Challenges of The Love escrita por Liz Rider, Kiera Collins


Capítulo 3
Patinando para a Aceitação


Notas iniciais do capítulo

A gente, eu e a Kiera, mais ela do que eu, estamos de luto, porque o Cinza, um dos hamsters dela, foi morto pelo Branco, outro hamster dela. Um minuto de silêncio pelo Cinza.
Beijinhos :(,
Liz.



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P.O.V Elsa

A manhã havia sido chata e monótona, igual a Seattle e isso me deixou feliz por algum motivo inexplicável. Havia tido aula de literatura, espanhol, biologia, libras, inglês avançado, física e acabei de sair da aula de artes, tenho dez minutos para ir nos vestiário – que por acaso eu não sei onde fica – vestir-me e ir para o ringue de patinação – que eu também não sei onde fica.

Apesar de tudo, hoje foi muito legal e as aulas nem foram tão entediantes como me lembrava, talvez porque seja o começo do ano. Nas horas dos intervalos, sentei-me com Anna e Kristoff, o loiro de mais cedo, por quem parece que Anna se engraçou e ficamos conversando. Também havia visto o garoto de cabelos brancos, ele, a propósito, havia até parado em nossa mesa: ele trocou duas ou três palavras com Kristoff, lançou um sorriso que conseguiria derreter até o mais gélido coração para minha irmã e foi embora, mas me ignorou, ignorou completamente.

–Quem esse garoto pensa que é? –eu pensei em voz alta.

–Ele é Jack Frost. O capitão do time de hóquei do colégio e o queridinho das garotas. –Kristoff havia me respondido e lançado um olhar desconfiado para minha irmã, que havia lhe dado um sorriso sereno e bobo.

“Será que já está rolando algo entre eles?”, eu havia me perguntado mentalmente.

Mas acontece eu estava realmente afim de nunca mais vê-lo na minha vida, digo, esse tal de Jack Frost, não sei como ele pode ser o galã desse colégio. Reviro meus olhos.

Eu e a garota ruiva da aula de literatura, Merida Redhead, havíamos meio que nos tornado algo como amigas, não amigas íntimas, mas amigas. Ela era legal, divertida, engraçada e rebelde, igual a seu cabelo, que ela aparentava não tentar mais domar. Sorri quando a vi sair de uma sala, enquanto eu tentava achar o vestiário.

–Oi? Merida? –pergunto, em dúvida.

Ela se vira e sorri para mim.

–Oi, Elsa. Tudo bem? Você parece perdida. –há um ar de divertimento em sua voz.

–É, realmente isso. Não sei onde fica o vestiário feminino. –soprei uma mecha de cabelo da frente do olho.

–Estou indo para lá, posso te mostrar o caminho.

E lhe sigo. Quando chegamos lá, pegamos novas senhas e números de armários e nos dirigimos para eles, o dela o 29 e o meu o 35. Ponho minha bolsa dentro dele, pego a roupa e me troco, pego meus patins, certifico-me que as lâminas estejam com o protetor e aninho-os em meus braços.

–Você teve sorte de ter perguntado a mim e não a outra pessoa, do jeito que algumas pessoas são, poderiam acabar lhe mandando pro vestiário masculino. –ela diz e revira os olhos, o que me faz pensar que ela tem alguém em mente. –De propósito. –ela completa, para o caso deu não ter entendido.

–Oh. Muito obrigada, então. –dou um sorriso mínimo. –Se não for abuso, poderia me dizer onde é o ringue de patinação?

Ela faz uma cara triste, mas me responde:

–Eu te levo lá. –fala e percebo que se trocou, apesar de sua roupa não ser muito diferente da que usada antes, ela tem um arco nas mãos e uma aljava cheia de flechas nas costas. “Uma arqueira.”, penso. –Sabe, minha amiga Sophie, ela era patinadora, sempre íamos juntas. –ela sorri tristemente. –Mas ela saiu. –sua tristeza se transforma em raiva, mas eu finjo não ver.

–Oh, que legal. –digo, pois não sei mais o que dizer.

–É aqui. –me diz quando chegamos. –Até mais. –não espera minha resposta e vai embora.

–Até mais. –sussurro, encarando a superfície de gelo, ela parece nova em folha, como se não a tivessem usado ainda. “Talvez eu a inaugure.”, penso com satisfação, ponho meu patins e entro no ringue.

Primeiro faço o footwork, depois dou um salto de 360° graus e aterrisso com um só pé, com perfeição, meu antigo professor ficaria orgulhoso. Sorrio com esse pensamento e patino um pouco enquanto ninguém chega. Fico fazendo manobras simples ou simplesmente patinando e as pessoas vão chegando. O primeiro que chega é Lucas. Ele é bonito, mas não um colírio para os olhos, é muito gentil e divertido. Depois chega Liana. Ela é uma morena calma e tímida, prefere ficar quieta na dela, e, pelo que Lucas me falou, ela só se solta quando está patinando e lá, ela dá um show. A próxima pessoa que chega é uma garota chamada Elly, ela parece ter traços orientais e começou uma conversa calorosa comigo. Depois chegaram mais duas meninas e um menino, que eu não guardei os nomes. E por última, meia hora depois do marcado, chega o instrutor, que se chama Jonas e deve ter algo entre 25 e 35 anos de idade. Ele sorri para nós, põe seus patins, entra no ringue e começa:

–Bem, como devem saber, Sophie Costa, saiu do colégio, e ela era nossa principal patinadora, digamos, a capitã da equipe e estamos precisando de uma substituta. –ele olha para todas a garotas da equipe e sorri docemente. –E olhe, vejo que temos rostinhos novos! –ele diz, patinando para perto de mim. –Como é seu nome?

–Elsa. –murmuro –Elsa Ice. –digo, minha voz se elevando.

Ele ri, e eu também riria se eu visse uma patinadora do gelo com o sobrenome Ice, que na verdade é gelo em inglês, que irônico!

–Gente, se apresentem para a Elsa! –ele fala como se desaprovasse a falta de iniciativa da equipe para me fazer sentir também da equipe.

As pessoas se apresentaram novamente, mas só gravei o nome de Lucas, Liana, Elly, do instrutor e de Vanessa, uma garota da idade de Anna, mas totalmente diferente dela, na verdade, diferente de todos nós, ela é horrível, é má, arrogante, mimada e amostrada, mas acho que não devo sair por ai julgando todos que eu ver pela o que demonstram nas primeira impressão, posso estar errada. “Ou não...”, penso irônica, lembrando-me de um certo jogador de hóquei metido.

–Agora, vamos treinar, seu vagabundos! –ele berra num tom divertido e jogo os braços pro alto, depois olha desconfiado para mim, mas lhe dou um sorriso tranquilizador, enquanto o pessoal se dispersa para patinar.

Patino um pouco, mas também observo os outros, eles tem um estilo meio parecido de patinação, não arriscam muito, estão só de boa, mas vez ou outra alguém faz uma bela manobra e os outros param, olham e se der tudo certo, aplaudem. Mas não é assim que funciona, não pelo menos para mim, eu arrisco, eu tento, eu faço as melhores manobras possíveis de vários modos diferentes até atingir a perfeição e quando atinjo, procuro outra manobra para aperfeiçoar, claro que isso tem um preço, eu já quebrei minhas pernas uma vez e torci o tornozelo mais de um milhão de vezes, o que é frustrante, já que se estou com o tornozelo torcido não posso patinar.

Patino um pouco, faço um footwork, seguido por um spin e todos me olham, depois faço um salto, giro 180° graus e todos me observam encantados, quando aterrisso, quase que perfeitamente, só com um pequeno erro técnico quase imperceptível. Sorrio para eles e o treino continua.

E assim acontece pelas próximas duas horas. Parece que eu me destaco entre eles, eu e Lucas, na verdade, mas parece que por eu ser novidade, eu realmente me destaco.

Sorrio para Liana e Elly enquanto saio do vestiário e vejo uma Vanessa muito descontente me lançado olhares de raiva, não a culpo, uma novata roubar totalmente os holofotes deve ser muito chato. Vou para o corredor e encontro Lucas me esperando, aperto meus livros contra o peito e tento caminhar normalmente.

–Oi. –ele diz, emparelhando ao meu lado.

–Oi. –tento soar simpática, mas ao mesmo tempo um aviso subentendido “Tchaaau!”

–Tudo bem?

–Sim. –olho para a frente e vejo Anna. –Oh, desculpe, tenho que ir, talvez minha tia já tenha chegado.

–Ah, okay. –ele parece um pouco desanimado.

–Até mais. –digo e corro até minha irmã, mas antes que eu a alcance, eu bato em alguém e caio para trás.

–Você está bem? –uma voz aveludada me pergunta e olho para cima, mas me arrependo. Não porque eu tenha ficado tonta, mas pela pessoa que me estende a mão.

Tiro o cabelo do rosto de lhe dou um olhar de raiva. Apresso-me para pegar meus livro que com o baque se espalharam pelo corredor e ouço o barulho de pés no corredor, provavelmente Lucas e Anna vindo em meu socorro.

–Você está bem? –eles também perguntam em uníssono.

–Estou. –respondo. –Estou bem. –levanto-me sozinha, recolho meus livros e o que restou da minha frágil dignidade e caminho lentamente. –Vamos, Anna. –digo, colocando a máscara de menina indiferente. –Até mais.

Anna me acompanha até a saída mais próxima, o carro de tia Silvia está nos esperando, aceno para ela e para Rapunzel, entro, encosto minha cabeça no vidro e assim fico pelo resto da viagem.

No dia seguinte, no segundo intervalo, eu e Merida estamos sentadas juntas em uma mesa do refeitório, estamos meio caladas, desde que Lucas, Kristoff, Anna e Elly saíram da mesa, não sabemos exatamente o que dizer uma para outra, ficou estranho. O legal é que ela, Lucas, Elly e boa parte da equipe de patinação, já eram amigos, porque a tal da Sophie Costa era a amiga que saiu do colégio, e o pior de tudo, eu não tinha ligado isso até a hora que Lucas e Elly a cumprimentaram calorosamente.

–E então, o que está achando da Olympic? –pergunta, ansiosa para puxar assunto.

–É legal. –nesse exato momento a garota que me lançou olhares feios ontem, Vanessa, passa e me lança mais um olhar feio. –É impressão minha ou essa garota me detesta?

–Acho que ela te detesta. –ela ri.

–Mas por que? Eu nunca fiz nada para ela? Nem a conheço!

–Na verdade, essa ai odeia quase todo mundo, qualquer um que ameace roubar os holofotes dela, ela já vai dando olhares feios. Fico feliz por não ter uma menina assim na minha equipe. –ela diz, o desprezo subentendido em sua voz. –Era assim também com Sophie. Você é muito parecida com ela. –comenta.

Olho-a indignada.

–Por que?

–Por que o quê? –pergunta confusa.

–Por que eu pareço com essa garota que você acabou de dizer que é uma cobra?

–Ah! Não foi com ela não, foi com a Sophie. Você se parece com a Sophie. –fala e solto o ar que nem sabia que estava prendendo, aliviada.

–Hmm, legal, isso foi um elogio, né? –pergunto, incerta.

–Claro que foi! –ela sorri.

–Ah, obrigada. –ajeito o cabelo atrás da orelha, como um sinal de nervosismo.

O sinal toca. Sorrio e despeço-me de Merida, levanto-me e vou para a aula de estudos sociais.


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Notas finais do capítulo

Boa leitura.
Obrigada por lerem, comentarem, acompanharem, favoritarem e todos esses -arem que nós adoramos ver em nossas "Atualizações".
LizRider