Boneca escrita por Lady Murder


Capítulo 8
Droga de coincidência




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Cap. 8 – Droga de coincidência

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"Su-Suigetsu?" Gaguejou Karin, completamente desconcertada e até um pouco corada.

"Eu mesmo. Mas antes de eu receber os beijos e abraços que mereço, quero saber por que e o que as belas damas falavam de mim." Falou, sorrindo, enquanto se sentava entre Ino e Karin. Hinata sentou-se também, pegando um copo de vodca. Sorriu levemente, afinal aquilo seria muito engraçado. "E então, meninas?" Suigetsu insistiu, bastante curioso.

"Bem, pois é. Nós estávamos aqui... falando que... Bem, sabe como é, não é?" Karin se embaralhou nas palavras. Hinata encheu mais um copo.

"Na verdade, não. Vamos lá, não é tão difícil falar. Mal eu sei que não é. Afinal, minha querida Ino dizia que era muito mais eu, o que eu concordo." Sorriu, sabendo o quanto estava sendo egocêntrico. Hinata só assistia a tudo, ainda bebendo.

"Ora, seu convencido." Karin praguejou.

"Estão demorando, meninas." Ino e Sakura encararam Karin, com uma nítida expressão de quem diz 'cuida que é teu'.

Hinata se levantou. As bochechas levemente rosadas devido à bebida. "Tudo bem, Sui-chan, eu conto." A voz da menina estava levemente embargada.

"Sui-chan?" Suigetsu murmurou.

"É o seguinte. Estávamos aqui falando da vida alheia e de como anda a nossa vida amorosa, terrível para algumas, ótima para outras. E, bem, sabemos muito bem como anda nossa querida ruiva Karin." Hinata falava, ainda em pé, meio cambaleante. Ino ria levemente, Sakura assistia de olhos arregalados, Karin escondia o rosto atrás de uma almofada e Suigetsu sorria, com os dentes afiados à mostra. "E, bem, estávamos aqui dizendo para ela largar o Sasuke que, apesar de muito gostoso, não vale nada. E todas nós concordamos que é você é bem melhor para ela. Afinal, é gostoso e ainda é legal! E aí, garanhão, por que não aproveita a oportunidade?" Hinata dizia, com um enorme sorriso no rosto. Suigetsu começou a rir. A Hyuuga, então, se aproximou um pouco dele e sussurrou. "Aproveita que ela ta fragilizada porque..."

"Muito bem, muito bem, querida Hinata. Acho que você bebeu vodca de mais. Que tal um bom banho de água fria?" Sakura disse, ao perceber que Hinata iria contar do agradável dia de Karin copulando com Sasuke. A Haruno começou a levar, devagar, a morena para fora da sala.

"Oh, mas por quê? Eu estava aqui dando dicas ao meu amigo Sui-chan..." Hinata lamentou e Sakura só assentiu, continuando a levá-la para o banheiro.

Quando as duas saíram da sala, Suigetsu parou de rir e virou-se para Karin. "Então quer dizer que sou gostoso e legal?" ele perguntou, atiçando.

"Cala a boca." Karin devolveu, ainda atrás da almofada, com a voz abafada. Ino continuava a assistir àquilo tudo rindo. Suigetsu então encarou a Yamanaka e fez um pequeno gesto para que ela saísse da sala. Ino assentiu, dando uma piscadela para o Hozuki e saindo da sala. Suigetsu estendeu a mão para a almofada que Karin segurava, tentou puxá-la, mas a ruiva segurava firme.

"Por favor, Karin, infantilidade não." Suigetsu franziu o cenho.

"Olha só quem fala. Você só quer que eu diga que você é o gostosão das tapiocas e que é melhor do que o Sasuke para ter seu precioso ego aumentado. Aliás, o que você está fazendo aqui, hein?" ela perguntou, tirando a almofada do rosto.

"Liguei para o seu apartamento, mas vocês não estavam lá. Então adivinhei que vieram para cá. Mas esse não é ponto. Quem disse que eu só quero aumentar meu ego?"

"Ora, vamos, você sabe que é um grande convencido. E, se quer saber, não vai conseguir arrancar nenhum elogio meu." A ruiva bufou. Suigetsu franziu o cenho.

"Eu merecia um ao menos uma vez, não acha? Pelo menos de bom ouvinte, afinal eu agüento você ficar falando e falando do glorioso Uchiha Idiota. Por que é tão difícil, hein?" foi a vez de ele bufar. Cruzou os braços e fechou o rosto, enquanto encarava o chão. Karin mordeu o lábio inferior. Adiantou-se para o Hozuki. Devagar, pôs a mão no rosto dele, que a encarou com surpresa. A ruiva sorriu de leve e encostou seus lábios nos dele, começando um beijo calmo, que logo se tornou feroz com a presença dos dentes afiados de Suigetsu. Ela permitiu que ele aprofundasse o beijo, até que parou.

"Você beija bem." Sussurrou, ainda próxima a ele. "Pronto. Um elogio." Afastou-se, repentinamente. "Agora, pode ir. E não comente nada sobre isso quando eu estiver sóbria."

Suigetsu levantou as sobrancelhas, bastante surpreso. Então sorriu. "Para mim, você está bem sóbria." E se levantou, para logo depois sair do apartamento.

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Sakura acordou naquela manhã de sexta-feira com uma certeza na cabeça: iria comprar bonecas. Mesmo que tivesse que faltar a faculdade, ela iria. E por que numa sexta e não no domingo? Porque sexta Sasori estaria na faculdade tenho uma aula qualquer sobre arte e na loja estaria sua querida ajudante. E daí que ela estava sendo infantil? Sasori foi o que fugiu. Levantou-se e, rapidamente, tomou um banho, vestiu-se e pegou o dinheiro. Passou um brilho nos lábios e pôs um pequeno prendedor no cabelo. Podia parecer mais infantil ainda, mas, se a 'ajudante' a atenderia naquele dia, queria que ela a visse ao menos agradável. Passou no quarto de Karin e assustou-se ao não encontrá-la lá. Foi para a cozinha e via a ruiva terminando de comer um enorme pedaço de melancia, completamente vestida.

"Aonde vai?" a Haruno perguntou, com o cenho franzido.

"Vou atrás de emprego!" Karin respondeu, animada. Terminou a melancia e se dirigiu ao banheiro. Sakura arregalou os olhos de foi para a geladeira.

"Você o que?" pegou leite e açúcar, para, calmamente, preparar seu café. Como Karin não respondeu, Sakura continuou a preparar sua refeição matinal com um belo sanduíche e café.

Karin voltou para a cozinha, enxugando a boca, e pegou um batom na bolsa, passando-o levemente nos lábios. "Vou procurar emprego, já disse."

"Mas... ei... como?" a Haruno ainda estava bem confusa.

"Falei com meus pais ontem. Irei ser entrevistada pela faculdade na próxima semana e estou indo agora fazer uma entrevista para emprego em um jornal. Provavelmente vou começar em um cargo bem baixo, mas vou começar. E aí, quando eu tiver mais experiência, espero ser promovida. E sim, o jornal e a faculdade meus pais que conseguiram. Como disse, foi uma última ajuda deles para mim." E concluiu, sorrindo, satisfeita. "Bem, tenho que ir, se não me atraso. Deixe os parabéns para depois da entrevista! Tchau, tchau!" saiu, dando uma piscadela.

"Tchau..." Sakura murmurou, ainda meio abismada. Mas logo depois sorriu. "Bem, ao menos alguém está se dando bem." E começou a comer.

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Sakura respirou fundo, antes de entrar na loja de Sasori. O barulho do sino na porta chamou a atenção de uma morena no balcão. Sakura percebeu as pontas roxas e chamativas do cabelo da atendente, que sorria. "Bom dia! Sou Itsuki Kitsune! Em que posso ajudá-la?"

A Haruno arqueou uma sobrancelha. Então aquela era a ajudante? "Bom dia, sou Haruno Sakura. Eu queria comprar uma dessas bonecas..." falou, sorrindo também.

"Sakura?" Kitsune arregalou os olhos castanho-escuros. "Ah! Então você é a Sakura-chan! O Danna me falou de você! Você é exatame-"

"Kitsune?" de repente, Sasori saiu de uma porta, um pouco atrás do balcão da loja. Foi quando encarou a porta, encontrando uma surpresa Sakura. "Haruno-sama!" exclamou, com as sobrancelhas arqueadas.

"Sa-Sasori?" a garota de cabelos róseos gaguejou. Estava realmente confusa, afinal como Sasori poderia estar ali? Ele não devia estar na faculdade? E quanto à Kitsune? Ela sabia sobre ela? Sakura não entendia nada. Sasori começou a se aproximar e Sakura não conseguiu evitar que um leve rubor viesse às suas bochechas ao encará-lo. Kitsune só assistia àquilo com um ar surpreso e risonho ao mesmo tempo. "Eu... eu não sabia que você estava aqui. Achei que tivesse na faculdade e... Eu... eu não devia ter vindo aqui. É, foi uma enorme idiotice..." a Haruno falava rapidamente, atropelando-se um pouco nas palavras. Fez menção de se virar, quando Sasori segurou seu braço. Surpresa, Sakura o encarou, corada e não conseguiu evitar o quanto era bom estar tão próxima e o quanto era bom o cheiro do ruivo e... Sakura balançou a cabeça. Não era hora para aquilo. "Com licença, Sasori-san, mas eu estou saindo. Poderia soltar meu braço?"

"Sakura, eu..." o ruivo começou, soltando o braço da garota, mas não teve tempo de continuar, afinal a mesma já começava a sair pela porta, tentando ignorar que Sasori havia a chamado pelo primeiro nome. O barulho do sino na porta preencheu o lugar e Sasori se viu sozinho na loja com Kitsune. Ele fechou os olhos, respirou fundo e abanou a cabeça, virou-se, e começou a ir para o "escritório".

"Hã... Danna?" Kitsune chamou, surpresa. Sasori a ignorou e continuou a andar. "Danna, a Sakura-chan está indo embora..."

"Eu sei, Kitsune. Acredite, eu sei."

"E você vai deixar?"

"O que quer que eu faça? Você não escutou? Ela só veio hoje porque achou que eu estava na faculdade."

"É, mas você não estava, porque não estava a fim de ir. De qualquer forma, você tem a chance de ir pedir desculpa pela burrada que fez. E vai ficar parado? Deidara-san já estaria rindo de você." A Itsuki disse, irritada. Sasori a encarou, essa fora uma das poucas vezes que a vira assim. Geralmente, Kitsune era uma garota atrapalhada e sorridente. Ela apontou para a porta. "Corra atrás dela, agora. Ou eu... eu..." coçou a cabeça. "Ou eu vou me jogar do prédio aí da frente!" completou, corada. Sasori a encarou, com os olhos arregalados. "Ok, talvez não, mas... ah, Danna! Vai logo!" atrapalhou-se.

"É, acho... acho que você tem razão." Murmurou o ruivo, enquanto saía pela porta.

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"Idiota, idiota, idiota!" uma garota de cabelos róseos murmurava, enquanto andava apressada para a estação de metrô. Por que ela tinha sido tão idiota? Sasori havia a segurado, a havia parado! Iria falar alguma coisa! Então por que ela saiu? Por que ela não ouviu? Não sabia dizer. Só... de repente, não quis ouvir seja lá o que for que Sasori fosse falar. Tinha medo do que ele iria falar. Tinha medo que fosse algo desagradável. Ou pior, tinha medo que fosse um pedido de desculpa. E ela não queria isso, por que assim ficaria parecendo que o beijo fora um erro. E de maneira alguma Sakura queria que o beijo fosse um erro. Argh, porque Sasori tinha que estar lá? Droga de coincidência! Meneou a cabeça, começando a descer as escadas que a levavam em direção ao metrô.

"Sakura!" Sasori chamou, arfando, pois viera correndo até ali. Sakura virou-se, com os olhos verdes arregalados. Sasori sorriu meio de lado e foi até ela. Abriu a boca para falar algo, mas logo a fechou. Sakura só encarava seus pés. Estendeu a mão para pegar no rosto da garota, mas logo a abaixou. Respirou fundo. Não tinha certeza do que dizer. "Sakura... Haruno-sama... Des-"

"Não, pára. Sério. Não pede desculpas, por favor. Se... se acha que foi um erro, então só sai da minha frente e... não me procura mais. É bem melhor do que ouvir você pedindo desculpas." Sakura disse, desabafando logo o que estava preso em sua garganta. Suspirou e começou a sair, porém, mais uma vez naquele dia, Sasori segurou seu braço.

"Quem disse que eu achei que tudo foi um erro?" ele perguntou, com o cenho franzido. Sakura ia abrir a boca para responder quando ele a interrompeu. "Por favor, não tire conclusões precipitadas sobre o que acho ou penso." Dessa vez, Sakura levantou levemente as sobrancelhas e iria responder algo, se Sasori não a interrompesse uma vez mais. "Quer sair para jantar comigo?" Sasori perguntou, encarando os olhos verdes da garota que se arregalavam mais e mais. "Eu sei que agi mal e não mereço isso. Eu sei que te devo inúmeras explicações e eu irei te dar. Prometo compensar pelo meu erro. Prometo que dessa vez não sairei correndo de repente." O ruivo sorriu de leve.

"Está falando sério?" Sakura balbuciou, ainda pasma.

"Como nunca estive antes." Ele respondeu, ainda sorrindo de leve. "E então, aceita meu singelo pedido, Sakura-san?" gracejou, pegando a mão da Haruno e a beijando suavemente. A garota de cabelos róseos corou furiosamente. E não falou nada, somente assentiu. "Ótimo." Sasori sussurrou, agora sorrindo mais abertamente. Com uma mão, segurou o rosto da garota e aproximou seus lábios da bochecha dela. Beijou-a na face, rápido e suavemente. Logo depois, afastou-se. "Bem, tenho que ir. Kitsune terá que sair daqui a pouco para resolver um problema. Passo na sua casa às 20h, certo?" Sakura novamente não falou nada, só assentiu devagar. O ruivo acenou e saiu do metrô, deixando uma – ainda – abobalhada Sakura para trás.

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"Boa tarde, Misune-senpai! É uma bela tarde ensolarada, não acha?" Sakura exclamou, enquanto entrava no escritório da sua supervisora. Misune levantou levemente as sobrancelhas, sorrindo.

"Vejo que veio disposta para o trabalho. Isso é ótimo! E espero que esteja com essa mesma disposição depois de amanhã. Afinal... terá sua primeira cirurgia." A Shimura disse, ainda sorrindo. Sakura encarou-a, com a boca entreaberta. Devagar, o rosto da Haruno iluminou-se.

"Está falando sério, senpai?" ela balbuciou, sem acreditar.

"Sim, sim, falei com meu supervisor e você poderá me assistir amanhã. Não será nada complicado, porém irá cobrir tudo o que você vem aprendendo. O comando será meu e, como tenho confiança de que você dará o seu melhor, deixarei você assumir independência em algumas tarefas. De qualquer forma, não falte de forma alguma amanhã. Veremos exatamente como será tudo." Misune falou, calmamente.

"Claro! Sem problema! Muito obrigada, Misune-senpai! Muito obrigada mesmo! Este... este será o meu primeiro passo para uma grande cirurgiã cardíaca." Sakura exclamou, sorrindo abertamente. Finalmente, finalmente! Finalmente sua primeira cirurgia, algo que sempre almejara! Finalmente as coisas começavam a dar certo.

Misune sorriu. "Exatamente, Sakura, exatamente. Agora, vamos. Hoje temos vários pacientes."

"Ah, claro. E... hoje eu poderia sair umas 6h?" Sakura perguntou, meio incerta.

"Um encontro?" Misune indagou, dando um sorriso matreiro. Sakura assentiu, corada. "Bem, então acho que posso segurar as coisas aqui para você. Mas amanhã, se dedique somente ao hospital, certo?"

"Com certeza!"

"Bem, então vamos."

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Sakura abriu a porta do apartamento com um sorriso no rosto. Karin estava na sala, assistindo televisão. Quando a ruiva a viu, abriu um sorriso também e correu até ela. As duas se abraçaram, dando gritinhos um pouco histéricos. "Ok, o meu motivo é porque eu consegui o emprego. E o seu?" Karin disse, se afastando do abraço, ainda sorrindo.

"Você conseguiu? Oh, Deus, parabéns! Parabéns mesmo! Merece comemoração!" Sakura disse, batendo levemente palmas e sorrindo. "Bem, o meu motivo é que... Eu vou fazer minha primeira cirurgia! Eu finalmente consegui! E como se não já estivesse bom o bastante... tenho um encontro com o Sasori!"

"Ai minha nossa, Sakura! Você conseguiu! Eu sabia que conseguiria. Parabéns, você merece muito. E... o que? Sério? Mas você não foi hoje comprar bonecas para evitar vê-lo? Espero que ele tenha pedido desculpas prontamente pela burrada! Bem, temos que comemorar também! Que tal abrir de uma vez o champanhe que está a séculos na geladeira?"

"Concordo plenamente!" as duas riram, enquanto iam para cozinhar trocar felicidades pessoais.


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