Entre Perdas e Conquistas escrita por Amanda R


Capítulo 20
Capítulo 20


Notas iniciais do capítulo

Depois de seis meses sem atualizar estou de voltaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa......
Espero que ainda estejam ai kkkkkk
Boa Noiteee...e Boa leitura...:D



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Amasso uma folha pela décima quarta vez e jogo no lixo que tem perto da mesa.
Bufo e pego outra folha. Rabisco o papel tentando arranjar traços perfeito, mas nada sai como quero e logo essa folha tem o mesmo destino da outra.
Com raiva jogo o lápis longe de mim e me encosto na cadeira jogando minha cabeça para trás e encaro o teto branco do meu escritório.
Eu não conseguia fazer o meu trabalho de casa. Fiquei comprometido de entregar esses desenhos a ária de design na próxima semana e não esta nem perto de ficar pronto. Sei que sou dono daquela empresa e poderia entregar no dia e hora que eu quisesse, mas sempre preservei a competência naquele local, e comigo não ia ser diferente.
Mas eu não conseguia desenhar um mero aparelho e tudo por causa que a minha cabeça estava uma bagunça. Não conseguia me concentrar. Da três horas que estou aqui e nada fica pronto com as minhas mãos.
Passo minha mão em minha cabeça tentando fazer com que ela parasse de doer. Inferno. Ela não parava.
Bufo mais uma vez e me levanto da cadeira. Vou ate uma gaveta da mesa, tiro alguns comprimidos e vou ate a cazinha.
Respiro o ar melancólico da casa. Tudo estava em completo silencio. A Mel não estava mais no meio da casa, ela deveria estar com a sua mãe. Meu corpo se impulsionou pra ir em direção do quarto de hospedes, mas me segurei. Elas deveriam querer ficar sozinhas. Eu tenho que dar essa privacidade a elas. Elas mereciam isso depois de uma semana se vendo pouquíssimas horas. Sem opção viro o meu corpo e desço por completo a escada.
Chego à cozinha vazia e vou ate a geladeira. Encho um copo com um pouco de água, coloco o comprimido na boca e bebo.
Deixo o copo na bancada e respiro fundo tentando me concentrar em apenas uma coisa que era a minha dor de cabeça, mas era impossível. Imagens da Isabella e da Mel pipocavam na minha mente.
Mas principalmente a culpa. Eu realmente não sei qual vai ser o dia em que vou fazer uma coisa em que não me arrependa algumas horas depois. Porra, eu sou um idiota. Eu não deveria ter deixado a Bella sozinha ontem no quarto do hospital. Pensei que estava fazendo o certo já que ela mandou eu sair, mas depois que vi o seu rosto todo inchado e vermelho hoje de manhã percebi que não deveria ter obedecido sua ordem.
Passei a noite na sala de espera. Não consegui ficar em casa sabendo que ela estava no hospital. Se soubesse que ela estava chorando no quarto eu teria entrado lá, mesmo que ela me mandasse embora, mas continuaria lá. Mas não entrei, e saber que ela estava chorando sozinha, me deu um aperto no peito que me fez senti essa dor de cabeça que ate agora estou preocupado com o que ela estava pensando que a fez chorar tanto.
E para fechar com chave de ouro tinha o Emmett. Eu não sei o que ele falou naquele hospital. Eu juro que tentei entender, mas não entendi merda nenhuma. Minha cabeça está completamente fudida com as suas palavras. Tentei tirar dele alguma coisa depois que ele saiu do quarto, mas ele só disse que tinha que ir. Então fiquei lá no corredor do hospital que nem um idiota sem entender nada.
Mas ainda ia ligar para ele, Emmett tinha muita coisa a me explicar.
Saio dos meus pensamentos quando ouço o meu celular tocar e vibrar no bolso da minha calça. Tiro ele de lá rapidamente e atendo já sabendo quem era.
– Já se livrou deles? – perguntei indo direto ao ponto.
– Sim, há essa hora eles já devem estar na delegacia. A qualquer momento alguém vai ligar para o senhor avisando que eles foram encontrados.
– Bom trabalho, Calton – disse olhando para a minha mão direita onde um enorme machucado estava por ter batido por horas naqueles filhos de uma puta, mas valeu apena, garanto que a cara deles ficou muito pior.
– O senhor que manda. Qualquer coisa é só me chamar, conte comigo – disse ele com a voz sempre seria.
– Tudo bem– me despedi e desliguei o celular satisfeito.
Posso parecer uma pessoa cruel ao se senti bem com o mal de outra pessoa, mas ninguém mandou mexer com a mulher errada.


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Ando no corredor meio indeciso se devo continuar ou não. Mas não estava conseguindo me segurar mais. Eu tinha que vê-las. Dou mais um passo e fico de frente a porta do quarto de hospedes.
Abro a porta com cuidado para não fazer barulho. Entro no quarto e fecho a porta atrás de mim. Viro o meu rosto em direção a cama. Tudo estava muito escuro, mas a luz do abajur ajudou a enxergar as duas mulheres que tomavam meus pensamentos por vinte quatro horas por dia.
Ela estava dormindo. A Isabella estava de barriga para cima com a Mel deitada bem ao seu lado, com uma parte do seu corpo encima dela.
Me aproximei da cama preocupado com a posição das duas.
–Edward? – a voz da Isabella me pegou de surpresa – O que você está fazendo aqui?
Vi um pouco de movimentação na cama e logo em seguida um gemido de dor.
– Você está bem? – perguntei preocupado me aproximando da cama.
– Estou. Eu só preciso que a Mel saia um pouquinho de cima de mim – disse ela baixo.
Vou ate o lado em que a Mel está da cama e a tiro de cima da sua mãe. A Mel se mexe um pouco ate que rola pro outro lado e voltando a se acalmar. Olho para Isabella que esta com os seus olhos pregados em mim.
– É melhor a Mel dormi comigo durante uns dias – disse voltando a ficar em pé.
– Você disse que eu ia ficar aqui para a Mel poder dormi comigo – disse ela se ajeitando na cama.
– Eu sei, mas vimos que não dá muito certo. Não agora – disse olhando para a Mel que já esticou um pouco a perna quase tocando na Isabella.
– Eu não a culpo, ela já esta acostumada a dormi assim – disse ela calmamente – Ela não sabe o que esta fazendo.
– Eu sei – disse me sentando na beira da cama olhando para a Mel dormindo, mas senti o olhar da Isabella em mim.
– Edward – disse ela com sua voz doce. Viro meu rosto e a olho. Ela estava lá, linda, mesmo com o rosto machucado, mas nada tirava a beleza da mulher que estava na minha frente– Por que você está fazendo isso?
– Isso o que? – perguntei sem entender.
– Você sabe. Cuidando e se preocupando com a Mel.... – ela desviou seu olhar de mim por alguns segundos antes de terminar a frase – E comigo.
– Eu...Eu não sei – disse sem saber o que dizer – Eu apenas sigo o meu instinto.
– Você é tão confuso – sussurrou ela.
– Eu sou – disse passando minha mão na minha cabeça puxando o meu cabelo de leve. Fiquei algum tempo calado antes de falar por impulso a metade do que realmente sintia. – Além de todas as coisa que passamos, nos éramos amigos. Eu apenas me preocupo com você.
– E onde estava essa preocupação durante os cinco anos que se passaram? – sua voz era branda e calma, mas dava para perceber magoa junto com raiva adormecida dentro dela.
– Não sei – menti, porque eu sabia onde estava a minha preocupação durante cinco anos atrás, ela estava enterrada pelo o meu orgulho e pela minha ferida que nunca cicatrizava.
– Não sei? Isso é tudo? – questionou ela. Seu olha era de simples decepção. Me senti completamente mal por aquilo, de alguma forma seu olhar destruiu mais um pouco da merda do homem que eu sou.
– O que você quer que eu diga? – perguntei perdido.
– Nada – sua voz soou quebradiça e perdida como a minha.
Respirei fundo e falei.
– É melhor nos esquecermos o passado – disse depois de um momento calado– Ele nos destrói. Ele nos trouxe ate aqui destruídos. Apenas vamos esquecer e começar de novo como...amigos – arrastei a palavra amigo, porque ela era completamente idiota de se acreditar, mas era isso o que tiamos por agora.
– Você não se importa com o passado? Você não se importa com o que ele guarda? – perguntou ela duvidosamente surpresa.
– Não.. Eu quero esquece – minha voz não soou segura e ela percebeu, mas não disse nada.
–Tudo bem. Não vamos falar mais no passado – disse ela encostando a cabeça no travesseiro como se estivesse cansada.
– Você deveria dormi. Eu vou levar a Mel para o meu quarto. Tudo bem? – ela apenas assentiu fechando os olhos. Sem saber mais o que dizer me levantei e peguei a Mel em meus braços com cuidado para não acordá-la. Assim que ajeitei seu corpo em meus braços saio do quarto dando um boa noite.
Fecho a porta atrás de mim e ando pelo correr, subo a escada, mas sempre olhando para o rosto da Mel para ter a certeza de que ela estava dormindo. Chego no meu andar e vou para o meu quarto. Entro nele e coloco a Mel na cama.
Ligo o aquecedor e vou ate o meu closet pegar um edredom. Volto rapidamente e cubro a Mel que já esta espalhada pela cama. Sorte minha que a cama era enorme e sobrava espaço o suficiente para deitar.
Deito na cama meio sentado e observo o sono da menina mais doce e linda que já vi. Me senti um pouco em paz vendo uma imagem tão inocente e pura. Para a minha surpresa comecei a ficar sonolento, lutei um pouco, porque queria velar o sono da Mel, mas fui vencido e fechei meus olhos, não demorou muito e já estava dormindo sem a ajuda de remédios e nem álcool.

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Eu estava dormindo quando um choro baixo me fez acordar. Abri meus olhos confuso e olhei para o meu lado. Demorei a enxergar, porque estava escuro, mas aos poucos fui enxergando e vi a Mel sentada na cama em forma fetal de cabeça abaixada chorando.
Me sentei rapidamente e me virei na direção dela.
– Mel?
Ela levantou a cabeça e veio engatiando em minha direção. A peguei em meu colo e a abracei.
– Por que está chorando, princesa? – perguntei baixo com a voz meio gougre pelo sono.
– A mamãe não está mais aqui? – perguntou ela tentando se acalmar – Ela disse que ia ficar e não ia mais embora, mas quando acordei ela não estava mais. Onde ela está?
– Princesa a sua mãe esta em outro quarto – disse beijando sua cabeça e apertando ela mais em meus braços – Você esta em meu quarto, não ta reconhecendo?
Ela olhou em volta do quarto e depois olhou para mim.
– Por que estou aqui? Eu não dormi com a mamãe? – perguntou ela confusa passando sua mão em seu rosto para enxugar suas lagrimas.
– Você estava lá, só que fui te buscar, porque você poderia machucar a sua mãe sem querer enquanto dormia – expliquei passando minha mão em seu cabelo.
– Eu machuquei ela?
– Não, mas poderia, então te trouxe aqui para dormi comigo.
– Então ela não voltou para o hospital?
– Não, ela esta em outro quarto. Tudo bem? – ela assentiu e deitou sua cabeça no meu peito sem falar mais nada.
Respirei aliviado por ela ter entendido. Voltei a me deitar com ela ainda em cima de mim. Puxei o coberto para nos cobrir. A Mel se virou um pouco para poder me abraçar. Então ficamos assim, a Mel deitada em cima de mim com a sua bochecha encostada no meu peito e eu acariciando suas costas para que ela pudesse voltar a dormi.

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Acordei e mexi meu corpo para poder me espreguiçar, mas tinha algo em cima me de mim que me impedia. Abri os meus olhos e sorri ao ver a Mel ainda dormindo quase na mesma posição, só que com a metade do seu corpo na cama.
Acariciei sua cabeça de leve, eu só queria saber se ela era real. Mas o seu cheiro e a textura suave do seu cabelo não me deixavam enganar. Ela era real e me fez dormi bem por uma noite inteira. Fazia tanto tempo que não dormia tão bem assim.
Fiquei um tempo acariciando seu cabelo e olhando ela dormi como um anjo, mas eu precisava ir ao banheiro. De vagar e sem movimentos bruscos a tirei de cima de mim e a coloquei totalmente na cama encostando sua cabeça no meu travesseiro.
Me levanto e vou ao banheiro, mas não antes de olhar novamente para ela e me certificar que ela não iria cair da cama. Eu sei que minha preocupação é de mais às vezes, mas não posso me parar, é involuntário.
Fecho a porta do banheiro e vou fazer minhas necessidades fisiológicas. Depois de ter escovado os dentes e molhado o meu rosto abro a porta e saiu do banheiro. Para a minha surpresa a Mel já estava acordada sentada no meio da cama com as pernas estiradas e segurando o meu celular em suas mãos.
Assim que dou um passo para fora do banheiro ela nota a minha presença.
– Edwald - disse ela colocando o celular na cama e vindo na minha direção meio com o cenho franzido como se estivesse zangada.
– O que aconteceu? - perguntei a pegando em meu colo, mas já sabendo o que era.
– Eu não consigo passar mais daquela fase - disse ela completamente chateada - Você vai ter que passar para mim.
Ri da seu jeito fofo.
– Eu passo para você, princesa - disse beijando sua bochecha - Agora tira essa carinha emburrada e vamos tomar café, está com fome?
– Estou, mas antes vamos ver a mamãe?
– Lógico que sim, já ia dizer isso. Você quer ir ao banheiro? - perguntei apontando para trás de mim.
– Sim - disse ela e a coloquei no chão. Olhei ela entrando no banheiro e quando ela já tava fechando a porta perguntei.
– Você... Você sabe ir sozinha? - perguntei um pouco atrapalhado. Ela olhou para mim e assistiu tranquilamente.
–Ok - disse sem saber o que dizer. Isso era tão estranho para mim. Ela por outro lado agia normalmente - Não tranca de chave - disse quando ela fechou a porta por completo.
– Ok - gritou ela de lá de dentro.
Para esperar ela, me sentei na cama.
Depois de uns minutos ela abre a porta, mas só um brecha e coloca a cabeça no espaço.
– Edwald, eu não alcanço a torneira da pia - disse ela um pouco envergonhada.
– Oh claro... Eu te ajudo - disse me levantando da cama. Entro no banheiro e a pego no meu colo. Abro a torneira e inclino meu corpo para que ela pudesse lavar as mãos – Pronto? Só isso?
– Não, minha escova de dentes, ela não esta aqui - disse ela enxugando as mãos com a toalha que lhe dei.
– Só um minuto - disse e me abaixei e abri a ultima gaveta da bancada do banheiro onde tinha umas cinco escovas de dentes novas cada, uma de uma cor - Qual você quer?
Ela olhou seriamente para as escovas e apontou para a verde com cinza. Quando eu já ia pegando a que ela apontou, ela disse.
– Não, a azul - disse ela e me olhou sorrindo - é mais bonita.
Eu não pude evitar de sorri de volta. Peguei a escova e fechei a gaveta. Me levantei e coloque a Mel sentada no balcão enquanto abria a embalagem da escova para entrega-la.
– Onde esta a pasta?- perguntou ela virando o rosto pro lado e pro outro.
Eu levantei minha mão e peguei no compartimento que estava à cima da Mel.
Abri a pasta e coloquei um pouco na escova.
Depois ela virou um pouco seu corpo, abriu a torneira e colocou a escova embaixo deixando a água escorrer um pouco em cima. Logo depois ela levou a boca e ficou me olhando enquanto escovava os dentes.
– Você já escovou os dentes? - perguntou ela tirando a escova da boca.
– Sim - disse achando engraçado a sua aparecia linda. Seu boca estava cheia de espuma da pasta enquanto seus cabelos revoltos do sono a deixava mais linda ainda.
Depois da minha resposta ela assentiu e voltou a escovar os dentes. Ela cuspiu algumas vezes na pia e depois lavou a escova.
– pronto, acabei - disse ela já estendendo os braços para que eu pudesse pega-la.
– Mel, a sua boca esta cheia de espuma - disse com um ar brincalhão. Ela sorriu envergonhada e rapidamente lavou a boca.
– Saiu - perguntou ela mostrando o seu rosto.
– Saiu - disse rindo. Beijei seu rosto e a tirei de cima da bancada - Agora vamos ver a sua mãe.
– Vamos.
Saímos do quarto de pijama. Andamos pelo corredor, segurei sua mão quando descemos a escada. Chegamos na frente do quanto, abri a porta em silencio. O quarto já estava um pouco claro, então deu para ver a Isabella na cama sem dificuldade. Ela estava dormindo.
– Ela esta dormindo, Mel- sussurrei.
A Mel esticou seu corpo um pouco para poder ver, porque a cama era um pouco alta.
– É, ela esta dormindo - disse com a voz baixa - Vamos deixar ela dormi?
– Vamos, a gente faz o café da manhã, toma, e depois vem trazer aqui para ela - disse e a Mel assentiu. Demos um passo para trás e fechamos a porta do quarto.


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– Você acha que a mamãe vai ficar boa logo? - perguntou a Mel tomando o seu último gole do seu leite.

– Vai sim. Daqui a alguns dias ela vai esta aqui tomando café da manhã com você. Ok? - ela sorriu e assentiu.

– Eu acho que ela já acordou.

– Então vamos levar o café dela - disse recolhendo todos os pratos que estavam em cima da mesa e levando para a pia.

Levamos uma badeja com algumas coisas que fiz e outras coisas que a Amelie fez que deixava na cozinha. Chegamos ao quarto e tomamos um susto quando não ver a Isabella na cama.

– Onde esta a mamãe? - perguntou a Mel preocupada.

– Calma, Mel, ela deve esta no banheiro - disse tentando passar calma para ela, mas na verdade meus batimentos cardíacos já estavam acelerados.

Deixei a bandeja na cama e fui em direção ao banheiro. Encostei minha orelha na porta e ouvi o barulho do chuveiro.

Ela estava tomando banho. Mas como ela conseguiu se levantar sozinha?

– Ela esta tomando banho - disse me virando para a Mel que estava ao meu lado - Você faz um favor para mim?
Ela assentiu.

– Vai no meu quarto e pega uma pequena mala branca que esta ao lado da cama. Você pode fazer isso por mim? - perguntei.

Ela assentiu novamente e saiu do quarto sem dizer nada.

Respirei fundo e encarei a porta na minha frente.

Eu não sabia se batia para ver se estava tudo bem com ela ou esperava.

Que se dane.

Bati três vezes e ouvi um já vai rouco.

Dei um passo para trás esperando ela abrir a porta.

Demorou uns cinco minutos e a porta foi aberta, me mostrando a figura da Isabella de apenas de toalha branca. Sua pele ainda estava molhada e seus cabelos também. Não pude segurar os meus olhos e admirei o seu corpo envolto pela toalha que ia ate um pouco acima dos seus joelhos. Ela era uma visão maravilhosa que fez o meu sangue agitar mais rápido e a minha mente para de funcionar, porque aquilo me lembrou daquela noite, a noite mais marcante da minha vida.

Estava eu inquieto esperando a Bella a mais de vinte minutos. Depois que descemos do carro e subimos para o meu andar nos beijamos ate o ar faltar. Entramos no apartamento quando a Bella pediu alguns minutinho para ir ao banheiro.
Ela estava nervosa, eu sabia disso, mas não podia esperar outra coisa. Afinal, era a primeira vez dela, e eu sabia que a maioria das garotas ficavam assim. Só espero que eu não estrague tudo, sou tão idiota que morro de medo que isso aconteça, mas não posso deixar transparecer o meu medo, senão ai que vai ser um desastre mesmo, dois nervoso não vai rolar. Eu tenho que ficar tranquilo e mostras que posso fazer com que essa noite seja boa.

Estava perdido em pensamentos quando ouço um clic de porta atrás de mim.

Era ela.
Me viro de vagar e tenho a visão mais bela do mundo.
Prendo minha respiração de imediato, porque eu não espera por isso, a Bella só estava de toalha na minha frente, muito provavelmente nua por debaixo.
Uma toalha e mais nada. Eu estava vidrado com sua imagem que não consegui nem abrir a boca para dizer algo descente.
– Você vai ficar ai parado? - perguntou a Bella ficando mais vermelha do que nunca.
– Não... não..- merda as palavras não saiam. Porra eu já vi um exercito de mulheres nuas, porque estava pagando de idiota logo na frente da mais importante? - Quer dizer. Porra Bella, você não deveria aparecer assim, quase me matou do coração - disse passando minha mão no meu cabelo.
Para a minha surpresa ela riu e mordeu o seu delicioso lábio inferior.
– É tão lindo ver você desconsertado. Pensei que nunca veria isso na minha vida - disse ela e veio na minha direção - Você fica mais irresistível ainda assim - sussurrou ela colocando as mão em meu peito.
Não disse nada, porque não podia, minha mente só estava focada na sua boca abrindo e fechando de uma maneirada completamente sensual.
– Você vai me beijar ou o quê? - perguntou ela inclinando a cabeça, me dando a visão privilegiada do seu pescoço longo e cremoso.
– Você ainda vai me matar Bella. Eu juro que ainda vai - disse abaixando um pouco minha cabeça e passando o meu nariz no seu pescoço para poder senti o seu cheiro gostoso antes de beijar o local. Coloque um sorriso cafajeste em meu rosto quando senti sua pele se arrepiar e um pequeno gemido sair dos seus labios e o seu corpo se colar ao meu como se estivesse com necessidade disso.
Desci minhas mãos para a sua cintura e apertei a carne daquele local fazendo com que ela se grudasse mais ainda em mim. Subi meus beijo ate o canto da sua boca.
– Você quer meu beijo?- perguntei com voz baixa. Ela apenas balançou a cabeça em sinal positivo – Mas antes me responde se você estar com alguma coisa por baixo dessa toalha - disse passando minhas mãos pelo seu corpo.
– Eu não estou com nada - sussurrou com a voz quente e rouca.
Sorri mais ainda com a sua resposta.
– Bom - disse beijando seu maxilar.
– Me beija, Edward – choramingou.
– Tudo o que você quiser, minha linda – sussurrei e fechei o curto espaço entre
nós. Levei minha mão ao seu cabelo, atrás da sua nuca para poder apoiar minha mão em sua cabeça, e apertei meus lábios nos seus.

Ela soltou um pequeno gemido quando minha língua traçou a curva do seu lábio inferior. Ela abriu os lábios ansiosa e minha língua deslizou em sua boca. A beijei com fome, meu corpo queimava de necessidade pelo seu. Levei minhas mãos para suas pernas, alisei o local antes de subir e segurar sua bunda fazendo com que suas pernas envolveram o meu quadril. Quase gritei um aleluia quando seu quadril de forma involuntária se mexeu contra a minha ereção. Porra, ela estava mesmo nua, dava para senti mesmo pelo meu jeans grosso.

Nossos gemidos foram sufocados pelo nosso beijo, mas ela continuou roçando seu quadril no meu, não me segurei mais e a levei para cama. Derrubei seu corpo de vagar e fiquei em cima dela. Suas pernas ainda continuavam em volta do meu quadril e cada vez mais o ritmo ia se acelerando. Arrastei meus lábios pela sua pele quente ate chegar no seu pescoço onde dei um mordida de leve e chupei com força.

Com certeza ia ficar uma marca ali, mas eu não me importava, muito menos ela. Continuei descendo os meus lábios ate chegar no vão dos seus seios onde a toalha atrapalhava minha visão privilegiada. Olhei para cima e encontrei seus olhos em chamas, pedi silenciosamente a permissão de tirar aquela bendita toalha do nosso cominho. Ela apenas fechou os olhos jogando a cabeça para trás e arqueando se quadril com mais pressão ao meu.

– Por favor, Edward. Eu quero você – sussurrou ela com a voz fraca.
Sem nem pensar duas vezes puxei a toalha e tive a visão que tanto esperava.

Meus olhos se prenderam em seus seios cálidos e seus mamilos rosados, fui descendo meu olhar pela sua barriga lisa ate a sua.....

Porra, porra, porra, ela era perfeita.

Pisquei algumas vezes para voltar ao mundo real. A Isabella estava me olhando com uma sobrancelha arqueada. Merda, porque eu tinha que lembrar daquela noite, eu não conseguia nem pensar direito depois do flashback que tive.
– Você esta bem? – perguntei a primeira coisa que passou em minha mente tentando tirar a atenção de mim
Ela franziu o cenho antes de responder.
– Sim, estou bem – deixei as minhas lembranças de lado e me foquei na sua voz que estava um pouco diferente. Olhei para o seu rosto que estava machucado, mas ainda dava para perceber marcas de choro.
– Hum ... Você pode sair do caminho?- perguntou ela colocando uma mecha do seu cabelo para trás da orelha em seguida abaixou a cabeça como se estivesse incomodada com o meu olhar.
Eu sem opção sair da sua frente, mas ainda continuei com o meu olhar. Ela passou por mim e andou de vagar em direção a cama.
– Algum problema? – perguntei sem poder me segurar.
Ela não me respondeu, invés disso continuou o seu caminho ate a cama. Ela jogou a roupa dobrada que estava nas suas mãos em cima do criado mudo e assim que fez isso seu corpo ficou tenso.
– Eu preciso das minhas roupas – disse ela ainda de costas para mim – Não tenho nada para vestir aqui.
– Sim, claro... Eu vou arrumar algo – disse dando dois passos para frente – Mas Você não respondeu a minha pergunta.
– Não tem nenhum problema – disse ela, mas sua voz fraquejou um pouco.
– Então por que você estava chorando?
– Eu não estava chorando – mentiu, eu sabia que era mentira.
– O seu rosto esta vermelho, e a sua voz esta meio turva. É claro que estava chorando, me diz qual o problema – disse me aproximando cada vez mais dela.
Seu corpo ficou um pouco tenso com a minha aproximação, mas ignorei e parei quando estava a meio metro de distancia do seu corpo. Eu queria tocá-la, confortá-la, mas não sabia qual seria sua reação.
– Não é nada, eu só me olhei no espelho e me assustei, não esperava que fossem tantos machucados – sua voz realmente parecia assustada.
– Eles vão desaparecer, o medico garantiu isso, se lembra?
Ela balançou a cabeça.
– Eu só me assustei – disse ela e se virou para mim. Sem poder me segurar meus olhos desceram para o seu corpo. Merda, ela era tão perfeita. Minha mente se enche de imagem daquela noite.
– É melhor você ir busca a minha roupa – disse ela bruscamente cruzando seus braços na frente dos seus seios.
A encarei envergonhado por ter sido pegado no flagra.
– Eu...eu...Estou indo – disse e sair do quarto o mais rápido possível.
Merda...Merda...Merda, porque inferno fui olhar para ela daquele jeito? O que ela deve estar pensando de mim? Um maldito tarado? Maldita toalha.
Fecho os meus olhos e respiro fundo tentando me acalmar, as coisas estavam difíceis no meu corpo, eu não tinha culpa se não conseguia me controlar. Porra, eu sou homem, e ver a mulher que mais desejei na minha vida na minha frente só de toalha e nada mais, o que queria que acontecesse?
Bufo e digo a mim mesmo enquanto caminho em direção ao seu antigo quarto que não foi nada de mais e que a Isabella não percebeu o meu olhar, mas era uma merda de uma mentira. Ela percebeu e como percebeu.
Abro a porta do quarto ainda tentando despistar as imagens que tive a alguns instantes. Fecho a porta atrás de mim e olho para o minúsculo quarto.
Uma culpa repentina atinge minha consciência. Eu fiz a Mel e a Isabella dormirem nesse quarto, nessa cama pequena onde nem meu corpo cabe direito. O que fiz? Eu não poderia ter feito isso, não importava a situação, a Isabella não estava sozinha quando veio me procurar, uma criança estava com ela e eu sabia que esse quarto não tinha capacidade de acomodar duas pessoas.
A dor se aprofundou mais ainda quando pensei como a Isabella se sentia ao só poder dar isso a Mel. Ela foi criada com tudo do melhor, seus pais poderiam ser um pouco duros, mas mesmo assim, não faltava nada para a Isabella, ela simplesmente era tratada como uma princesa por seus pais e por todos que a rodeavam, aposto que ela sonhava dar tudo que teve a Mel, mas ela não podia.
Um pensamento correu em meus pensamentos: Eu posso dar isso a Mel.
Era loucura, porque eu não passava de um amigo, e Isabella não iria deixar que eu fizesse isso, se ao menos fossemos namorad... Não, eu não sei se estou preparado para isso, a verdade era que morria de medo de dar um passo a frente e acabar me quebrando de novo. Tudo era muito confuso, então era melhor deixar tudo como estava. Eu só tinha que convencer a Isabella de nunca afastar a Mel de mim.
Deixo meus pensamentos confusos de lado e vou procurar uma roupa para Isabella. Depois de um tempo eu já tinha em mãos todas as roupas de Isabella e as da Mel em uma mala que estava no canta do quarto. Elas tinham poucas coisas, não tive nenhuma dificuldade em colocar tudo em apenas uma mala. Tento ignorar esse fato, mas o meu coração pesa mais uma vez. Eu fico pensando onde elas viviam, será que era em um lugar seguro? Será que elas passaram necessidades? É como um soco no estomago em só pensar que esse fato poderia ter ocorrido com elas.
Saio do quarto com o meu corpo pesado, mas decido a tentar mudar a vida dessas duas pessoas, que de uma forma ou de outra são o centro da minha vida. Meu mundo gira em torno delas, eu posso negar, mas é verdade. Quando conheci Isabella eu só conseguia pensar nela, quando ela foi embora meus pensamentos eram só nela, de uma forma não muito boa, mas ela não saiu da minha cabeça durante todo tempo que ficou longe, a cada dia, a cada noite, era Isabella que rodeava meus pensamentos. E agora era mais ainda, porque a Mel também entrou nesse centro fazendo com que tudo ficasse mais confuso, mas ao mesmo tempo completo.
Eu vou fazer que ela mude de vida e que der a Mel uma historia melhor.

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Quando cheguei no quarto de hospedes a Mel já estava lá.
– Edwarld, eu trouxe o que você pediu – disse ela apontando para o seu lado.. A Isabella já estava vestida com a roupa do dia anterior, e comendo o que eu tinha trazido.
– Obrigado, princesa. São os curativos que a sua mãe tem que trocar – disse e puxei a mala para dentro do quarto.
– O que é isso? – perguntou a Isabella com uma maçã na mão me olhando com o cenho franzido – Eu só pedi uma roupa e não todas as minhas roupas.
– Eu sei. Só achei melhor trazer tudo já que você vai ficar aqui durante um bom tempo – disse levando a mala ate o pé da cama.
– Ate eu ficar melhor – não foi uma pergunta e sim uma afirmação. Eu não disse nada, não ia começar discutir isso agora, ainda mais na frente da Mel.
– Também trouxe as roupas da Mel – disse e a ela estreitou os olhos – Fica mais fácil – me expliquei.
– Tudo bem – disse ela e deu uma mordida na maçã – Eu vou me trocar – disse ela se levantando de vagar, eu corri para ajudar, mas ela levantou a mão dizendo que estava tudo bem.
– Quer ajuda, mamãe? – perguntou a Mel quando a Isabella já estava em pé.
– Não, meu amor. Eu só vou vestir um vestido, não tem muito problema.
Eu fui ate a mala e a coloquei em cima da cama. A Isabella a abriu e tirou de lá o que precisava.
– Eu venho já – disse ela a Mel e foi ao banheiro.
Suspirei e me sentei na beira da cama. A Mel veio engatiando para perto de mim
– Edwarld – chamou ela sentando ao meu lado.
– Oi, princesa – disse virando meu rosto para olhá-la.
– Você gosta da minha mãe? – sua pergunta foi dura e direta.
– Eu...Eu..Eu... O quê? – estava surpreso por sua pergunta, muito surpreso na verdade.
– Eu perguntei se você gosta da mamãe – repetiu ela docemente.
– Humm, gosto – disse sem saber ao certo o que dizer – Por quê?
– Nada, eu só queria saber – disse ela olhando direto para mim. Me senti incomodado com o seu olhar, mesmo sendo tão inocente, mas dentro deles tinha uma força verdadeira tão forte que as vezes me fazia recuar.
Eu já ia inventar alguma coisa para tirar o foco de mim quando a Isabella saiu do banheiro. Respirei aliviado.
– Você ainda vai comer – perguntei me levantando.
– Não. Já comi o suficiente – disse ela colocando a sua roupa anterior em cima da cama. Depois ela se virou para mim e ficou um pouco vermelha como se estivesse envergonhada – Obrigada – disse ela com voz meio baixa – Por tudo.
Eu apenas lhe dei um meio sorriso e assenti. Ela desviou os olhos dos meus e passou sua mão em seu cabelo.
– Você precisa trocar os curativos e tomar remédio – disse saindo daquela situação estranha.
– Ok.
– Eu troco – disse já indo pegar a mala branca pequena.
– Não, não precisa. Eu me viro.
– Eu faço – disse a ignorado – Senta aqui – apontei para a cama. Ela suspirou, mas veio.
– Você ainda continua um mandão – solta ela, olho para o seu rosto esperando uma cara emburrada, mas não, ela estava serena.
– Eu nunca vou deixar de ser – disse ainda olhando para ela. Ela revira os olhos e ri um pouco.
Um clic destrava a minha mente com o seu gesto. Ela fazia a mesma coisa quando éramos namorados. Meus olhos perfuraram os dela, ela notou e abaixou os olhos sem graça.
– Ok... Pode começar a trabalhar – sussurrou ela constrangida.
Sair do meu torpor e fiz o que ela disse.
Comecei desfazendo os curativos, ai a Mel começou uma conversa sobre como estava gostando dos ensaios da escola para o natal. Ela disse que estava aprendendo a cantar e a dançar musica de natal com os seus colegas.
A Isabella perguntou cada detalhe, e a Mel respondia alegremente.
– Edwald, você vai me ver? – perguntou a Mel quando eu estava passando remédio no corte na testa da Isabella.
– Você esta me convidando? –perguntei sorrindo.
– Sim, vai ser bem legal. Você pode ir com a mamãe. Né, mamãe? – a Isabella olhou para mim um pouco incerta, mas eu assenti dizendo silenciosamente que ia.
– Claro....Ele...Ele pode ir....comigo – disse Isabella e a Mel sorriu me olhando com expectativa.
– Olha ai, Edwald.... Você vai? Por favor... Por favor diz que sim – suas mão estavam juntas abaixo do queixo me olhando com aquela carinha que não me permitia negar nada.
– Eu não perderia por nada. É claro que vou – disse para ela colando o esparadrapo na testa da Isabella. Era o ultimo corte que faltava. Ouvi um gritinho de felicidade da Mel. Olhei para ela e ela levantou da cama e pulou nos meus braços me abraçando.
– Vai ser perfeito. Eu vou mostra você e a mamãe para todo mundo – disse com um sorriso gigante nos lábios. Sorri e dei um beijo em sua cabeça.
– Mal posso esperar. Ensaio direitinho para ser a melhor da noite, ok? – ela assentiu entusiasmada – Agora bate aqui? – levantei a palma da minha mão. Ela levantou sua mãozinha rapidamente e bateu na minha mão.
A abracei e beijei mais o seu rosto, ela era linda demais. Levantei meu rosto e vi a Isabella nos olhando, ela nos olhava um pouco vidrada, um brilho que não avia mais lá desde que a vi novamente dançou em seu olhar.

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Estava no meu escritório fazendo a continuidade do meu trabalho de ontem. Fazia umas duas horas que tinha saído do quarto onde estava a Mel e a Isabella. Decidi deixar elas sozinhas depois de um tempo. Sai de lá e estou aqui ate agora.
Acabei os últimos retoques dos desenhos e liguei para o Will, ele era o representante de design da minha empresa.

– Porra, Edward. Você sabe que horas são? - rolei os olhos e olhei para o relógio, já eram dez e vinte e três.

– Já acabei de fazer os desenhos, te espero aqui em casa daqui a duas horas - disse me encostando no encosto da cadeira.

– Você não tem o que fazer? - eu realmente não sei por que deixo ele falar assim comigo, talvez seja porque ele é o meu amigo desde infância - Você tem idéia do que você vai me fazer perder se eu sair da cama agora? Garotão... - sua voz abaixou de tom - Eu tenho uma deusa russa gostosa ao meu lado. Não faça isso com o seu amigo.

Isso era típico dele. Ainda não sei como aguento.

– Will, levanta esse trazeiro da cama.

Ele bufou.

– Desejo que você fique mil anos sem sexo, se bem que não vai ser difícil, você parece um monge- disse ele rindo - De boa, Edward, você transa? Acho que não, pois se fizesse esse tipo de coisa não seria um empata foda nesse exato moment.....

Desligo o celular na cara dele.
Eu já estava acostumado com a boca grande do Will. Ele era um idiota de primeira, mas não era tão imprestável assim. Ele fazia um trabalho excelente na empresa, deve ser por isso que ainda o mantenho.
Bufo e coloco o celular em cima da mesa. Me levanto e arrumo minha mesa separando os desenhos em uma pasta preta. Já estava saindo da sala quando o telefone toca.
– Cullen.
– Senhor Cullen. Aqui é o xerife do departamento do policial de Seattle.
– Pois não.
– Queríamos informar que prendemos dois suspeitos que podem ser os homens que cometeram o atentado contra a senhorita Isabella Marie Swan. Só precisamos do comparecimento da vitima na delegacia para fazer o reconhecimento.
Converso com o xerife por alguns minutos e acerto tudo para fazer o reconhecimento na segunda de manhã.

Desligo o telefone ciente de contar a Isabella que ela deve ir à delegacia. Espero que ela não fique muito nervosa ao ver os caras novamente, mas de toda forma vou esta lá.

Pego o meu celular da mesa e ligo para o advogado que contratei para o caso. Falo para ele o que aconteceu e que deveria comparecer segunda para nos acompanhar no reconhecimento.

Olho à hora e ainda são dez e quarenta e sete, ia demorar um pouco para que Will chegasse aqui.
Saio do escritório e vou ouvir um pouco de musica lá no quarto piso, mas antes aviso aos seguranças que o Will ia chegar a qualquer momento.

Fico por lar ate ouvi a campainha tocando. Desço para o primeiro piso e atendo a porta.

– Ora, ora.... O homem do terno está de moletom em plena luz do dia. Tá doente?


– Cala a boca, Will, e entra logo - disse já me arrependendo de ter ligado para ele.

– Você já foi mais educado, Edward. E eu merecia um pouco de educação depois do que você fez comigo. Alias você desligou a celular na minha cara. Isso não é coisa que se faz com um amigo - disse ele entrando na casa se fazendo de ofendido.

– Você não é o meu amigo - disse entre os dentes.

– Claro que sou. O melhor - disse ele com aquele sorriso irritante na cara.

– Não enche o saco. Vamos logo para o meu escritório - disse já virando as costas para ele.

– Você sempre é tão sem graça - ouvi ele resmungar atrás de mim, mas não dei ouvidos.

Chegamos ao escritório e lhe dei a pasta.

– Pronto, está tudo ai, agora pode ir- disse apontando para a porta.

– Você me fez levantar da cama só para isso? - perguntou ele apontando para a pasta.

– O que mais seria?

– Qual é Edward, eu conheço você, sei que quer me dizer alguma coisa - disse ele e se sentou na cadeira sem ser convidado.

– Não quero conversar nada com você. Já pode ir.

Ele abriu a boca para falar algo quando foi interrompido por uma batida na porta.

– Edwald, eu posso entrar? - a voz doce da Mel soou no ambiente. O Will me olhou com os olhos arregalados.

– Eu sabia que tinha alguma coisa. Você queria me contar que tinha uma filha? Porra, Edward, uma filha? E eu imaginando que você não Fod.....

– Cala boca - disse, mas com a voz baixa para que a Mel não ouvisse. Ele levantou as mãos em rendição.

– Pode entrar, Mel - disse dando a volta na mesa e ficando ao lado de Will que ainda estava sentado, ele só virou o rosto na direção da porta.

A Mel entrou ainda de pijama e seu olhos imediatamente caíram no Will, ela corou e olhou para mim com hesitação.

– Pode falar, princesa - disse me encostando na mesa.

– Ok...Eu só queria saber se posso ir na cozinha e pegar um pouco de suco. A mamãe disse que eu tinha que pedi a você primeiro.

Ouvi um baixo PQP do Will e apalavras MÃE logo em seguida. Sorte dele que a Mel estava longe o suficiente para não ouvir, senão ele seria castrado por mim.

– Claro que pode. Você alcança no balcão para poder pegar um copo.

Ela assentiu, mas olhando para o Will com curiosidade.

Suspirei, tomara que ele não diga e nem faça nenhuma merda.

– Esse é o Will, ele trabalha comigo - disse apresentando sem vontade.

Will se levantou da cadeira de repente e foi ate a Mel.

– Oi, linda. Eu sou o tio Will, amigo do Edward. Como é o seu nome? - a Mel olhou para mim e depois voltou sua atenção para Will.

– Melanie - disse ela lhe dando um tímido sorriso - Mas pode me chamar de Mel.

– Mel, um lindo nome - disse ele e passou sua mão na cabeça da minha princesa - Você quer suco?

A Mel assentiu ligeiramente.

O que esse merda ia fazer?

– Então vamos. Eu coloco para você. Eu também quero - disse ele e pegou a mão da Mel já a puxando para fora do escritório, mas se virou para mim antes de sair - Edward, liga para um restaurante e peça comida... - ele parou de falar e olhou para a Mel - Você gosta de lasanha.

A Mel meio perdida assentiu novamente.

Ele sorriu e olhou de volta apara mim.

– Então está decidido. Ligue para um restaurante, peça lasanha e diga para não demorarem muito - com isso ele saiu do escritório batendo a porta atrás de si.

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Entrei na cozinha e vi a cena desagradável do Will tentando fazer com que a Mel risse de suas palhaçadas sem graça, mas o pior era que a Mel tava rindo enquanto bebia seu suco.
– Então, o Edward se deu mal, mas depois contei tudo para a tia Esme que foi eu – disse ele rindo.
– E o que ela fez? – perguntou a Mel curiosa.
– Nós deixou de castigo pelo resto do verão – disse ele fazendo uma careta, que fez a Mel ri mais.
Revirei os olhos e pigarreei para chamar a atenção deles.
– Já pediu o nosso almoço? Estou morrendo de fome – disse ele indo se sentar na cadeira da mesa.
– Pedi – mas só fui porque já ia pedi mesmo.
– Vai demorar a chegar? Porque eu também estou com fome – disse a Mel sorrindo para Will. Pronto, ela já estava no time dele. Eu não gostava nada disso, ela era a minha princesa.
– Vai não, princesa – disse indo ate ela e passando a mãos na sua cabeça – Já, já chega. Você quer esperar aqui ou vai subir para ficar com a sua mãe? – ela devia ficar um pouco longe do Will, eu tinha receio dele influenciá-la e ela virar uma trombadinha, porque era isso que ia acontecer se ela ficasse mais alguns minutos na presença dele. Ok, estou exagerando, mas a prevenção era a melhor saída.
– Eu vou lá pra cima – disse ela e se virou para o Will – Você vem aqui mais vezes? Você é engraçado – disse ela sorrindo.
Quase revirei os olhos.
– Venho, claro que venho. Se der vamos passear por ai, tenho um monte de canto para te mostrar – nem por cima do meu cadáver ele ia sair com a Mel.
Definitivamente não.
– Ok – disse ela animada.
– Agora me dar um abraço, antes que o Edward me mate – disse ele me olhando cinicamente.
– O quê?.... – a Mel me olhou sem entender.
– Ele é louco – sussurrei para ela. A Mel riu, mas mesmo assim foi ate ele e lhe deu um abraço e beijou sua bochecha.
– Tchau... Will – disse a ela o largando.
– Tchau, lindinha – disse ele e a Mel saiu da cozinha me dando um tchau também.
– Cara, eu tinha esquecido como você é ciumento – disse ele rindo da minha cara – Agora abre o jogo, Edward. Essa menina é o que sua? Filha? – Pergunto ele ficando serio.
Eu sei que parece piada, mas tinha raros momentos que Will Stalin ficava serio.
– Não, Ela é filha da Isabella – disse indo me sentar na mesa de frente para ele.
Will franziu o cenho.
– Isabella? Que Isabella? – perguntou ele confuso. Eu tinha me esquecido que ele não a conhecia como Isabella.
– Você conhece ela como Bella.
– Bella? A Bella? A garota que te deixou maluco e fez com que você virasse um monge?
–Eu não sou a porra de monge nenhum, seu idiota.
– Isso não interessa agora. Como ela veio parar aqui, e ainda mais com uma filha? Que eu saiba, pelo que você disse, vocês acabaram a um tempão.
Will não sabia o que tinha acontecido. Ele não estava presente quando tudo aconteceu, ele fez faculdade em outro estado, e quando voltou para Seattle, o meu namoro com a Isabella já tinha acabado. Eu só contei a ele que tinha acabado e ponto final, não disse o motivo e nem nada. Alias nunca disse nada a ninguém, minha família só deve saber por causa da Rose.
– Ela veio aqui há algumas semanas e me pediu para ficar algum tempo aqui – não fui muito especifico, não ia expor a Isabella.
– Simplesmente isso? – perguntou ele sem acreditar em mim.
– Sim.
– Você estão....Juntos?
– Não.
– E como você só falta babar pela filha dela? Tem certeza que você não é o pai da Mel?
– Ela não é minha filha e eu não babo por ela.
– Ah, baba sim. Você parecia um molenga quando chegou perto dela. Você não me engana – disse rindo.
– Eu gosto dela.
– É mais que isso – insistiu ele. Já disse que esse cara era um pé no saco?!
– Eu amo ela, satisfeito?
Ele riu mais ainda.
– Agora sim. E a mãe dela?
– Não, Will.
– Ah, qual é... Essa Bella ai fez você sair da vida de canalha. É claro que você ainda sente alguma coisa por ela.
– Will, não... Eu não quero falar sobre a Isabella. E se você insiste, é melhor colocar essa bunda gorda para fora da minha casa – disse já sem paciência.
– Calma, cara – disse ele levantando as mão – Eu só queria conversar.
– Sobre ela não – disse mal humorado.
– Ok – disse ele revirando os olhos – Você é muito estressado, cara, talvez uma sessão de terapia tirasse um pouco dessa sua energia negativa que ronda você.
– Vai se fod...
– Nem termine a frase, você não sabe como foi angustiante sair daquele quarto de hotel. Estou pensando no que perdi ate agora.
– Para de chorar – disse, não aquentei e ri – Você consegue outra na esquina.
– Como aquela não. Ela tinha uns peitões enormes, eu quase morri asfixiado quando chup...
– Ok...Ok... Will, não precisa contar os detalhes, isso só fica para você.
Ele sorriu.
– Eu sei. E como eu sei.
Revirei os olhos.
Ficamos conversando sobre coisas sem importância, ate que um dos seguranças da casa entrou na cozinha com cinco sacos de um restaurante da redondeza. Levei a comida da Mel e da Isabella lá em cima, e depois voltei para comer com o Will.
Ele ficou um bom tempo atormentando o meu juízo. Ele me fez jogar x-box, que o mesmo tinha trazido para a minha casa a algum tempo alegando que casa de homem não poderia faltar aquilo, fazia anos que não jogava. Foi ate bom, mas nunca diria aquilo a ele. Quando deu umas quatro e meia ele foi embora.
Depois que ele saiu fui ate quarto das meninas para ver se a Isabella já tinha tomado o seu remédio. Ela já tinha tomado, então sai, mas levando a Mel comigo, porque a Isabella queria dormi um pouco. Passamos um tempo no quarto piso assistindo televisão, depois descemos para fazer o jantar. Ela me ajudou a preparar algumas coisas, depois de tudo pronto preparei uma bandeja e fui levar para a Isabella.
Cheguei ao quarto ela ainda estava dormindo. Tive pena de acordar, ela era tão linda dormindo, mas não tive escolha, ela tinha que tomar remédio logo após do jantar.
A chamei, ela acordou meio grogue. Lhe entreguei a bandeja. Ela pediu desculpas por esta me dando tanto trabalho, mas desconversei.
A deixei comendo e disse que ia trazer a Mel para vê-la. Ela sorriu um pouco agradecida. A energia em torno de nós ainda era um pouco estranha, mas não tão quanto de quando ela chegou aqui em casa. Estávamos amenizando a energia negativa, e isso me deixava um pouco aliviado.
Voltei para cozinha e jantei com a Mel. Depois que termos acabado, a guiei ao meu quarto para ela poder tomar banho. Ela tomou banho sozinha, mas fiquei supervisionando para que ela saísse viva do banheiro.
Depois que ela acabou a enrolei em uma tolha que cabia cinco Mels dentro e a levei para a minha cama. Deixei ela lá e fui pegar uma roupa minha, porque as roupas dela estavam em outro quarto e eu não me lembrei de pagar antes que ela tomasse banho. A vesti com um casaco meu que pareceu uma bata nela. Enrolei que já tinha trocado de vestido. A preocupação roeu em mim por deixá-la sozinha naquele banheiro, mas se eu falasse alguma coisa ela não iria me escutar.
– Depois de algum tempo venho buscar a Mel para dormi – disse a Isabella enquanto pegava a bandeja do seu jantar. Ela assentiu segurando a mãos da Mel. Eu beijei a cabeça da minha princesa e sai do quarto.
Levei a bandeja para a cozinha e fui pro meu quarto. Tomei um banho que relaxou todo meu corpo. Sai do banho e vesti outro moletom, quem diria que eu passaria um dia todo com esse tipo de roupa.
Me joguei na cama, ai fui me lembrar de Emmett, Eu tinha que ter uma conversa seria com ele. Peguei meu celular e liguei para ele, mas caiu na caixa postal, tento mais algumas vezes, mas tem o mesmo destino. Bufo, e jogo o celular para longe de mim.
Prendo meus olhos no teto do meu quarto pensando nas palavras do Emmett, mas nada de aproveitador saiu disso, então fechei meus olhos e dispensei esses pensamentos da minha cabeça.

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Pov Bella

Desde quando cheguei à casa do Edward os dias se passaram como um estalar de dedos. Na primeira segunda, fui na delegacia fazer reconhecimento dos homens. Foi difícil ver eles novamente, à minha noite foi cheia de pesadelos, mas tentava me acalmar dizendo a mim mesmo que eles não podiam fazer nada contra mim, porque eles já estavam presos. Foi que me tranquilizou ao passar dos dias ate que não tenho mais pesadelos.
Eu também melhorei bastante. Minhas machas estão ficando melhores, já não sinto tanta dor ao me mexer e os cortes e arranhões estão sarando.
Realmente estava bem melhor, ate comecei a descer as escadas. Ontem disse ao Edward que iria começar a voltar a trabalhar amanhã. Ele me disse um sonoro não e que depois conversava comigo. Por alguns instantes entrei em pânico ao imaginar que ele estava me despedido, mas ele foi ligeiro a dizer que não era nada de ruim.
Estava um pouco nervosa com o que ele tinha a me dizer, mas eu estava me apegando as palavras dele “Não é nada de ruim”. Se não era nada ruim, então estava tudo bem.
Passei o dia lá em baixo com a Amelie tentando fazer algo de útil, mas ela me expulsou e me mandou ir para cama. Sem dar ouvidos a ela me sentei em uma cadeira e fiquei jogando conversa fora com ela. Já estava cansada de ficar no quarto quando a Mel não estava. Ela chegava umas três e pouco, então ficar das oito ate as três horas no quarto sozinha, já estava me estressando com isso.
O dia foi legal, tomei os remédios direitinho, a Amelie me ajudou a trocar os curativos. Ela fez o almoço e nós comemos como sempre foi. Depois a Mel chegou, ela veio um pouco quieta, estranhei. Perguntei o que ela estava sentindo. Ela disse que estava se sentindo só um pouco cansada e que queria tomar banho, assisti TV e dormi. Assim eu fiz, dei banho nela, depois de colocar uma roupa limpa a levei para o quarto piso para assisti TV. Ela se deitou no enorme sofá que tinha lá e eu fui ligar a TV. Depois me sentei ao lado dela, a Mel veio e colocou sua cabeça no meu colo e assim estamos ate agora, só que ela estava dormindo a mais de duas horas. Só eu que estava assistindo Tv em um canal aleatório.
Olhei para o relógio e já eram sete e quarenta. O Edward já deveria esta em casa. Eu olhava a cada cinco minutos ansiosa para vê-lo. Eu sei que sou idiota demais, mas eu não podia evitar. Era fácil ser dura com ele quando ele estava me maltratando, mas agora ele estava tão diferente que me lembrava o antigo Edwar... Não, sei que não posso pensar assim. Não era justo, minha consciência sempre gritava comigo quando pensava de menos e começava a imaginar de mais. Ainda bem que eu tinha ela, senão já estava perdida. Minha consciência me mantinha sã.
Estava acariciando os cabelos da Mel quando a porta foi aberta. Minha cabeça virou na mesma hora. Era ele.
Ele olhou para mim e acenou com a cabeça, retribui o gesto. Edward entrou na sala e fechou a porta atrás de si.
Ele andou ate o sofá, quando já estava perto o suficiente olhou para a Mel e seu cenho franziu.
– A Mel dormindo a essa hora?
–É, ela chegou cansada da escola e disse que queria tomar banho e assisti televisão, mas não agüentou muito e dormiu – disse fazendo carinho no rosto dela.
– Mas ela está bem? – perguntou ele preocupado.
– Está, deve ser só cansaço mesmo. Ela disse que dançou à tarde quase toda depois do almoço. Ela deveria estar realmente cansada.
Ele assentiu ainda olhando para ela.
– Eu vim chamar vocês para comer – disse ele um tempo depois.
– Eu vou acordá-la, ela não comeu nada depois que chegou.
– Tudo bem, eu vou esperar vocês na cozinha – disse ele saindo. Pois é, ele estava jantando com a gente, lógico que era por causa da Mel, mas mesmo assim, ainda estava um pouco impressionada.
– Ei – chamei e ele se virou – A Mel já pode dormi comigo, não tem mais perigo.
– Tem certeza? – perguntou ele parecendo um pouco...Triste?
– Tenho – disse e ele assentiu e foi embora.
Me volto para a Mel e balanço um pouco seu braço.
– Mel, acorda – a chamei, ela abriu os olhos, piscou um pouco depois seu olhar focou em mim – Se levanta, pequena. Você tem que comer. Já esta na hora.
– Já? – resmungou ela levantando a cabeça das minhas pernas e se sentando no sofá com a cara de sono.
– Sim, o Edward esta esperando você – disse me levantando. Ela se espreguiçou e se levantou do sofá.
– Vamos.
Nós descemos e o Edward já estava na cozinha. Procurei Amelie, mas ela deveria já ter ido embora. Nós jantamos em silencio, a Mel falava uma coisa ou outra, porque ela ainda estava sobre o efeito do sono.
Já quase no final da refeição foi que ela começou a conversar normalmente. Nós acabamos e Edward começou a tirar os pratos da mesa, me levantei par ajuda-lo, ele me deu aquele olhar falando silenciosamente que era para ficar quieta, mas ignorei e o ajudei, depois disse que ia larvar a louça.
– Não. Eu lavo – disse ele colocando os últimos pratos na pia.
– Só é colocar na lavadora. Não tem nenhum problema, eu faço- disse teimosa. Ele me olhou por um instante, mas assentiu contrariado.
Depois que comecei a colocar o pratos na lavadora ouvi eles saírem da cozinha dizendo que iam para o quarto piso.
Fiquei na cozinha sozinha, além de lavar os pratos , enxugar e guardá-lo, arrumei tudo que tinha para se arrumar. Depois que fiz tudo subi para o quarto. Fui direto para o banheiro, fechei a porta atrás de mim. Dei pequenos passos para frente do espelho e suspirei.
Me lembro do susto que tive quando me olhei no espelho pela primeira vez depois que cheguei do hospital. Eu estava horrível, agora parecia um pouco melhor, o creme para manchas ajudava bastante para sumi o arroxeado do olho e da bochecha. As manchas não saíram por completo, isso ia demorar um pouco, mas o importante era que elas iam sumi.
Respiro fundo antes de tirar o meu vestido. Eles era melhor de vesti e tirar, porque só era uma peça. Nos últimos dias só estou vestindo vestidos. Faço uma careta quando olho para o meu tronco enfaixado. Era difícil tomar banho com isso, mas tentava me virar. Joguei o vestido no balcão e fui para o chuveiro. Fecho a porta de vidro do Box atrás de mim e ligo o chuveiro. Tomo o meu banho lentamente aproveitando a água quente na minha pele, mas tomando cuidado para não molhar o a faixa em torno de mim.
Depois que acabo pego uma tolha e me enrolo. Coro furiosamente ao me lembrar de quando sair do banheiro alguns dias atrás e dei de cara com o Edward. Eu não sei se foi coisa da minha cabeça, mas eu podia jurar que o vi me olhando, não normalmente, mas para o meu corpo. Eu não sei bem o que pensar diante disso, mas a parte traidora de mim se alegrou com o seu gesto.
Suspiro e brigo comigo novamente. Não posso deixar que ele me abale, tenho que ser firme e forte.
Saio do banheiro e visto outro vestido que tinha lavado hoje mais cedo. Não tinha muitos vestidos, então tinha que ficar lavando, senão ficaria sem.
Depois de pronta, desligo as luzes, e me deito na cama para esperar o Edward com a Mel.
Já estava quase pegando no sono quando ouço a porta do quarto sedo aberta.
Observo em silêncio ele se aproximar da cama no quarto escuro. Viro meu corpo para o lado esquerdo da cama e estico meu braço para pode alcançar o abajur que ficava ali. Quando consegui ligar, uma luz amarelada encheu o quarto. Viro meu corpo novamente e olho para figura que estava bem na minha frente, nos pés da cama.
Ofeguei com a imagem que tive. Edward segurava a Mel em seu colo protetoramente, ela esta dormindo com o rosto encostado no ombro de Edward e seus bracinhos em volta do seu pescoço. Ela parecia tranquila e segura com uma filha deveria ficar nos braços de um pai.
Eles estavam tão lindos juntos que não conseguir desviar olhar.
– Pensei que você já estava dormindo - sai dos meus pensamentos assim que ouvi a voz do Edward.
– Não consegui - disse ainda olhando para os dois - Pelo visto a Mel já dormiu.
Ele desviou seu olhar de mim e olhou para a minha filha em seu colo. Um sorriso, que fez meu coração se apertar, apareceu em seu rosto. Dele eu poderia ver todo carinho que Edward sentia pela Mel.
– Depois de fazer a tarefa da escola, conversar muito e brincar, ela acabou desmaiando de sono - disse ele beijando o topo da sua cabeça e depois voltou a olhar para mim - Tem certeza que quer que ela durma com você? Ela pode te machucar, você está sentindo dor? - sua voz parecia preocupada, eu não sabia como me senti em relação a isso, não estava me dando muito bem com Edward vivendo preocupado comigo dês do acidente. Era muito diferente, em certos momentos era como se eu estivesse me traindo ao aceitar a sua ajuda, é estranho, eu sei, mas eu não poderia mudar o que estava sentindo. Mas isso não interessa agora.
– Eu não estou sentindo dor, e sim, tenho certeza, estou morrendo de saudades dela. E também não quero te dar mais trabalho, você já estar fazendo muito por ela - disse. Era verdade desde que cheguei nessa casa o Edward fez de tudo para Mel, sem querer admitir, mas la no fundo do meu coração eu o admirava, minha consciência me recriminava por isso, mas mesmo assim ainda o admirava por cuidar da Mel de uma forma tão...tão... Não posso usar outra palavra a não ser paternal.

Para ser sincera eu não sei o que se passa na cabeça dele, não sei se ele desconfia de algo, se a sua consciência esta de algum modo meio ciente de que a criança que vive nos seus braços é sua filha, realmente não sei o faz Edward cuidar tão bem da Mel, apenas pode ser um instinto ou algo do tipo, já ouvi muitas pessoas dizerem que os pais tem instintos de acolher e cuidar dos seus filhos, pode ser isso, não sei, mas sou grata profundamente por ele cuidar da Mel mesmo pensando que ela não é nada dele.
Mas uma coisa eu tenho que admitir, o seu caráter não
estava tão destruído como imaginei. E o observar ele agora segurava a Mel, poderia ate arriscar que ele realmente a amava.
– Não é trabalho nenhum ficar com a Mel, eu poderia ficar com ela, mas como você a quer eu não posso fazer nada, só espero que ela não te machuque.
– A cama é enorme.
– Tudo bem - disse ele e veio para o lado para poder colocá-la na cama. Quando Edward já estava a colocando na cama a Mel despertou e ao perceber que Edward estava se afastando segurou em punhos sua camisa.
– Edwald? - chamou com a voz sonolenta.
– Oi, princesa - sussurrou Edward - Estou te colocando na cama para você poder dormi confortável - disse ele, mas a Mel ainda continuava segurando sua camisa com força, sem querer solta-lo.
– Mas eu não estou com sono - disse ela com a voz grogue querendo argumentar.
– Você está sim, princesa, a mais de dez minutos você estava dormindo no meu colo depois de tanto brincar - disse ele e se sentou na cama - Você está cansada, então vim te trazer aqui para poder dormi com a sua mãe.
A Mel virou o rosto e olhou para mim se dando conta de que eu estava no mesmo local que ela, mas mesmo assim ela não soltou a camisa do Edward e voltou a olhar para ele.
– Eu não quero dormi não - disse ela teimosa querendo se levantar, mas Edward a seguro.
– Princesa, a sua mãe quer dormi com você - disse ele.
Ela olhou novamente para mim, seu rosto estava assustado.
– Mas se eu machucar a mamãe? Ela pode ficar mais dodói, você disse que eu não podia dormi com ela.
– Eu sei, mas agora você pode - disse Edward, toda paciência e ternura do mundo era transmitida de sua voz.
– Posso? - perguntou Mel olhando para ele surpresa.
– Pode, você não quer dormi com ela?
– Quero - disse ela e deu um pequeno sorriso para mim, eu apenas sorri de volta e ela voltou para olhar para Edward - Mas você vai dormi aqui também?
– O quê? Não, Mel, eu vou voltar para o meu quarto - disse ele.
– Por quê? - o cenho da Mel estava franzido em confusão e pura inocência.
Edward olhou para mim sem saber o que falar.
– Eu...Eu...Eu
Tive vontade de ri, mas me segurei, no entanto era bom ver Edward se confundindo e não conseguir responder uma simples pergunta de uma pequena garotinha.
– Ele não pode dormi aqui, meu amor – disse interferindo na conversa. O Edward me olhou agradecido.
– Humm..Tudo bem – disse ela meio contrariada. Edward sorriu para ela e beijou seu rosto.
– Amanhã a gente fica mais juntos, princesa. Tenha uma boa noite – disse ele e se afastou.
– Boa noite – sussurrou ela com voz quase sumindo e se virou para mim fechando os olhos. Olho para Edward.
– Boa noite – disse.
– Boa noite – disse ele me dando um sorriso torto e foi embora.
Suspiro e encosto minha cabeça no travesseiro e fecho os olhos com um único pensamento na minha mente.
Não posso deixar que o Edward se aproxime de mais de mim, senão a dor do meu corão partido ia aumentar mais ainda, porque não vou suportar amar sozinha.

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Pov Edward
Eu estava na sala da Tv com a Mel. Hoje era sábado e como sempre passava o meu dia com ela. A Mel estava no tapete brincando com a sua boneca, enquanto eu ficava pulando de canal procurando algo para assisti.
– Edward – disse a Mel depois de um tempo chamando minha atenção – A minha professora disse que o natal já esta chegando - disse Mel mexendo no cabelo da sua boneca aleatoriamente.
– Ela está certa – disse desligando a TV, não tinha nada de bom passando.
– Aqui na sua casa vai ter arvore brilhante? - perguntou ela olhando para mim com os olhinhos cheios de expectativa.
Essa pergunta me pegou de surpresa.
Mas minha resposta normalmente seria não, na minha casa nunca se teve arvore de natal, eu não ligava para isso, as festas sempre eram na casa dos meus pais ou nas dos meus irmãos, então não tinha precisam em colocar uma arvore aqui, na realidade o meu espiro natalino estava morto.
O Natal não fazia sentido para mim. Essa comemoração é para quem é feliz ou para quem quer ser, e eu não era nenhuma das alternativas, mas algo dentro de mim me dizia que esse ano seria diferente, e ouvir a Mel com toda sua magia de criança perguntado sobre a arvore, tive a certeza que esse ano não seria como os outros.
– Vai ter sim, princesa. Vou comprar uma arvore bem grande para colocar na sala de estar. O que você acha? - perguntei satisfeito em ver o brilho da felicidade em seu olhar.
– Acho demais - disse ela sorrindo empolgada - Eu vou poder ajudar a enfeitar?
– Claro que sim, conto com a sua ajuda, sem você não seria a mesma coisa - era a pura verdade.
Ela sorriu mais ainda e se levantou do chão onde estava brincando com sua a boneca e veio em minha direção pulando no meu colo.
– Esse natal vai ser demais. Obrigada, Edwlad – disse ela me abraçando.
Agora eu estava com um pequeno problema, tinha que me virar para consegui uma arvore a menos de três semanas para o natal, mas acho que tenho uma pessoa para resolver isso para mim em um instante.
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– O quê? Você quer que eu arrume uma arvore agora a menos de duas semanas do natal? – perguntou a Alice histérica.
– Na realidade faltam três semanas, Alice.
– Não faz a menor diferença, é a mesma coisa. Não se monta uma arvore de natal de repente. Tudo tem que ser planejado com antecedência.
– Você planeja logo depois da páscoa, Alice, mas pessoas normais começam a planejar quando chega o mês de dezembro – disse em um tom sarcástico.
– Não tire onda com a minha cara, Edward. Você sabe muito bem como gosto de tudo organizado – disse ela, aposto que fazendo bico.
Respirei fundo tentando fazer com que a minha paciência se prolongasse mais um pouco.
– Então sua resposta é não? Tudo bem, arrumo outra pessoa.
– Não – ela praticamente gritou – Eu faço isso, ninguém sabe escolher arvores de natal e enfeites como eu.
Sorri vitorioso.
– Obrigada, Alice – disse já movendo meu dedo para desligar o celular, mas ela me interrompeu.
– Você acha que vai ser tão fácil?
Lógico que não, com Alice nada é fácil.
– Me diz o motivo – disse ela.
– Que motivo? Não tem motivo. Eu só quero uma arvore de natal na minha casa, é tão difícil de entender? – a Alice tinha a mania de complicar as coisas.
– Mas você nunca quis uma arvore na sua casa. Por que quer agora? Alguma coisa tem – disse ela me acusando – Ahhhh, já sei. É por causa dela, não é?
– Dela quem?
– Não se faça de idiota. Estou falando da Mel. Claro que é por causa dela, só uma criança para fazer você mudar de idéia, quer dizer, essa criança especifica tem que ser a Mel – ela era tão irritante, nem sei mais por que tive a idéia brilhante de ligar para ela.
– Alice, você vai fazer ou não? Se você falar mais alguma coisa eu arrumo outra pessoa.
– Chato – resmungou ela – Eu vou escolher sua arvore de natal, chego ai à tarde com ela e os enfeites. Você quer minha ajuda para montar?
– Não, apenas a traga – quando senti que ela ia falar mais uma coisa para me irritar eu falei na sua frente – Sem mais nenhum um pio, Alice, por favor – disse e ela riu.
– Ok...Ok.. irmãozinho...Espere a minha chegada..Bjos...Tchauu – com isso ela desligou.
Respiro fundo e jogo o celular em cima da mesa. Espero que a Alice se comporte quando chegar aqui.


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Notas finais do capítulo

Oiieee....O Cap foi bem grandão, deu para mata a saudades?! kkkk Espero que sim......Não posso dizer o dia que vou postar 0 21, mas não vou demorar, não mesmo...

Então, gostaram do cap em pleno começo de ano novo? Como podemos ver tem personagem novo, meu querido Will, que foi ideia da minha amiga, ela disse que o Edward precisava de alguém para conversar kkk....Achei legal a ideia e coloquei..Gostaram dele? Ele é engraçadinho para alegrar mais a vida do Ed, se fosse outro serio que nem ele não ia adiantar de nada......kkkkkk....A Mel gostou dele espero que vocÊs tenham gostado tambem.....

E eu tenho uma noticia para vocÊ...minha amiga chamou de reviravolta enorme na historia....pois é..... a historia vai se mexer um pouco (muito).... Depois do natal dele vou colocar em ação o que imaginei.....Espero que vocês gostem.......espero mesmo kkk não quero decepcionar vocês!!!!!!!

Então...um beijo enorme no coração e um feliz ano novo :D

P..S: Obrigadaaaa a todas e a todos que comentaram no outro cap.....cada comente mais lindo que o outro........ Eu nem respondi alguns, mas vou começar a responder, mas li todos, eles são a melhor parte depois que se posta um cap, então deixe meu coração feliz e me digam o que estão pensando..........E muito, muito obrigada por mais uma recomendação, dessa vez foi Louca Por Livros, Obrigada linda você arrasou na recomendação..Obrigada mesmo..Fico feliz que a minha fic possa ensinar alguma coisa e não ser apenas uma historia..Beijão para você :D