Entre Perdas e Conquistas escrita por Amanda R


Capítulo 26
Capítulo




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/559854/chapter/26


Chego na entrada da cozinha e na mesma hora estanco quando vejo uma cabeleira cobre na minha frente.

— Edward - disse surpresa.

Ele se vira em minha direção na mesma hora.

— Me desculpe, mas não conseguir ficar longe - foi tudo que ele disse, mas foi o suficiente para o meu coração saltar.

— O que você estar fazendo aqui? - perguntei tentando acalma as batidas do meu coração.

— Acabei de chegar - disse ele largando o que estava nas mãos em cima do balcão e veio ate a mim.

— Não era para você estar aqui- disse tentando manter a voz firme, mas não podia controlar, meu coração estava batendo cada vez mais forte a maneira que ele se aproximava de mim.

— Eu não podia, Bella. Ficar longe da Mel e de você, estava me matando. Ficar em Forks sabendo que vocês estavam, é impossível. Fiquei lá o máximo que pude - ele disse. Sua voz estava de carregada de emoções. Seu olhos que algum tempo atrás era opacos e sem brilho, agora pareciam transbordar de sentimentos límpidos.

Eu estava sem palavras. Não sabia o que dizer. Minha mente processava tudo em câmera lenta.

— Estamos bem, não precisava se preocupar - disse tentando transmitir indiferença no tom de voz para fazer ele recuar.

Mas ele não se importou, pelo contrario deu mais um passo a frente, nos deixando cada vez mais próximo.

— Mas a questão é essa. Eu me preocupo.

Essas palavras fizeram meu corpo se arrepiar.

Não Bella, se afaste - minha razão alertou.

E assim fiz. Recuei dois passos deixando bem claro que não era para ele se aproximar.

Ele pegou meu pedido silencioso, pois ele soltou uma lufada de ar e passou a mão no cabelo como se tivesse tentando achar uma saída em um lugar improvável.

Já ia falar algo para quebrar o silêncio constrangedor  que se formou quando notei a roupa que estava vestido. Fiquei vermelha na hora. Isso chamou a atenção do Edward e os seus olhos seguiram meu corpo.

Oh, merda!


Pensei que ia esta sozinha na mansão.

Cruzei meus braços na frente dos meus seios tentando esconder a pele que estava mal coberta.

— Vou me trocar - disse totalmente constrangida.

Já ia me virando para sair daquele lugar, mas o Edward foi mais rápido e sua mão segurou o meu braço. Me colocando novamente de frente para ele.

Meu corpo instantaneamente reagiu ao seu toque.

— Edward... - já ia falando para ele se afastar, mas antes disso ele soltou o meu braço e foi até o balcão e pegou uma caixa com uma fita vermelha enrolada em volta dela.

— Eu... Eu – ele parecia nervoso. Franzi o cenho olhando para a caixa em suas mãos- Eu estava indo a padaria antes de voltar para casa e acabei passando por uma loja de chocolates, e logo lembrei que você amava esses aqui - ele me mostrou a caixa. Eram os meus chocolates preferidas que a muito tempo não via - Já que sei que você nunca vai aceitar nada de mim, mas apenas aceite essa caixa,  sei o quanto você gosta.


— Eu não posso aceitar - disse de imediato.

— Se você estiver preocupada em parecer fraca por causa que estar aceitando uma caixa de chocolate, não precisa, porque sei que você não é. O que estou vendo na minha frente é uma das mulheres mais corajosas que já entraram na minha vida. Então não tenha essa preocupação de parecer fraca. Eu sei que você não é.

Eu não tinha nenhuma palavra para ir contra a sua, então fiz o que me restava. Aceitei, mas ainda com a minha parte racional alarmando para negar.

— Obrigada - disse quando a caixa estava nas minhas mãos. Ele deu um sorriso pequeno e acenou.

— Feliz Natal - sua voz soprou carregada de sentimentos.

— Feliz natal - consegui dizer antes de sair da cozinha quase correndo.

...



Coloco a caixa de chocolate em cima da cabeceira da cama assim que chego no quarto. Ela parecia que estava queimando em minhas mãos.

Eu não queria pensar no significado dela. Mas tenho que admitir que estava cada vez mais difícil de ignorar o Edward.

A forma como ele olhava pra mim deixava a beira da loucura. Seus olhos e sua voz carregavam tantos sentimentos. Ele paria um livro aberto. Tão diferente do Edward que encontrei quando cheguei aqui. Ele realmente parecia com o meu antigo namorado, só que mais maduro e experiente com a vida.

Eu não posso fazer uma loucura.

Eu tinha que me lembrar que as coisas não eram tão fácil assim.

Respiro fundo tentando guardar todos meus sentimentos lá no fundo. Não era hora de deixarem eles saírem. Ainda não.


Vou ate o closet e troco de roupa. Visto um suéter junto com uma calça jeans confortável.

Quando saio do closet vejo a Mel se mexendo na cama.

Estou com pena de acordá-la, mas não tenho coragem de descer naquela cozinha sozinha. É vergonhoso admitir, mas é mais seguro ficar perto do Edward com a Mel sendo o centro das atenções.


— Mel - a chamo quando ela vira na cama ficando de barriga para cima. Passo a mão no seu braço e a chamo novamente.

Ela abre um pouco os olhos, mas fecha novamente antes de bocejar e  se virar ficando de frente para mim.

Ela luta para manter seus olhinhos abertos tentando manter uma imagem clara minha.

— Mamãe - ela fala com a voz grogue de sono.

— Oi, meu amor. Será que não esta na hora de se levantar?- pergunto e faço carinho no seu cabelo.

— Eu vou pra aula? - pergunta com o cenho franzido.

— Não, meu amor, mas tem alguém lá embaixo que esta louco para tiver - assim que falo seus olhos ficam mais atentos.

— Quem?

— O Edward. Ele acabou de chegar - falo devagar para ela entender.

Assim que as palavras  são processadas, a compreensão passa em seu rosto.

— Edwald? Ele chegou? - Pergunta ela já se sentando passando suas mãos nos olhos tentando enxergar melhor.


— Chegou, esta lá embaixo te esperando. Não quer desejar feliz natal a ele? - não precisei nem de resposta, ela se levantou jogando as cobertas de lado e calçou suas novas pantufas de abelhas recém compradas.

— Podemos ir- disse ela me olhando ansiosa.

Ela realmente amava o Edward. Isso me lembra a conversa que tenho que tentar novamente com ele.

Só em pensar nisso um nervoso bate o meu estômago. Não faço à mínima ideia por onde começar. A minha ideia de conversar com ele era simples, mas agora que ele estar aqui vejo que nada com Edward era simples.

Espero que essa conversa traga coisas boas. Sei que muitas lágrimas vão rolar, é inevitável, mas o sorriso da minha filha no final não vai ter preço.

— Vamos - disse estendendo minha mão para ela. A Mel pegou firme e fomos ao encontro do homem que um dia vai ser o centro do seu universo junto a mim.

Descemos os lotes de escada, mas quando chegou na ultima carreira a Mel solta a minha mão e sai correndo.

— Mel - a chamei, mas ela continuou correndo e desapareceu da minha vista.

Suspiro e continuou descendo as escadas. Passo pela sala e vejo como os presentes estão intocados, aposto que ela nem reparou que a árvore tava lotada de presentes de tanta ansiedade para ver o Edward.

Chego no corredor da cozinha e já posso ouvir a voz dos dois.

Meu coração se aquece com a cena que vejo quando chego na cozinha.

O Edward estava com a Mel nos braços. A minha filha estava que nem um macaquinho agarrado ao Edward, segurando ele com os braços e com as penas em sua volta como se ele fosse sumir do nada a qualquer momento.

— Eu estava morrendo de saudades -  disse Edward beijando a testa da Mel.

— Eu também, Edwald. Não vai mais não - a Mel diz o abraça mais apertado.

Aquilo fez meu peito saltar.

Foi nesse momento que percebi que não podia separar esse dois. Não existia mais Bella e Mel. Agora era Bella, Mel e Edward.

Sempre tive em mente que quando saíssemos dessa casa tudo voltaria ao normal, só nos duas, mas estou enganada. Não tem mais apenas nos duas.

Meus olhos queimaram com essa conclusão.

Eles eram perfeitos juntos. Um completa o outro de uma forma estranha, mas ao mesmo tempo bem clara e esperada.

Pai e filha. Eles foram feitos para serem isso um do outro. E nada pode mudar, nem mesmo a raiva, o rancor, a amargura que fez o passado.

Passado ou presente,  não importam.

Meu receio quanto ao Edward também  não importa,assim  como a minha raiva, o meu ressentimento e principalmente o meu medo. Nada disso importa. Não tenho direito de tirar o sorriso da minha filha e a alegria dos seus olhos. Ela merece isso, ela merece saber que tem um pai.

Nada como agora ficou tão óbvio.

— Não vou, princesa. Juro que não vou - promete Edward sorrindo, ate que seus olhos se prendem nos meus.

Engulo em seco tentando não deixar nenhuma lágrima correr pelo meu rosto.

— Vamos tomar café? - perguntou o Edward ainda olhando para mim - Comprei algumas coisas.

Olho para a mesa e respiro fundo de ir ate eles.

  Vejo um banquete distribui por  quase toda mesa.

— Não precisava de tudo isso - digo me sentando, mas ele não pareceu me ouvir.

Colocou a Mel em uma cadeira ao meu do e se sentou no outro lado dele.

— Obaa... Tem Wafer de chocolate - comemora a Mel com um sorriso gigante - Mãe, posso comer? Por favor?

assenti e ela sorriu mais ainda.

O Edward lhe deu um prato e ela mesmo se serviu colocando uma boa quantidade de calda de chocolate com um sorriso gigante.

Sorri junto ao vê-la tão feliz.

Desviei minha atenção da Mel quando Edward tocou levemente em meu braço e me entregou um prato.

Agradeci e me servi tentando ignorar o leve formigamento que formou na minha pelo  seu toque.

Coloquei um pouco de tudo. Notei agora que estava com muita fome.

Começamos a comer até que um latido foi ouvido no corredor o que chamou a atenção da Mel.

Ela deu um pulo da cadeira e correu para pegar o seu cachorro.

Vi o semblante do Edward mudar.

Era incrível como ele era ciumento, ate com um cachorro.

Olho para a porta da cozinha skinny latindo e balançando o rabo em direção da Mel. Ela pegou ele e apertou em seus braços e voltou para a mesa.

— Mamãe, ele pode comer Wafer?

— Não, Mel. Ele não come isso.

— Mas ele pode gostar, é gostoso –ela insistiu.

— Não, Mel. Ele só come a sua ração - Provavelmente ele já comeu. Toda noite antes de dormi deixo sua comida já pronta, ou acordo bem cedo para lhe dar comida.

A Mel fez biquinho, mas se conformou e se sentou em seu lugar ainda com skinny no colo.

— Olha, Skinny, o Edwald chegou. Dá um abraço nele - ela não esperou nem que o Edward dissesse nada e empurrou o cachorro no colo do dele.

Ele ficou meio sem ação, isso ajudou com que o cachorro subisse nele e tentasse lamber o seu rosto, mas o Edward foi mais rápido e o levou para longe de si.

Segurei meu riso. Eu ainda não conseguia acreditar que ele permitiu um cachorro em sua casa.

Edward deve ter percebido meu riso, porque olhou para mim com a sobrancelha arqueada.

Meu rosto ficou vermelho quando ficou apenas olhando para mim.

Desvio meu olhar dele fito o prato na frente completamente envergonhada.

Ouço ele pigarrear e quando meus olhos estão novamente nele sua atenção estava focada na Mel que comia calada, mas com o olhar focado no skinny que passeava pela cozinha.

Suspiro e continuo a comer, mas algo passa na minha mente.

—Humm... Edward - o chamo antes que me arrependesse.

— Sim?

— Você quer sair com a gente? Eu tinha programado com a Mel que hoje íamos em alguma praça olhar os corais de natal.

— Claro que vou - ele parecia realmente empolgado.

Assenti e voltei a comer em silencio, só observando a Mel e a ajudando quando era preciso.

Depois de comer, era momento perfeito para os seus presentes. Eu acho que a Mel nem se lembrava mais, o Edward a distraiu totalmente nessa manhã.

Empurro a cadeira para trás e me levanto. O olhar a Mel me segue quando vou ate o balcão no meio da cozinha e pego um pano que estava lá.

Eu estava improvisado. Não estava contando com um café da manhã antes dos presentes. A minha ideia era que a Mel tivesse uma surpresa logo quando acordasse. Mas ela não percebeu nada.

Levar ela ate os presentes parecia um pouco sem graça de mais. Uma brincadeira em plena a manhã de natal parecia bem melhor.


Espero que o Edward coopere comigo.

— Edward - o chamei quando fiquei novamente ao lado deles - Será que você não quer brincar de pique esconde?

Suas sobrancelhas levantaram em surpresa, mas mesmo assim ele se levantou da cadeira e veio ate a mim.

Um sorriso que  mais amei já estava em seu rosto.

Ele estava entendendo a minha brincadeira.

— Em quem seria que ia procurar primeiro? - perguntou ele tentando ficar serio.

— Hummm... - disse e voltei minha atenção a Mel. Ela fez uma careta.

Ela odiava ser quem procurava. E eu sabia disso.

—  Como ninguém gosta de ser, poderíamos tirar impa ou par, que tal? - Edward assentiu e pegou a Mel atirando da cadeira.

— Eu não quero ser o procurador - ela fez um biquinho quando ficou em pé ao nosso lado.

— Meu, amor, temos que fazer o ímpar ou par.  Não tem escapatória.

Ela assentiu ainda contrariada.

O jogo foi de três rodadas. Eu e o Edward fizemos que a Mel perdesse as três rodadas.

— Mamãe.... - ela reclamou quando coloquei o pago que tinha pegado no balcão em seus olhos tampando a sua visão.


— Vou te rodas uma vez, você conta ate dez e vem nós procurar - disse ignorando a sua reclamação.

A giro como disse e ela conta em voz alta mesmo não gostando.

Olho para Edward, e não preciso dizer nada e nós corremos para a sala onde estava todos os presentes.

— Será que ela vai gostar? - Perguntou o  Edward inseguro.

— Lógico que sim - Mal acabei de falar e Ouvi pegadas vindo do corredor.

Era ela.

Meu estômago apertou em curiosidade de como seria sua reação. Eu tinha certeza que ela iria amar. Estava louca para ver a felicidade e o sorriso em seu rosto.

Deus sabe da minha felicidade em poder esta fazendo isso para ela. Poderia ser besteira para outros, mas para mim era uma grande conquista.

Agradeço a Edward em silêncio. Se não fosse ele não saberíamos nem onde estaríamos agora.

Meu peito pulsa como uma garotinha  quando olho para o Edward e vejo em seus olhos a mesma felicidade. Ele realmente queria que a Mel amasse tudo.

Ele seria um grande pai.

Esse pensamento faz como que me lembre da temível conversar.

Mas graças a Deus meus pensamentos são desviados quando a Mel aparece na porta do corredor.

Seus olhos se arregalam em surpresa quando ver a árvore de natal lotada de presentes.

— Feliz Natal - o Edward e eu praticamente gritamos ao mesmo tempo.

Isso faz com que ela acorde do seu devaneio e dar alguns passos para frente ate onde estávamos.

O Edward é o primeiro a se mover e a pega no colo.

— Gostou da surpresa, princesa? - ela apenas assente como se tivesse surpresa demais pra falar algo, mas eu podia ver um pequeno sorri contagiar os seus lábios.



 - Posso abrir? - ela pergunta sem se direcionar para ninguém especificamente.

— Pode, filha - disse fui ate a arvore e me sentei no chão. O Edward me acompanhou e se sentou ao meu lado ainda com a Mel em seu colo.

— Podemos te ajudar a abrir? - perguntou Edward. Porque nem tão cedo ela ia conseguir abrir tudo aquilo sozinha.

Ela acenou agora com um sorriso óbvio em seu rosto.

Os minutos seguintes foram cheios de gritinhos e frases com, Eu amei, É tão lindo, e por ai vai.

Os presentes dos Cullens foram encantadores. Tudo que se poderia imaginar tinha, roupas, acessórios, e o principal brinquedos mais brinquedos.

Os meus foram brinquedos, não era tão maravilhosos como os dos Cullens, mas pela expressão da Mel, ela amou.

— Bem, agora faltam os meus - disse Edward pegando alguns dos poucos presentes que ainda estavam embalados.

A Mel pegou a primeira embalagem e rasgou o papel empolgada.

Segurei um suspiro quando vi a linda bailarina  com a saia cheia de cristais.

Era linda.

— Se girar um pouco começa uma canção de piano - disse ele enquanto girava um pouco a bailarina.

Uma canção linda encheu o ambiente.

A Mel segurou o presente parecendo encantada.

— É linda - ela sussurrou depois que a musica parou - Obrigada - ela agradeceu com um sorriso sincero.

— De nada, princesa - ele beijou sua testa e logo em seguida já foi colocando outro presente em suas mãos - Esse é especial, demorei um pouco a conseguir. Se não fosse a minha avó não teria conseguido.

Ele deveria estar falando da Nina. A sua avó que morava em Paris. Tantas coisas que aconteceram que nem me lembrei de perguntar como ela estava.

Mas uma curiosidade me atiçou. O que seria esse presente tão especial?

A Mel sem esperar abriu o presente.

Dessa vez não teve como segurar o meu suspiro. Era inevitável. A boneca na minha frente era toda trabalhada manualmente, e fez minha mente se encher de lembranças do meu passado.

Eu tinha uma igualzinha quando era criança, e preservei ela pelos os anos seguintes. Foi a minha avó que me deu antes de falecer. Eu a amava demais e guardei aquela boneca como se fosse a minha vida. Ela era umas das poucas coisas que me fazia ter uma memória concreta da minha avó.

E eu mostrei ela ao Edward   no começo do nosso namoro e o disse o quanto ela era importante para mim.

Eu não podia acreditar que ele lembrava. Ou era só uma tremenda coincidência?

Levanto meus olhos da boneca e vi que a atenção do Edward estava em mim.

Ele lembrava.

Confirmo, porque seu olhar era tão intenso, que uma ânsia de emoções veio sobre mim . Meus olhos se encheram de lágrimas.

— É linda - a voz da Mel me fez lembrar que não dava para me derramar em lembranças naquele momento.

— É realmente linda, meu amor - disse tentando disfarçar a voz rouca que saiu por causa das emoções que estava segurando.

— Ela é especial, Mel - Edward comentou ainda com os seus olhos sobre mim - Sua mãe tinha uma igual.

Ele realmente lembrava. Meu peito pulsou.

— Serio? - a Mel olhou para mim.


Assenti. Não estava sendo capaz de falar.

— Eu vou guardá-la para sempre - prometeu a Mel passando seus dedinhos em torno da boneca.

— Gostou? - ela assentiu e abraçou o Edward bem apertado.

— Eu amei - o Edward sorriu e envolveu seus braços na minha filha.

— Fico muito feliz, princesa. Você merece.

Ela se separou do abraço e em seguida saiu do colo do Edward e foi pegar os dois últimos pacotes que restavam na árvore.

Estranhei, porque um eu sabia o que era, mas o outro não fazia a mínima ideia do que a Mel estava fazendo com ele.

— Só faltam os meus presentes - ela me entregou uma das embalagens - O Edwald me ajudou a escolher.

Olhei para Edward sem entender.

— Meu amor, não precisava - ela sorriu.

— Abre - assentir e abrir.

Estava esperando por qualquer coisa, menos aquilo.

Era uma pulseira dourada com pingente de coração, e em torno dela era cheia de nomes.

Forcei minha vista e  cheguei nos corações - Bella - E - Mel. Em todo dela tinha - Eu Te Amo.

Ela era simplesmente linda, mas  sabia de quem era realmente aquele presente, e não podia aceitar.

Suspirei ainda com os olhos presos na pulseira.

Se   dissesse agora que não poderia aceitar a Mel ficaria muito chateada. Depois trato desse assunto, então coloquei um sorriso agradecido no rosto.

E ele não era falso, porque a minha pequena de alguma forma pensou em mim.

Eu sabia que ela estava juntando dinheiro, não sabia para qual finalidade, ela não me contou, mas agora sabia. Era para comprar um presente para mim.

E por isso, por esse gesto tão pequeno, mas com um significado tão grande, foi o que me fez puxa- la para o meu colo e lhe encher de beijos.

— Obrigada, pequena. Eu também te amo, muito - ela sorriu gigante e beijou meu rosto antes de se afastar de mim e entregar o ultimo pacote ao Edward.

Ele a encarou surpresa.

O presente que conseguir providenciar para a Mel dar a ele foi totalmente simbólico. Porque, como dar algo a um homem que pode ter tudo?! Então esse presente foi a forma que encontrei para deixar bem claro que a Mel também se preocupava com ele e o amava.

Eu sabia que ele ia gostar.

O sorriso que ele deu a Mel quando abriu o presente só confirmou o meu pensamento.

Era um medalhão com uma foto da Mel e do Edward no dia em que eles foram para o shopping.

A alguns dias atrás a Mel me mostrou uma cartela de fotos que eles tiraram. Elas ficaram ótimas. O meu único trabalho foi encontrar algo bonito para colocar a foto.

Estava no comercio comprando os presentes da Mel quando passei pela frente de um antiquário e achei esse medalhão.

Edward abraçou a Mel e agradeceu.

— É o melhor presente que ganhei, princesa. Agora sempre vou ter você comigo - disse ele e beijou seu rosto -  Obrigada mesmo.

— De nada, mas foi a mamãe que escolheu - a Mel apontou para mim.

— Obrigada, Bella - ele me agradeceu.

Assenti envergonhada.

Ele sorriu mais ainda. Sorte minha é que a minha filha é uma tagarela e começou a falar do quanto tinha amado os seus presentes, isso pareceu distrair a atenção dele de mim.

As horas se passaram e continuamos na sala.

A Mel parecia ter comido um quilo de açúcar, pois não parava quieta, e o Edward não ajudava. Ele que brincou a maior parte com ela enquanto eu sorria com os dois sentada no sofá.

— Que hora vamos ver o coral? - perguntou a Mel de repente.

Olho para o relógio e vejo que quase estava na hora do almoço.

— A gente poderia comer em algum lugar antes de ir ver os corais - supôs Edward.

Hesitei por um instante, mas acabei assentindo.

— Vamos colocar uma roupa descente - disse para a Mel e peguei a sua mão.

— E os brinquedos ? - ela perguntou preocupada.

— Deixa que eu ajunto tudo - disse Edward já se abaixando para pegar os presentes.

— Tem certeza? - perguntei.

Ele assentiu.

— Vai lá. Não se preocupe.

Assentir e subir com a Mel.

— O skinny vai poder ir ? - perguntou a Mel quando fechei o zíper do seu casaco.

— Não, lá fora ta muito frio. Ele é novinho demais para sair de casa.

— Por que? - os famosos por quês estavam começando.  A famosa faze das crianças onde elas querem saber de tudo.

— Ele ainda é um cachorrinho frágil, Mel. Pode ficar doente se for enfrentar esse frio - expliquei e ela pareceu entender.

Peguei suas botas de Chuva - apropriadas para o tempo frio e calcei em seus pés, que já estavam cobertos por diversas camadas de meias.

— Prontinho, agora só falta esses cabelos. Vem aqui - disse me sentado ao seu lado. Ela se levantou e ficou no meio das minhas pernas.

Penteei os fios do seu cabelo, os divide no meio, fiz duas meias tranças e amarrei com um elástico  cada uma para não soltar.

— Acabei - disse e ela se virou para mim. Ela estava muito linda, fofa demais para uma criança só.

Sem aviso a abracei e a beijei muito.

— Te amo, filha - disse fitando seus olhos verdes. Tive o prazer de ver um sorriso brotando da sua boca.

— Eu também, mamãe. A senhora é a melhor mãe do mundo - sorri e beijei sua testa.

— Ok, ok... Agora vamos deixar de abraços e beijos, porque   tenho que me vestir. E a senhorita se quiser pode ir para a sala me esperar - disse quando me levantei.

Ela assentiu e saiu do quarto.

Suspiro e vou para o banheiro tomar um banho quente.

Nada melhor nesse frio era tomar um banho quente e ficar bem aquecida.

Depois que acabo visto uma calça preta de couro, pego uma camiseta branca simples, visto, e por cima coloco um casaco bem folgado com a estampa da bandeira do país. Penteio meu cabelo rapidamente e o deixo solto. Pego a base da Alice que ainda estava aqui e passo no restinho das manchas no meu rosto, que ainda insistiam em aparecer. Elas não doíam mais e nem umas parte do meu corpo, mas a mancham ficaram, mas sei que aos poucos elas vão desaparecendo. Acabo de passar a base e olho para o batom cor coral claro.

Eu não ia passar por ninguém, não mesmo,   ia passar por mim, ultimamente estava precisando me sentir bonita .

Sem pensar mais, passo uma leve camada de batom. Me olho no espelho pela ultima vez e saio do banheiro.

Pego minhas botas de chuva e a calço. Antes de sair do quarto pego as minhas luvas e da Mel, assim como o meu casaco e a minha touca.

Desço para o primeiro piso e encontro a Mel sozinha olhando o skinny que estava dormindo.

— Onde estar o Edward? - pergunto indo para perto dela.

— Ele foi lá fora, ele disse que ia avisar ao Phil que a gente   vai sair- explicou ela enquanto eu colocava a luvas em suas mãos  e a touca em sua cabeça.

— Certo, agora não tire essas luvas por nada, esta me ouvindo? - ela fez um biquinho. A Mel odeia a colocar luvas nas mãos.

— Não vou tirar - ela disse contra gosto.

Revirei os olhos e vesti as minhas e coloquei a touca na minha cabeça assim como o sobre tudo.

— Vamos- chamou Edward aparecendo na porta já todo encasacado assim como nós duas.

Assentir e peguei a mão da Mel.

Assim fomos para alguma praça no centro de Seattle  sem hora para voltar.

................................................

Já tínhamos almoçado em um restaurante bem ao redor desse parque. O parque era imenso, tinha uma ária com brinquedos, mas a maioria do parque era constituída por estradas cheia de arvores cobertas por neve.

— A gente pode brincar na neve? - perguntou a Mel olhando para mim com os olhos pidões.

Abri a boca pra lhe responder, mas fui atacada por uma bola de neve bem no meu ombro.

Olhei surpresa para o atirador, mas ele apenas sorriu fácil, pegou a mão da Mel e saíram correndo.

— Ele ta com você - gritou Edward pelo ombro.

Ainda estava estática pela surpresa que tive.

Observei os dois juntos correrem pelo parque para longe de mim.

Não sei de onde veio, mas uma vontade inexplicável de correr atrás deles aflorou em mim. Era como se eles dois fosse a minha vida. Eu necessitava deles.

Então sem nem menos perceber   já estava correndo atrás deles.

Corri pelo parque sem me importar com que os outros iam pensar, eu apenas queria viver esse momento.

Não era so pela felicidade da minha filha, era simplesmente por mim.

Eu precisava sentir o vento batendo em meu rosto.

Era algo tão simples, mas aquilo me deu uma tremenda liberdade e vontade de sorri.

Corro o máximo que posso e quando chego perto suficiente deles, pego um pouco da massa pegajosa branca e sem nem pensar duas vezes lanço ao encontro das costas do Edward, foi um fracasso, mas mesmo assim sorri.

Aquilo era tão idiota, mas mesmo assim o sorriso estava em meu rosto.

A vida era feita de pequenos sorrisos - a voz da minha mãe ecoou em minha cabeça. Ela sempre me falava isso, e tinha razão.

Sem desistir, peguei mais um pouco de neve e joguei em direção ao Edward, dessa vez alcançou na sua cabeça.

A bola de neve se chocou em seu gorro. A Mel percebeu o meu ataque com sucesso e se desvencilhou da mão do Edward e veio correndo ate a mim.

— Mamãe, Mamãe, me pega - gritou ela se jogando em meus braços e sempre olhando para trás para ver se o Edward estava perto dela.

Imitei o gesto do Edward, segurei a mão da minha filha e comecei a correr com ela ao meu lado.

Corremos ate o fôlego faltar. O Edward já tinha lançando umas seis bolinhas, e nenhuma nos alcançou.

Olho para os lados ainda com a adrenalina lá em cima e procuro um lugar para me esconder.

Vejo uma estrada que tinha árvores nos dois lados.

Corro com a Mel até lá para fazer das arvores um escudo.

Ofego tentando buscar ar quando paro atrás de uma das árvores. Olho com cuidado para a direção que o Edward vinha.

No começo não tinha nenhum vestígio dele, mas depois de alguns segundos a imagem do Edward aparece no corredor das árvores.

Não tenho nem chance de me esconder, ele me ver e sorri maliciosamente. De lá mesmo ele se abaixa para pegar a neve e joga em nossa direção.

A Mel solta um gritinho quando a abraço forte, fazendo com que a gente ficasse bem escondidas atrás da árvore.

— Ele vai nos pegar - Gritou e com muita rapidez correu dos meus braços, comecei a ir atrás dela, mas duas bola, uma seguida da outra bateu na minha cabeça e a outra no meu braço. Me viro rapidamente, para me defender das bolas que vieram em seguida, mas a minha perna entorta e começo a cair.

Mas duas mãos me seguram pelos meus braços me puxando para si, mas o impacto do  meu corpo contra o seu, fez o dele cambalear, então caímos juntos no chão.

Meu rosto bateu no seu peito por causa do impacto. Levanto a cabeça rapidamente para ver a reação do Edward.

Mas seus olhos estavam fechados com uma expressão de dor.

Todo impacto da queda foi no Edward e ainda mais meu corpo sobre o dele.

— Edward - o chamei alarmada.

Seus olhos abriram de vagar ate focar em mim. Para o meu alivio um meio sorriso apareceu em sua boca junto com a careta de dor.

— Deus, isso foi uma queda em tanto - rogou ele e tentou se mexer, e foi ai que mim dei conta que ainda estava em cima dele.

Tentei me levantar na mesma hora, mas duas mãos fortes seguraram a minha cintura.

— Edward...-censurei colocando a mão em seu peito colocando uma distancia ali.

— Bella... Eu... –ele tentou falar, mas não deixei, porque olhei para ver se via  a Mel, mas ela não estava. 

—  Mel- falei já espantada, porque ela não estava em canto algum.

— O que?  -ele me olhou sem entender quando fiquei de pé o mais rápido que consegui.

— A mel, Edward, ela não esta mais aqui- disse enquanto olhava para todos os lados.

A compreensão chegou ao rosto dele, fazendo com que ele perdesse a cor.

— Oh Meu Deus, a minha filha, EDWARD . Ela saiu correndo,   não vi para onde ela foi. E agora? – perguntei já ficando desesperada.

Eu já ia sai  correndo para procurá-la quando o Edward me segurou pelo braço.

— Calma, Bella. Vamos achá-la, apenas se acalme - ele tentou me acalmar, mesmo estando nervoso tanto quanto eu. Ele   sacou o celular que foi atendido no primeiro toque.

— Phil, a Bella e eu nos perdemos da Mel, ela...  - ele parou de falar e em seguir um alívio se passou em seu rosto - Obrigado, Phil - disse antes de desligar.

— Ele estar com ela, Bella  - assim que ele falou um alivio passou por mim e deixei minha respiração sair - Você esta bem? - perguntou Edward preocupado -   Respire fundo. 

Fechei meus olhos e fiz o que ele disse. Sentir sua  mão              esfregando as minhas costas. Dessa vez não afastei sua mão de mim, porque nesse momento eu precisava do seu toque, ele me acalmava. 

— Agora sim – disse quando abrir os olhos, mas mesmo sabendo que ela estava bem uma dor aguda apertou  em mim fazendo com que os meus olhos enchessem de lágrimas – Eu  não posso acreditar como fui descuidada, ela poderia estar correndo perigo e a culpa ia ser minha.

— Ei, calma, não chora. A culpa não foi sua, foi minha,  quem começou com tudo isso foi eu. Ela poderia ter se machucado. Me desculpe – ele disse e se afastou de mim, tirando sua mão das minhas costas.

A sua expressão de culpado fez a meu coração desmontar.

Foi ai que cheguei a conclusão de que não adiantava achar o culpado.

— Deixa isso para lá. O importante que ela estar bem- tentei lhe confortar.

Ele assentiu, mas a feição de culpado ainda estava em seus olhos.

Sem pensar me aproximei dele, o suficiente para sentir o calor que emanava do seu corpo.

— Serio, deixa isso para lá. Ela é só uma criança, crianças fazem isso. Não preocupe sua mente com isso - disse minha voz era o mais calma o possível.

Meu coração perdeu a batida quando um sorriso pequeno apareceu em seus lábios e ele assentiu.

— Eu não estou acostumado. Fico louco em só pensar em que a Mel poderia se machucar.

— Eu também fico. Mas ela é criança, e crianças se machucam o tempo todo.

— Já aconteceu algo grave com ela?  - Ele me encarou assustado.

Fiz uma careta ao me lembrar da cena.

— Sim, seis pontos no joelho esquerdo e um braço quebrado quando ela tinha três anos. Ela caiu de um balanço na creche que ela ficava de quando eu estava trabalhando. Eu fiquei louca quando me ligaram e disseram que ela estava no ponto socorro. Quando cheguei lá a Mel estava muito assustada, chorando descontroladamente. Ela não estava sentindo dor por causa da morfina, mas sua ferida era bem feia. Demorou muito para acalmá-la. Mas no final das contas fomos  para a casa, e com o passar dos dias seu gesso estava cheio de desenhos coloridos.

Edward sorriu como se estivesse imaginando a cena.

.............................................


Beijo a testa da minha filha quando ela já estava perdida em seu sono.

Acabamos de chegar da rua, já era noite, passamos a tarde todinha, depois daquele susto, passeando pelo parque e olhando os corais que se apresentavam ali. Ainda fomos jantar em um restaurante antes de voltar para casa.

Hoje posso dizer que foi um dia exausto, cheio de emoções altas e baixas, mas ao final foi um verdadeiro dia de Natal. Um dos melhores que já tinha dado a Mel.

Deixei todas as minhas magoas de lado e também  aproveitei bastante, fazia muito tempo que não me divertia como hoje. 

Dou uma ultima olhada na Mel antes de sair do quarto. Eu tinha que de alguma forma agradecer ao Edward por ter me ajudado hoje, se não fosse ele, o meu dia tinha acabado ali quando a Mel sumiu.

Desço as escadas e começo a procurar por ele , mas ele não estava em nenhum lugar. Me perguntei se ele não tinha já ido dormi, mas tinha certeza que não ouvir nenhum barulho dele subindo as escadas. Vou ate a cozinha com esperança de que ele estivesse lá, mas não estava. Talvez ele tenha saído.

Suspiro desanimada.

Olho em volta da cozinha e procuro algo para fazer, mas tudo estava limpo, impecável.

Só me restava dormir.

Vou ate a porta da cozinha que dava de fundo com a mansão, todas as noites antes de dormi eu conferia se ela estava fechada.

Coloco minha mão na maçaneta, mas antes d fazer qualquer movimento eu vejo pela janela de vidro da porta o galpão que ficava no jardim com as luzes ligadas.

Com o tempo que passei aqui descobrir pela Amelie que ali era uma ária de lazer aquecida, por causa do sempre frio que fazia em Seattle. Mas não era muito utilizada pelo Edward. Eu nunca cheguei a entrar lá.

Abro a porta, e sem pensar duas vezes e vou até lá.

Me encolho quando o vento frio bate na minha pele.

Fecho a porta atrás de mim e ando o mais rápido possível ate o galpão.

Quando chego de frente a porta, que era toda de madeira envernizada, hesito, será que ele queria ficar sozinho?

Com um fio de coragem descido ariscar. Se ele tivesse ocupado ou quermesse ficar sozinho, só bastava eu sair e nada mais.

Empurro a porta. Ela faz um chiado, isso chama a atenção do Edward, que estava sentado em uma espreguiçadeira.

Me pergunto se vou ate ele. Mas só descido ir em frente quando ele acena para mim como tivesse dando sinal livre para estar ali.

Quando vou até ele noto que ele estava com o medalhão que a Mel tinha dado a ele em mãos.

Ele nota que percebo, penso que ele vai fechar e perguntar o que eu estava fazendo ali, mas não, ele apenas olho para o medalhão aberto e dar um suspiro.

— Ela é linda demais - sua voz aveludado ecoa pelo ambiente.

— Espero que tenha gostado - ele olha para mim e sorri.

— Claro que gostei. Pode parecer estranho, mas sempre quis uma foto dela comigo.

— Não é - digo seria. Com o passar do tempo comecei em acreditar que eles tinham uma ligação, assim como a minha ligação com ela.

O Edward me olhou por um estante, confusão passou em seu olhar, mas foi só por um instante.

 Beijo a testa da minha filha quando ela já estava perdida em seu sono.

Acabamos de chegar da rua, já era noite, passamos a tarde todinha, depois daquele susto, passeando pelo parque e olhando os corais que se apresentavam ali. Ainda fomos jantar em um restaurante antes de voltar para casa.

Hoje posso dizer que foi um dia exausto, cheio de emoções altas e baixas, mas ao final foi um verdadeiro dia de Natal. Um dos melhores que já tinha dado a Mel.

Deixei todas as minhas magoas de lado e também  aproveitei bastante, fazia muito tempo que não me divertia como hoje. 

Dou uma ultima olhada na Mel antes de sair do quarto. Eu tinha que de alguma forma agradecer ao Edward por ter me ajudado hoje, se não fosse ele, o meu dia tinha acabado ali quando a Mel sumiu.

Desço as escadas e começo a procurar por ele , mas ele não estava em nenhum lugar. Me perguntei se ele não tinha já ido dormi, mas tinha certeza que não ouvir nenhum barulho dele subindo as escadas. Vou ate a cozinha com esperança de que ele estivesse lá, mas não estava. Talvez ele tenha saído.

Suspiro desanimada.

Olho em volta da cozinha e procuro algo para fazer, mas tudo estava limpo, impecável.

Só me restava dormir.

Vou ate a porta da cozinha que dava de fundo com a mansão, todas as noites antes de dormi eu conferia se ela estava fechada.

Coloco minha mão na maçaneta, mas antes d fazer qualquer movimento eu vejo pela janela de vidro da porta o galpão que ficava no jardim com as luzes ligadas.

Com o tempo que passei aqui descobrir pela Amelie que ali era uma aria de lazer aquecida, por causa do sempre frio que fazia em Seattle. Mas não era muito utilizada pelo Edward. Eu nunca cheguei a entrar lá.

Abro a porta, e sem pensar duas vezes e vou até lá.

Me encolho quando o vento frio bate na minha pele.

Fecho a porta atrás de mim e ando o mais rápido possível ate o galpão.

Quando chego de frente a porta, que era toda de madeira envernizada, hesito, será que ele queria ficar sozinho?

Com um fio de coragem descido ariscar. Se ele tivesse ocupado ou quermesse ficar sozinho, só bastava eu sair e nada mais.

Empurro a porta. Ela faz um chiado, isso chama a atenção do Edward, que estava sentado em uma espreguiçadeira.

Me pergunto se vou ate ele. Mas só descido ir em frente quando ele acena para mim como tivesse dando sinal livre para estar ali.

Quando vou até ele noto que ele estava com o medalhão que a Mel tinha dado a ele em mãos.

Ele nota que percebo, penso que ele vai fechar e perguntar o que eu estava fazendo ali, mas não, ele apenas olho para o medalhão aberto e dar um suspiro.

— Ela é linda demais - sua voz aveludado ecoa pelo ambiente.

— Espero que tenha gostado - ele olha para mim e sorri.

— Claro que gostei. Pode parecer estranho, mas sempre quis uma foto dela comigo.

— Não é - digo seria. Com o passar do tempo comecei em acreditar que eles tinham uma ligação, assim como a minha ligação com ela.

O Edward me olhou por um estante, confusão passou em seu olhar, mas foi só por um instante.

— Ela deve ter sido uma linda bebê - comenta ao voltar a olhar a foto dos dois no medalhão. Seu olhar era tão concentrado que parecia que ele estava imaginando que naquele menina de cinco anos um bebê.

— Sim ela foi - disse orgulhosa - Ela simplesmente era o bebê mais especial de todos.

Ele sorriu ainda olhando para a foto.

Engoli em seco quando seus olhos fixaram nos meus. Ainda era muito difícil encarar esse homem na minha frente, mesmo tendo convivido quase dois meses ao seu lado diariamente.

— Tem foto? - ele perguntou parecendo sem jeito.

Pisquei algumas vezes antes de realmente entender o que ele estava falando.

— Humm... Tem - vi seus olhos brilharem em curiosidade - Se você quiser eu posso te mostrar.

Eu realmente falei isso?

Deus, você esta ficando mole demais - minha mente acusou.

Mas não me importei com o que a minha mente dizia quando vi a satisfação na expressão dele.

— Sim, por favor. Eu não consigo parar de pensar como ela era.

Ele apenas queria vê-la mais nova - Como isso poderia ser algo errado ?

— Eu vou pegar - disse ele assentiu.

— Eu vou esperar aqui - ouço ele dizer antes de sair e ir atrás de uma caixa de fotos onde reunia todos os anos de vida a pessoa mais importante que existia pra mim.

Pela primeira vez ia compartilhar isso com mais alguém.

.........................................................................................................................................

— Estão todas aqui. Desde que ela tinha algumas horas de vida - disse estendendo a caixa.

Ele pegou de mim e colocou em seu colo. Encarou a caixa como se fosse um dos melhores presentes que alguém poderia ter ganhado. Ele finalmente abriu e tirou a primeira foto.

— Quantos anos ela tinha aqui? - perguntou ele fintando a foto. Eu tive que me sentar ao seu lado para ver de qual ele estava falando.

— Ela tinha dois anos - sorri ao olhar para a foto. A Mel estava com uma blusa branca e um macacão lindo amarelo cheio de florzinhas - Estávamos indo pela primeira vez em um parque de diversão de verdade. Eu insistir muito para poder tirar essa foto, porque a Mel não parava quieta, ela simplesmente não sabia para onde olhar com tantas luzes coloridas e desenhos.

   Me lembro também que só pude levar a minha filha e deixar ela a vontade para fazer o que quiser  nesse dia por casa de uma pessoa.

— Ela sempre foi linda- ele disse pensando alto.

— Sim, olha essa foto - disse pegando uma em que a Mel tinha cinco meses de vida. Nela ela não era mais um bebê frágil que corria risco de vida.Nessa foto ela era um bebe lindo e saudável - Todo mundo ficava impressionado do quanto ela era linda.

— Linda - ele parecia impressionado  com a foto. Elee olhava como se não quisss soltar a foto nunca mais.

— Se você quiser pode ficar com algumas - disse   sentindo um peso no peito por ele não ter visto e participado das primeiras fase da Mel.

— Sério?- ele parecia surpreso.

Assentir e ele pegou a que a Mel era bem novinha e outra mais atual.

— Posso ficar com essas? - assentir novamente sem saber o que falar.

 - Obrigado  - ele agradeceu com sinceridade e um silencio chegou entre nós dois.

 Meu sangue pulsou e a minha boca ficou seca   ao pesar que é agora, nesse momento que  poderia falar.

Varias frases e perguntas vieram na minha boca, mas não sabia realmente como começar.

—- Edward - seu nome saiu como um sussurro da minha boca.

Ele olhou para mim no mesmo instante. Seus olhos transbordavam de tantas emoções verdadeiras, que  cheguei ao ponto de implorar a Deus, nesse momento, para que  de alguma forma esse homem, na minha frente, tivesse uma explicação, uma historia a parte que o inocentasse, e que a sua falta de confiança em mim não fosse o fato que nós fez separar.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Nota final rápida: Estou postando agora, com uma semana de atraso por causa da minha internet, pra vcs terem ideia cheguei a hipótese de postar o cap no studio de dança que vou dar aula, mas era pelo celular, ai não conseguir.