POV LEON

–Vai papá, conta o que é supresa!

Eu falei pra eles que tinha uma surpresa em casa então agora eles não param de falar nisso. Eu busquei eles na escola e estamos indo pra casa.

–A supresa é legal? –a Dani perguntou.

–É. –respondi.

–Fala papá! –o Daniel insistiu.

–Calma, olha só, já chegamos. –falei parando o carro na garagem.

Tirei os dois do carro e cada um pegou sua mochila e entramos em casa, a garagem da na sala então eles logo começaram a procurar.

–Onde tá papá? –a Dani perguntou sorridente.

–Sentem-se aí no sofá que eu vou falar com sua mãe, eu já venho com a surpresa. –falei.

Eles assentiram e foram correndo se sentar no sofá. Subi a escada e fui para o quarto do Pedro onde imaginei que encontraria a Vilu e estou certo, encontrei a Vilu dormindo na poltrona do quarto, ela dormia tranquilamente.

–Meu amor... –chamei-a.

Ela acordou e olhou em volta.

–Oi. –ela falou bocejando.

–Cansada? –perguntei ajudando-a a levantar.

–Você nem imagina, o Pedro não dorme, levei mais me três horas para faze-lo dormir. –ela riu.

–Ele está acordado. –falei olhando dentro do berço.

–Você está brincando né Leon? –ela andou até mim. –Você não dorme filho?

–Onde está o aparelho dele? –perguntei pegando o Pedro.

–Aqui. –ela pegou de cima da estante.

Ela me deu e eu encaixei no ouvido do Pedro.

–Pronto filho. –beijei sua bochecha.

–Onde as crianças estão? –ela perguntou.

–Na sala.

–Peque-os. –ela falou pegando o Pedro do meu colo. –Vou dar um pouco de mama pra ele.

–tá. –dei um selinho nela e me retirei do quarto.

Desci e vi as crianças conversando no sofá. Quando cheguei no final da escada parei sabendo de que eles não estavam me vendo. Eu os fitava com um amor no coração que é incrível. Você nunca sente esse amor de pai enquanto não for pai, eu pensava que já tive todos os sentimentos possíveis, mas quando conheci esses dois pestinhas minha vida mudou, eu senti algo que nunca tinha sentido. As pessoas não conseguem compreender amor de pais e mães, é um sentimento diferente, eu sinto um certo amor pela Vilu e um amor pelos meus pais, mas pelos meus filhos e diferente. Agradeço muito por tê-los achado, queria ter sido um pai presente durante os cinco anos que eu não os vi, mas entendo a Vilu. Agora tenho outro filho, e desse não quero perder nada, e não vou. Eu amo muito minha família.

–O papo está bom? –perguntei me aproximando deles.

–Papá! Onde tá a supresa? –eles perguntaram em uníssono.

–Está lá em cima com sua mãe, vamos subir?

–Vamos!

Dei minhas mãos para eles segurarem ficando um de cada lado. Eles subiam super-felizes cada degrau da escada. Chegamos na porta do quarto do Pedro, eles arregalaram os olhos ao ver a Vilu na poltrona dando de mama para o Pedro que dava leves gemidos enquanto mamava.

–Venham cá. –a Vilu falou sorridente.

O Daniel se aproximou da Vilu e a Dani pediu colo pra mim e eu a pequei. Me aproximei da Vilu com a Dani no colo.

–O que ele tá fazendo mama? –o Daniel perguntou a Vilu.

POV VIOLETTA

–O que ele tá fazendo, mamma? –o Daniel perguntou.

–Ele está mamando filho, ele toma só leite enquanto é bebezinho. –expliquei.

–Você tem leite? –a Dani perguntou.

–Tenho princesa, mas só por um tempo.

–A gente também tomava seu leite, mamma? –o Daniel perguntou olhando para o Pedro.

–Sim, vocês também, muito! –ri.

–Finalmente ele veio pra casa! –o Daniel suspirou.

–É verdade! –a Dani disse sorridente.

Foi tão bom ver minha filha falar isso sorridente.

–O que isso na orelha dele? –a Dani perguntou.

–O irmãozinho de vocês não escuta, ele só escuta se tiver com esse aparelho no ouvido. –o Leon respondeu.

–Ele é surdo? –o Daniel perguntou.

–É. –assenti suspirando.

–Posso pega ele no colo? –a Dani pediu.

–Claro, vamos para o meu quarto. –falei.

O Pedro parou da mamar e o Leon pegou ele no colo. Nós fomos para o meu quarto e do Leon e nos sentamos nós quatro na cama.

Primeiro a Daniele pegou ele, depois o Daniel, os dois se encantaram com o bebê mas o Pedro não é acostumado a passar de colo em colo e começou a chorar. Eu peguei ele no colo e comecei a dar de mama enquanto o Leon desceu para fazer a janta.

*Dia seguinte – 15:27

Nós resolvemos aparecer na casa do papai de surpresa para eles conhecerem o bebê. Ninguém sabe que ele já está em casa.

Eu estou trocando as crianças enquanto o Leon tenta fazer o Pedro dormir. Eu troquei o Daniel e agora estou terminando de trocar a Dani.

–Mamma eu tô cum sono. –a Daniele bocejou.

–Aconteceu algo filha? –perguntei colocando o casaco dela.

–Eu nun durmi direito, o Pedro ficou chorando de noite. –ela bocejou novamente.

–Eu sei filha, mas todo bebê acorda de noite. –falei pegando suas botas rosas que estavam na sapateira. –Você e o Daniel acordavam varias vezes por noite.

–Mas se ele fica chorando eu não consigo durmir. –ela reclamou.

–Então vem cá. –pequei-a no colo. –Você pode dormir no meu colo.

–Tá. –ela bocejou encostando a cabeça em meu ombro.

Fui para o meu quarto onde sabia que encontraria o Leon e o Daniel. O Leon estava colocando o sapato enquanto falava com o Daniel. Me aproximei dos dois e me sentei na poltrona de balanço que tem no meu quarto e fiquei balançando com a Dani no colo.

–Conseguiu fazer ele dormir? –perguntei ajeitando a Dani em meu colo.

–Consegui, não foi fácil mas... –ele sorriu.

–Agora ele tá dumindo, mamma. –o Daniel riu.

–Ele gosta de ficar acordado. -falei.

–Sim. –o Leon se aproximou de mim e me deu um selinho. –Porque ela está dormindo?

–Cansada. –respondi passando a mão nos cabelos loiros e cacheados dela.

–O Pedro não deixou ela dormir, aposto. –ele sorriu.

–É isso mesmo.

–Vamos, mamma! –o Daniel pediu pulando.

–Vamos. –me levantei.

Me levantei, ia para a porta mas o Leon me parou.

–Eu levo ela, pega o Pedro. –ele pegou a Daniele do meu colo.

–Tá bom. –dei a Daniele a ele.

Peguei o Pedro do berço e a bolsa dele, fomos para o carro que agora as três partes de trás estão sendo ocupadas por cadeirinhas de criança, a Daniele fica na janela da esquerda, o Daniel no meio e o Pedro na janela da esquerda. Seguimos caminho a casa do papai e da Angie, não é muito longe, mais ou menos 35 minutos.

Quando chegamos o Leon pegou a Dani no colo e eu pequei o Pedro, o Daniel deu a mão e nós fomos até a porta, o Leon tocou a campainha, o Pedro só não acordou porque não está com o aparelho auditivo. A Angie abriu a porta com a Julietta no colo.

–Oi vovó! –o Daniel abraçou a Angie.

–Oi Dani. –a Angie falou.

–Oi Angie. –falei e ela olhou o Pedro em meu colo.

–Desde quando ele está em casa? –ela perguntou paquerando o Pedro.

–Ontem. –o Leon respondeu.

–Entrem, pode coloca-la no sofá Leon. –a Angie falou.

Nós entramos e nos sentamos no sofá.

–Ele é lindo. –a Angie se derreteu. –GERMÁN É A VIOLETTA! –a Angie foi chamar o papai mas tapou a boca. –Desculpa, ele vai acordar se eu gritar.

Olhei para o Leon e neguei.

–O Pedro é surdo Angie. –o Leon falou.

Ela nos olhou.

–Eu não sabia. –ela falou.

–Não tinha como saber. –falei.

–Ele é lindo né vovó! –o Daniel falou.

–É. –ela assentiu.

–Cheguei. –o papai apareceu na escada.

Ele andou até o Leon e o cumprimentou, veio ate mim e me deu um beijo na bochecha, lógico, resolveu falar do baby.

–Ele é lindo filha. –ele se sentou ao lado da Angie.

–Obrigada. –agradecemos.

O Pedro se mexeu e acordou, ele normalmente não chora quando acorda, ele é muito tranquilo.

–Oi bebê. –o papai falou, mas lógico, o Pedro não ligou pois não ouviu.

O Leon pegou o aparelho auditivo dele na bolsa e colocamos para que ele escutasse.

–O que é isso? – papai perguntou.

–O Pedro não escuta, tem que usar aparelho auditivo. –expliquei.

–Isso é bom, ele é especial. –o papai abraçou a Angie.

–Com certeza! –assenti.

Ficamos conversando até a noite, jantamos aqui, o que as crianças adoraram, a Daniele ficou com um certo receio em ficar lá mas ficou. Quando deu 20:47 nós fomos pra casa com as crianças já acabadas de tanto brincar. Logo que chegamos em casa o Leon colocou as crianças na cama e eu fui para o quarto com o Pedro no colo, eu e o Leon pensamos em colocar o berço do Pedro no nosso quarto para facilitar, estamos pensando no assunto.

Me sentei na cama e comecei a dar de mama para o Pedro.

–Voltei. –o Leon me deu um selinho.

–Oi, amor. –devolvi outro selinho.

–Ele está faminto. –o Leon riu.

–É mesmo. –ri. –Sabe Leon, nunca imaginei minha vida com gêmeos e outro filho lindo.

–Eu muito menos. –ele sorriu. –Tenho uma esposa linda e maravilhosa, dois filhos gêmeos de seis anos lindos, e um bebezinho, minha vida não podia ficar melhor.

–Não tem mesmo. –sorri. –Fiquei tão triste de perder o aniversário deles de seis anos.

–Eu também, amor. Mas estávamos na França com o Pedro. –ele me abraçou.

–A Angie disse que eles ficaram super-tristes.

–Ano que vem fazemos outra festa bem legal. –ele falou.

–Com certeza!

O Pedro começou a chorar, dei ele ao Leon que começou a nina-lo para ver se ele acalmava. O Pedro dormiu e o Leon foi leva-lo para o quarto dele. Eu fui para o banheiro lavar meu rosto para dormir tranquila, eu estou de pijama, calça comprida peluda xadrez roxa e rosa claro, uma camisa simples rosa bebê e uma blusa peluda do conjunto com estampa xadrez roxa e rosa claro, assim como a calça.

Abaixei minha cabeça aproximando-a da pia, juntei minhas mãos colocando-as de baixo da água que escorria da torneira, enchi minhas mãos e as levei até o rosto, molhando a face por completa. Desliguei a torneira e peguei uma toalha, enxuguei meu rosto e levei um susto ao ver pelo espelho o Leon atrás de mim.

–Que susto. –suspirei.

–Sou só eu. –ele me abraçou por trás pegando em minha cintura.

Ele me deu um beijo no pescoço e um na bochecha.

–Vamos dormir? –ele perguntou ainda ne abraçando.

–Vamos. –dei um selinho nele.

Fomos para a cama dormir, dormi rápido, estou cansada.

*Um mês e meio depois

O Pedro já se acostumou com a casa, ele fica bem com as crianças e os três brincam juntos, quando eu ou o Leon estávamos por perto, óbvio. Nós tiramos uma foto dele, não é muito atual, é da semana em que ele chegou, mas ele está quase idêntico, só cresceu.

O Pedro está com febre a dois então está manhoso e só fica no meu colo ou no do Leon, bebê manhoso é fofo mas é cansativo, principalmente um bebê de quase cinco meses.

Hoje o Leon foi levar as crianças no cinema e eu quis ficar em casa com o Pedro, no shopping é frio e o Pedro não está bom para ficar saindo e para ficar em locais frios.

–Não chora meu amor. –eu estava tentando nina-lo.

Ele chorava, estava incomodado. Eu o seguro de pé, com a cabeça dele em meu ombro e minha mão pousada sobre suas costas e a outra o segurando por baixo. Quando ele deu uma acalmada e parou de chorar eu o coloquei no chiqueirinho com vários brinquedos.

–Pega aqui, bebê. –dei um brinquedo na mão dele.

Ele pegou e começou a morder o brinquedo.

–Muito bem. –sorri.

Estava meio cansada então me direcionei até a cozinha para beber um d’ água. Cheguei na cozinha e abri a geladeira, ia pegar a jarra mas ouvi a campainha tocar. Rosnei brava. Não tive nem tempo de beber um copo de água. Novamente a irritante campainha tocou. Andei até a porta da sala e a abri, vi a Francesca com os olhos vermelhos e a Julia em seu colo, a Julia olhava tristonha para a mãe.

–O que foi Fran? –perguntei. –Vem cá Julia. –pequei a Julia no colo para a Fran ficar leve, tranquila.

–Posso entrar?

–Claro. –permiti a entrada dela.

Ela se sentou em um sofá e eu me sentei em sua frente, deixei que a Julia voltasse para perto da Fran.

–O que aconteceu Fran? –perguntei preocupada.

–A Julia voltou a aparecer com roxos e marcas vermelhas pelo corpo. –ela deixou uma lagrima.

Pousei minha mão em meus cabelos.

–De novo Fran? O que você vai fazer?

–Eu vou entrar lá e colocar câmeras, vou finalmente poder flagrar ele...

NOTAS FINAIS, LEIAM