Boneca escrita por Lady Murder


Capítulo 4
Coincidências não acontecem duas vezes


Notas iniciais do capítulo

Gente, eu comecei essa fic em 2008, eu tinha 14 anos, então peguem leve ok? XD



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Capítulo 4 – Coincidências não acontecem duas vezes

Sakura não conseguiu abrir os olhos. Eles latejavam tanto, que pareciam que iam cair de seu rosto. Sua cabeça estava pesada e dolorida. Tentou no vamente abrir os olhos e conseguiu, porém seu quarto começou a girar. Ou seria sua cabeça?

Levantou-se, meio cambaleante. Sua cabeça pesava cada vez mais. Ela não entendia porque estava assim. Só havia tomado uma garrafa de vodca com as amigas! Não... Não era só isso. Tinha mais... Talvez tivessem sido duas garrafas de vodca. Ou seriam três? Ela também se lembrava de uma garrafa de uísque, mas não tinha certeza.

"Definitivamente, a noite da bebida não pode ser mais na semana. Não pode mesmo." E se dirigiu ao banheiro, extremamente cambaleante.

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"Essa semana passou rápido, não?" Karin comentou, enquanto comia um pedaço de melancia.

"Parece que voou! Já estamos no domingo!" Sakura disse, chorosa.

"Ou seja, amanhã é segunda e a dura vida de trabalho recomeça." Suigetsu apoiou o queixo na mão.

"Só se for pra você, meu bem." Karin riu.

"Ah é, esqueci que nossa querida Melancia não faz nada. Ela tem os queridos papaizinhos para a sustentarem..." Suigetsu debochou, enquanto pegava o pedaço de melancia que Karin segurava.

"Pode jogar na cara, não me importo." Karin deu de ombros.

Sakura observava os dois, risonha, enquanto tomava café. "Por que você mudou de casa, se não arranjou nenhum emprego?" Suigetsu perguntou enquanto se desviava de Karin, que tentava pegar a melancia em sua mão.

"Acha que eu poderia me encontrar com o Sasuke-kun se eu estivesse na casa dos meus pais?" Karin revirou os olhos.

Suigetsu ficou sério por um instante, que passou despercebido por Karin. Mas logo sorriu. "É mesmo. Quase me esqueci novamente que não tem uma coisa que você faça, que não tenha o nome do Sasuke no meio." Suigetsu jogou, enquanto terminava de comer a melancia.

Karin parou. Franziu o cenho por um instante, séria. Depois se virou e saiu da cozinha, indo em direção para o seu quarto. Suigetsu levantou as sobrancelhas e olhou para Sakura, incrédulo. "Eu disse algo de mais?" Ele perguntou e Sakura o encarou. "Qual é! Eu vivo falando isso pra ela e só agora é que ela liga?"

"Ela não está bem, Suigetsu." Sakura murmurou. "Eu provavelmente vou ser morta se ela descobrir que estou te falando isso, mas ela não está nada bem com Sasuke."

"Ele vem toda noite aqui! Creio que eles estão muito bem." Ele revirou os olhos.

"Oh, claro. Se você acha que sexo é a base de um relacionamento." Sakura ironizou.

"Ah." Ele disse, meio desconcertado. "Eu... O que eu faço?"

"Bem, você eu não sei. Mas eu vou estudar. Boa sorte." Sakura disse, se levantando e saindo da cozinha. Parou por um momento e disse "Só um conselho: pedir desculpas não tira pedaço nenhum." E saiu, indo para o quarto, deixando Suigetsu perdido em pensamentos.

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Sakura se deitou em sua cama. Pegou um de seus livros e começou a ler sem muita vontade. Realmente não estava com saco para estudar. De repente, ouviu vozes vindas do outro quarto. Sorriu ao reconhecê-las como as de Karin e Suigetsu. Não entendeu o que falavam, mas percebeu que era um tom divertido.

"Eu devia virar conselheira profissional e ganhar dinheiro com isso..." Ela murmurou para si.

Suspirou e pôs seu livro no criado-mudo. Não estava conseguindo estudar mesmo. Fechou os olhos e deixou sua mente vagar por um momento. Lembrou-se, então, do dia de seu encontro com Sasori. Ia fazer uma semana...

"Patético..." Ela murmurou novamente.

Mas a verdade é que queria muito encontrá-lo novamente. Claro, ela poderia ir a qualquer hora na loja dele, mas não queria mostrar o quão patética ela era ao ponto de ficar mexida com uma simples conversa. "Ele bem que podia aparecer de repente de novo...", ela pensou. Porém, ela sabia que isso seria uma chance em um milhão. E, se ele aparecesse justamente quando ela estava pensando que não, seria um exemplo de cena clichê.

Mas, sabe, até que Sakura gostava de clichês...

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"Tchau, tchau, Karin!" Sakura disse, saindo de casa, deixando uma Karin muito sonolenta enterrada no sofá da sala.

Sakura pegou o metrô e foi para a faculdade. Quando chegou, fez o que começou a fazer há uma semana atrás: passou seus olhos por todo o campo da faculdade, não deixando de olhar em nenhum cantinho. Sempre atrás de cabelos vermelhos escuros. Porém, nunca os encontrando. Naquele dia, não foi diferente.

"E novamente eu estou fazendo papel de idiota..." ela murmurou antes de seguir para a aula.

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O som estridente indicando que a aula acabara e que chegara a hora do almoço, despertou Sakura de seus devaneios. "Ei, Sakura. Quer ir almoçar com a gente?" uma de suas colegas da faculdade a chamou, apontando para um grupo atrás dela.

Sakura as observou por alguns segundos. Não estava nem um pouco afim de se juntar ao grupo barulhento para almoçar. Mal estava com vontade de almoçar. "Er... Hoje eu fiquei de almoçar lá em casa. Fica para a próxima." Ela disse, sorrindo. A garota então assentiu a saiu com os amigos. Sakura suspirou.

Ela não sabia o que estava acontecendo consigo mesma. Simplesmente não estava afim de nada.

Saiu da sala e da faculdade para ir ao seu Café preferido, próximo de onde fazia estágio. Não estava muito lotado, como ela gostava. Pediu um cappuccino e um pedaço de torta de chocolate. Esse seria seu almoço. Nada nutritivo, mas quem disse que ela ligava?

"Aqui está seu pedido." Sakura sobressaltou-se ao ouvir uma voz grave. Arregalou os olhos ao ver seu pedido sendo colocado na mesa em que estava e alguém ocupar a cadeira a sua frente. Alguém ruivo. "Olá, Haruno-sama."

"Sa-Sasori-san?" Sakura gaguejou, ainda não acreditando no que estava vendo. "O que faz aqui?"

"Eu estava passando por aqui, para almoçar em algum lugar, quando a vi entrar. Resolvi passar para dizer um oi." Ele sorriu, Sakura ainda estava estática. "Vi que iam te entregar o pedido, então resolvi fazer isso." Sasori completou, ainda com um sorriso de canto nos lábios.

Sakura procurava algo para falar, mas simplesmente não conseguia. Era simplesmente inacreditável que ele estivesse ali. Bebeu um gole do cappuccino, para ganhar tempo para se acalmar. "Que coincidência, não?" ela sorriu forçadamente, "Não vai pedir nada?" Sakura cruzou os dedos para que não soasse idiota demais o que ela falou.

"Já pedi um café." Ele respondeu. Sakura assentiu e começou a comer devagar sua torta. Um silêncio se instalou na mesa. Sakura sentia o olhar de Sasori sobre si, mas não conseguia encará-lo. Ela poderia vomitar de alegria. "Você vai almoçar somente isso, Haruno-sama?" ele perguntou de repente, obrigando Sakura a levantar a cabeça.

"Bem, não estou com muita fome. Mas cappuccino e torta de chocolate são uma ótima idéia de almoço para mim." Sakura riu e Sasori franziu o cenho.

"Você tem um gosto bem peculiar..." ele murmurou.

"E você? Não vai almoçar?" Sakura perguntou, pensando que, se ele fosse, ela bem que poderia acompanhá-lo.

"Também não estou com fome."

"E reclama que eu só irei comer isso..." Sakura meneou a cabeça, divertida. Sasori deu um leve sorriso.

De repente, uma garçonete deixou o café de Sasori na mesa e logo saiu. Ele começou a tomar calmamente enquanto Sakura fazia o mesmo com seu cappuccino. "E então? Ainda com 'azar'? Lembro-me que da última vez que nos falamos, você estava reclamando por estar sem sorte." Sasori comentou calmamente. Sakura corou.

"Ah, não liga. Eu tenho acessos desse tipo. Estou bem menos azarada." Ela riu. "Afinal, estou aqui conversando com você e..." as palavras morreram devagar na boca de Sakura. Sem perceber, ela havia deixado escapar a última frase. Um tom vermelho apareceu em suas bochechas.

Sasori somente sorriu. "Então gosta de conversar comigo, Haruno-sama?"

"É... Hm... Sim. Vo-você é um ótimo amigo, Sasori-san. É." Sakura disse, se atrapalhando nas palavras e não ousando encarar o ruivo.

"Que bom. Conversar com você também é bom." Ele falou calmamente. Sakura suspirou aliviada, eles não estenderiam esse assunto.

Ela comeu um pouco da torta e então disse "E como vai a loja, Sasori-san?"

"Vai bem, como sempre. Estou recebendo cada vez mais pedidos."

"Que ótimo! É maravilhoso saber que apreciam sua arte, não?"

"Sim. É uma ótima sensação."

"Mas eu não entendo uma coisa... Se você faz faculdade de manhã e a tarde precisa estudar ou fazer trabalhos, como cuida da loja? Você não tem nenhum empregado." Sakura perguntou, curiosa.

"Ah, eu contratei recentemente uma ajudante. A loja ficava fechada de manhã e a tarde era bastante difícil de eu administrá-la. Então contratei uma garota que faz faculdade a noite para me ajudar. É bem útil." Ele disse, enquanto terminava seu café.

Sakura pensou por um momento quem seria a garota e como Sasori conseguira arranjar uma ajudante tão rápido. No mínimo, eles já deveriam se conhecer, ou algo do gênero. Era um pensamento extremamente infantil, mas Sakura não conseguiu segurar um certo ciúme ao pensar nisso. Concentrou-se em acabar seu cappuccino, para que Sasori não notasse sua repentina reação.

"Bem, vejo que acabou seu 'almoço'. Vai para onde agora?" Sasori perguntou, quando Sakura terminou a torta.

"Vou para meu estágio, aqui perto." Ela sorriu. "Mas ainda tenho tempo, é só..." ela consultou o relógio e arregalou os olhos. "Ai meu Deus! Estou atrasada!" Sakura exclamou, pegando rápido suas coisas. "Desculpe, Sasori-san! Mas tenho que ir! Conversamos depois!" Disse e saiu correndo logo depois.

"Tudo bem..." Ele murmurou, quando ela passou correndo. Riu um pouco com a pressa da garota e se levantou. Porém, algo no banco onde Sakura estava sentada chamou sua atenção. Uma pequena carteira preta estava lá. Meio incerto, Sasori a pegou e abriu. Sorriu ao ver que era de Sakura. "Bem, como vou entregar isso?" ele murmurou para si. Vasculhou a carteira um pouco e encontrou o que precisava. E calmamente saiu do Café.

::

Sakura corria na direção do hospital em que fazia estágio. Não conseguia tirar o enorme sorriso em seu rosto. Ela havia falado novamente com Sasori! E por um tempo maior! Borboletas poderiam sair de seu estômago.

"Conversamos depois", ela havia dito. Não sabia como, mas certamente iriam.

Havia sido uma tremenda coincidência terem se encontrado novamente. A segunda, já. Seria mesmo uma coincidência? Porque, bem, coincidências não acontecem duas vezes.


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