profundo que por alguns momentos não consigo distinguir qualquer silhueta. Meus olhos começam a se adequar com a penumbra ali presente, e vejo Sirius, ao meu lado me observando com seus olhos negros. Ele tem essa mania de ficar me olhando durante o sono, e por alguns momentos acredito que ele possa realmente ver tudo que se passa na minha cabeça enquanto durmo, ou melhor, o que se passa na minha alma.

Olho ao redor, meu quarto como sempre uma bagunça, a mesa do computador com algumas xícaras de cafés vazias, lápis espalhados sobre papeis, e o computador ainda ligado em um site de busca que provavelmente é o “Google”, e claro, outra 5 guias abertas. Sento-me na cama ainda ofegante por conta do susto tomado, coço minha nuca me espreguiçando, estico a mão e ligo o abajur, a única luz que funciona, já que as lâmpadas do teto queimaram á algum tempo. O quarto então se ilumina com uma luz fraca formando sombras por todo quarto, e meus olhos ainda não acostumados com a luz chegam a doer por longos 5 segundos. Minha janela com as cortinas grossas de crochê estão fechadas, e no alto se encontra um filtro dos sonhos que acredito não estar funcionando nas ultimas semanas, por conta dos pesadelos tão frequentes. Na cama ao lado encontrasse mais papeis rabiscados com símbolos e mapas, junto com mais lápis e canetas. Sim, uma verdadeira zona.

Me levanto da cama ainda com os olhos cansados, vou de encontro ao meu celular ao lado do monitor. No visor uma luz branca pisca, uma notificação... Mensagem da operadora. Xingo a operadora em pensamento. Mas percebo que tem algo escrito em uma das notas no meu celular: “SAIA O MAIS RÁPIDO QUE PUDER. VOCÊ CORRE PERIGO” – a nota estava marcado com um vermelho sangue, o que me chamou atenção é que foi escrita no meu celular... Mas como alguém poderia ter entrado no meu quarto durante a noite?

Sem hesitar, fechei a nota e coloquei o celular sobre a mesa. Ainda eram 4horas da madrugada. Olho ao redor. Na cabeceira da minha cama se encontra minha camisa favorita de uma escola de cinema, que antigamente era preta, só que de tanto ser usada a cor desbotou, ela tem as mangas cortadas. Eu a visto. No outro lado do quarto, sobre uma cadeira preta encontra-se uma calça skinny, da cor vinho, eu a coloco. Debaixo da cama encontro meu tênis azul, e dentro dele está um par de meias limpas, eu as coloco imediatamente calçando o par de tênis. Observo meu quarto pela ultima vez, pegando minha mochila e meu celular. Antes de sair pela porta pego minha jaqueta preta de couro.

Saindo do meu quarto me deparo com Sirius sentado em frente a porta me esperando, por um breve momento acho que ele sabe o que se passa, mas continua em seu silencio.

Continuo em minha breve greve de silencio, ainda pensando sobre o recado deixado em meu celular. Descendo as escadas do meu quarto passo pela varanda rapidamente, e entro em um segundo quarto mas não dou muita atenção aos detalhes indo direto até a cozinha. No centro do cômodo está uma mesa circular, com um vaso de rosas brancas, e uma toalha com algumas runas, as paredes com uma cor de palha que torna um ambiente um pouco “estranho”, pois geralmente cozinhas são brancas, mas que seja. A pia está repleta de xícaras sujas de cafés e alguns pratos com farelos de pão. Sobre o balcão de granito está a cafeteira, eu a ligo dando inicio ao seu trabalho, fazendo exalar por toda cozinha o cheiro do café. Enquanto o café não fica pronto, ando pela cozinha em busca de algo para forrar o estomago que agora está clamando por comida. Abro inúmeros armários, e não encontro nada além de bolachas de chocolate, pego dois pacotes e coloco sobre a mesa. Olho para o relógio que ainda marca 4:05 da madrugada. Pego um prato qualquer em um dos armários e um pacote de bolacha, despejo o conteúdo do pacote dentro do prato. Deixo sobre a mesa e vou em direção a cafeteira, ao lado encontra-se minha xícara preferida, pego-a enchendo de café e volto até a mesa buscando o prato com as bolacha, sigo até minha varanda passando pelo corredor que liga a cozinha e a sala de estar, na sala encontra-se dois sofás velhos da cor bege, seu estofado tem algumas manchas nos “braços” que foram resultado das varias noites que já passei dormindo neles. Na parede esquerda tem um quadro meio psicodélico com várias cores distintas e no canto direito tem um móvel de madeira que deve ter seus 50 anos, e em suas prateleiras há muitos livros dos quais nunca cheguei ler.

Ao passar pela sala chego finalmente na varanda, onde tenho uma completa visão da rua e do bairro. Tudo está calmo, realmente calmo e isso me incomoda. P çpbp se aproxima em extremo silencio, parando ao meu lado. Me sento em um banco velho madeira que é ligado a mesa, também de madeira.
Quebro finalmente o silencio que paira o ar desde o momento que acordei:
Então Sirius, pode dizer o que te incomoda tanto... – falo devagar entre os pequenos goles de café.

E entre o silencio da minha mente a sua voz ecoou:
Não é nada ainda Dan, apenas duvidas sobre esta mensagem... sobre tudo que anda nos rodeando de uns tempos pra cá... você deve estar sentindo que a partir de agora tudo vai mudar, o tempo de exílio se extinguiu, são tempos difíceis e você terá que fazer escolhas difíceis...”. – Em sua voz havia certa apreensão, dava pra sentir que escolhia as palavras com muita cautela.

Entendo... São tempos realmente difíceis, mas é nesse tempos que precisamos se reunir com eles. Está na hora de encontrar com o Lelo e o Rezende... Eu preciso deles. – Mas como esperado, Sirius apenas assentiu com a cabeça, confirmando minhas palavras.

Terminei de tomar meu café e nem ao menos toquei nas bolachas, pois tocar neste assunto sempre tira o meu apetite. Deixo o prato ali mesmo junto com a xícara e volto até a cozinha para pegar minhas coisas e principalmente a chave de casa.Volto até a sala e abro a porta que nos leva para as escadas, descemos juntos , chegando no ultimo degrau já retiro minha chave do bolso e abro a portão. Do lado de fora ainda estava escuro, porém no horizonte já podia avistar os primeiros raios de sol, que surgia ao longe.

Mas antes que possa prosseguir, meu nome é Dan Pinheiro, estou prestes a completar 17 anos em tempo mortal. Sou um Filho da Lua, uma raça de lobisomens que está quase sendo extinta por caçadores e bestas. Você deve estar se perguntando: - Como assim Filho da lua? – Pois bem, diferente dos lobisomens comuns que são bestas movido por instinto e pela sede de sangue, nós temos capacidades que vão alem de tudo que você já viu ou deve ter presenciado. Em breve você saberá do que eu estou dizendo. No momento você só precisa saber que nos temos uma espécie de totellis, que são os lobos que nos acompanham, eles são como protetores e estão ligados a nossa alma. Quando um Filho da Lua nasce, um totellis surge para ser seu guardião. Enfim, em breve você entenderá tudo, mas tome cuidado... Você também poderá ser caçado por eles... Tome cuidado!

... Ao sair pelo portão, sigo o meu destino... Encontrar o Lelo e Rezende o mais rápido que puder... Antes que eles os encontrem.


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Notas finais do capítulo

Muita coisa ainda está para ser esclarecida... Isso é apenas o começo!



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