Challenges of The Love escrita por Liz Rider, Kiera Collins


Capítulo 9
Os Devaneios de Jack Frost


Notas iniciais do capítulo

Hey, pessoas, finalmente o tão esperado POV do Jack, é um capítulo bônus, tá? A gente ainda vai ter as provas, então, algum tempo sem capítulos.
Espero que gostem.
Beijos,
Liz.



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P.O.V Jack Frost

Quando o treino acaba, cumprimento o pessoal e vou embora.

Minha mãe me espera em seu carro do lado de fora da escola, apesar de eu ter insistido que poderia pegar um táxi ou carona. Na verdade, eu só queria ficar de bobeira por aí e dar um tempo do colégio e de casa, mas ela me conhece bem demais para não vir me pegar na escola.

−Eu disse que pegaria um táxi. −mesmo assim, reclamo quando entro no carro.

−E eu lhe disse que lhe pegaria na escola. −ela rebate, faz cara feia e dirige vagarosamente demais rumo a nossa casa.

Encosto minha cabeça no vidro e recapitulo o que a loirinha disse. Desde a primeira vez que a vi, soube que ela era diferente, só não sabia se era um diferente bom ou um diferente ruim.

Havíamos acabado de ganhar mais um jogo, não do campeonato, mas uma espécie de amistoso nem um pouco amistoso. Estávamos em êxtase. Saímos do campo direto pro colégio, berrando, pulando, cantando, dançando, melhor dizendo, comemorando cada um a seu modo.

Fizemos uma volta por todo o colégio, estávamos descendo as escadas principais, pessoas esperavam ansiosamente para descer, mas estavam empolgadas e felizes por nós e outros desciam de volta para o térreo, todos menos uma. Uma garota com cabelos loiros quase tão claros quanto os meus. Ela olhava para tudo como uma criança olha para o espetáculo na primeira vez que vai ao circo. Ela era linda.

Esperei alguns segundos para ela sair, mas ela não o fez, somente olhou pro lado e depois olhou em pânico para baixo, uma garota ruiva apenas assentiu para ela.

−Manda ela vazar. −rosna Zachary perto de mim.

Fiquei com raiva dele por isso. Ela era claramente uma caloura, perdida na confusão da nossa comemoração, certamente nem sabia quem diabos somos, então para quê tanta hostilidade com ela?

−Licença. −disse, por entre os dentes, para que ele entendesse que me deixou com raiva.

Ela olhou por alguns segundos para mim e depois seus olhos se arregalaram em surpresa, provavelmente por causa de meu cabelo branco. Ela olhou para as pessoas atrás de mim e corou, mas corou tão ferozmente que ficou parecendo um tomate, e fez uma cara de raiva, depois ela cobriu o rosto com o cabelo e foi para o lado da ruivinha que a havia tranquilizado.

Voltei a caminhar cheio de orgulho pelo jogo, mas não deixei de ouvir o comentário maldoso que Zachary fez para Ethan.

−Garotinha gostosa, hein? Parece que gamou no Frost. −e ambos riram.

Olhei para ela, com raiva pelo comentário de Zachary, aquele bastardo, mas sem dúvida tive que concordar com ele, ela era muito gostosa. Mas meu olhar não se demorou muito nela e voltei a liderar alegremente meu pequeno time e nossa torcida.

−Quê cara é essa, filho?

−Ué, a minha cara, mãe. −respondo, de cara feia, meus devaneios eram bem mais divertidos que esse pequeno interrogatório que está para começar, então volto para eles.

Tinha saído do treino, Ethan daria uma festa em sua casa para comemorar nossa vitória, ele prometeu comida, bebida e muitas gatinhas, mas na verdade eu só queria me ver livre de Vanessa, que desde que terminamos não largava do meu pé. Zach havia me oferecido uma carona, mas ele havia se entretido no caminho com uma cheerleader e me mandado ir na frente. Balancei a cabeça em reprovação, ele realmente não tinha jeito.

Alguma coisa, ou melhor, alguém bateu em mim, fez um pequeno voo para trás e soltou um grande e alto gemido de dor com a queda.

−Você está bem? −adiantei-me e ajoelhei-me ao seu lado. Ao lado dela, da garota de mais cedo.

Ela olhou para cima e fez uma careta, será que foi por minha causa ou da sua queda? Estendi-lhe minha mão, mas ela a recusou, jogou o cabelo para trás e recolheu seus livros. Duas pessoas surgem: a ruiva de mais cedo, que sem dúvida deve ter algum parentesco com ela e um garoto moreno que lhe olhava com total preocupação, fuzilei-o com o olhar, mas ele não pareceu perceber, estava centrado demais na loira.

−Você está bem? −perguntam os dois ao mesmo tempo,a preocupação tingindo a voz de ambos.

−Estou. −a garota loira respondeu. −Estou bem. −ela repetiu, mais para si mesma do que para nós que a observávamos. Levantou-se sozinha e começou a caminhar lentamente. −Vamos, Anna. −disse para a garota ruiva, ou melhor, morena. Ela olhou para trás e se dirigiu totalmente ao garoto ao meu lado, que a olha com a boca levemente entreaberta. −Até mais. −e foi embora.

Eu e o garoto, que eu já vi uma ou duas vezes no colégio e que acho que é da patinação do gelo, ficamos olhando para a porta por onde ela saiu.

−Qual é o nome dela? −perguntei-lhe.

−Elsa. −ele respondeu, encarou-me um instante e depois foi embora. Dois segundos depois Zachary chegou e fomos para a festa.

Me arrependi de ter ido a festa, pois Vanessa estava lá e acho que achava que se ficasse com uma mini saia, mini mesmo, e um top minúsculo, iria conseguir me reconquistar, mas ela havia me perdido totalmente quando parou de agir como a garota doce que era e começou a agir como uma megera.

Havia lhe dado novamente um fora e isso me deixava triste, porque ela não deveria agir assim, mas parecia tarde demais para ela.

Bufo e minha mãe me olha estranho.

−O que foi, querido? O que lhe aflige?

−Nada, mãe, nada.

−Filho, se você não me diz as coisas, como poderei lhe ajudar, então? −ela me pergunta, virando-se para mim, quando o carro para no sinal vermelho.

−Não preciso de ajuda, mãe. −dito isso, ponho o fone de ouvido e fico olhando pela janela.

Odeio tratá-la assim, do mesmo jeito que odeio dar foras em Vanessa e assustar calouras gatinhas, mas são coisas que temos que fazer, para nosso próprio bem e para o bem alheio.

Era sexta-feira, hoje teria um horário livre, mas eu, Zachary, Ethan e Joshua iríamos passar esse tempo treinando mais um pouco, já que Josh e Ethan haviam faltado dois dos quatro treinos da semana e eu e Zach teríamos que bancar a babá, mas tudo bem, de qualquer jeito, eu adoro o que faço.

Havia acabado de entrar no colégio quando Zachary e Ethan passaram correndo e rindo. Não entendi o motivo, mas quando estava quase na metade do hall de entrada, uma pequena forma morena me parou.

−Jack, você tem que reconsiderar! −ouvi Vanessa dizendo-me.

−Já lhe disse que não há reconsideração, Vanessa. Acabou.

−Não pode ter acabado. −ela insistiu.

−Pois bem, abra os olhos e enxergue o mundo. Há vários caras que dariam de tudo para sair com você, dê uma chance para eles. Desencane de mim. −falei, impaciente, o que Pippa havia me dito para falar, eu ainda não entendia porque havia aceitado o conselho de uma menina de 9 anos, mas ela é garota, deve saber pelo menos de alguma coisa.

Dei as costas para ela e voltei a andar.

−Jackson Overland Frost. −ela me chamou, mas eu a ignorei.

Continuei andando, até que um puxão, forte demais para ser de uma adolescente magricela com 1,54 de altura, me fez virar para trás e seus lábios encontraram os meus.

Pus minhas mãos em seus ombros para afastá-la, mas ela não se afastou, a garota devia estar malhando muito. Quando finalmente consegui me afastar, vi Elsa, a loirinha novata, sair correndo pelo corredor. Olhei para trás e vi a arqueira ruiva que andava com ela balançar a cabeça em reprovação para mim e Vanessa.

Esperei alguns segundos e depois fui atrás de Elsa, andando alguns metros atrás dela. Ela entrou no banheiro e ficou lá por uns 15 minutos, pude ouvir o som abafado de choro e de alguém vomitando, será que era ela? Eu impedi qualquer garota que quisesse entrar no banheiro, de fazê-lo

e depois esperei ela sair. Pensei em falar com ela, quando a vi sair, mas ela olhou para mim, empinou o nariz e caminhou tranquilamente seu armário, como se nem tivesse me visto.

As aulas e os intervalos foram entediantes, sem falar que aquela ideia de que ela estava chorando por causa do que viu. Será? Achava pouco provável, ela deveria me odiar, depois de tudo, mas eu não iria reclamar, se fosse. Quer dizer, não ela estar chorando por ver Vanessa me beijando, não, isso não foi legal, mas se ela estivesse chorando por ter me visto supostamente beijando Vanessa, isso quer dizer que ela sentiria algo por mim, e por isso eu não poderia reclamar. Sorri para mim mesmo.

E quando percebi, já era a hora do horário livre. Todo o time saiu, e eu e o pessoal que íamos ficar, fomos beber água. Mas nesse meio tempo, Kristoff veio falar comigo.

−Ei, cara, o que acha da Elsa Ice?

−Por que? −perguntei, sem entender. Será que ela o havia mandado perguntar-me isso?

−Bem, porque eu estou namorando a irmã dela e meio que me sinto mal e chateado por ela ficar segurando vela da gente, sabe? −ele sorriu, sem jeito. −E eu ouvi uma conversa da Elsa com mais duas das amigas dela e que você estava supostamente lançando olhares para ela... −ele fez uma pausa. Como assim, lançando olhares para ela? Ela viu? −E, bem, ela corou quando elas disseram isso, o que pode, segundo Anna, representar que ela está interessada em você. Então eu e Anna decidimos bancar os cupidos. E...

−Ah, tá legal, cara... −eu o interrompi, se o deixar falar, é capaz que ele conte como o mundo começou.

−E então, o que você acha dela?

−Ela é muito bonita e parece ser legal, mas eu não a conheço.

−E ela é muito gostosa. −completou Mason, outro integrante do time de hóquei, me interrompendo, e tive raiva dele por se referir a ela assim. −Você ficaria com ela? −perguntou.

−Acho que sim. −respondi.

−Como assim “acha”? Cara, se aquela garota quisesse ficar comigo, eu ficava na hora! Nem pensaria duas vezes. −declarou ele.

Eu o olhei com uma mistura de choque e raiva, mas não o deixaria perceber que me atingiu.

−Mas você não vai a magoar, vai? −disse Kristoff, mas não esperou eu responder. −Porque hoje na hora do almoço ela estava com uma carinha meio triste, e quando a Anna perguntou por que ela estava assim, ela disse nada, mas lançou um olhar na sua direção, e Anna e eu, mais Anna do que eu, presumimos que: ou ela está apaixonada por você e você não dá bola para ela e isso a deixa triste, ou você fez algo que a deixou chateada. E nem eu, nem Anna gostamos de ver Elsa triste. Então, seja o que for que você fez, não faça de novo, ou se ela tiver apaixonada por você e você não quiser nada com ela, deixe claro isso, não a enrole, tá? Por favor. Se Elsa fica triste, Anna também fica triste e eu odeio ver Anna triste. −disse e se afastou.

−Cara, se aquela garota for até você e você não quiser ficar com ela, mande ela para mim. −disse Mason.

−Eu não vou mandar ela pra você. −fiz careta e fui embora.

Quando cheguei no ringue, ouvi um alvoroço. Alguém estava patinando, mas Ethan, Zach e Josh estavam em pé, apoiados na barra de proteção.

−O que está fazendo ai, garota? Quer aprender a jogar hóquei? Nós te ensinamos. −disse Zach, num tom bastante malicioso e os outros riram.

−O que palhaçada é essa aqui? −perguntei, com raiva. Mas que zona era aquela? Eu saía por dois minutos e isso acontece?

Ethan, Zach e Josh olharam para trás e abriram caminho e eu vi Elsa patinando no ringue. “Ah, não acredito que ela está aqui, é tão bom, mas ao mesmo tempo tão ruim! Por que ela está aqui?”, pensei.

−O que você está fazendo aqui, garota? −lhe perguntei e percebi que soou meio rude. Pus meus patins e entro no ringue. −Você não pode ficar aqui. −Disse com a voz suave.

“Mesmo que eu queira que você fique.”, pensei e parei de patinar, a encarando de uma distância segura, para que ela não achasse que eu ia tirá-la a força, como um troglodita das cavernas, apesar da ideia me ser divertida.

−Ah, desculpe, não sabia que o super astro estaria aqui. −ela disse, e eu me perguntei o por quê tanto desprezo de repente comigo. Os meninos riram e vaiaram, lancei-lhes um olhar cortante.

−Acho que vou não vai querer problemas comigo. −eu disse, não queria ter que brigar com ela, logo com ela.

−Acho que você não vai querer problemas comigo. −ela rebateu e patinou até mim, parando a minha frente.

−Você não pode estar falando sério! −falei, chateado. “Cara, qual é o problema dessa menina?”

−Por que? Por que você está acostumado a piscar seus lindos olhinhos azuis e todas as garotas caírem as seus pés? Pois bem, querido, não é assim que acontece na vida real. Pode até haver as idiotas que sempre ficarão aos seus pés, mas as garotas reais, as que tem algum conteúdo e cérebro, não o farão, okay? Se toque. −Ela disse, num tom cortante, raiva e tristeza se misturando em seu olhar, que está travado com o meu.

Baixei a cabeça, queria sussurrar no seu ouvido que estava cansado dessas supostas “meninas irreais” ou simplesmente passar a mão em seu rosto, mas ela se afastou antes que eu pudesse fazer algo. Ela patinou ate fora do ringue, jogou seus cabelos loiros, tirou os patins e foi embora, não sem antes me lançar um olhar mal.

O carro para e ouço Pippa gritar:

−Jack! Jack! −abro a porta e saio para encontrar minha irmã.


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Notas finais do capítulo

E ai, gostaram?
Agora uma coisa, não sei se perceberam, mas o Jack não falou daquela hora que ele supostamente ignorou a Elsa, isso aconteceu, na verdade, porque ele não viu a Elsa, ela segurou o livro em frente ao rosto, mas ela(não sei como, vai entender essas loiras com poderes de gelo), não percebeu e ficou triste do mesmo jeito.
Beijos,
Liz.