Challenges of The Love escrita por Liz Rider, Kiera Collins


Capítulo 29
Meu encontro


Notas iniciais do capítulo

segura teu forninho, ginger



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Saio do banheiro com o cabelo já penteado e meio seco. Ando até minha cama, onde estão minhas roupas recém-adquiridas ainda nas sacolas das lojas, já que não tive tempo de guardar no guarda-roupa. Visto a minha calça jeans nem justa nem folgada e a blusa regata branca com alguns detalhes brilhantes. Por fim, visto uma jaqueta também jeans e calço o meu bom e velho AllStar vermelho.
Estou pronta. E ainda não são nem 11 horas.
Desço as escadas e, infelizmente, tenho plateia.
– Mas já? Faltam 10 minutos para 11 horas! - fala a minha mãe, olhando para o relógio na estante.
– Tô sabendo. Mas não era para me receber com um "filha, você está linda"? - respondo, ironicamente, mas ela não percebe.
– Filha, você está linda! E adiantada. - ela fala. Retiro o que disse, ela percebeu a ironia sim.
– E com fome! O almoço já está pronto?
– Está. - diz meu pai, que está na cozinha, enquanto sinto o cheiro da comida.
Sento-me à mesa e começo a comer. Uns 10 minutos depois, quanto estou lavando as mãos, a campainha toca. Tento manter a calma e não correr para atender, então Hubert, Hamish e Harris saem correndo.
– É o namorado da Merida! - grita Hubert e eu extintivamente cubro o rosto com as mãos, querendo cavar um buraco e me esconder lá.
Vou me arrastando lentamente para a porta e fecho a cara quando ouço minha mãe dar risadinhas.
– Por favor, para. - reclamo.

Hans está cumprimentando meus irmãos repetidas vezes: eles fazem uma filinha, Hans bate na mão de um e ele vai para o final da fila, rindo. É algo tão estranho e bobo que tenho que dar umas risadas.
– Ei, garotão! - Hans chama Harris e entrega uma mochila para ele. - Leva isso para o quarto da sua irmã, por favor.
– O que tem aí? - pergunto.
– Roupa. - ele sorri. - Pra sua festa.
Fergus manda os meus irmãos entrarem e terminarem seu almoço e todos obedecem, dando tchauzinhos para Hans e para mim. Sorrio para eles.
– Então, rapaz. - meu pai fala. E o sorriso de Hans se transforma em uma expressão de pânico. Também devo estar assim. Nossos olhares se cruzam por um momento e eu olho para o chão. - É uma moto? Cuidado, não corra muito.
Ah, não. Ele vai começar com as recomendações. Ah, não. Suspiro e sento no chão, apoiando meu queixo com a mão. Ele continua falando até que Elinor o interrompe:
– Por favor, querido. Você nunca foi ciumento, não vai começar a ser agora. - ela fala.
– Oh, que bom, alguém falou algo. Vamos? - falo, cruzando os braços e olhando para Hans.
– Muito bem! Vamos, Fergus. Deixe-os.
Meu pai suspira e aperta a mão de Hans. Fergus me abraça e minha mãe o imita.
– Divirta-se. - ela fala baixinho pra mim. Sorrio.
Vou até a moto com Hans:
– Não sabia que você tinha uma moto. - digo, enquanto ele me entrega um capacete. Faço um coque, não vai ser legal ir de moto com o cabelo solto. Sento atrás de Hans e, um pouco desconfortável, coloco as mãos na sua barriga, para me segurar.
– Tchau! - falo para os meus pais, olhando para trás. E Hans dá a partida.

Na bilheteria, nós nos separamos: Hans vai comprar os ingressos e eu, comida. Pego uma pipoca grande e dois copos médios de refrigerante. Eu ia comprar tudo de tamanho pequeno, porque tinha acabado de almoçar, mas Hans insistiu para que eu comprasse em tamanho grande.
– Que filme é esse? - digo, colocando uma pipoca na boca enquanto ando em direção a sala de cinema.
– Hã... ele foi dirigido por... um diretor famoso aí, e... ele é de terror, parece... eu li a sinopse e conta a história de uma garota...
– Você não leu sinopse nenhuma e não sabe que filme é esse, né? - Interrompo-o, sentando na cadeira com o número do meu ingresso.
– É. - ele ri. - Eu nem tô ligando para o filme, na verdade. - Hans olha pra mim e desvio o olhar, de repente estou muito interessada na gigante tela escura do cinema.
Mas isso logo muda.
Após 30 minutos de susto-suspense-susto, eu começo a ficar incomodada.
– Cara, eu preferia a tela escura. - digo, fazendo uma careta.
– Eu estou com sono. - diz Hans. Ele força um bocejo e levanta os braços, pousando um na minha cadeira.
– Que clichê, Hans. - digo, mas ele não tira o braço. Pelo contrário, o seu braço escorrega e sua mão vai parar no meu ombro.
– Não vai tirar a minha mão? - ele pergunta.
– Hm... não. - respondo, sem tirar os olhos da tela. Novamente, a música de suspense maldita começou. Outra pessoa ia morrer e eu já estou cheia disso. Viro o meu rosto para o lado de Hans, cobrindo-o com as mãos.
– Eu quero ir embora. - digo.
– Você está com medo? - ele pergunta. Sua voz me diz que ele acha isso muito engraçado.
– Estou sim, porra. Não posso? É um filme de terror, as pessoas tem medo. E você está zombando de mim, mas na hora que você for dormir, aí é que eu vou achar muito engraçado, você sair da sua caminha para...
– CALMA. - ele me interrompe. - Eu também estou, vamos logo.
Tenho que rir. Me levanto e saio pedindo licença e desculpa por estar atrapalhando as pessoas. Aí alguém do filme dá um grito estridente e Hans me dá a mão, e nós saímos correndo.
Já fora do cinema, me solto de Hans:
– Você e seu ótimo gosto para filmes.

O sinal fica vermelho e a moto para. Olho para os lados.
– Olha, Hans! Vamos parar? - digo, apontando para a praça no meu lado direito.
– Parar para fazer o quê?
– Alugar patins, andar um pouco, tomar um sorvete...
– Ah. Tudo bem, então.

Na pequena locadora, pego os patins rosas para meninas e pago por 20 minutos com ele. Hans vem depois, depois de arranjar um lugar para a sua moto.
– Er... só tem rosa? - pergunta ele, depois de olhar toda a prateleira.
– Só. - responde a moça que cuida da locadora, sem tirar os olhos de sua revista de fofoca.
– Pega logo, Hans. Que bobeira. - digo.
– É cada coisa que eu tenho que fazer... - Hans pega os patins. Relutante, ele os calça.
– Pronto. Feliz agora? - o garoto cruza os braços.
– Sim. Vamos. - vou patinando e já estou um pouco longe quando vejo que Hans não me segue. Volto para perto dele.
– Não sei andar com isso.
– Ah. Então... me dá a mão. Vou devagar, ok?
Vou andando e puxando ele, mas Hans "engancha" nas rachaduras da calçada. Até que ele cai no chão de cimento.
– Ai, meu Deus! Você está bem?
– Tô, tô. Só arranhei meu cotovelo e a minha bochecha.
Ele se levanta e senta num banco.
– Já vai tirar os patins?
– Vou. Aliás, nem devia ter colocado eles. - diz, com um sorriso.
– Ok. Mas eu vou continuar com os meus, ainda tenho 10 minutos.

Hans continuou sentado no banco, enquanto eu dei as minhas últimas voltas com os patins. Faltando cinco minutos para eu ter que entregá-los, Hans foi comprar dois sorvetes de casquinha enquanto eu tiro os patins. Já com eles em mãos, caminho até a locadora e os devolvo. Vou até Hans, que está na fila, só para avisar que vou ficar esperando perto de uma árvore.
Fico debaixo da sombra que a árvore faz, me apoiando nela com um braço. Pouco tempo depois, Hans chega.
– Voltei. - ele fala, me entregando a casquinha de chocolate. - Então, a gente saiu para assistir um filme que não conhecia. E não gostou dele.
– Exatamente. - respondo e depois dou uma risadinha.
Quando Hans resolve falar novamente, meu sorvete está quase no final:
– Eu diria que nosso encontro foi, tecnicamente, um fracasso.
– Eu diria que foi um fracasso bem legal.
Eu olho para ele e o garoto está com um sorriso tão grande, aquele sorriso bonito e branco de comercial de pasta de dente, o sorriso que eu gosto tanto. Então, ele passa o sorvete na minha boca:
– Posso lamber?
– Você está pedindo um tapa.
– Não, é um beijo mesmo.

Não consigo evitar que uma vermelhidão se espalhe pelo meu rosto. Hans vai se aproximando, a distância entre nós vai diminuindo e eu deixo. Deixo ele se aproximar, deixo o resto do meu sorvete cair e também deixo que ele me beije, finalmente.
Enrosco meu braço no pescoço dele e nós ficamos assim por alguns minutos. Quando nos "desgrudamos", Hans sorri e olha pra baixo. Depois, ele volta a olhar pra mim, ainda sorrindo.
– O que você está sentindo? - ele pergunta.
Penso um pouco e rio ao escolher minha resposta:
– Calor.


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Notas finais do capítulo

olar pessoinhas



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