Entre Perdas e Conquistas escrita por Amanda R


Capítulo 25
Capítulo 25


Notas iniciais do capítulo

Me desculpem pelo atraso, disse uque ia postar na segunda semana de novembro, mas não deu, entao ele esta aqui aproveitem.
bjos!



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POV Esme

Eu não poderia estar mais feliz nesse momento. Olhar em volta da mesa e ver sua família completa é a melhor coisa que se pode ter.

Estávamos todos, sem exceção, em um restaurante muito popular nos arredores de um bairro de classe media de Seattle.

Já vim muitas vezes aqui com Carlisle e as crianças. Sempre víamos aqui para comer uma pizza quando queríamos relaxar da vida real, se desestressar do trabalho e curti um pouco mais as crianças.

Observo a mesa ao meu redor e percebo que quase todos estavam sorrindo.

O sorriso de cada um aqui enche meu coração, mas tem um em especial, um que ao longo dos anos não via com tanta sinceridade.

Prendo meus olhos na figura astuta do meu filho.

O Edward parecia que tinha rejuvenescido alguns anos. Apenas nesse momento pude ver o meu verdadeiro filho. Seu rosto beirava a tranquilidade e uma terna satisfação a cada vez que se dirigia a Mel.

Eles tinham uma cumplicidade maravilhosa, se enchia os olhos de quem observava. Naquela noite  por um momento pensei que o Edward já estava chegando perto de perceber que era pai da Mel, mas o olhar preocupado e distante da Bella me disse ao contrario.

Sinceramente, me preocupa ver a Bella assim. Eu queria dizer algo ou fazer qualquer coisa para  tirar esse olhar de preocupação do seu rosto.

Eu daria tudo para ver a alegria e ingenuidade que ela tinha antes de tudo acontecer.

 Vi que a Alice gostou muito dela, ela tentava incluir a Bella na conversa e deixar o clima leve.

Ela tava conseguindo, mas o olhar de Rose sobre a Mel, Bella e o Edward, estavam me matando.

Eu só queria que ela não fosse tão obvia com suas desconfianças e desagrado.

Era obvio que ela percebeu algo, a surpresa e confusão estavam estampadas no seu rosto.

A aparência da Mel era algo que ligava ao Edward. Os olhos era um ponto forte, seus cabelos também, mas o que poderia dificultar a semelhança idêntica era uma sobra escura que caiam nos seus cachos, que com certeza foi herdade da sua mãe.

Eu tenho certeza que Rose notou isso, todos notaram, certo que a Alice não estar certa em o que acreditar. Pensei em conversar com ela há alguns dias, mas decidir que não quero inclui-lá nessa história. Toda essa situação poderia mexer muito com a Alice. Eu não sei qual vai ser a sua reação quando descobrir que o Edward poderia ter  filho.  Então decidir deixar ela por fora, era bem melhor assim, e Carlisle concordava com isso.

Agora o que me preocupou, que por um momento pensei que a Rose ia dizer algo,  foi quando Emmett apresentou Sophia a Mel. Mas ela ficou paralisada. Rose só observou calada, como se estivesse em uma luta interna e  lutando com todas as sua forças para achar motivos   para negar o obvio em sua frente.

Além dessa batalha, que fez Rose ficar sem ação todo o jantar, tenho certeza que a conversa que tivemos ontem, e que o Edward reforçou, somou mais um motivos para ela se manter calada.

— Pode entrar, Rose - disse Edward quando a Rose deu dois toques na porta. A secretaria dele tinha visado que a  Rose tinha chegado.

Ela entrou e franziu o cenho ao me ver.

— Aconteceu algo? Sua secretária me ligou mais cedo e disse que você queria falar comigo. Não deu para vim antes porque larguei agora do plantão.

— Eu sinto muito, Rose, por ter feito você ter vindo aqui logo depois do plantão, mas tínhamos que falar com você antes de amanhã.

— Vai acontecer algo amanhã que não estou sabendo? - perguntou ela se aproximando colocando sua bolsa em cima de um aparato que tinha no escritório.

— Amanhã vai haver uma apresentação na escola- a voz de Edward se fez presente.

A rose olhou para ele com uma sobrancelha arqueada.

— E o que isso tem haver com você? - Edward a encarou com o rosto duro.

Ele ainda estava muito bravo pelo o que a Rose fez quando foi na minha casa quando a Mel estava lá.

— A Mel estuda na mesma escola, então ela também faz parte dessa apresentação.

O rosto da rose ficou vermelho.

— Eu não posso acreditar - ela disse desacreditada - Você paga para ela estudar lá? -  a Rose não esperou resposta e foi logo atacando - Lógico que sim, a Bella não tem onde cair morta, imagina pagar uma escola daquela.

Foi muito rápido a reação do Edward, não deu nem para ver direito ele se movendo, eu só vi que ele em um instante estava parado na frente da Rose com a expressão cheia de raiva.

— Fale da Bella novamente assim, porra, e eu juro que faço você calar a boca.

A Rose deu um passo pra trás. Ela parecia muito surpresa pela reação do Edward.

— Você está defendendo ela depois de tudo? Esqueceu que ela te traiu seu idiota? - o Edward prendeu o maxilar, com certeza tentando se controlar.

Entrei no meio deles antes que algo de pior acontecesse.

— Calma vocês dois - disse afastando os dois, mas a Rose se desvencilhou de mim.

— Eu não acredito, Esme, você também? Você esta acobertando a burrada do Edward?

— Ele não é nenhuma criança, Rose. Ele sabe o que faz  - disse tentando demonstrar calma e neutralidade.

Ela bufou e balançou a cabeça como se tivesse desacreditada.

— Eu juro que não entendo. Como uma mulher trai seu filho e você  a recebe  de braços abertos como se fosse nada? - ela disse com a voz histérica.

— Você não tem nada haver com a minha vida, são as minhas escolhas - Edward rosnou.

— Você é ridículo, isso sim, toda essa situação é ridícula.

— A única pessoa ridícula aqui é você que não aceita que as pessoas podem esquecer o passado ir seguir em frente. Eu a amo e não vou deixar que merdas do passado me obriguem a viver amargurado como você. Já vivi cinco anos de merdas assim, e não quero viver mais. Eu estou colocando um ponto final nessa intriga e espero que você também faça isso, porque a Mel e a Bella são  as  pessoas mais importante pra mim. E se for pela a minha vontade elas vão frequentar o meu espaço por mais tempo que você imagina.

— Isso é ridículo - ela gritou com os olhos fervendo de raiva - Ela te deixou quebrado Edward, eu vi, todo mundo viu, então por que você vai dar outra chance a ela?

— Eu já disse. Eu a amo, essa é a explicação - Edward disse no mesmo tom de voz que a Rose.

Deus, eles iam se matar.

— Calma, o prédio todo vai ouvir vocês  - disse tentando ameniza a tensão. Mas a Rose estava irredutível.

— Esme, você concorda com isso? Você vai aceitar que aquela sonsa volte para nossas vidas?

— Já disse, o Edward que faz as escolhas aqui, a vida é dele, e vou apoia-lo em qualquer decisão.

Rose me encarou e de repente uma luz, melhor dizendo, uma escuridão, preencheu seu rosto.

— Claro, é claro que sim, como não pensei antes. Você também já se encantou com aquela menina.

Meu corpo endureceu. Não ia admitir que ela falasse mal da minha neta, isso não, ela só era uma criança.

— A Mel é maravilhosa. Não ouse falar mal dela. Ela só é uma criança- disse com a voz firme.

— Sei - ela disse que um tom sarcástico.

Minha paciência já estava se esgotando.

— Chega, Rose. Não me importo o que você acha da Mel, da Bella ou de qualquer escolha minha. Eu só quero que você tenha respeito e se comporte na frente delas - disse Edward impaciente.

O rosto da Rose se contraiu como se estivesse sentindo dor.

— Sim, Rose. Eu lhe peço que faça o que o Edward lhe disse, porque amanhã vocês duas vão se encontrar e eu não quero nenhum vexame na apresentação da minha neta.

Pensei que ela ia grita, discordar e falar um monte de ofensas contra Edward, mas por incrível que pareça ela  respirou fundo e foi ate o aparato e pegou sua bolsa.

— Eu vou me comportar, mas não é por você - disse ela em direção ao Edward - Só é pelo meu respeito à Esme - dizendo isso ela foi até a porta e a bateu quando foi embora.

......................

Essa conversa foi muito tensa, por um momento eu pensei que a Rose ia explodir de tanta raiva.

Eu só fico triste por Emmett. Ele fica nesse fogo cruzado, eu sinto que ele não concorda com as desconfianças de Rose, mas ele também não vai deixá-la ou algo do tipo. Ele a ama, e eu sei que da mesma forma a Rose também o ama. Eu  espero que ela note que essa intromissão que ela faz na vida do Edward só vai atrapalhar seu casamento.

— Vovó- a Sophia me chama. Ela estava ao meu lado.

Eu amava a forma que ela não desgrudava de mim ou de Carlisle quando estava com a gente. Ela praticamente idolatrava o meu marido.

— Oi, Meu amor - disse a tirando da cadeira e a colocando no meu colo.

Ela aproximou seu rosto do meu e eu entendi que era um segredo. Abaixei mais a cabeça para poder facilitar as coisas para ela.

— Eu posso brincar no pátio? - perguntou ela e me olhou com seus olhos castanhos claros brilhantes.

— Você tem que pedi a mamãe, meu amor - disse tirando uma mecha do seu rosto. Ela fez um beicinho.

— Mas a mamãe não vai deixar - Rose era daquelas mães que não queria que a criança se sujasse. Eu ate entendo ela, mãe de primeira viagem era sempre assim, queria que o filho fosse totalmente blindado, com um escudo em volta de si anti sujeira e machucados. Mas criança é criança. Sujeira e machucado era o sinônimo de crianças.

— Eu peço a ela para você. Tenho certeza que ela vai deixar - a Sophia sorriu - O que você acha de chamar a Mel para ir junto?

Ela no mesmo instante olhou em direção a Mel que agora estava falando com a Bella.

— A mamãe dela vai deixar?

— Acho que sim. Você gostou dela? - perguntei por curiosidade.

Os olhos da minha neta me procuraram antes de assentir.

— Acho que sim, ela faz o tio Ed sorri - aquilo fez meu coração se partir, porque o Edward não dava muitas chances da Sophia se aproximar. Ele era sempre distante, nunca era presente. A Sophia deve ter percebido que ele era diferente com a Mel.

— O Tio Ed também gosta muito de você. A gente já conversou sobre isso, lembra? - ela assentiu.

Eu sempre falo com ela o Edward era complicado. Mas ela nunca entendeu muito bem. Eu realmente espero que o Edward mude com ela.

— Rose- a chamei e ela virou a sua atenção para mim - Será que a Sophia poderia brincar um pouco no pátio?

A Rose revirou os olhos e a Sophia escondeu seu rosto no meu colo temendo ouvir um não.

 A Sophia não poderia saber, culpa da Rose que nunca deixa claro, mas eu sabia que  ela não sabia dizer não a Sophia na maior parte do tempo. Sei que a Rose sempre taxava de a deusa do não, por causa de emmett. Alguém tinha que impor o limite e esse alguém não era o meu filho.

Mas a tremenda verdade era que essa menina tinha os pais enrolado em seu dedo medinho, e claro, principalmente o Emmett.

— Ela vai se sujar, mas tudo bem - a Sophia levantou a cabeça quando ouviu e sorriu envergonhada para a mãe.

Sorri para Rose agradecida.

— Então, Bella, você deixaria a Mel ir também- vi de soslaio que a Rose ficou meio tensa, mas não parei - O pátio é seguro, não tem perigo. Tem profissionais adequado para cuidar das crianças.

A Bella encarou a Mel.

— Quer ir, Mel? - a bella perguntou.

— Humm... Eu posso? - ela devolveu a pergunta com os olhos presos na Sophia.

 -Pode, só tenha cuidado. E qualquer coisa peça para me chamar, tudo bem? - a Mel assentiu e sorriu para a Sophia, ela devolveu um sorriso envergonhado.

— Então, eu vou levar as duas - disse já me levantando com a Sophia ainda em meus braços.

— Não, mãe. Eu as levo - levantei a cabeça para saber se realmente tinha ouvido a voz do pessoa certa.

— Tem certeza, Edward? - ele assentiu e ajudou a Mel a descer da cadeira.

— Tudo bem- disse ainda espantada. Pude notar que todas pessoas na mesa estavam, ate mesmo a Rose.

— Vamos, Sophia - edward estendeu a mão. A Sophia, se possível, era a mais surpresa. Ela olhou para mim hesitante. Me esforcei para tirar a surpresa do rosto e colocar no lugar um sorriso encorajador.

Ela por fim pegou a mão do Edward.

Todos observaram em silêncio o meu filho levar as minhas duas netas para longe.

O silêncio não demorou muito, pois a Rose arrastou a cadeira e se levantou.

— Com licença, vou ao toalete - disse ela com a expressão totalmente confusa.

Assim que ela desapareceu entre as mesas eu me levantei e disse que precisava ir também ao toalete.

Chego no banheiro e vejo a Rose com as mão na bancada da pia de cabeça abaixada.

— Tudo bem, Rose? - perguntei assim que cheguei ao seu lado.

Ela levantou a cabeça e seus olhos encontraram os meus através do espelho.

 Seus olhos demonstravam uma completa bagunça e confusão.

— Eu não entendo - sussurrou ela. Me surpreendi, porque a sua voz estava tremula e quebrada.

Eu sabia o que ela não  entendia.

Suspiro alto tentado organizar meus pensamentos para dizer as palavras certas nessa conversa, porque sinto que elas poderiam ser definitivas para o futuro de Rose com a minha família.

— No começo também não entendi. Mas ao contrario de muitos, logo liguei os fatos e estou segura que aqueles três lá fora foram separados por apenas um mal entendido - disse tomando cuidado com as palavras.

Ela franziu o cenho e virou seu rosto na minha direção.

— O Edward é estéril. Não tem a menor possibilidade disso acontecer - afirmou ela, mas conseguir perceber uma insegurança na sua voz.

— Aquela menininha lá fora me diz ao contrario. A medicina não é a voz da razão. Eles podem cometer erros, são apenas humanos, é nisso que acredito.

— Eu não posso acreditar- disse ela com uma expressão de dor.

Por um momento eu senti na pele o reflexo da sua dor, mas não podia esquecer que ela ainda poderia ser um problema na vida do meu filho.

Eu queria paz na minha família.

— Acreditando ou não, quero que você se comporte e respeite a Bella, trate como uma igual, e isso inclui a Melanie. Você tem sorte dela não ter lembrado de você, senão minhas netas não estariam brincando nesse momento. Eu odeio o quanto você poderia ter interferido nisso. Elas são primas e tem o direito de ficarem juntas - minha voz saiu decidida e firme.

— A Sophia é minha filha. Ela faz o que eu quiser.

— Não estou discordando disso, só estou dizendo o quanto aprecio ver as duas juntas. Você não? Você acha que a Mel poderia ser indigna de brincar com a Sophia?

— Não, claro que não. Ela só é uma .... - ela não terminou a frase, mas algo me dizia que ela entendeu o meu recado.

— Rose, você sabe que eu só quero o bem da minha família, então te dou mais um conselho, não se meta na vida do Edward. O Emmett não merece estar em um fogo cruzado,  e essa implicância sem fundamento pode acabar com o casamento de vocês.

Ela não disse nada, apenas me olhou e eu vi uma pequena lagrima escorrer pelo seu rosto.

Pov Edward

 - Edwald, pode mim dar uma folha? Daquela que são brancas e não tem linhas? - Perguntou a Mel entrando no meu quarto depois que bateu na porta.

Coloquei o livro que estava lendo de lado e me levantei da cama.

— Você quer dizer folha A4? - perguntei e ela assentiu.

Sorri para ela e fui até a maleta que normalmente levava para a empresa. A abro e retiro de lar algumas folhas que tinha colocado mais cedo para desenhar projetos de novos design.

— Aqui- lhe entreguei.

Ela pegou e saiu correndo do quarto rapidamente. Pude ouvi um grito de obrigada no corredor.

Tento me entreter novamente no livro, mas o estranho comportamento da Mel não me deixa me concentrar.

Sem alternativa, coloco o livro de lado e saio do quarto para ir atrás dela.

— O que estar fazendo? - Pergunto assim que a encontro na sala principal onde ficava a grande arvore que a Bella, a Mel e eu enfeitamos há dias atrás.

Ela estava deitada no chão, com a barriga para baixo e as pernas cruzadas para cima.

Me aproximo dela e vejo que ela estava escrevendo algo na folha.

— Uma carta- disse ela sem me dar muita atenção, totalmente concentrada no que estava fazendo.

Espiei pelo seu ombro e vi ela colorindo desenhos de natal na borda da folha, que no meio tinha um pequeno texto. No mínimo cinco linhas tortas com letras bagunçadas.

— Carta de natal? - pergunto o óbvio.

Ela apenas assenti sem me olhar, e troca seu lápis de cor por outro.

— É um pedido? De presente?- Tento saber mais informações.

Ela só assente novamente e eu suspiro.

 Ela não me daria atenção até terminar. Então fui ate o sofá e me sentei.

Ela ficou mais ou menos mais 20 minutos centrada em sua tarefa, mas por fim acabou.

— Acabei - ela disse sorrindo. Vi ela dobrar a folha com cuidado. E pela primeira vez desde que cheguei aqui ela me olhou.

Seus olhos estavam brilhando, e vivos como nunca.

— Posso perguntar o que você pediu? - perguntei assim que ela veio em minha direção e parou na minha frente. Mas ela ignorou a minha pergunta.

— Você sabe o endereço do papai Noel? A mamãe sabe, mas não quero que ela veja essa carta.

Ela corou parecendo envergonhada.

A peguei no meu colo e tentei tirar o papel das suas mãos, mas ela foi mais rápida e levantou o braço para cima. Se quisesse poderia pegar, mas pelo jeito era algo particular.

— Não posso ver?

— Sabe o endereço do papai Noel? - questionou novamente.

— Hum... Só respondo se você me deixar saber o que tem ai - a curiosidade de saber o que ela queria era maior do que eu, então não me culpe.

Ela corou mais forte e abaixou a cabeça.

— promete que não vai ri? - perguntou ela mexendo na bainha  do seu vestido rosa.

— Claro que não vou - disse um pouco ofendido  por ela pensar que por algum eu riria dela.

 Ela levantou o rosto e os seus olhos se encontraram com os meus. Vi duvida, hesitação, medo, esperança, tudo misturando  em um só olhar.

Isso me fez ficar mais curioso com o pedido da sua carta.

— Humm.... Eu..eu... - ela mordeu o lábio como se estivesse realmente com duvida se falava ou não.

Comecei a ficar preocupado. Era algo tão sério?

— Pode contar, princesa. Não vou ri de você - a segurei.

— Nem me achar boba? - perguntou  desviando seus os olhos verde água de mim.

— Não mesmo- disse firme

Isso pareceu deixar ela segura.

Depois de um pequeno suspiro a Mel começou a falar.

— Todo ano faço uma cartinha de natal. Minha mãe sempre me ajuda, mas nesse ano eu não queria que ela ficasse triste de novo. Ai  pedi para a minha professora me ajudar para escrever certo.

Franzi o cenho.

— Porque a sua mãe ficaria triste com o seu pedido de natal?

Ela encolheu os ombros.

— Eu só peço que o papai volte  - se a sala não tivesse tão silenciosa, eu não teria ouvido.

Meu peito deu um salto no momento que as palavras foram processadas pelo meu cérebro e fez sentido para mim.

Pai, eu nunca imaginei que algum dia essa palavra me fizesse ficar em pânico. Eu tinha um total desconforto em imaginar quem era o pai da Mel. Essa pergunta me atormentava por anos, pensei em um monte de hipóteses, mas nenhuma realmente fazia algum sentido. Lógico que a minha primeira desconfiança foi Alec. Mas saí completamente confuso de sua casa quando fui tirar satisfações com ele. Além dele ficar terrivelmente surpreso quando falei da gravidez da Bella, ele depois jurou pela própria alma que não sabia que ela estava grávida e que não tinha nenhuma chances de que ele fosse o pai. O Alec tentou fazer perguntas sobre onde estava a Bella, mas eu sair da sua casa sem dar chance de responde-lo.

Se não fosse o bastante ruim nessa época saber de quem a Bella engravidou, agora que conheço a Mel e a passei a ama-la, é mil vezes pior.

Não consigo associar que essa pequeno ser pode ser filha de qualquer cara por ai. Tenho certeza que ele não ia ser o suficiente para ela, na realidade nenhum conseguiria ser. Ela era especial demais para qualquer um.

O pânico estava crescendo dentro de mim, mas arrumei forças aonde não tinha para me acalmar e segurar a minha reação para que a Mel não percebe o meu desconforto.

— Você o conhece? - essa foi à primeira pergunta que consegui emitir.

Ela negou.

Pensei que ia sentir alívio, mas ao ver uma faísca de tristeza inundar seu rosto algo dentro de mim travou.

— Não sei quem ele é, mas quero conhecer. Todo mundo tem papai, menos eu.

Eu sei que sou uma pessoa horrível por se aproveitar dela para saber informações, mas não pude me segurar.

— A sua mãe fala dele pra você?

Ela afirmou com a cabeça.

— Fala, mas não pergunto mais, toda vez que pergunto ela fica triste - ela encolheu os ombros.

— O que ela fala quando você pergunta por ele? - minha curiosidade poderia me trazer respostas ruins que ia me atormentar, mas não consigo me frear.

— Que ele está longe e não pode voltar. Você sabe se o papai Noel pode encontrar o papai mesmo ele estando tão longe? - perguntou com uma a voz cheia de esperança.

— Eu não sei, princesa.

Ela abaixou os olhos.

Maldito seja, com essa reação da Mel eu iria até o inferno buscar o seu pai se fosse possível. Não importava o quanto ia me doer ver ele junto das mulheres que amo ou se ele fosse  distanciá-las de mim.

— Se você quiser eu posso entregar - disse depois de um silêncio.

Ela voltou a me fitar.

— Você vai dizer algo para a mamãe?

— Não, esse vai ser o nosso segredo - Tento sorri para ela.

A Mel me dar um sorriso de volta, e foda -se, o sorriso dessa garotinha não era mais importante que o meu egoísmo.

  POV Bella

Acordo de manhã ao ouvir duas batidas fracas na porta.

Abro meus olhos e vejo a Mel ainda dormindo toda esparramada na cama.

Jogo o cobertor de cima de mim e me esforço para levantar.

Abro a porta e dou de cara com Edward de cabelo recém lavado ainda com cheiro de shampoo, com a barba também recém feita, o cheiro pos barba denunciava. Mas o que me fez realmente acordar foi ao notar a pequena mala que ele estava segurando.

— Oh... Eu te acordei - disse ele ao notar o meu rosto que provavelmente estava todo amassado.

— Tudo bem- disse sem graça - Está precisando de algo? - perguntei puxando meu short que era muito curto para baixo. Minhas pernas estavam quase totalmente de fora, o que não passou despercebido por Edward. Seus olhos passou ligeiramente pela aquela ária antes de fitar meu rosto.

— Não.... Eu só vim aqui para dizer que já estou indo - Ele havia dito ontem que ia viajar para o natal. Uma semana completa em uma casa de campo na fria e pacata cidade de Forks. Eu tive uma longa conversa para explicar para a Mel que o Edward ia passar uma semana fora, exatamente na sua semana preferida, que era a que antecedia o natal.

— Pensei que você ia mais tarde.

— Minha irmã me ligou agora de manhã dizendo que éramos para ir agora, porque a tarde vai cair uma tempestade de neve e provavelmente a estrada vai estar interditada.

—  Certo... - disse sem saber o que dizer.

— Eu... Posso me despedir da Mel?- ele apontou para dentro do quarto.

— Oh... Claro - disse dando espeço para que ele entrasse.

Ele entrou no quarto se aproximando da cama. Ele se inclinou o bastante para que pudesse deixar um beijo na testa da Mel.

— Eu queria lhe entregar os presentes. Pensei em entregar ontem, mas não quero estragar sua manhã de natal. Os presentes dela da minha parte  e de toda família estão no meu closet. Quando for natal, por favor coloque-os de.baixo da árvore.

— Isso não é necessário. Eu....

— Todos da minha família já amam a Mel. Os deixem mimá-la um pouco. Durante um tempo só era a Sophia.

— Tudo bem.

— Então eu já vou. Feliz natal - disse ele e me olhou por um tempo, antes de sair do quarto.

Quando ele fechou a porta a minha voz encheu o silêncio.

— Feliz Natal - Sussurrei.

— Mamãe? - ouvi a voz rouca de sono da Mel me chamando.

Saio do banheiro e a vejo ainda enrolada no edredom.

Já fazia uma  hora e meia que o Edward tinha ido embora. E eu fiquei pelo quarto tentando achar coisas para arrumar e organizar antes de descer para o andar de baixo.

 - Bom dia, meu amor, já acordou? Pode dormi mais se quiser, não tem escola hoje - cheguei perto dela e dei um beijo em sua cabeça.

Ela se rastejou para o meu colo e apoiou sua cabecinha no meu peito.

— Não estou mais com sono. Estou com fome - disse ela e em seguida deu um pequeno bocejo.

— Então vamos comer - me levantei com ela ainda no meu colo. Suas pernas enrolaram na minha cintura automaticamente e a sua cabeça continuou deitada no meu peito.

A Mel era uma pequena manhosa no período da manhã.

Desço as escadas pensando que daqui a algum tem não conseguiria colocar mais a minha pequena no colo. Era horrível para um mãe ver que o seu beber não era mais tão beber assim.

Eu acho que vou ficar louca quando ver que ela realmente cresceu e não depende mais de mim.

— Onde estar o Edwald? - perguntou ela depois que coloquei seu copo leite na sua frente.

Ela deve ter sentido falta dele, porque Edward normalmente tomava café com a gente.

— Ele viajou. Se lembra? Ele disse que ontem - A lembrei. O rosto seu despencou.

— Oh - ela fez um  pequeno som nada alegre.

— Ele volta em breve, não fique assim- apertei sua mão para que ela me olhasse.

Ela assentiu e voltou a comer em silêncio.

Eu não gostava nada disso. Silêncio não combinava nada com a minha filha. Então coloquei em pratica os meus planos que estava planejando desde a semana passada.

— Que tal a gente passear hoje? O que você quer fazer?

— Não sei- disse ela mexendo na seu cereal com uma colher antes de colocar um pouco na boca.

— Quer ir ao cinema? - tentei lhe dar ideias.

Seu rosto imediatamente mudou de expressão.

— Podemos? - era raro as vezes que fui ao cinema com ela. Me lembro que primeira vez que ela foi comigo só tinha apenas 3 anos.

Ela totalmente amava assistir filme anime no cinema, infelizmente ela não teve muitas oportunidades. Porque eu trabalhava demais e o pouco tempo que tinha gastava em casa ou fazia atividades que não gastasse muito. Mas agora nosso quadro estava mudando aos poucos e eu tinha dinheiro o suficiente para gastar com ela no cinema sem me preocupar se teria dinheiro para comer e pagar as contas na manhã seguinte.

— Claro, vá tomar seu banho, que daqui a pouco subo para te acompanhar.

Ela sorriu e pulou da cadeira

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Chegamos em um dos milhares shopping de Seattle a tempo de pegar a sessão matinei.

Deixei a Mel escolher o filme. Comprei um balde de pipoca e dois tabletes de chocolate, assim estávamos prontas para enfrentar uma hora de filme.

Saímos da sessão sorrindo e com uma Mel super alegre comentando o que mais gostou do filme.

Andamos pelo shopping por um tempo e depois a chamei para entrar em alguma loja. Essa tarefa também estava nos meus planos, a Mel estava precisando urgentemente de roupas.

Comprei alguns vestidinhos, sapatilhas, blusas, calças e algumas saias para a Mel, assim como um casaco novo para ela, luvas e um par de botas, para ela poder enfrentar o inverno de Seattle.

— E para senhora? - perguntou a vendedora que me ajudou a escolher as roupas da Mel.

Eu estava bem de dinheiro, mas não tão bem o suficiente para comprar muitas coisas para mim. Boa parte do dinheiro que tinha separado foi praticamente todo para as roupas da Mel. Roupa de criança chegava a ser bem mais caras do que uma de adulto se comparar o tamanho. Então só fiquei com uma bota, uma calça preta, um casaco de inverno e luvas.

Paguei as compras e sai da loja com algumas bolsas.

A Mel e eu ficamos Andando pelo shopping por alguns minutos ate que o cheiro maravilhoso da praça de alimentação ficou impossível de ignorar.

Comemos em um fast food, um dos preferidos da Mel. Ela adorou comer aquelas porções de batatinhas com o sanduíche cheio de molho gorduroso, normalmente não deixava ela tão a vontade, mas hoje foi uma exceção.

E para completar, tomamos um delicioso chocolate quente com calda de caramelo.

— Mamãe, eu estou cheia - disse ela colocando o pequeno copo em cima da mesa de madeira - Posso brincar agora?- ela perguntou com um bigode de chocolate em cima do lábio superior.

Ela estava aqui comendo comigo, mas a todo instante olhava para as crianças que brincavam ali perto em um parquinho.

— Espera um pouco, Mel. Você acabou de comer, se for pular agora vai passar mal - disse pegando um guardanapo e tentei limpa-la. Ela fez beicinho, mas ficou quieta.

— Posso agora? - não tinha passado nenhum minuto.

Fiz sinal que não.

— E agora? - Cinco minutos tinham se passado.

Revirei os olhos pela sua ansiedade.

— Pode, mas tenha cuidado.

Ela sorriu e saiu correndo para chegar mais rápido no parque.

Abri a boca para falar para não correr, mas desistir, ela não ia me ouvir.

Fiquei lá na mesa olhando a Mel brincar por muito tempo. Ela estava todo suada, com os cabelos todo bagunçados, assim como as outras crianças. Depois de alguns minutos eu tive que ir ate ela e dizer que já íamos para casa. Se eu fosse esperar que ela se cansasse, não desde embora tão cedo.

Assim os dias se passaram, eu sempre levando a Mel para lugares diferentes para era se entreter e aproveitar as sua ferias.

Em relação de como ela estaca lidando com o Edward longe, foi um pouco difícil. Ela realmente está muito apegada a ele, sorte minha que o Edward todas as noites ligava para falar com ela. Eu meio que me surpreendi ao ouvir sua voz no primeiro dia que ele ligou, mas algo lá no fundo me dizia que era meio óbvio, o Edward não ia ficar dias sem falar com a Mel ou algo do tipo.

Com tudo os dias se passaram razoavelmente bem ate que a véspera de natal chegou.

Preparei a nossa pequena ceia, mas comemos antes da meia noite. Como sempre íamos passar a chegada do natal patinando no gelo.

Agasalhei muito bem a Mel e a mim. Ela ficou muito fofa com o seu cachecol azul bebê, combinando com o seu protetor de orelhas.

— Você está fazendo o seu pedido de natal?- perguntei assim que as badaladas da catedral começaram a cantar e os fogos começaram a brilhar no céu.

Ela sorriu assentindo sem tirar seus olhos do céu colorido.

Sorrindo a imitei e olhei para o céu fazendo um pedido silencioso, pois nem só as crianças acreditavam na magia do natal e os milagres que esse tempo poderia fazer.

Colocoi a Mel na cama com cuidado para não acordá-la. Ela agarrou no sono dentro do táxi de volta para a mansão.

Tiro o casaco grosso que a envolvia, assim como sua luva, cachecol, sua calça e os seus sapatos. A deixei só com a sua camiseta e de calcinha.

Puxo o edredom grosso na cama e a cubro.

 E é nesse momento que  deixo um suspiro sair da minha boca quando me sento ao seu lado.

Mais um natal se passou. Conseguir sobreviver a mais um. Passei por tremendas dificuldades, mas no final estou aqui com a minha filha firme e forte. Eu só espero que esse ano não se tenha mais surpresas ruins e nem algo do tipo.

Eu só espero que esse ano termine sem turbulência e sem notícias desagradáveis.

Olho paga o rosto corado da minha filha e penso que o melhor para ela estava por vim. Ela não ia nunca passar pelo que passei, e eu não ia deixar que ela crescesse sem saber o que era o amor do seu pai.

Pois é, eu decidir. Assim que o Edward voltar da sua viagem, na primeira oportunidade que tiver vou ter uma conversa franca com ele, mas se nada der certo, se palavras não forem  o suficiente, o que eu menos queria ia acontecer. Eu não queria que o Edward acreditasse em mim por causa de uma folha de papel, mas se essa for à única alternativa para que a minha filha tenha um pai, então que seja.

Eu não aguento mais esconder isso dela, não quero mais privá-la de saber. O meu egoísmo de querer ela só para mim por medo de perde-lá não é mais forte que a felicidade que imagino que ela vai sentir quando descobrir que o Edward é o seu pai.

 Lógico que o medo de perde-la sempre vai estar lá no fundo da minha alma, mas as palavras da Esme me confortam quando o pânico começa a subir. O Edward não seria capaz de tira-la de mim.  É nesse pensamento que deposito todas as minha esperanças.

Beijo a face da Mel e surro um boa noite antes de me levantar e dá uma de papai Noel.

Vou ate o closet do quarto onde escondi os presentes que conseguir comprar sem a Mel perceber.

Peguei todos os embrulhos e sair do quarto tentando não fazer barulho. Subo para o ultimo piso da mansão para fazer o que o Edward me pediu.

Fui ate seu closet, estanquei na porta quando vi um monte de embrulho de presente empilhados no canto.

Isso tudo era para a Mel?

Suspiro e resolvo não teimar e nem reclamar, apenas pego o que consigo e levo ate o primeiro piso onde ficava a arvore. Dou algumas viagens do ultimo piso para o primeiro piso da mansão ate que todos os presentes estavam na sala e arrumei um jeito de organizar todos em volta da árvore.

Amanhã a Mel ia ter uma tremenda surpresa quando visse todos esses presentes.

Juntos todas as sacolas que estavam espalhadas pela sala e subo para o quarto para poder finalmente dormir.

Desço as escadas de vagar no dia seguinte. Acordei bem mais antes que a Mel, queria preparar um café especial para ela antes de toda aquela sessão de abrir presentes começar.

Ando pelo corredor que levava a cozinha, mas o meu peito pulsou quando senti um cheiro de comida no fogo vim de lá.

Apreço meus passos para saber quem estava lá, porque a Amelie não era, ela estava de folga nessa semana que o Edward passou fora, e duvido muito que algum segurança da mansão venha a cozinha para fazer algo. Eles tinham o seu próprio canto nos fundo da mansão.

Chego na entrada da cozinha e na mesma hora estanco quando vejo a cabeleira cobre na minha frente.

— Edward - disse surpresa.

Ele se vira em minha direção na mesma hora.

— Me desculpe, mas não conseguir ficar longe - foi tudo que ele disse.


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Notas finais do capítulo

O Edward passou o a véspera longe, mas o dia de natal ele voltou. Pense na surpresa que a Mel vai ter kkk.



E ai gostaram de mais o pov Esme? Nesse cap humanizei mais a Rose, e deixei bem claro que ela não tem um amor platônico por Edward. Ela o ama, mas não como amante e sim como amigo irmão. Só que ela tem que ver o limite.





Então gostaram ou odiaram? Me digam. Estou esperando aqui.



Mais uma vez me perdoem pela demora. Não deu para postar no fim de semana passado.



E eu queria agradecer pelo a nova recomendação. Foi da Danih Medeiro, obrigada linda. Amei sua recomendação. Obrigada mesmo. Bjos!



E obrigada também a todos que comentaram no cap passado. Tentei responder todos, mas cara...tem muito comentário, não que esteja reclamando kkkk, mas respondi mais perguntas. Tô agradecendo aqui a todas que é deram um tempinho para postar seu comentário. Isso é muito importante. Obrigada mesmo, vcs arrasam neles.



Bjos!!! E até a próxima.