Challenges of The Love escrita por Liz Rider, Kiera Collins


Capítulo 32
Temos Um Plano


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente, desculpa a demora, mas eu tive um bloqueio literário, então...
Mas para compensá-los(a eles e a elas), esse capítulo tá bem grandãooo!
Então, eu estava conversando com a Elsa Frost - lindo nome, a propósito - e ela me perguntou se teria um P.O.V do Jack para ele explicar as coisas e esta foi minha resposta:
"Essa coisa do Jack e Vanessa. Sei que todas querem acreditar que o Jack é um santo, um bom garoto, fiel e legal, mas não pensem que é assim. Não estou dizendo que foi o Jack que beijou a Vanessa ou o contrário, mas queria deixar claro que o Jack não é tão santinho como eu gostaria que fosse."
E eu só mandei para que vocês soubessem disso. Eu posso até fazer um P.O.V do Jack, porque eu tô realmente pretendendo, mas queria que os leitores esquecessem essa ideia que o Jack é bom, justo, leal e parceiro. O Jack faz muita burrada, só não apareceu ainda. Porque, como a Kiera disse bem: "O cerne dele é a Diversão."
Obrigada, Elsa Frost pela linda recomendação, simplesmente amei e por esse motivo o capítulo é dedicado a você ;)



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P.O.V Elsa

Entro no táxi com Anna ao meu lado. Ela não parecia muito entusiasmada, já que Kristoff aparentemente teve um compromisso e não poderá ir para a festa de Merida. E eu não estou também muito entusiasmada porque não farei absolutamente nada nessa festa. Claro que não seria a primeira vez que iria para uma festa só por ir. Fiz isso quase a minha vida toda, mas, depois de provar o gostinho de ir para uma festa para encontrar alguém, para curtir, para festejar, a coisa mudava de figura, já havia provado o gosto do bom, não queria mais o mais ou menos.

A semana havia sido mais difícil do que eu tinha imaginado. Manter-me longe dele me cobrava um grande esforço. Era como uma pena a um condenado, mas quem havia infringido as leis havia sido ele, não eu.

Eu não contava com a patinação. Realmente não havia me lembrado do campeonato quando terminei com Jack. Não havia me tocado o quão torturante seria ter que vê-lo e estar tão perto dele, tão intimamente perto dele. Só havia pensando que do jeito que estava não dava, que tinha que puni-lo por me machucar tão profundamente, só não esperava me punir também no processo.
Choro sangue toda vez que o vejo. Toda vez que ele sorri, mesmo que ultimamente ele não esteja sorrindo tanto. Ele parece quase miserável e uma pequena - enorme - parte de mim se delicia disso.
Pensei seriamente em falar com Jonas para que ele trocasse Jack ou que me trocasse. Lucas já estava quase bom mesmo, não é? E eu não ficaria tão triste se ele patinasse com Liana, mas definitivamente ficaria arrasada se ele patinasse ao lado de Vanessa, aquela vadia de merda não teria esse gostinho. E esse motivo – mais o motivo de a gente não poder mais ter a ajuda de Jonas, claro – me fizeram desistir da ideia.

Mas a tortura era tão grande ao sentir seu corpo tão próximo do meu, colado, na verdade, e não poder tocá-lo de fato, sentir seu perfume, beijá-lo...

– Elsa? Chegamos. – Anna diz baixinho, tocando meu ombro.

Abro minha bolsinha de festas e pago o motorista. Anna sai primeiro e vai saltitante até a festa. Eu vou atrás, meio desconfortável, seguro meu braço com as mãos, como se quisesse fazer uma cadeirinha para alguém sentar em meus braços e nos de outra pessoa.

Antes de tudo, o barulho quase ensurdecedor da festa me atinge. Demoro alguns segundos para conseguir me acostumar ao som.

– "Diga aos guardas para abrirem o portão." – cito num murmúrio e entro na festa, ainda um pouco hesitante.

Anna já está longe e parece já ter superado a ausência de Kristoff. Umbrella, Beyoncé, em uma versão mixada toca por meio de várias caixas de som colocadas estrategicamente para cobrir a festa toda.

Vejo a mãe de Elly e ela acena para mim, sorrio e aceno de volta. Caminho em sua direção e a música é trocada. "Blank Space", Taylor Swift começa a tocar e eu sorrio ainda mais. Gosto dessa música. Elly, porém, franze a testa, faz uma cara irritada e depois faz um sinal de pare com as mãos. Paro. Ela vira-se e caminha até o DJ. Pelo visto, ela não gostava da música.
Enquanto espero que Elly venha até mim, olho em volta procurando Jack em busca de nada em especial. Vejo um garoto de cabelos negros, nariz maior que o de Kristoff e várias tatuagens azuis pelo corpo, ele está conversando animadamente com várias garotas que estão em volta dele. Seu olhar se ergue e encontra o meu. Ele sorri. Eu desvio o olhar. Vejo um cara enorme, loiro e gordinho, não de um jeito horrível, mas fofo. Ele conversa um pouco hesitante com um cara loiro, baixinho e com cara de TV sem sinal. Suspiro frustrada e ouço a música ser trocada por "Demons", Imagine Dragons. Cantarolo a música baixinho, enquanto espero Elly.
De canto de olho, vejo o bonitão de tatuagens se aproximar com um enorme sorriso no rosto. À minha frente, a mãe de Merida, Elinor, caminha alegremente em minha direção, cumprimentando uma ou outra pessoa no caminho. Tento ir de encontro a ela, mas o garoto de cabelos negros me alcança.

– Olá, gatinha. – diz, com um sotaque carregado. Irlanda? Talvez. Escócia? Provavelmente.

– Oi, Elsa. Vejo que já conheceu o primo de Merida, Steven. Ele, seu pai e boa parte do resto da família de Fergus vieram da Escócia somente para o aniversário de Merida.

– Vimos especialmente, tia. Também queremos assistir ao campeonato das meninas. – ele fala, olhando para mim e sorri para mim. – Ela é do colégio da prima? – ele pergunta com seu sotaque carregado como se eu nem estivesse ali, virando-se para Elinor pela primeira vez em toda a conversa.

– Oh sim. Desculpe. – ela dá um sorrisinho mínimo. – Steve, essa é Elsa ela é uma das melhores amigas de Merida. – quase fico lisonjeada com o título. – Elsa, querida, esse é me sobrinho, Steven MacInstosh.

– Igual a Sophie? – pergunta, certamente se referindo à equipe de patinação e me olha com curiosidade.

– Sim, Steven. Igual a Sophie. – ela parece cansada. – Eu ia fazer sala para Elsa, mas como há o Steven, acho que ele pode fazer isso por mim. – ela sorri e sai sem mais, nem menos.

– Olá, Elsa lindinha. Tudo bem com você?

Não queria dizer a esse total desconhecido que nada estava bem. Que estava tudo uma grande e enorme merda. Que meu namorado bosta me traíra, mas que, mesmo assim, eu ainda o amava. Que a dor me consumia como um câncer terminal.

– Tudo ótimo. E você?

– Melhor agora com você aqui.

Resisto ao impulso de revirar os olhos. "Esses conquistadores baratos." Jack não era assim.

Vejo uma garota ruiva – um ruivo sem a energia dos cabelos de Merida, os cabelos da menina, na verdade, são da cor de cenoura –, baixinha e com um porte forte se aproximar dele. Ele conversa brevemente em um dialeto que não conheço e depois ele vira-se para mim e diz:

– Perdoe-me, tenho que ir. – então pega minha mão e a beija.

Olho para ele de olhos arregalados. Como assim? Qual é o problema desses escoceses? Vejo ele se afastar e fico mais alguns momentos olhando para o nada.

– Oii!! – berra Astrid em meu ouvido.

Olho para trás e sorrio de lado ao ver um Soluço somente sorrisos com o braço enlaçado na cintura de um Astrid certamente para lá de bêbada, mas parecendo muito, muito, muito feliz. Ignoro um pouco a minha própria surpresa e fico feliz por ela. “Finalmente!”

– Finalmente vocês se assumiram, foi? – digo, num tom divertido.

– Tive que embebedar ela para isso. – Soluço diz, com um sorriso, o que me faz querer acreditar que ele está brincando, mas o estado de Astrid me faz acreditar o contrário.

– Pois é. Estou tão feliz! Faz tempo que eu queria assumir, mas... – ela faz uma pausa, uma careta, depois sorri. – Não sei. Não tinha coragem. Agora todos sabem. Todos sabem que Jason Hiccup Spantosicus Strondus Cowell é meu. E que eu sou dele. – ela dá um enorme sorriso que faz parecer que seu rosto foi dividido em dois.

– Não precisa gritar, meu amor.

“Ownnn. Ele a chama de 'meu amor' isso é tão fofo!”, aquela fofura e doçura só me deixava mais miserável.

– Com licença. – murmuro, evitando olhar para o sol ofuscante que me cega.

– Opa! – diz uma voz grave conhecida quando colido contra o peito de alguém. – Tudo bem, loirinha?

– Claro, Lucas. – sorrio, sem graça. – Desculpa, o sol me cegou. Eu e ele não nos damos muito bem. Prefiro o frio.

– Deve ser por isso que é patinadora.

– Talvez. – dou de ombros. – Podemos sair daqui? – pergunto.

– Claro. – ele sorri e me conduz para um lugar na sombra de uma árvore. – Então... – ele começa. – Soube que você e o Frost terminaram e eu estava pensando se... – ele começa a falar, mas é interrompido.

– Interrompo? – Gustavo pergunta e eu sorrio para ele. Se minha intuição estiver certa, ele acabou de salvar minha amizade com Lucas.

– Não. – Lucas diz, mas está claro que ele pensa o contrário. – Eu já estava indo mesmo. Até daqui a pouco, Elsa. – ele sorri e vejo que ainda não estou salva.

Gustavo senta-se ao meu lado e passam-se alguns segundos antes de ele perguntar:

– Você sabe por que a Merida está atrasada para a própria festa de aniversário?

– Ela está com o Hans. – digo, despreocupadamente, para só depois perceber a burrada que fiz. – Eles foram assistir um filme... – completo, mas percebo que a emenda saiu pior que o soneto.

– Ah. – ele parece um pouco incomodado. – Entendo.

Ficamos em silêncio por algum tempo antes dele continuar:

– Fiquei sabendo que você e o Frost terminaram. Sinto muito por isso, você parecia gostar muito dele.

– E gostava. – digo.

– Não gosta mais?

Tenho vontade de dizer-lhe que é claro que eu gosto, mas não o faço.

– Não mais.

– Ele te machucou, não foi?

– Mais do que qualquer pode entender.

– Parabéns!!! – abraço a minha amiga ruivinha. – Ei... eu trouxe Anna, algum problema? – Anna não sabia que Merida não havia convidado-a... oficialmente.

– Não, claro que não. Que bom que você veio, Anna. – ela sorri para minha irmã que a abraça também.

Gustavo aparece e vai abraçar Merida, mas quando vê Hans atrás dela parecendo um guarda costas e com cara de poucos amigos, para, mas ela o abraça do mesmo jeito. Observo Hans e vejo sua expressão se contorcer em ciúmes.

Aproximo-me de Merida e sussurro em seu ouvido que nem eu nem Anna estamos de traje de banho. Ela franze o cenho antes de murmurar algo como “Que tipo de pessoa vai para uma festa na piscina sem roupa de banho?” e depois se despede dos meninos.

Em seu quarto não fazemos muito mais que nos trocar, até que alguém entra no quarto. Anna grita.

– SAI DAQUI, SEU TARADO! – é o que ela fala.

Olho para a porta alarmada e me deparo com um loiro baixinho, aquele com cara de Tv sem sinal. Ele olha para nós, três meninas semi nuas com cara de quem perdeu alguns capítulos da novela.

– Saia daqui, Wee. – Merida diz calmamente, apesar de seu tom ser irritado.

– Mas eu queria ir ao banheiro...

– O banheiro é na terceira porta à esquerda. – ela fecha a porta em sua cara depois se vira para nós para se desculpar. – Desculpa, meninas, ele é meu primo e eu acho que tem sérios problemas mentais.

Anna ri, enquanto eu encaro a porta. Depois de alguns segundos volto a me vestir.

Quando descemos as escadas, Hans e Gustavo só faltam babar. Aproximo-me de Anna para cochichar:

– Olha, eles estão babando por ela. Ela deveria se decidir e parar de brincar com os sentimentos deles. Sei como dói.

– Não fique assim. – Anna diz, antes de chegarmos ao último degrau e ela me abraçar. – Isso vai passar. Tenho certeza que vai. – e se afastou, sem mais nem menos.

Fiquei ali parada no pé da escada, duas ou três pessoas passaram por mim como se eu nem estivesse ali até que uma parou em minha frente. Ou melhor, duas.

– Saia dessa fossa, amiga. – diz Astrid, parecendo completamente normal agora, o que me leva a crer que ela não estava realmente bêbada. “Bêbada de amor, talvez.” O pensamento me faz revirar os olhos.

– Pois é, Elsa. Ele não merece te deixar assim. – Elly concorda.

– E por isso temos um plano. – dizem as duas em uníssono, como duas irmãs gêmeas.

– Um plano?

– É. Para mostrá-lo que fez merda. – diz Elly.

– E possivelmente fazê-lo se sentir mal e ter remorso. – completa Astrid com um sorriso maligno.

– Meninas, eu não quero que ele pense que estou arrasada por causa dele.

Elas me olham com uma cara de “e precisa de um plano para isso?”. Eu achava que estava sendo convincente.

– Você não vai mostrar que está sofrendo, só vai fazê-lo sofrer. – explica Astrid.

– Você aceita nossa ajuda ou não? – Elly diz.

Penso em como Jack parece estar perfeitamente bem depois de nosso rompimento, como ele não parece estar culpado, parece ter superado perfeitamente tudo. No começo ele até pareceu magoado, triste, um pouco miserável, mas agora? Bem, o herói do hóquei da Olympic High School parecia ter superado sua antiga paixonite.

– Topo. – digo, decidida.

– Ótimo! – exclama Astrid alegremente. – Então, você conhece...

O plano estava ótimo, na minha opinião, mas não sabia se queria fazer aquilo, talvez aquilo não fizesse Jack se tocar do que perdeu e o quanto me machucou, somente me machucar ainda mais, mas o tanto que as meninas insistiram que eu teria que fazer aquilo de qualquer jeito.

Vejo Soluço conversando com Naveen e Jack e me distancio. Jack havia dito que ele e Soluço eram muito amigos e próximos, assim como ele e Merida, mas que, quando ele começou a namorar a insuportável da Vanessa eles tinham se distanciado, por minha causa sua amizade com a Merida estava voltando ao eixos e ele estava tentando arrumar também sua amizade com Soluço. Mas se Soluço e ele iam virar carne e unha, terei de parar de passear com ele e Astrid, o que é chato, porque aprecio demais a companhia deles.

Então Jack me vê e está se despedindo deles e vindo em minha direção. Finjo que não vi e subo as escadas, vou para o quarto de Merida e fecho a porta. Sei que ele não me viu. Alguns minutos se passam antes de eu decidir descer.

Quando piso no jardim da casa de Merida, sou atingida por um jato d'água e fico completamente possessa. Não é porque estou numa festa na piscina que pretendo me molhar, nem na piscina eu pretendia ir. Olho para pessoa que jogou água em mim e percebo que é Jack, ele está com uma pistola d'água que desconfio que pegou com algum dos três irmãos de Merida. Minha raiva só aumenta ao saber que é ele e ver um enorme sorriso em seu rosto, atrás dele vejo que todos estão acertando uns aos outros com balões d'água ou pistolas parecidas com a de Jack.

Ele se vira e sai correndo, acho que esperando uma retaliação. E ele a terá. Mas nunca fui uma garota de água. Eu sou gelo.

Pego umas duas ou três bexigas e vou até a geladeira, tiro vários cubos de gelo e coloco-os, com algum trabalho, nos três balões, ponho um pouco de água e saio da cozinha a passos decididos. Quando finalmente encontro Jack, ele está fuzilando Soluço e Astrid que se beijavam antes de serem interrompidos por ele.

Torço para que ele não me veja. O primeiro balão acerto em sua cabeças, lembrando-me do dia no shopping. O segundo em seu peito, lembrando-me de como nele eu me aconchegava. E o último eu acerto os cubos de gelo nos seus cubos de gelo, lembrando-me da festa há algumas semanas e depois saio correndo.


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Notas finais do capítulo

Gostaram do meu big capítulo?
Essa última parte eu dediquei à Ginger, porque ela ainda vai sofrer muito com Herida ;)



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