Challenges of The Love escrita por Liz Rider, Kiera Collins


Capítulo 54
Meu primeiro baile: um desastre


Notas iniciais do capítulo

Então, gente. É com grande pesar aos poucos remanescentes que tiveram paciência para esperar eu postar esse capítulo que nós estamos parando com a fanfic. Pois é, também era algo impensável para nós, mas foi uma tonelada de coisas que convergiram para dar nisso, não é totalmente nossa culpa, mas também não podemos nos ausentar dela.
Eu posso explicar meus motivos, mas talvez não os da Kiera. Então, são vários, mas vou expor apenas os mais importantes e os que me parecem mais gritantes, entre eles: o niver da fic passou batido, nem eu, nem a Kiera, nem ninguém lembrou-se dele, e isso é algo que me deixou muito triste; eu também não queria que a fic fosse uma obrigação, mas sim uma diversão, algo que me desse alegria e vontade de fazê-lo, mas agora, sinto-me obrigada a sentar no PC e escrever, e justamente isso me impede de escrever, de fato; além da escola, que estava e estará cada vez mais, impossível.
Eu tinha tantas coisas para contar sobre a história de Elsa, já tinha até o fim da terceira temporada em mente, mas parece que tudo isso tem que ser encerrado por aqui, e eu lamento muito por isso, lamento mesmo, devo estar tão triste – ou até mais – do que vocês.
Eu pensei em não avisar aqui, só nas notas finais, mas quero que vocês leiam esse nosso último momento juntos, cientes do fim iminente. Qualquer dúvida ou vontade de falar conosco, só chamar a mim ou a Kiera na MP que nós responderemos assim que for possível.
Com enorme amor e pesar,
Liz.



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P.O.V Elsa

 

Estou indo para sua cidade.

T.

 

Aquela mensagem havia sido enviada há cinco dias por ela e eu nem podia acreditar. Havia outras quatro mensagens após aquela, mandadas um dia depois:

 

Conhece uma escola chamada Olympic?

Estou indo para um baile dela. Vou ficar na casa de uma amiga minha, Charlotte, ela morava aqui, em NO, mas se mudou por causa do emprego do pai.

Chego sábado de manhã.

Talvez eu estude nessa tal de Olympic próximo semestre.

Estou ansiosa para te ver, a gente devia marcar de se encontrar.

 

Quando eu li aquilo, fiquei maluca. Saí gritando pela casa, berrando, feliz. Rapunzel desceu as escadas para ver o que estava acontecendo e só encontrou uma prima louca jogada no sofá, felizona. Ela parecia realmente preocupada, então me senti um pouco culpada. Tentei explicar para ela o que tinha rolado, mas ela parecia tão aturdida, que apenas me dispensou com um gesto de mão. Devo dizer que fiquei bastante envergonhada.

Tentei mandar uma resposta para ela, louca, maluca, felicíssima, mas não houve resposta alguma. Talvez ela esteja no avião, pensei. Ou ainda não tenha se instalado. Ou na casa da amiga dela não tenha Wi-Fi... mas que tipo de casa do século XXI não tem Wi-Fi? Vai saber, né? Eu apenas teria de dar um jeito de encontrar com ela no baile. Sem faltas.

Ela realmente estaria na minha cidade? No meu baile? Eu finalmente conheceria minha querida amiga virtual? Parecia um sonho. E, como tal, tudo deveria dar certo.

 

Eu não sei se havia entendido direito, mas Zachary havia contratado uma limusine que iria me pegar em casa às seis. Aparentemente, ele queria tudo do bom e do melhor, pura ostentação, e como ele era que estava se responsabilizando por tudo, para mim tanto fazia, mas a verdade é que eu ficaria feliz indo pro baile até de trenó.

Zachary havia dito que iria para um maquiador profissional para ajudar a compor sua fantasia de Tom e me convidou para ir com ele, mas minhas maquiadoras pessoais, Anna e Zel, mesmo não sendo profissionais da maquiagem, já eram mais do que suficientes.

A verdade é que eu achei até legal o fato dele estar se empenhando tanto para que a fantasia dele estivesse convincente, mas achei meio desnecessário também, afinal, é só um baile, não é para gastar toda a mesada nele, é apenas para se divertir.

A única coisa que realmente me chateou foi o fato de Anna, Zel e Flynn não nos acompanharem. Eles não queriam ir naquela limusine – provavelmente imensa e provavelmente vazia – conosco, diziam se sentir intrusos. Eu não os culpava, também me sentiria uma intrusa, se não fosse eu a convidada.

Por isso, lá estava eu, às seis da tarde, na porta de casa, esperando Zachary e sua limusine. Anna e Zel ainda estavam lá dentro, esperando Flynn chegar, mas como eu estava extremamente nervosa para o baile e não queria perder meu par ou a carona, tentei ser pontual e fiquei na porta.

Devo dizer que Tia Silvia parecia extremamente decepcionada por não poder documentar o meu primeiro baile, mas acho que ela sobrevive.

 

Quando Zachary chegou em sua caríssima – e um pouco impressionante, tenho que admitir – limusine branca, Anna e Zel, apareceram na janela – provavelmente achando que era Flynn – e depois saíram, a pedido de tia Silvia, para obrigar Zachary e eu a tirarmos algumas fotos.

Tia Silvia também havia obrigado Anna a ligar para Kristoff para que ele viesse para cá – eles iam se encontrar no baile, o que era mil vezes mais plausível, mas para tia Silvia, a documentação de momentos importantes como estes, era tudo –, então, quando ele e Flynn chegaram, poucos minutos depois, a “sessão de fotos” começou.

A fantasia de Zachary estava incrível e ele realmente parecia um demônio fofinho do mal. O seu maquiador – muito bom, por sinal – havia feito um terceiro olho de íris vermelha totalmente inexpressivo para completar com os outros dois que ele já tinha. Devo dizer que realmente combinava, tanto a parte do inexpressivo, quanto a do vermelho, já que ele estava com lentes. Ele até tinha feito aqueles traços pretos estranhos nos olhos, e usava uma daquelas dentaduras de vampiro – certamente não as que uma criança usaria no Halloween, porque as dele pareciam absurdamente mais caras.

Seu cabelo negro havia sido tingido de vermelho e ele tinha comprado um diadema com chifres para colocar na cabeça. Seu terno era branco e completamente comum, o que me deu certo alívio.

Seu cosplay estava tão bom que eu tive vontade de pegar alguma daquelas fotos e postar no tumblr.

Infelizmente, eu não tinha – nem de longe – tido o mesmo empenho em tornar minha fantasia convincente quanto o dele. Era apenas um vestidinho rosa fofinho minimamente parecido com um que a personagem usou uma vez, meu cabelo – que não tinha o mesmo tom dourado do dela – preso num coque tentando imitá-la, uma tiarinha de chifrinhos vermelha muito fofa que comprei bem barata no centro, um salto desconfortável rosa claro, luvas e meias – ambas longas e brancas –, uma antiga varinha de brinquedo de Zel e blush em formato de coração.

Minha fantasia não era nada em comparação à dele, e isso me deixou um pouco envergonhada.

Além do mais, aquela roupinha fofinha de princesa alienígena também não me deixava muito confortável enquanto eu fazia várias poses diferentes para várias fotos, com ou sem Zach, com ou sem meus amigos, e meu pé doía ligeiramente.

Juntando isto a minha imensa vontade de finalmente conhecer Tiana, eu estava um caquinho emocional para chegar logo ao baile.

 

Na mesa em que eu me sentei, estavam eu, Zach, Kristoff, Anna, Zel, Flynn e um cara do time de hóquei e sua acompanhante. Não havia muita conversa entre nós – nem entre Zach e seu amigo, a propósito – era como se tivessem mergulhado a mesa numa bolha, um barulho surdo incomodando meus ouvidos.

Na mesa ao lado estava o resto do time de hóquei – Jack e sua acompanhante, inclusive, que nem haviam chegado ainda –, e Zachary inclinava sua cadeira na direção de um cara às suas costas quase a toda hora, bem frequentemente – mais frequentemente do que deveria, acredito eu.

Observo o salão ao meu redor procurando Tiana. Como eu conseguiria encontrá-la e distingui-la do resto da multidão era o grande mistério. Meus olhos se desviaram para Kristoff atentamente.

— Do que você está vestido? – pergunto, curiosa, franzindo a sobrancelha para aquela fantasia indecifrável, que eu estava tentando entender desde que o vira lá em casa.

— Ele está vestido de Troll. Troll da Terra. – informa minha irmã animadamente.

— De pedra... – corrige seu namorado carinhosamente.

— E... o que deveria ser isso?

— Eu vi num filme uma vez. – ele começa. – Era um filme de duas irmãs e uma nevasca muito louca. No meio do filme tinham uns trolls lá e eu me identifiquei.

— Hm, que maneiro... – comento, perdendo imediatamente o interesse, olhando ao redor novamente.

 

Fiquei mais um tempo na mesa, com Zach conversando com o cara do hóquei – Mason – e minha prima e irmã fofocando animadamente – se eu tinha entendido bem, sobre os garotos do baile, mas seus namorados tentavam parecer completamente alheios a tal coisa –, enquanto eu tento controlar minha cara de emburrada. Achei que isso devia ser uma festa. Não era assim que as festas me pareciam nos filmes. Além do mais, eu ainda não tinha visto nem uma sombra de Tiana.

Cutuco Zach.

— Eu vou dançar. – aviso. – Oh, sim, eu te levo. – diz, depois de fazer uma careta para Mason, sua acompanhante, uma menina do basquete, eu acho, parecia tão emburrada quanto eu.

— Não, não precisa. Pode ficar conversando, eu...

— É claro que precisa. – ele me corta. – Eu sou seu par. Venha, vamos dançar. – ele me estendeu o braço e eu o aceitei com relutância, apesar de estar um pouco satisfeita.

Ele estava certo, ele era meu par e a gente tinha que dançar juntos pelo menos uma vez na noite. A música que estava tocando era Nina, do Ed Sheeran, e não era exatamente uma música para se dançar em casal ou algo que eu pensasse que pudesse tocar num baile. A verdade é que eu não queria dançar de verdade, só sair daquela mesa sufocante e ver se achava Tiana. Se nada desse certo, eu poderia procurar Merida, ou, quem sabe, dançar.

A verdade - mesmo - é que eu não sabia dançar direito. Não uma música como Nina, não uma música que não fosse lenta. Zach começa a dançar e eu tento acompanhá-lo.

— Fiquei sabendo que batizaram o ponche. – ele comenta, olhando para uma mesa com um ponche, copos e uns salgadinhos baratos.

— Sério? – pergunto, fingindo interesse e tentando copiá-lo em sua dança de demônio sexy.

— Yeah. Ficaram insatisfeitos por não ter álcool no bar. Eu não faria diferente.

O encaro por uns instantes. Certo... não foi a coisa mais brilhante que já ouvi um menino dizer, mas isso não significa que ele é um alcoólatra.

Continuo tentando dançar com ele, mas a música acaba e eu me sinto um pouco cansada de tentar imitá-lo. Tudo o que quero é fugir de volta para a mesa, totalmente arrependida de ter saído de lá, para começo de conversa, mas uma música lenta começa, Million Years Ago, Adele, e Zach me puxa para dançar.

É mais fácil agora. É só balançar conforme a música, isso eu sei fazer. Encosto meu rosto em seu peito e tento me deixar levar pela batida.

De repente, ele para.

— Hey, Frost... – ouço-o falar, de um jeito esquisito, por eu estar com a cabeça em seu peito, parecendo meio desanimado.

— Pitch... – o tom de Jack é um pouco mais do que isso, quase mortal.

Levanto meu rosto e olho para o meu ex-namorado.

— Elsa. – ele me cumprimenta e meus olhos correm rapidamente para a linda menina ao seu lado.

— Jackson. – espero não parecer tão desconfortável quanto me sinto. A pior coisa é que sinto ciúmes dessa menina desconhecida.

— Do que você está fantasiado? – Zach pergunta, tentando puxar assunto.

— De Jack Frost.

— De você mesmo?

— Não. Sabe, Jack Frost, o espírito gelado.

— Ah, o cara das nevascas. Tô ligado. Meio irônico, né?

— Um pouco.

Observo a menina ao seu lado novamente e não por mais de um segundo, antes de me voltar para ele e erguer uma sobrancelha.

— Tá bom, eu só estava com preguiça de pensar em uma fantasia, então apenas peguei um moletom, uma calça e arrumei meu taco de hóquei para parecer um cajado.

A menina começa a rir.

— E quem é essa gatinha? – Zach pergunta, a mão ainda pressionada firmemente à minha cintura, apesar disso não lhe fornecer nenhum impedimento para ficar olhando a menina vestida de Mamãe Noel como se fosse um bife suculento e ele, um animal faminto.

Revirei meus olhos.

Pare com isso, Zach. Não estrague a boa imagem que eu estava construindo de você!, penso, implorando mentalmente para que ele me escute e pare com esse close errado.

A verdade é que aquilo era tudo o que eu queria perguntar, mas definitivamente não daquele jeito. Jack franze o cenho para nós.

— É a Dakota, sobrinha do North. – diz Jack, com um meio sorriso, após balançar a cabeça um pouquinho. Ele nos olha com expectativa como se esperasse que nós disséssemos algo.

— North, o professor de marcenaria? – pergunto, tentando entender. Ele suspira e balança vagarosamente a cabeça em negação.

— Não... quer dizer, sim. North, o professor de marcenaria. Mas não é isso. Vocês não entenderam a piada. Ela é a Dakota... do North. Dakota do North. – repete, querendo rir, e vejo Dakota rindo também. A fuzilo um pouco.

Controle-se, Elsa.

— Não. Tá bom. – Jack prossegue, quando vê que não compartilhamos do seu senso de humor “indescritível”. – O nome dela é Alexandra. Mas é sobrinha do North mesmo, o Dakota foi só para a piada. Que vocês não riram, a propósito. – ele murmura.

— Ela não é um pouco velha para você não, garotão? Não está sendo um pouco ambicioso?

O que você está fazendo, Zach? Pare. Não faça eu me arrepender de ter aceitado vir com você.

Zachary estava começando a me parecer uma metralhadora... de bosta. Cada vez que ele abria a boca, era para vir besteira.

— Alexandra é universitária. – responde ele, ignorando a outra pergunta de Zachary.

Uma universitária? Puta merda... tinha mesmo que ser uma universitária?

Vejo que ele dá um olhar um pouco insatisfeito para a mão de Zach em minha cintura, e se aproxima da garota, colocando as mãos atrás de suas costas.

— Que bom. – respondo, ligeiramente irritada. – Agora, se não se importa, vamos dançar. – digo, puxando Zach para o outro lado da pista, enquanto outra música começa a tocar, meus pensamentos completamente distantes dos movimentos de minhas pernas e braços, em Jack, sua linda acompanhante universitária e Tiana que não aparecia.

 

Aquela noite, que deveria ser maravilhosa, estava sendo um desastre.

Eu ainda não tinha encontrado Tiana – afinal, do que ela está vestida? –, não tinha me entendido com Zach quanto a... tudo – estávamos como um par no baile, mas por mais que nós estivéssemos próximos, não estávamos nunca de fato juntos – e também não estava conseguindo lidar com meus pensamentos conflitantes em relação a Jack e sua amiga universitária.

E eu nem tinha encontrado minhas amigas ainda. Do que Elly tinha dito que vinha mesmo? Era de robô? Alien? Ah, é. Ela e Lucas vieram de zumbis... não deve ser tão difícil encontrá-los, então. Suspiro. Olho ao meu redor, não vendo zumbi nenhum, apesar de ver Anna pisar lindamente nos pés de Kristoff enquanto dança.

Ele formam um casal incrivelmente desconjuntado, porém fofo. Ela, uma serial killer japonesa e ele, um troll de algum filme infantil. Eles realmente conseguiam parecer um casal, mesmo quando não tentavam fazê-lo.

Bem... e Astrid?Ela e Soluço combinaram de vir de bárbaros, mas eu não vejo nenhum chapéu viking nas proximidades...

E Merida vem de Chapeleira Maluca, disso eu sei, fui eu quem deu a ideia, afinal,mas eu também não vejo seus cachos ruivos em lugar nenhum, e essa mesa na qual estou sentada, está começando a se tornar confinadora.

— Licença. – digo para Zach, que ainda conversa com o cara da mesa ao lado. Ele volta seus olhos para mim, com aquele seu sorriso incrível. – Eu vou andar um pouco, okay? – aviso e saio, olhando para Flynn e Zel, que estão se agarrando silenciosamente nas cadeiras a minha frente.

Quando ando um pouco pelo local, não é difícil encontrar Astrid e Soluço, que já não parecem estar se esforçando muito para esconder o envolvimento, enquanto dançam agarradinhos na pista. Mais adiante, Gustavo, um magnífico Gato de Cheshire, e Bruno, um inusitado Alec – o meu masculino de Alice – dançam. A verdade é que eles formariam um lindo casal, se Gustavo não gostasse de Merida.

Mas onde estaria Merida? Ela tinha que estar por perto, não é mesmo? Eles são os acompanhantes dela, afinal de contas.

Bato a varinha de brinquedo na perna com força.

— Por que tanto estresse? – pergunta uma voz atrás de mim.

Viro-me e me deparo com uma belíssima ruiva com uma cartolinha fofa presa no diadema e uma xícara de chá nas mãos.

— Oi, quer um biscoito para desestressar?

Franzo o cenho para sua proposta, mas estendo a mão. Ela retira uns pedaços quebrados de cookie de um dos bolsos e põe na minha mão aberta. Como um pedacinho apenas para ser educada e seguro o resto na mão, para, talvez, comê-los depois.

— Tá melhorzinha agora, ô princesa espacial?

— Devo estar. – respondo vagamente.

— O que houve? – ela pergunta, parecendo ligeiramente preocupada.

— Uma sucessão de coisas que dão errado.

— Tipo...?

— Tipo uma amiga que eu deveria ver aqui, hoje e não vi nem a sombra. Ou meu acompanhante que não se preocupa nem em esconder o interesse por outras garotas. Ou a minha total confusão emocional e mental.

 – Que amiga? – ela pergunta.

— Uma virtual. Tiana Greensward. Ela deveria estar por aqui.

— E de quê ela está vestida? – pergunta Merida, calmamente.

— Eu não sei! – grito, exasperada, atraindo olhares feios de casais dançando.

— Ei. Relaxa. Come mais biscoito. Vem. – ela me puxa pelo braço até as arquibancadas, enquanto eu como mais um pouco de biscoito esmigalhado.

— E como ela é?

Tento lembrar do rosto de Tiana de uma foto que ela me enviou uma vez.

— Ela é negra, tem cabelos e olhos castanhos, cabelo cacheado e olhos grandes, um nariz pequeno e uma boca pequena também. Acho que não é muito magra ou alta... – franzo o cenho. – Eu não me lembro muito bem, eu vi apenas algumas fotos.

Merida olha ao redor.

— Não estou vendo ninguém parecida com essa descrição. Então, como a Srª. Tooth diz, “O que não pode ser resolvido, resolvido está.” O que mais você disse que estava te incomodando, mesmo? – ela diz, bancando a psicóloga.

Fico em silêncio.

Ela me observa por alguns segundos, depois franze o cenho para mim, parecendo ler meus pensamentos. Então sussurra:

— Por que você não melhora sua noite dançando com quem realmente quer dançar? – ela se afasta como se quisesse que eu pensasse no assunto sozinha.

Reviro os olhos. Ela tinha realmente que me deixar sozinha para pensar? Eu não quero ficar sozinha para pensar!  Tenho vontade de ficar fazendo escândalo como uma criança pequena contrariada, porém não o faço e penso no assunto sozinha.

Eu tinha vários motivos para não dançar “com quem eu realmente queria dançar” – vulgo Jack: 1) ele tinha acompanhante; 2) eu tinha acompanhante; 3) não me parecia certo; 4) ... eu não preciso de um número quatro, isso já me parece suficiente. Além do mais, se Merida queria que eu dançasse com quem eu queria dançar, por que ela não estava dançando com Gustavo? Ou quem sabe Hans? Porque eu não preciso de um rapaz para ser feliz, quase posso ouvi-la responder em seu tom arisco. Nem eu, respondo mentalmente para mim mesma e começo a questionar se estou ficando louca.

Levanto-me do banco e ando de volta para a mesa.

— Vamos dançar, Zach. – puxo-o pela gravata, com uma determinação que eu nem conhecia, sem esperar consentimento ou que ele se despeça do seu amigo inconveniente – aquele cara não tinha vida própria ou alguém com quem dançar, não?

— Uou, Elsa. Você... está incrivelmente sexy com esse seu jeito autoritário. – ele sussurra, quando chegamos à pista de dança e começamos a dançar.

— Hm... obrigada.

— Sério... você já é incrível normalmente e, assim, com seu corpo colado ao meu... você fica simplesmente irresistível. – ele me dá um sorriso que poderia me fazer dobrar os joelhos, aliadas àquelas palavras... se não fosse o cara errado dizendo-as.

Seu rosto vai se aproximando, aproximando e não percebo quando seus lábios tocam os meus.

Me afasto imediatamente.

— Desculpe... eu não sei se estou preparada para isso. Eu acabei de terminar com o Jack, então...

— Eu não me importo com o Frost. – ele se aproxima novamente, colando sua testa na minha e olhando em meus olhos. – Nós podemos ser muito melhores juntos do que vocês dois eram, Elsa. Você não entende? Seríamos um ótimo casal juntos. Muito mais do que a menina da patinação e o astro do hóquei. Poderíamos ser Zach e Elsa.

A sinceridade em sua voz, o jeito doce que diz isso... tudo isso faz com que eu tenha vontade de dizer sim às suas propostas, de abraçá-lo e de nunca soltá-lo, de dar-lhe consolo e carinho, de ser “Zach e Elsa”.

Mas eu não posso. Não agora, pelo menos. Eu não estou pronta para um relacionamento.

— Desculpe, Zach... mas... eu não posso. – me desvencilho dele e me afasto o mais rapidamente que posso, para que ele não me chame de volta e que eu não tenha que encarar a minha realidade.

Vou em direção ao bar. Ou melhor... à mesa de ponche. Talvez algo alcoólico ajude.

Coloco um pouco de ponche para mim, mas na primeira golada, percebo que algo alcoólico realmente não vai ajudar.

Arg. Que gosto ruim. Por que essas pessoas gostam de cerveja, afinal – ou o que quer que esteja nesse ponche –, tem um gosto tão ruim.

Bufo e vou para o bar, que está relativamente vazio, com todos os casais apaixonados agarrados na pista de dança, talvez uma bebida que eu possa legalmente beber seja menos desagradável.

Peço um coquetel de kiwi – uma das melhores bebidas que meus lábios gelados já tocaram, a propósito – e fico bebericando debruçada no bar, quase como um daqueles caras desiludidos amorosamente de filmes clichês que afogavam suas mágoas no álcool. Ainda bem pro meu fígado que um coquetel de kiwi sem álcool é bem mais apetitoso.

Viro-me no meu banquinho pra olhar os casais dançantes, mas meu olhar acaba sendo atraído para Jack, que está conversando qualquer coisa com Naveen, que vai começar a tocar a qualquer momento e que está vestido de sapo. O resto da sua banda está atrás, cada um vestido de um animal. Tem um cavalo, uma girafa, um cachorro e um papagaio. Eu até vi um cara vestido de dragão vermelho, mas eu duvido que tenha a ver com eles, de qualquer forma.

— Você devia ir falar com ele. – ouço alguém dizer atrás de mim.

Paro de observar Jack e giro para ver quem falou e se foi comigo.

Deparo-me com Alexandra, a sobrinha do professor de marcenaria e acompanhante de Jack. Ela está sozinha no bar, bebericando alguma coisa, ela me encara com seus grandes olhos negros e curiosos enquanto parece esperar que eu fale algo.

— O quê? – é a única bosta que sai da minha boca.

— Com o Jack. – ela responde. – Você devia ir falar com o Jack.

O que diabos essa menina quer comigo, afinal? Brincar com meus já confusos sentimentos?             

A observo por um tempo sem saber o que falar, isso é sério?

— Por quê? Você é a acompanhante dele. – pontuo lentamente, após uma longa pausa sem saber ao certo o que dizer.

A encaro tentando mostrar o que isso significa.

— Eca! Eu e o Jack não temos nada! – ela parece realmente horrorizada com a ideia. – Menina, se toca! – seu tom é como se fosse uma exclamação gritada, mas sua voz não se eleva nem um pouco. Ela fala como se fôssemos velhas amigas e ela estivesse me dando conselhos amorosos. É bem estranho. – Eu e ele nunca tivemos nada, não temos agora e nunca iremos ter! – ela olha para mim e ri (uma risada autêntica e contagiante que eu tento ignorar), como se o que eu disse fosse a coisa mais engraçada do mundo.

Quando ela percebe que eu não compartilho de sua animação, para de rir e olha para mim, séria.

— O Jack é como um irmão para mim. Eu era a babá dele e da irmã quando eram mais novos. – explica e eu franzo o cenho.

Babá?

Ela parece ler minha confusão.

— É, babá. Minha mãe é amiga da mãe dele e ela sempre me pagava para cuidar dele e de Pippa. De qualquer forma, até ela parece adorar você, então eu acho válido que você vá lá e arrume tudo com o Jack, porque ele está mal para caramba com tudo isso e tenho certeza que ele não fez nada para merecer seu desprezo, Elsa. Poderia falar mais algumas coisas constrangedoras sobre ele e essa situação, tipo o quanto ele chorou ou ficou emburrado, mas acho que ele me detestaria por isso. – ela pisca e dou uma risadinha. – De qualquer forma, por favor, pelo converse com ele e tire essa conversa a limpo.

— Obrigada. – digo, me levantando, mas não muito convencida. Talvez eu devesse ir atrás de Merida de novo e me grudar a ela, por vergonha de ficar sozinha numa festa onde todo mundo está se pegando.

Já desisti de Merida, quando acabo esbarrando em Jack.

Seus olhos azuis me encaram por intermináveis segundos, então ele agarra meu pulso e me puxa para o lado de fora.

— Zach tentou me beijar. – solto, assim que o vento frio bate em meu rosto, ele ainda me conduzindo até um banco de pedra de aparência desconfortável.

Ele para e procura meus olhos com o seus, mas eu evito seu olhar.

— E...? – há uma certa apreensão em sua voz.

— “E” o quê? Eu não queiro beijar ele!

Eu quero te beijar.

— Ah... isso é bom. – ele me dá um sorriso de tirar o fôlego.

Ele me puxa para sentar-me com ele e segura cuidadosamente meu braço. Ele para por um instante, como se estivesse decidindo alguma coisa.

— Venha. Tenho algo para lhe contar.


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Notas finais do capítulo

Ai, deu um trabalhão para postar esse capítulo - o Nyah não está mesmo cooperando. Acho que é pelo fim... .-, Mas devo isso a vocês...

Então, gostaram de nossa despedida? Fiz bem grande, especialmente para vocês.
Amo-os muito,
Carinho,
Liz.

P.S.; Podem realmente me chamar por MP, estarei aguardando, seria bom dividir a minha tristeza com alguém. É isso mesmo, leitores fantasmas, até vocês.



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