Entre Perdas e Conquistas escrita por Amanda R


Capítulo 17
Capítulo 17


Notas iniciais do capítulo

Oi meninas!!!!!!!!!!!!!!

Deixando um aviso: a conversa de Emmett e Bella não vai ser nesse capítulo... ok?¹

Tenham uma boa leitura!!!!!!!!



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POV Edward

Subi os degraus com cuidado. Mel estava com a bochecha encostada no meu ombro, eu podia senti sua respiração no meu pescoço.

Graças a Deus ela não chorava mais. Foi angustiante ver Mel chorando.

Pisei no ultimo degrau e caminhei pelo corredor com varias portas. Entrei no terceiro quarto do lado direito.

O quarto continua o mesmo ao de nove anos atrás, minha mãe fez questão de conservar tudo, não só o meu, mas também dos meus outros dois irmãos.

Mel levantou a cabeça e fitou o quarto. Seu rosto, principalmente os olhos e o nariz estavam vermelhos do choro. Ela passou sua mão no cabelo tentando tirar os fios que estavam dificultando sua visão.

Dei cinco passos ate ficar a centímetros da cama.

– Esse é o meu quarto desde que tinha sua idade – disse a colocando sentada na cama, e me ajoelhei na sua frente.

– Serio? – sua voz saiu um pouco roca.

– Sim, faz um tempão, eu nem me lembro direito – disse tentado distraí-la. Seria melhor para ela não ficar pensando muito nos últimos acontecimentos, mas sabia que era completamente impossível.

– Você tinha um quarto só para você? – Seus olhos estavam expressos de preocupação, mas tinha varias faíscas de curiosidade descritos neles.

– Tive, sempre tive um quarto só para mim – disse pegando suas mãozinhas macias.

– Eu nunca tive, mas não reclamo, é bom dormi com a mamãe – disse ela com certa tristeza no final da frase – Ela sempre me abraça quando vamos dormi, tem vez que ela conta historinha ou fica perguntando com foi meu dia e o que foi que fiz. Conto tudo a ela, simplesmente tudo – Mel já estavam com os olhos marejando – Ela é minha melhor amiga... Eu não quero ficar sem a mamãe, Edwald – disse Mel olhando para mim.

Seu olhar me deixou despedaçado. Uma lagrima escorreu pelo seu rosto.

Minha princesa, estava sofrendo. Eu só queria abraçá-la, e só largá-la quando todo medo e preocupação se decepasse dela, mas sabia que não era assim tão fácil.

– Ela ainda vai te contar muitas historinhas, você vai dormi varias vezes agarradinha com ela, e todos os dias, sem exceção, você vai falar tudo da sua vida para sua melhor amiga, meu amor. Ela não vai embora. Ela vai está aqui mais rápido do que imagina, você vai ver – disse beijando sua mão que estava sobre a minha.

Ela assentiu tirando sua mão da minha e a passando em seu rosto tentando secar suas lagrimas, mas não adiantava, elas eram como um pano em um rio com águas sem fim.

–Me abraça, Edwald - murmurou Mel estendendo seus braços para mim.

– Tudo o que você quiser, princesa - a peguei em meus braços. A Mel deitou sua cabeça no meu ombro e fechou os olhos.

– Eu estou com muito medo, Edwald...Muito medo...Eu nunca fiquei longe da mamãe - sussurrou ela entre o choro e apertando seus braços em volta do meu pescoço.

– Eu sei, anjo. Mas eu estou aqui, ok? - disse no seu ouvido - Eu estou aqui, e não vou deixar que nada de mal te aconteça. Eu te prometo.

Nada ela disse...Tudo que se podia ouvir, era seus pequenos soluços, e também sentir suas lagrimas quentes molhando minha camisa.Passei minha mão nas suas costas, em uma tentativa de aliviar o seu choro e acalmar seu coração.

Sem poder me segurar, pude sentir meus olhos molhando. Era inevitável, isso estava me destruindo. Mas a cima de tudo, era Mel que estava sofrendo mais. Eu sabia disso sem segredo nenhum. Era ela que acordava todos os dias com Isabella, foi para ela que Mel deu seu primeiro passo, seu primeiro eu te amo e foi com Isabella que Mel se refugiou quando teve seus pesadelos no meio da noite. Elas eram mãe e filha, e ninguém na face da terra poderia tirar isso delas.

''Vai ficar tudo bem, vai ficar tudo bem''... Era isso que sussurrava baixinho em seu ouvido ate que ela caísse no mais profundo sono.

Parte superior do formulário

A coloquei na cama que estava coberta com um edredom estampado da banda Bon Jovi. Tirei seus sapatos, fui no closet, procurei algo para cobri-la. Depois de tudo me sentei na beira da cama admirando Mel dormindo. Ela parecia pacificamente terna em seu sono profundo.

Agora tinha que deixá-la e volta por hospital. Queria estar lá quando Isabella acordasse, queria ver o seu corpo tomando vida e seus olhos lindos se abrindo para mim. Eu sei que vai ser difícil, não posso imaginar sua reação quando acordar. Tenho medo que ela tenha uma ceguela incorrigível, não estou falando de física, mas sim psicológica. Esse é o meu maior medo, que me deixa completamente inerte ao que fazer.

Fechei a janela do quarto, passei a cortina grossa na frente. Uma imensidão de escuridão tomou o quarto, agora só se podia ver pequenos vestígio do rosto claro da minha princesa. Liguei o aquecedor, fui ate a cama, beijei a testa da Mel e sair do quarto com o coração na mão.

Agora eu tinha que enfrentar a minha mãe e lhe contar o que aconteceu.

Desço a escada e me deparo com ela em pé de lado do piano preto reluzente, que ganhei com os meus dez anos de idade.

Seu olhar parecia focado em algo ou mesmo tempo em nada. Ela estava seria, sua testa franzida. Mamãe parecia tão dispersa que não percebeu a minha presença.

– Mamãe?

Ela virou seu rosto assim que acabei de falar. Ela me deu um sorriso de como quisesse dizer com ele que senti muito.

Sorri de volta, ou um pelo menos tentei.

– Querido, me conte o que aconteceu - disse ela vindo ate a mim.

Desviei meus olhos dela. Não era fácil falar sobre aquilo. A Isabella estava naquele estado por sua falta de prudência com si mesma, mas também a culpa era minha, não cuidei o suficiente dela. Sei que parece idiota, mas uma coisa dentro de mim dizia que eu tinha uma enorme parcela de culpa.

– Foi com a Bella não foi? – ouvi a voz da minha mãe questionando, mas ela já sabia a resposta.

– Foi – disse em um murmuro cansado – Ela...ela

Minha voz morreu. Passo minha mão em meu cabelo tentando reencontrar o raciocino, que estava perdido em algum lugar.

Demorei um pouco, fitando o próprio chão bege cinzento da casa de meus pais.

– Ela está no hospital – disse levantando meu rosto e olhando para minha mãe que agora estava a cinqüenta centímetros de mim.

– Disso eu sei, você falou algo assim para Mel. O que aconteceu para ela esta lá?

– Isabella saiu hoje cedo com a Mel e uns dos meus seguranças, o Tyler. Ela deixou a Mel na escola, e de lá, ela deveria ter ido para o supermercado com o Tyler, mas não foi isso que aconteceu – disse sentindo um caroço se reconstruir na minha garganta – Ela fez com que Tyler fosse para casa. Isabella foi sozinha para o supermercado. Não sei bem o que aconteceu, só sei que ela foi encontrada em uns dos becos da rua W Dravus ST completamente machucada – minha mãe colocou sua mão na frente da boca em completo horror.

– Quem fez isso com ela?

– Não sei, mas quem quer que seja vai pagar muito caro – disse deixando aparecer todo ódio e a raiva na minha voz. Com certeza minha mãe percebeu. Ela me olhou assustada, mas não falou nada – Eles fizeram um estrago com ela, mãe. O medico disse que ela está com hematomas em quarenta e cinco por cento do corpo.

– Meu Deus – sussurrou minha mãe.

– Eles vão pagar por isso – disse fechando meus olhos e puxando meus cabelos para trás – Nem que eu vá ao inferno, mas vou achar eles.

Minha raiva estava alem de mim. Há alguns minutos, eu estava escondendo, mas agora parece que ela veio em dobro. Só percebi que minhas mãos estavam tremendo quando minha mãe as tocou.

– Ela corre risco de vida?

– Não.

– Graças a Deus – disse minha mãe. Abri meus olhos – Vai ficar tudo bem, filho. A Bella é forte. Acho que ela já suportou coisas bem piores que isso.

– Não está tudo bem, mãe – disse me desvencilhando dela e indo para o outro lado da sala – Ela estar em um hospital, desacordada, gravemente ferida e também não dá para prever se ela vai agir normalmente depois desse trauma.

– Ela foi abusada? – perguntou ela em espanto.

– O medico propõem que não. Mas só vou acreditar guando ouvi da boca dela.

– Ela está sozinha lá no hospital.

– Sim – disse me virando para ela – Eu tenho que voltar, foi por isso que trouxe Mel aqui. Ela não pode ficar lá no hospital e nem em casa sozinha.

– Não meu filho, não tem nenhum problema da Mel ficar aqui. Fico muito feliz por você ter me escolhido para ficar com ela – minha mãe já gostava da Mel, isso era bom, mas ao mesmo tempo é estranho, parece que vai algo mais alem de só gostar.

– Tudo bem – disse sem demonstrar hesitação – A Mel está dormindo no meu antigo quarto, ela agarrou no sono chorando, então, quando ela acordar dar algo de comer a ela, troca a roupa e dar um banho. Faz com que ela não fique pensando muito na Isabella, mas se ela falar alguma coisa, diz que sua mãe está bem e que ela vai voltar logo, logo. E se ela precisar de qualquer coisa liga para mim no mesmo instante. Ok?

– Ok, querido, não se preocupe, já cuidei de três crianças na minha vida e mais uma neta – disse ela como se estivesse segurando alguma coisa. Ela estava muito estranha. Mas isso não vem ao caso agora.

– Tudo bem. E... – hesitei um pouco – Cuida dela, mãe – disse no sussurro – Não deixa ninguém ficar perto dela, a não ser você e o papai. Apenas...cuide dela como...como se fosse sua neta, mãe, por favor – disse sem me importar com o que ela ia achar de mim. o que importava agora era a segurança da Mel.

Minha mãe sorriu genuinamente.

– Claro, meu filho. Vou cuidar dela como se fosse minha neta.

Soltei minha respiração meio aliviado.

– Agora tenho que ir. Amanhã eu venho aqui para ver como ela estar – disse me direcionando a porta.

– Edward – parei assim que ouvi sua voz me chamado, mas não me virei, pois sabia o que ela ia dizer, eu não queria encará-la, era de mais para mim.

–Não se faça de forte. Eu sei que você não é tão forte o quanto tenta demonstrar. Essa sua casca dura não me engana. Apenas seja o meu filho, o homem que admirei por toda minha vida. Cuide de Isabella se lembrando que ainda tem um coração.

Fiquei estático absorvendo as suas palavras. Ela me conhecia tão bem. Uma parte de mim queria voltar ate ela e lhe abraçar, mas apenas balancei a cabeça ainda de costa para ela, e fui embora.

......................................

Pov Esme

Ouvi quando a porta foi fechada por Edward.

Meu filho.

Ele mudou tanto nos passar dos anos, ou pelo menos tentou. Sim, ele tentou. Edward acha que se afastar de todos e se isola em sua torre traria menos sofrimento para ele, mas isso foi um completo engano. Ele só fez sofrer mais e acabou caindo na amargura, criando um mundo só para si. Dói demais ver o seu filho assim.

Ele conheceu a mulher da sua vida, mas deixou passar, viveu cinco anos, meio vivo, tentando se esconder em si mesmo, criando a maneira mais convincente em enganar a família. Ele pode ter enganada a todos, mas menos a mim. Ele sofreu e ainda sofre com o passado, Edward nunca superou o que aconteceu, ou pelo menos, o que ele acha que aconteceu.

Isabella, Bella, grávida.

Quem poderia imaginar isso? Ninguém, ninguém mesmo. Era impossível. Confesso que cheguei a ficar decepcionada com ela, passei cinco anos da minha vida decepcionada com uma pobre garota que não teve culpa de nada, foi apenas o acaso do destino, ou a falta de compreensão e confiança do lado oposto. Realmente não sei o que foi, mas nós caímos feitos patinhos, principalmente Edward.

Mas ao contrario dele, durante esse cinco anos, eu deixei levar e esquecer essa mancha do chamado erro, mas ele infelizmente ou felizmente, remoeu todo o passado a cada dia que se passava, não estava presente com ele todos os dias, mas sabia que só pela ausência do meu querido filho, que isso acontecia.

Bem, como sempre o destino nos surpreende trazendo novamente a garota para sua vida. Mas não é a mesma garota, pode ate ser sobre a carne, mas lá dentro está diferente, só torço para que não seja por completo, senão o mundo vai desabar mais uma vez, mas dessa vez, vai ser sem volta e sem segundas e terceiras chances.

Sei que uma avalanche estar por vim, descobertas, ou metades delas, fica bem mais digno e verdadeiro assim. Porque para ser descoberta, algo no passado deveria estar coberto e escondido, mas nada alem da verdade foi dito, apenas não quiseram aceita-la. Uma tremenda injustiça, que não tem como voltar atrás. Apenas temos que aceitar que erramos e seguir em frente, não como se nada tivesse acontecido, mas a cada dia se redimir e tentar reconquistar tudo que foi perdido lá atrás. Me envergonho profundamente por ter acreditado no mais fácil, só percebi que o mais fácil era totalmente absurdo quando vi um certo milagre ao lado de sua mãe com os cabelos castanhos avermelhados, pele branquinha, bochechas coradas, nariz espevitado e os olhos verdes, verdadeiras chamas de esmeraldas.

Só mesmo a negação pode nos fazer acreditar no que está bem na nossa frente não é verdade.

Mas, enfim, isso não importa agora, coisas maiores estão a mais importância do que uma mera peça pregada pelo destino. Só espero que o meu filho não deixe a cegueira do rancor lhe cegar por inteiro.

Ouço o carro lá fora ser ligado e cada vez mais o seu barulho se afastar para mais longe.

Encaro o pleno silencio da minha casa com certa ironia. Meu filho acabou de trazer minha neta, e filha da mulher da sua vida para mim e por ainda cima pediu para cuidar dela como se fosse minha neta.

Um sorriso triste se apodera do meu rosto.

Sim, eu vou cuidar dela como se fosse minha neta, porque é isso que ela é para mim, uma neta que ficou longe tempo demais e que só agora tive o prazer de conhecer, mas infelizmente não em um momento feliz, minha neta está em um dos quartos lá encima dormindo profundamente com a tristeza trincada em seu pequeno coração.

Sua presença na minha casa me faz sorri, mas ao mesmo tempo me trás uma terrível tristeza.

Bella, uma garota de coração puro, sincero e forte está em um hospital Seattle deitada em um leito desacordada.

Quando me lembro do nosso encontro de ontem me faz estremecer por dentro. A imagem dos seus olhos me destroem. Vi tanta dor neles, tanta tristeza, injustiça, mas ao mesmo tempo vi compaixão, amor, sinceridade e agradecimento, é por isso que a acho forte, porque não é para todos que passam por tudo que ela passou e ainda se deixa senti tudo que vi nela. Isabella é uma verdadeira heroína. Ela tem o meu respeito para sempre.

Subo as escadas, tenho que ir ver como Mel estar.

Abro a porta e entro no quarto que estava quase em completo escuro sobre a linda menina deitada na cama que um dia foi do meu filho. Olho para ela e imagino todos os momentos que Edward perdeu da vida dela. Foram tantos, impossível de contar, mas a vida esta dando mais uma oportunidade, só basta ele aceitar e tudo que um dia foi perdido pode ser reconstituído novamente.

Saio do quarto fechando a porta devagar. Mel ia dormi bastante.

Desci as escadas para poder ir a cozinha. Passei o restante do dia lá. Fiz doces que talvez Mel gostasse de comer depois que acordar. Fui no quarto de Edward umas quatro vezes para ver se ela estava bem, sempre a encontrava tranquila, dormindo.

Eram seis e dez quando o meu marido entrou na cozinha vindo me abraçar por trás, eu estava acabando de colocar a cobertura de chocolate no bolo de morango no balcão.

– Chegou mais cedo - disse ao senti suas mãos fortes segurarem minha cintura.

– Cheguei, não aguentei ficar na empresa sabendo que você estava aqui em casa sozinha - disse ele colocando meus cabelos de lado e beijando minha nuca. Sorri com o seu ato.

– Foi bom você ter vindo - disse antes que ele me virasse e me beijasse ternamente - Carlisle, eu preciso te contar uma coisa - sussurrei quando ele desgrudou seus lábios dos meus.

– O que foi? - Pergunto olhando para mim.

– Nos temos uma visita - assim que acabei de falar seu rosto se transformou em confusão.

– Quem?

– A Mel - murmurei me afastando um pouco dele para ver sua reação.

– A Mel? Filha da Bella? - perguntou confuso.

Assenti

– Ela mesma.

– Quem a trouxe?

– O Edward.

Quando falei isso, ele ficou mais confuso ainda.

– Mas por quê? Não estou entendendo nada.

– A Bella esta no hospital – tomei fôlego e continuei. Contei tudo que o Edward me disse.

Vi o rosto de Carlisle sair de confuso para preocupação.

– Ela vai ficar bem?

– Ninguém sabe, só quando ela acordar, mas tomara que sim.

– O Edward vai ficar com ela? – perguntou ele se referindo a Bella.

– Sim, ele disse que tem que cuidar dela – disse olhando para Carlisle que sorriu.

– Ele ainda a ama.

– Edward nunca deixou de amá-la – disse apoiando minha mão em seu ombro – Na realidade os dois ainda se amam, ele só foram vitimas da controvérsia.

Carlisle olhou para mim.

– Você acredita mesmo que Mel é filha de Edward?

– É lógico que sim, você não ver? Eles são muito parecidos.

– Só na questão dos olhos – disse Carlisle se separando de mim dando um passo para trás.

Ele não queria acreditar na verdade.

– E isso não é o suficiente? – perguntei indignada.

– Meu amor, milhares de pessoas tem os olhos verdes.

– Você está parecendo com Edward falando assim. A mesma ignorância – disse cruzando meus braços na frente do meu peito.

– A própria mãe da Bella tem os olhos verdes – ele apontou.

– Só que não é a mesma coisa, e você sabe disso.

– Edward e nem Alice podem ter filhos, Esme – disse Carlisle serio.

– Eu sei disso, eu sei muito bem disso. É um pedaço de papel que diz.

– Então por que fica dizendo coisas que são impossíveis de acontecer?

– Meu Deus, Carlisle. Por favor, deixa a ciência para lá e só se deixa enxergar com os olhos do coração que você vai ver o que eu vejo – disse me aproximando dele. Ele suspirou e assentiu.

– Tudo bem, tudo bem. Eu vou fazer isso.

Sorri, esse era o homem que eu amo.

– Obrigada – disse o abraçando.

– Você está fazendo bolo? – perguntou ele quando nos se separamos.

– Sim – sorri um pouco – É para Mel – disse me voltando para o bolo.

– Onde ela está?

– Lá em cima, Edward a levou para o seu quarto, ela acabou dormindo depois de chorar muito.

– Sua cabeça deve está uma confusão – disse Carlisle tirando a gravata e colocando encima da mesa.

– Sim, foi muito triste vê-la chorando. Ela parecia perdida quando chegou aqui, mas Edward conseguiu contornar a situação, ele se deu muito bem. Fiquei ate emocionada com eles dois. Edward disse a que a ama. Foi tão lindo e triste ao mesmo tempo.

– Nossa, mal dá para acreditar que Edward se deixou aproximar tão profundamente dessa menina.

– Ela é um anjo, você vai ver – disse continuando a colocar a cobertura no bolo.

– Eu sei, ela parece ser uma menina bem legal, deu para perceber quando estávamos na casa de Edward no jantar de ação de graça. Ela me achou bonito – disse ele sorrindo.

– Oh sim, claro, querido. Todo mundo te acha lindo e com a Mel não seria diferente – disse brincando acabando de espalhar toda cobertura no bolo.

Quando eu estava preste a colocar o bolo na mesa uma voz doce ecoa na cozinha.

– O Edwald já foi? – olho para porta da cozinha e enxergo a imagem mais fofa que uma avó poderia apreciar. A mel estava toda amarrotada com a roupa da escola, mas nem isso a deixava menos linda, ela segurava um boneca de pano fortemente em seus braços.

Coloquei o bolo na mesa e fui ate ela.

– Ele já foi sim, querida – disse chegando perto dela. Vi seus olhos se inundarem de medo.

– Por que ele não me disse?

– Você estava dormindo, então ele não quis te acordar – expliquei a ela.

– Mas eu não me importava – sussurrou ela apertando mais a boneca em seus braços.

– Eu sei, querida, mas não precisa ficar com medo. Eu estou aqui para te ajudar, quero ser a sua amiga, você aceita? – perguntei me abaixando para ficar da sua altura.

Ela me olha por um momento como se estivesse me avaliando.

– O Edward vai ficar feliz se eu ficar amiga da mamãe dele?- perguntou, mas como se fosse para si mesma. Ela era linda demais.

– Eu acho que sim, e você Carlisle? – perguntei me virando para o meu marido que estava nos observando silenciosamente. Ele olhou para mim e percebi que ele se deixou olhar para a Mel com o coração. Ele viu o que eu vejo desde da primeira vez que vi essa garotinha.

– Sim, claro que sim, Edward ia ficar muito feliz se você ficasse amiga da mãe dele – disse ele sorrindo para Mel.

– Tudo bem então, eu vou ser a sua amiga – disse Mel com um pequeno sorriso triste.

– Obrigada, linda. Que tal me dar um abraço para selar a nossa amizade? – observei Mel dar um pequeno passo timidamente para mais perto de mim e balançar a cabeça.

Isso era um sinal positivo, então a peguei nos meus braços. Minha neta. Ela enrolou um dos seus braços no meu pescoço e deitou sua cabeça no meu ombro. Senti a sensação tão boa com o seu gesto que me fez quase explodir por dentro de felicidade.

Minha neta.

Beijei seu cabelo e senti seu cheirinho gostoso de criança.

Me levantei com ela ainda em meu colo, eu não queria solta-la e parecia que nem ela queria sair dos meus braços.

– Esse é o Carlisle – disse. Ela levantou a cabeça e olhou para ele – Você já o conhece, não é?

– Sim, ele é papai do Edwald – disse Mel ainda com seu braço no meu pescoço.

Carlisle veio para mais perto da gente e estendeu sua mão para Mel.

– Oi, Mel – disse ele com a mesma emoção da qual estou sentindo em ter nossa primeira neta juntinho de nós.

Ela olhou para mão de Carlisle e depois para ele, quando finalmente ela tirou seu braço do meu pescoço e apertou a mão de Carlisle com a sua mão pequenininha.

– Oi – disse ela olhando profundamente para Carlisle. Não sei dizer bem, mas ela parecia curiosa, mas não falou mais nada.

Ficamos em silencio ate que me lembrei de que ela deveria tomar banho e se trocar para poder comer algo, como o Edward disse.

– Mel que tal tomar banho? – perguntei para ela. Mel desviou seu olhar de Carlisle para mim.

– O Edwald não vai mais voltar hoje com a mamãe?- perguntou ela em um sussurro.

– Não, querida, eles não vão voltar mais hoje, mas amanhã o Edward vem aqui te buscar para ver a sua mamãe. Ok? – eu estava morrendo de medo que ela não aceitasse e começasse a chorar, mas Mel me surpreendeu em só balançar a cabeça e abaixar seuS olhos. Era triste, mas não podíamos fazer nada.

Olhei para Carlisle sem saber o que fazer.

– Ei, garota linda – disse Carlisle chamando a atenção dela – Sua mãe vai ficar bem, ela é uma mulher forte. Você não acha que ela é forte?

Ela mais uma vez assentiu

– Então, você não deveria ficar triste. Ela vai voltar para você, mas acho que a Bella não ia querer ver a boneca dela toda sujinha quando ela voltar. Você concorda comigo? – perguntou Carlisle ficando bem na frente dela.

– Mamãe diz que é feio não tomar banho – sussurrou mel olhando para Carlisle.

– Então, você quer que a sua mãe fique triste?

– Não.

– Então, você vai tomar banho?

Meu pensou um pouco para responder.

– Sim, mas eu só tenho essa roupa – disse ela apontando para si mesma. Ela era esperta.

– Não tem problema querida – disse – Aqui tem roupa da Sophia.

– A filha do Emmett?

– Sim, elas devem dar para você.

– Ela não vai ficar com raiva se eu vestir suas roupas? – perguntou Mel.

– Não, claro que não, querida, então vamos tomar banho?

– Vamos.

Me virei para Carlisle agradecida e depois sair da cozinha com Mel ainda em meu colo.

Chegamos ao quarto de Edward. Coloquei Mel no chão e ela me olhou meio sem jeito.

– Você quer a minha ajuda no banho? – perguntei vendo que ela não dava o primeiro passo para ir ao banheiro.

– Quero, eu não alcanço o sabonete – disse ela tentando se explicar.

– Ok – ri da forma linda de ser – Vamos, senão o bolo de morango que fiz para você vai acabar.

Entramos no banheiro. Ajudei Mel tirar a sua roupa, desfiz a trança e lhe pedi para entra no Box. Liguei o chuveiro medi a temperatura com a minha mão e disse que ela poderia se molhar. Lavei seu cabelo e o seu pequeno corpinho com a sua ajuda. Ela permaneceu calada o tempo todo, eu não poderia culpá-la, Mel estava passando por um tempo difícil.

Depois de algum tempo saímos do banheiro. A peguei no colo e lhe coloquei encima da cama.

– Fica ai só um minutinho que eu vou buscar uma roupa para você vesti. Ok? – ela assentiu apertando a toalha branca em sua volta.

Sair do quarto e fui ao quarto de Emmett onde ficava as coisas de Sophia de quando ela passava alguns dias aqui.

Peguei uma calcinha e um vestido azul clarinho, ele era o maior, deveria dar em Mel, eles nunca foram usados. Antes de sair também peguei um secador e uma escova. Voltei ao quarto. Mel estava do mesmo jeito que deixei.

– Pronto, cheguei.

Depois que a vesti, lhe pedi para sentar em uma cadeira, ela fez sem questionar. Sequei seu cabelo ate seus fios estarem completamente secos e brilhosos.

– Já acabei – disse a ela colocando o secador encima da cômoda.

–Obrigada – sussurrou ela virando o seu rostinho para mim.

– De nada, querida. Agora vamos comer, você deve está com fome.

Descemos e fomos para a cozinha. Carlisle ainda estava lá.

– Nossa, você está linda Mel – disse ele quando ela entrou em seu campo de visão. A Mel ficou completamente vermelha me lembrando a sua mãe.

– Obrigada – disse colocando uns fios de cabelo atrás de sua orelha.

Ela realmente é linda.

– Vem, querida – a chamei para comer.

Mel só comeu uma fatia de bolo e um pouco de suco, mas disse que estava bom, só que ela não estava com muita fome. Eu lhe entendi.

Arrumei toda cozinha e ela ficou me olhando sem tirar os seus olhos de mim, às vezes ela olhava para Carlisle quando falava com ela. Depois de tudo pronto saímos da cozinha. Lhe perguntei se ela queria assistir, ela disse que não e me devolveu uma pergunta, ela queria saber se poderia ir para o quarto. Sem ter argumentos disse que sim.

Carlisle ficou na sala e eu fui lhe levar. Mel entrou no quarto e se sentou na cama.

– Você vai dormi? – perguntei me sentando na ponta da cama.

– Não, não estou com sono – disse ela olhando para suas próprias mãos.

– Então por que quis vim para o quarto?

Ela não falou nada, só ficou olhando para suas mãos, quando finalmente ia deixá-la em paz, sua voz doce encheu o ambiente.

– Eu queria ficar quietinha e pensar na mamãe – sussurrou ela – Ela deve está sentindo a minha falta como eu estou sentindo a dela. Ela sempre diz que não consegue ficar muito tempo sem eu por perto. Queria está lá com ela. Eu queria a minha mamãe, mas sei que ela está dodói e que não posso ficar com ela – disse ela ainda olhando para suas mãos.

– Você vai vê-la logo, querida – disse me aproximando dela e colocando meu braço em sua volta, para minha surpresa ela levantou a cabeça e se encostou no meu corpo.

– Eu sei, o Edwald disse para mim – disse ela em um sussurro antes de ficar calada e não falar mais nada.

Eu fiquei lá lhe fazendo companhia. Não disse mais nenhuma palavra. Mel e eu velamos o silencio com cada um em seus pensamentos.

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POV Edward

Sair da casa da minha mãe cantando os pinéus.

...Cuide de Isabella se lembrando que ainda tem um coração...

Será que ainda tenho um coração?

Se me fizessem essa pergunta há algumas semanas atrás, eu diria prontamente que não, mas agora era impossível. Eu tenho um coração, o mesmo coração que pulsou há cinco anos, agora está pulsando novamente, não sei bem quando isso começou, mas ele está pulsando o suficiente para dizer a uma pessoa que a amo.

Mal posso acreditar que disse isso. É tão grande ou mesmo tempo assusta como o inferno, mas vou aprender a lidar com isso.

Solto a minha respiração, piso no acelerador e me concentro na pista. Tenho que chegar ao hospital o mais rápido possível, Isabella pode ter acordado e eu não estava lá.

Depois de alguns minutos finalmente chego ao hospital, mas nada evoluiu, ela ainda continua na mesma a diferença era que eu podia ficar com ela no mesmo quarto.

Me sentei em uma cadeira ao lado da cama e fiquei observando a mulher na minha frente. Ainda doía olhar para ela, mas aos poucos estava passando, percebi que deveria dar graças a Deus por ainda tê-la nesse mundo perto de mim.

As horas se passaram e nem um sinal de vida era dado por Isabella, só se podia ouvi os batimentos do seu coração pelo o aparelho e mais nada. Eu queria falar alguma coisa, mas fui proibido de falar perto dela, o medico disse que ela ainda precisava descansar e voltou a repetir que Isabella iria acordar quando estivesse pronta. Isso era angustiante para mim, mas uma voz lá na minha mente me maltratava dizendo que eu passei tanto tempo perto dela acordada e não falava nada que não fosse algo para humilhá-la. Isso era verdade e essa verdade me fazia queimar por dentro.

Minha cabeça está tão confusa que não sei nem mesmo o que estou pensando ou fazendo. Eu só estou agindo por instinto, e o meu instinto me dizia que era para cuidar de Isabella e Mel como se fosse a minha vida.

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Notas finais do capítulo

O Pov Esme foi maior do que imaginei!
no próximo capitulo a Bella acorda, ai vai começar a aproximação dela com Edward, mas vou logo lembrando que vai acontecer algo que vai deixar bella muito chateada com Edward.

Então, me digam o que acharam do capítulo ( eu sei que vai ter alguem que não gostou por causa o enorme pov Esme, desculpas adiantada kkkk) Enfim, me digam suas opiniões, como já disse: é bom saber o que vocês estão pensando!!!!!!!!!

oObrigada por todos os comentarios, li todos, eles são a coisa mais linda de se ver depois que posto um capítulo, eles são a minha recompensa. Então quem quiser comentar, pode comentar, não ligo não kkkkk

Bjos e ate o próximo capítulo!!!!!!!!!