Entre Perdas e Conquistas escrita por Amanda R


Capítulo 27
Capítulo 27


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem!!!



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Meu sangue pulsou e a minha boca ficou seca ao pesar que é agora, nesse momento que podia falar.

Varia frases e perguntas vieram na minha boca, mas não sabia realmente como começar.

—- Edward - seu nome saiu como um sussurro.

Ele olhou para mim no mesmo instante. Seus olhos transbordavam tantas emoções que  implorei a Deus nesse momento de que alguma forma esse homem na minha frente tivesse uma explicação, uma historia a parte, que o inocentasse e que a sua falta de confiança em mim não fosse o fato que nós fez separar.

Desvio o olhar do seu rosto e tento respiro fundo.

— Você estar bem? - perguntou começando a ficar preocupado.

—Estou... Eu só- duas batidas na porta do galpão cortaram a minha voz.

O Edward e eu olha para a porta com confusos.

— Pode entrar - disse ele e o Phil aparece na porta.

— Senhor Cullen, me desculpe atrapalhar- ele parecia envergonhado ao perceber que o Edward e eu o olhava frustrados.

— Tudo bem. Aconteceu algo? - Edward quis saber.

Eu abaixei a cabeça tentando recuperar o fôlego e deixar os pensamentos em ordem.

— Na realidade é com a senhorita Isabella - levanto minha cabeça quando ouço meu nome.

— Comigo? - disse surpresa.

Ele assentiu levemente.

—  Uma mulher ligou a poucos minutos e disse que queria falar com a senhora.

— comigo? - repeti, ainda muito surpresa.

— Não disse o nome? - edward interrompeu, chamando atenção.

O Phil olha para ele e nega rapidamente.

— Não, senhor. Ela perguntou apenas se a senhora estava. Ela ligou instintivamente para o telefone da casa, como ninguém atendeu resolvi atender. Poderia ser algo urgente.

— Você fez o certo Phil, mas não reconheceu a voz? Não era familiar? - edward insistiu.

— Não, senhor... - antes que falassem mais algo me levantei.

— Eu vou falar com ela - disse e fui em direção a porta.

A minha curiosidade aumentava cada vez mais que me aproximava da sala principal. Eu não sabia explicar, mas uma necessidade urgente surgiu para atender esse telefonema e saber quem era.

Já estava no corredor, depois da cozinha, quando percebo passos acelerados atrás de mim, me seguindo, foi ai que percebi que estava quase correndo. Mas não paro, continuou, ate que chego na sala.

— Alô? - esperei a mulher falar, mas não disse nada. Só podia ouvir sua respiração - Quem estar ai? - perguntei sentindo meu coração acelerar mesmo não sabendo quem era.

Mais uma vez ninguém respondeu.

Não demorou nem mais cinco segundos e a ligação caiu.

Encarei o telefone sem entender nada.

Olho para o Phil que ainda estava na sala.

— Ninguém falou, você tem certeza que não reconheceu a voz? - perguntei nervosa mesmo já sabendo a resposta.

Ele me olhou com cara de desculpa.

— Não senhorita, ela apenas pediu para lhe chamar, não disse mais nada.

— Estranho - comentou Edward, sem falar com ninguém especificamente.

Olho para o ele com a respiração alterada.

— Sim, ela só ficou calada, mas ouvir a sua respiração. Era como se ela só quisesse ouvir... a minha voz- terminei a frase com a voz cortada.

O Edward me fita com a expressão preocupada.

— Não tem como ser um engano - ele conclui.

— Não, não tem como, ela me conhecia, sabia o meu nome. O Phil mesmo disse que ela mandou me chamar, mas o que me confundi é quem seria. Quem sabe que estou na sua casa? - edward passa a mão pelos cabelos em sinal de frustração.

— Eu não sei, só contei a minha família, mais ninguém.

Solto a minha respiração em mais frustrada.

— Calma, não  se preocupe com isso. Vou dar um jeito de descobrir quem era- ele disse tentando me tranquilizar.

Assentir sem ter outra saída.

Me viro, e coloco o telefone no lugar, que ainda estava em minha mãos tremulas

— Se vocês não se incomodam, eu vou me deitar - disse já indo em direção as escadas.

— E a nossa conversa? - a voz de Edward me fez parar por um instante.

Fecho meus olhos sem acreditar no quanto as coisas sempre se moviam contra mim. Era hoje, aquele momento a alguns minutos atrás era  o momento certo para deixar as coisas mais claras o possível, mas daí mais umas interrogação cai sobre o meu colo. E não estou nem o pouco pronta para entrar naquele assunto. Minha cabeça parecia que ia explodir.

— Depois a gente fala - disse com a voz baixa, mas o suficiente para ele ouvir.

Ouvir ele resmungar alguma coisa, mas não entendi direito, pois subo aquelas escadas com a precisão de entrar naquele quarto e tentar entender o que tinha acontecido naquele final da noite.

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Tento dormir, mas meu cérebro não parava de trabalhar. Fazia muito tempo que entrei no quarto e me juntei com a Mel na cama para poder dormi. Mas vários pensamentos sobre o que aconteceu mais cedo vinham em minha mente me impedido de dormi.

Suspiro e afundo ainda mais meu rosto no travesseiro. É quando sinto uma pequena movimentação ao meu lado.

Abro meus olhos em alerta e eles vão para onde a Mel estar deitada. Não dava para enxergar nada, pois a janela estava com a cortina traspassada, impedindo que a luz da noite iluminasse o quarto, e o abajur ao lado da cama estava apagado.

Já ia ligar o abajur do meu lado, mas antes sinto uma mãozinha me tateando.

— o que foi, boneca? - perguntei me sentando na cama e em seguida conseguir ligar o abajur.

— Mamãe- murmurou ela coçando seu olho por causa da luz repentina.

A pego em meus colo e faço ela meio que deitar sobre mim com a bochecha encostada nos meus seios.

— Teve um sonho? - perguntei. Porque normalmente era assim, se ela acordasse no meio da noite era porque ela teve algum sonho, e logo em seguida vinha me acordar, assustada se fosse algum pesadelo, mas se fosse qualquer sonho, ela apenas me acordava e se encostava em mim, como agora.

— Foi- disse bem baixinho. Se não estivesse tão silencioso não teria escutado.

— Sobre o que foi ? - beijo sua cabeça e afundo meu rosto em seus cabelos. Eu amava aquele cheiro doce.

Esperei sua resposta, mas ela não disse nada. Ja estava achando que tinha caído no sono, mas a sua voz cortou o silêncio do quarto.

— Ele não vem - ela simplesmente disse.

Franzo meu cenho confusa.

— Quem, meu amor?

Eu não estava preparada para a resposta dela, e muito menos pelo o que vinha a seguir.

— O papai, ele não vem - Ela se afasta de mim o suficiente para encarar seus olhos.

Penso que vou ver olhos tristes, com ressentimento por alguém que ela nunca conheceu, mas o que vi naquele momento me surpreendeu, porque eles estavam espertos, altivos, e com brilho destacando sua iris verde.

— Ele nunca vai vim, não é? - ela e inocentemente.

Abro a boca para falar algo, mas as palavras simplesmente embrulham na minha garganta me impedindo de falar.

Mas mesmo assim, a minha filha não espera uma resposta, porque ela já imagina qual era.

Ela simplesmente aproxima seu rosto pequeno do meu e sussurra em uma voz doce, como o que ela ia falar fosse um segredo super secreto.

— Eu amo o Edwald.

— Filha... - eu tinha entendi o que ela queria dizer com aquilo. Meu coração se esquentou e os meus olhos queimaram.

Passo minha mão em seu rosto e beijo sua testa. E em seguida a abraço forte.

Eu não sabia o que lhe dizer.

Ela deita sua cabeça em meu ombro e sinto seu corpo relaxar com o carinho que começo a fazer em suas costas.

— Vai dar tudo certo, meu amor. Eu vou trazer seu papai - sussurro no escuro da noite quando tenho a total certeza que ela já estava dormindo.

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Na manhã seguinte ao natal amanheceu cinzenta. E foi logo depois que me levantei que decidir arrumar um pouco da minha vida.

Tinha acabado de me arrumar, e estava indo ao andar do Edward, onde ele estava com a Mel na sala da TV.

Abro uma brecha da porta e posso ouvir vozes de desenho animado. Abro mais a porta e vejo Edward e a Mel no imenso sofá, só que ela estava dormindo, esparramada ao lado dele ainda de pijama.

O Edward olha diretamente para mim quando entro no local. Ele se levanta e vem ate a mim.

— Vai sair?- ele fita o meu rosto, que estava com um pouco de maquiagem, mas não foi só isso que o fez fazer aquela pergunta. Eu estava com uma bolsa em mãos.

— Vou, preciso sair um momento. Será que pode ficar mais uma hora com a Mel enquanto chego?

Ele franze o cenho.

— Para onde vai? - ele ignora a minha pergunta.

Suspiro.

O Edward nunca vai perder essa mania de sempre responder uma pergunta com outra pergunta.

— Tenho que acertar umas contas - expliquei sem muitos detalhes.

E claro que ele não se conteve com isso.

— Contas?

Queria lhe dizer o mínimo, mas ele não me deixaria sair daqui sem lhe dizer tudo.

— Eu... - abaixo os olhos antes de volta a fitar seu rosto - Eu vou até onde morava. Sair de lá devendo alguns meses de alugueis. Então...

— Eu vou com você - ele me interrompeu.

— O quê? - eu tinha ouvido direito.

— Isso que ouviu. Eu vou com você - ele falou e já foi ate a TV desliga-la.

— Mas a Mel... Ela...  - tentei dizer algo coerente, mas ele não me deixou terminar.

— Vou mandar o Tyler olha-la. A Mel gosta dele, e confio nele. Tudo bem para você? - perguntou já voltado ao seu lugar na minha frente.

— Sim, mas não entendo, por que quer ir comigo. Eu sei onde é o caminho e posso ir sozinha - disse querendo entender tudo aquilo.

Ele passa a mão pelo cabelo como se estivesse pensando no que falar. Ou arrumando uma maneira melhor de dizer.

—  Sei que pode ir muito bem lá sozinha, mas não vou deixar você ir lá depois da maneira que foi embora - explicou ele, mas o que disse me deixou mais confusa ainda.

— O que você quer dizer?

Ele suspira antes de falar

— Você foi expulsa desse local. Eu não consigo imaginar nenhuma segurança em um lugar que deixa uma mulher com uma criança de cinco anos sozinhas sem ter para onde ir.

— Ele só estava fazendo o que seria o certo a fazer. Eu não pagava por dois meses. Assim como precisava do dinheiro para seguir a vida, ele também precisava do dinheiro.

Ele faz uma carranca.

— Isso não explica o fato. E continuo sem confiar na sua segurança naquele local - ele diz como se falasse a maior verdade do mundo.

Pisquei os olhos começando a ficar irritada.

— Você não tem que se preocupar com a minha segurança.

Seus olhos de repente se encheram de dor.

— Eu não vou correr o risco de te perder, não depois daquele dia - sinto um calafrio passar por mim depois que ele termina de falar.

Lembrar daquele dia ainda me faz com que  o meu estômago der voltas.

— O Tyler pode ir comigo - digo sem poder argumentar em ir sozinha. Pois querendo ao não o meu medo de andar sozinha pelas ruas ainda não foi totalmente superado.

— Ele vai estar ocupado - dizendo isso ele tira o celular do bolso do seu moletom e digita algumas vezes antes de colocar no ouvido.

— Mas você disse que ele ia ficar ...

Ele não me deixa terminar.

— Por isso mesmo. Ele vai estar ocupado olhando a Mel - ele dar o assunto como encerrado e começa a falar com o tyler pelo celular.

 

— Qual é o bairro? - Edward pergunta assim que entramos no carro.

— Bevir- respondi ainda contrariada.

Não arisco olhar para a sua reação ao saber  o bairro.

Seguimos o caminho em silêncio.

Quando já estávamos no bairro, lhe guio ate chegar em uma rua com prédios de tijolos vermelhos.

Respiro fundo ao estar naquele lugar novamente.

Lugar onde por anos chamei de casa.

Olho em volta observando cada detalhe. Como as ruas estavam molhadas pela chuva, como as arvores distribuídas uma na frente de cada prédio. Isso me faz lembrar como aqui era bonito quando luz do sol atingia as árvores e deixava sobras onde normalmente a Mel brincava com outras crianças da região.

Lembranças me abraçam.

Foi naquele lugar onde vive os melhores momentos da minha vida, talvez os piores também, mas os melhores sem duvida apagavam os ruins.

Foi aqui que a Mel começou a engatinha, a balbuciar as primeiras vogais. Ainda me lembro o modo como ela me chamou pela primeira vez de "MAMA", nunca pensei que podia chorar tanto de felicidade. A forma como a vi minha filha crescer nesse lugar, sem nenhum luxo, mas com amor e alegria, fez o meu coração se aquecer e me lembrar que esse cinco anos não foram os piores.

— É aqui - Edward para o carro bem na frente do mais um dos prédios feito de tijolos vermelhos que existia ali.

Eu finalmente olho para Edward.

Ele estava com os olhos cravados no prédio. Não conseguir decifrar o que estava pensando. Sua expressão era limpa de qualquer sentimento.

— Eu vou indo, você pode esperar aqui- murmurei e sem esperar por resposta sair do carro, mas logo em seguida, como era de se esperar, ouvir a porta se abrir e e deixar atrás de mim.

Sem dizer nada fui ate o portão gasto de ferro. Apertei o botão do interfone - esse prédio era um dos raros que tinha alguém para policiar a entrada e saída de pessoas no prédio.

— O Senhor Scott, estar? - pergunto e sinto edward parar ao meu lado.

Uma voz que conhecia muito bem soa.

— Esta sim, vou interfonar para ele, quem fala?

— Sou eu, John, a Bella - respondo e espero o reconhecimento da parte dele.

Ouço ele sobrar em surpresa.

— Oh, menina Bella, pode entrar - assim que ele fala o portão se abre.

Olho para Edward e ele continua impassível.

Entro na sua frente ele vem logo em seguida.

— Não tem elevador - digo ao chegar nas escadarias.

Edward suspira, mas sem demostrar desagrado.

Subimos os lances da escada até chegar no segundo andar, onde o dono de alguns dos apartamentos daqui morava.

POV Edward.

Estava tentando me manter impassível desde o  momento que a Bella disse o nome do bairro.

Mas não posso frear os meus pensamentos.

No momento que entrei nesse prédio parece que outra realidade me bateu. A realidade que a Bella teve que lidar sem nenhuma ajuda.

Ela era tão nova.

Isso faz com que a minha mente pense milhares de perguntas. Mas só uma sobressai. Como ela consegui lidar com isso tudo?

Ela era forte - minha mente gritou - Muito mais que você.

Isso era justo. Concluiu.

Ela era mil vezes melhor do que eu. Eu sempre enxerguei isso, mas agora era bem mais evidente.

Observo sua silhueta na minha frente. Ela dava passos fortes e decididos. Como se estivesse preste a lutar uma batalha.

Ela era uma guerreira e isso me fez admirar a sua maneira de lidar com as situações e a sua coragem.

Por fim ela para em uma das portas de madeira envelhecida.

Dar três toques e espera.

Serro meus olhos para enxergar o numero da porta. 45. Guardo ele na minha mente.

 Olho em volta do corredor daquele andar mal iluminado, e fico pensando quantas vezes a Mel e a Bella tinham passado por ali.

Meus pensamentos são cortados com o som da porta sendo destrancada.

Na minha frente surgi um homem com rugas pelo rostos, apresentando já uma certa idade, com cabelos acinzentados, assim com a barba expeça.

Sua reação ao notar quem é, é imediata, primeiro em seu rosto passa surpresa e logo depois confusão.

— Bom dia, senhor Scott - a voz da Bella saí segura.  Me sinto bem com isso.

Ele olha para a Bella sem responder.

Isso me faz travar a mandíbula.

Ele finalmente deixa seus olhos caírem me mim.

O olho com o olhar frio.

Seu cenho franze, com certeza se perguntando quem diabos eu era.

Por fim ele volta a olhar para a Bella, quando não recebe nenhum palavra de mim.

— Bom dia, Swan - sua voz é grossa - O que lhe trás aqui?

Ouço a Bella suspirar antes de falar

— Vim pagar o que devo - ela foi direta e o homem arregala um pouco os olhos. Com certeza ele não esperava isso, mas ele se recompõe e lhe dar um olhar curioso.

— Confesso que não esperava, você disse que não tinha como pagar.

A Bella mexe em seu cabelo parecendo desconfortável.

— Conseguir um emprego - ela explicou - Tenho o suficiente para pagar os dois alugueis - dizendo isso ela abriu a bolsa em suas mãos e tirou de lá dois maços de dinheiro - Além do aluguel, ai estar a água, o gás e a energia atrasadas - ela terminou de falar e respirou fundo, como se um fardo fosse tirado de suas costas.

O tal de Scott recebeu tudo, agora sem conseguir esconder a sua surpresa.

— Você ganhou uma bolada? - seus olhos encararam a Bella duvidosamente - Esse dinheiro é certo? Não quero polícia batendo na minha porta ou...

— Apenas aceite - minha voz cortou sua fala. Ele me encarou como se ainda fosse falar algo, mas ele viu que  não estava para brincadeira, então escolheu se calar.

— Te garanto que trabalhei por esse dinheiro - não precisava se explicar, mas conhecendo ela, isso não foi uma surpresa.

O homem assente e por fim da de ombro.

— Tudo bem, só me espere um minuto - ele some dentro do apartamento, e menos de um minuto ele volta.

— Aqui estar- ele estende uma das mãos em direção a ela - As chaves do apartamento - a Bella pega as chaves e olha para o homem sem entender -  ele já foi alugado, mais o proprietário ainda não veio buscar a chave, lhe pedi um tempo para poder recolher tudo que tinha de seu de lá - ele explicou - Então se quiser as suas coisas pode pegar.

A Bella olha para chave, e a aperta.

Ela fica um tempo quieta, mas por fim entrega a chave de volta.

— Não tenho um local fixo, então não tem como pegar tudo de volta.

Quando já vejo já estou me intrometendo.

— Eu levo, pode ficar tudo lá em casa.

Mal acabo de terminar  e ela fala um sonoro não.

Ela foi tão firme na decisão que decidi não dizer mais nada. Depois resolveria isso.

— Você quem sabe - a Bella assente para o homem e sem dizer mais nada lhe dar as costas.

Acompanho ela e noto que estar indo em direção oposta a saída.

— Eu preciso falar com uma pessoa - ela explica - Você pode esperar no carro? - já ia perguntar quem era, mas ela impede - Por favor?

Seu rosto é cansado, muito diferente de quando chegou aqui.

Por isso, assinto.

Ela diz um silencioso obrigada e segue as escadas para um andar mais elevado.

Volto para o carro sem ter outra opção.

Durante o percurso fico me perguntando com quem ela queria falar que eu não poderia saber.

POV Bella

Subo cada degrau com o coração na mão.

Quando finalmente chego no quarto andar a minha respiração esta alterada, mas isso não me impede de andar pelo corredor em passos largos.

Ainda bem que Edward não insistiu. Não queria que ele estivesse aqui. Não podia explica tudo agora. Mas preciso ver essa pessoa, foi o meu único laço que conseguir construir aqui.

Chego na frente do apartamento 83, e sem esperar bato duas  vezes seguidas.

Fecho meu olhos para tentar regular a minha respiração.

Abro meu olhos quando vejo que nenhuma barulho de tranca foi feito.

Respiro fundo tentando espantar meu desespero e bato mais duas vezes.

E mais uma vez ninguém atende.

Minhas esperanças vão embora.

Ainda estava viajando?

Foi embora antes mesmo de tudo acontecer comigo e ainda assim não chegou?

Meu peito aperta em preocupação.

Sem opção ando em passos largos pelo corredor e desço as escadas o mais rápido que podia. Paro na frente da entrada da sala do John, já no térreo, e bato. Viro meu rosto e dela já dava para ver o corro do Edward lá fora.

Suspiro quando John abre a porta.

Ele me dar um sorriso acolhedor, mas ele se desmancha quando ver as linhas de preocupação no meu rosto.

Ele sabia porque estava assim.

— Sinto muito, menina Bella, ainda não chegou.

Passo minhas mãos no rosto tentando conter as lágrimas que queriam cair.

Engulo o caroço que tinha se formado em minha garganta e abro a minha bolsa rapidamente tirando de lá um caderninho e uma caneta, que sempre estavam lá.

 Escrevo o número da mansão. Não tinha outra opção.

Destaco a folha e entrego a John.

— Por favor,  entrega isso, e pede para ligar para mim assim que chegar.

 -Claro- ele confirmou - Pode deixar assim que chegar vou entrega-lhe isso, não se preocupe - ele tentou me consolar.

Mas o aperto no meu peito de preocupação é inconsolável.

Mesmo assim lhe dou um pequeno sorriso de obrigado.

— Obrigada- sussurro, peço licença e ando de volta ao o carro.

Mas antes de chegar lá, tento me recompor.

Suspiro e limpo meu rosto molhado. Quando penso que estou boa o suficiente, saio do prédio, e entro no carro.

— Podemos ir - murmuro alto o suficiente para edward me ouvir quando me senti no banco de carona.

Faço o meu melhor para parecer bem, mas é um fiasco.

De algum jeito ele sempre percebia o meu espírito.

— Estar bem? - ele pergunta com a voz parecendo preocupada.

Eu apenas assinto, não confiava em mim mesma para dizer algo com palavras. A ultima coisa que queria era que Edward me visse chorar.

Não olho para ele, mas sinto seus olhos em mim.

Penso que ele vai insistir.

Respiro aliviada quando ouço o barulho de motor do carro.

Agradeço mentalmente por ele ter respeitado o meu silêncio.

............................................................

Respiro fundo e sorriu satisfeita com o cheiro incrível da fumaça fumegante que saia da panela no fogão.

Estava quase pronto o molho de tomate que estava preparando para a lasanha, que era o jantar dessa noite de domingo.

Vou ate a geladeira pego alguns produtos frios que vou precisar para montar o restante do jantar. Depois de Abro o pacote de macarrão e começo a montar a lasanha ao som de uma musica qualquer que tocava no aparelho de som.

A música era calma, e ajudava a manter o meu   espírito tranquilo depois de tudo que aconteceu a alguns dias atrás.

Depois daquele dia posso dizer que nunca mais tive um tempo tão tranquilo como esse. Apenas eu, o cheiro  comida e um som leve ao fundo. Na realidade não me lembro a ultima vez que tive um momento desse.

A Mel estava lá em cima com skimmy esperando um ok de mim para poder descer para comer, mas ela esta bem entretida com a nova série de desenhos que o Edward conseguiu para ela.

Ao pensar no nome dele isso me faz lembrar que faz cinco dias e quatro noites que não o vejo, e não sei nada dele.

Depois daquela dia que chegamos do meu antigo apartamento, fui acorda na manhã seguinte por ele, dizendo que tinha que viajar as presas e que não sabia quando iria voltar.

Isso me deu uma dor de cabeça depois, pois tive que me virar para explicar a uma menina perguntadeira e de mal humor  por não sabe onde o Edward dela estava.

Foi um pouco difícil explicar a ela, mas por fim ela entendeu e compreendeu que o Edward ia voltar em breve.

Os dias se passaram e ela sempre perguntava toda manhã se ele tinha voltado.

Eu falava com toda segurança para ela que ele ia voltar em breve, mas estava começando a ficar preocupada depois do terceiro dia.

Depois de não aguentar mais me segurar, perguntei ao Phil se ele sabia qual era a emergência do Edward, mas ele enrolou na resposta e disse que edward ia voltar em breve.

Recebi essas palavras como conforto e disse a mim mesma que se algo de ruim acontecesse, já teria sido avisado.

Coloco a ultima camada de molho, coloco mais um pouco de queijo desfiado por cima antes de colocar no forno quente.

Fecho o forno e me encosto na bancada e como o ultimo pedaço de chocolate que tinha ganhado de natal.

Para ser verdadeira, eu meio que tinha esquecido desse presente, mas a Mel hoje o achou no canto do quarto debaixo de algumas coisas que tinha colocado por cima. Sendo ela criança veio correndo contar para mim que tinha achado e perguntou se podia comer. Ela comeu uma boa parte e deixou o resto na mesa da cozinha. Não resistir e comi.

Mastigo bem o chocolate sentindo o quão bem ele derretia na boca. Foi quando notei que estava sendo observada.

Me viro imediata e me dou de cara com edward na entrada da cozinha.

Ele estava com de terno, mas sem gravata e os primeiros botões desabotoados. Ele estava inteiro, mas seu rosto estava com aspecto de cansado.

— Edward- disse em alivio.

Ele me olhou por um instante antes de entrar mais na cozinha

— Oi - simplesmente disse e deu um meio sorriso cansando.

Sem poder me segurar sorri de volta e ao mesmo tempo me sentir assustada por ter notado que ouvir sua voz me fez perceber o quanto de saudades que tinha de ouvi-la.

— Você chegou - me forcei para dizer. De repente minha voz ficou pesada.

Ele assentiu se apoiando no balcão bem na minha frente

Seu olhos não saíram de mim, nem os meus dele. O analisava a cada parte, precisava saber se ele estava bem. Essa necessidade era mais forte do que eu.

— Tentei vim mais cedo que pude - ele passando a mão pelo cabelo parecendo realmente cansado - Mas o problema era grande.

— Oh... Eu fiquei preocupada - deixei escapar, ao mesmo instante tive o reflexo de levar a mão a boca - Eu...eu não sabia para onde você tinha ido... e... e a Mel perguntou por você - tentei argumentar, mas já era tarde demais, ele estava sorrindo. Um sorriso de lado, mas contido, que quase tirava o aspecto cansado da sua expressão.

Abaixei a cabeça sem saber como encara-lo

Droga, Bella! Você precisava falar?! Minha mente gritou.

Já bastava admitir que sentia sua falta para mim mesma, isso por só já me  deixava envergonhada,  e ainda vocalizar isso na frente dele.

Maldita boca.

Ele vendo que fiquei constrangida, pigarreou.

Pensei que ele ia mudar de assunto.

Mas quando o olhei novamente.

Seus olhos brilhavam e o que disse em seguida fez meu sangue correr mais forte.

— Eu também sentir a sua falta. Estava muito ocupado, era uma reunião atrás da outra - seu sorriso torto contido ainda estava lá.

Agora foi minha vez de pigarrear. Tirei minha atenção dele e arrumei a primeira coisa que estava na minha frente para poder diminuir a vergonha que me consumia.

Por um pouco de sorte que restava, ele finalmente mudou de assunto.

— Eu estava em Nova York, era lá o problema - isso chamou a minha atenção.

— Você atravessou o país? - perguntei surpresa.

— Sim, alguns dos fornecedores deu problema na franquia de lá , então tive que ir - ele deu de ombro.

— Nova York? Você tem franquia em Nova York? - estava mais surpresa ainda.

Como assim? So faz alguns anos que Edward fundou a empresa dele.

— Há não, é do meu pai. Ele não podia ir, e me pediu para ficar no lugar dele.

Compreendi, mas me dei conta que estava fazendo perguntas demais.

Não era da minha conta nada que envolvia a vida do Edward.

Então mudei de assunto.

— Vai querer comer? O jantar vai ficar pronto em menos de meia hora?  - fui até o forno enquanto falava - Acabei de colocar a lasanha no forno.

— Lasanha? - sua voz parecia surpresa. Atrás de mim.

Assenti enquanto me abaixava para olhar se já estava começando a derreter o queijo.

— Sim, de frango - disse voltando a olhar para ele.

— Woww... Faz tanto tempo que não como isso. Que pena que não vou poder ficar, tenho que sair. Preciso acertar algumas coisa com novos fornecedores. Fiz de tudo para ser outro dia, mas o máximo que conseguir foi que essa reunião fosse feita aqui na cidade - fez uma careta.

— Eu deixo para você. Vai ficar mais o que suficiente - o assegurei e ele assentiu parecendo satisfeito.

— Obrigada. - ele agradeceu - Mas onde estar a minha menina? - perguntou olhando para todos os lados como se Mel fosse aparecer de repente.

Eu ainda não estava acostumada com o seu novo modo de chamar a Mel. Eu podia jurar que a cada vez que ele dizia isso o meu coração parava de bater.

— Ela estar lá em cima, assistindo. Ela vai  amar saber que chegou.

Ele sorriu parecendo muito satisfeito com o que ela disse.

— Eu vou olha-la.

Ele foi em direção a saída, mas parou e voltou a olhar apara mim.

— Eu trouxe algumas coisas para ela de Nova York, você se importa? - ele perguntou hesitante.

Suspirei.

Edward estava enchendo a Mel de brinquedos e varias outras coisas.

Isso me preocupava, pois não sabia como lidar sobre um mundo que a Mel não o conhecia, e que Edward estava, sem hesitação alguma, a mostrando. Um mundo que eu o conhecia muito bem, e que para varias pessoas era a ponte direta para a futilidade. Mas não só era isso, o que mais me preocupava era maneira como a Mel ia lidar com isso depois da gente ir embora.  

— Eu juro que não é nada de mais, só lembranças de turistas.

Sem saber como contestar isso e lhe dizer um não, assentir.

E sem esperar mais nada, talvez medo que mudasse de opinião, ele saiu.

...........................

Enxugo as minhas mãos após acabar de lavar a louça.

Todos já aviam comigo, inclusive os guardas que estavam fazendo plantão naquela noite. A Mel também ja tinha comido, lá na sala da tv, sua empolgação em ver o Edward foi tanta que ela não quis sair de perto dele. Para a sua felicidade foi o propio que a colocou para dormi. Em seguida ele foi se arrumar.

E eu fiquei organizando a cozinha até agora.

Coloco o pano em cima do balcão e vou ate o interruptor desligar as luzes principais, deixando ligada uma leve luz alaranjada, para não deixar o ambiente completamente escuro.

Passo pelos corredores silenciosamente e quando chego na sala de jantar a campainha toca.

Franzo o cenho.

Quem seria?

Edward normalmente não recebia visitas alem da sua família e will, ainda mais a essa hora da noite.

Já deveria passar das 9 horas.

Dou passos largos e chego na sala de estar. Vou ate a porta e a abro.

Para a minha surpresa lá estar uma mulher. Mas não era só uma mulher, era mais que isso, pois ela parecia pronta para uma festa de gala. O seu vestido verde esmeralda era impressionante, assim como seu rosto e seus cabelos ruivos preso em um penteados elegantemente desarrumado.

—Boa noite - disse ela  parecendo nervosa.

— Boa noite - cumprimentei confusa.

Ela notou a minha confusão, então tratou-se de se apresentar.

— Eu sou a Summer, Jeane Summer.

Assentir esperando que ela falasse mais, mas não precisou, pois de repente um clique soou na minha mente.

Ela estava aqui por Edward?

Claro que sim, quem mais seria?!- minha mente gritou

Não sei bem explicar, mas fui inundada por um sentimento tão ruim, que me deixou estática. Sem reação.

Mas me obriguei a falar.

— Estar aqui por Ed... Pelo Senhor Cullen? - me peguei perguntando.

— Sim - ela respondeu óbvio - Eu acho que cheguei muito cedo - ela olhou atrás de mim, como se Edward fosse se materializar ali - Eu estou ansiosa, então achei que chegar cedo era... - ela falava, mas eu não estava compreendendo, minha mente ainda estava processando o "sim" dela.

— Pode entrar - murmurei sem vontade. Eu realmente estava me sentindo mal. Queria sair daqui. Aquele lugar de repente parecia ser pequeno demais

Ela assentiu e entrou na casa.

Fechei a porta e foi ai que percebi que a minha mão estava tremendo.

Controle-se - sussurrei em minha mente.

Tiro minha mão do trinco a fecho em punho.

Ando com a tal Jeane ate a sala de estar.

Aponto o sofá e ela se senta com educação.

— Eu vou chama-lo - conseguir dizer com a voz parecendo tranquila.

Mas não precisou, o Edward descia as escadas.

Segurei a minha respiração.

Ele estava fabuloso.

Vestido de smoking, totalmente alinhado em seu corpo. Feito sob medida. Seu cabelo ainda estava bagunçado, dando um ar moderno a um vestimento tão clássico.

Ele estava preparado para uma grande festa, assim como....

— Boa noite, Jeane - ele a cumprimenta assim que desce o ultimo degrau.

Vejo a Jeane se levantar, e lhe dar um maldito sorriu. Um sorriso brilhante. Que me faz querer fechar os olhos para não ver aquela cena. E o que me faz encolher era que o Edward dar outro sorriso em troca.

Aquele era o meu sorriso - alguém grita dentro de mim.

Não mais - me repreendo.

Por fim, ele finalmente me percebe na sala.

Abaixo meus olhos.

Não queria deixar que ele visse o quanto aquilo ali me abalou.

Eu tendo me revestir de algo que não tenho antes de levantar a minha cabeça e encara-lo

— Eu vou deixar vocês a sós - digo tentado parecer o mais tranquila possível. Mas sei que falho, pois os olhos do Edward demostram confusão.

— Bella - ele  me chama assim passo por ele.

— Precisa de algo? - me viro o suficiente para vê -lo.

Seu cenho franzido e seus olhos preocupados, me faz querer dar uns tapas em mim.

Por que eu tinha que ser tão óbvia?

— Não, mas...

— Então vou me deitar - o corto sem hesitação. E viro minhas costas para ele, orando para que ele não insistisse. E ele não insisti.

Subo as escada o mais rápido que posso. Pois precisava entender o que estava sentindo. Eu não estava preparada para essa explosão de sentimentos. Parecia que algo tinha esmagado meu coração. A dor no peito era aguda, de uma forma que até para respirar era difícil.

Por que estava sentido aquilo?

Eu sabia que Edward ia encontrar outra pessoa. Era questão de tempo.

Mas a verdade era - Eu não estava preparada para ver o que um dia foi meu ir embora.


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Notas finais do capítulo

E ai gostaram?! Me falem, estou esperando! Bjos!
OBS: explicações de não te postado cap antes ta no grupo da fic no facebook - https://www.facebook.com/groups/545225142279430/?fref=nf