Boneca escrita por Lady Murder


Capítulo 10
O bom e velho lado tórrido da vida




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Capítulo 10 – O bom e velho lado tórrido da vida

Sakura forçava sua mente a lembrar de como, exatamente, chegara à frente da porta de seu apartamento com Sasori beijando avidamente seus lábios. Suas mãos vasculhavam o fundo de sua bolsa, procurando as chaves, mas com língua do ruivo percorrendo cada centímetro de sua boca, era difícil se concentrar.

Vagos flashes do que acontecera para estarem ali vinham à sua cabeça. Primeiro, um beijo calmo vindo dele antes de virar as costas e começar a ir embora. Depois, uma luta interna de Sakura para decidir se realmente o deixaria ir embora. E, por fim, a pergunta firme, contrastando com suas bochechas coradas, sobre se ele não queria subir um pouco.

E tudo isso resultou em um beijo repentino no elevador, parecendo partir de ambos.

Agora estava ali, balançando as chaves que finalmente havia encontrado, enquanto mordia o lábio inferior do ruivo levemente. Sorriu, sentindo seu coração sambar em seu peito, enquanto se virava para abrir a porta, a boca tremendo levemente. E então, apenas no momento em que adentrou no aposento, com as mãos de Sasori em seu ombro, foi que notou que não, ela não morava sozinha. E que nunca, nunca mesmo, teria coragem de fazer o que andava pensando em fazer com Sasori, sabendo que Karin poderia escutar tudo do quarto.

Mas, antes que pudesse sentir a decepção em seu corpo, notou um papel na mesa de centro. Correu para lê-lo, antes de sorrir. Nunca doze palavras a deixaram tão feliz.

"Fui para o apartamento do Suigetsu. Apartamento livre. Aproveite a noite, gatinha."

"Sua amiga não está aqui?" A voz do ruivo fez Sakura amassar rapidamente o papel, levemente corada, enquanto meneava com a cabeça. Ele encarou-a por alguns segundos antes de começar a se aproximar. A Haruno sentiu-se arrepiar em seguida.

"Não... não quer algo para beber? Um café, talvez." Sugeriu, forçando um sorriso, mas o homem apenas meneou a cabeça, chegando à frente dela. "Sei." Sasori arqueou levemente a sobrancelha diante do nítido e repentino constrangimento da garota antes de curvar-se para beijá-la.

E Sakura só conseguiu pensar que deveria chamar caras para subir mais vezes.

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A mãos frias, de dedos longos e calejados – provavelmente pela produção de bonecas –, de Sasori percorria os braços finos de Sakura, levando a alça do vestido da garota junto. A Haruno segurou-o pela nuca, puxando-o para um beijo no momento em que a roupa foi jogada para o lado e sentiu-se arrepiar ao notá-lo segurando firmemente sua cintura, acariciando-a em movimento circulares com o polegar. A outra mão do artista deslizou por sua barriga até a barra de sua calcinha e Sakura podia jurar que sua cabeça explodiria a qualquer momento. Seu fôlego sumiu no momento em que o ruivo desceu os beijos e a mão que estava na cintura subiu para o fecho do sutiã.

Era Sasori. De boxer preta. No seu quarto. Na sua cama. Com a boca em seus seios.

Por aquele momento, enquanto deixava sons que a envergonhariam mais tarde escapar por sua boca, tentou veemente não pensar em absolutamente mais nada além das sensações que sentia naquele momento.

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"Ah, nossa, acabei cochilando, desculpa." Karin murmurou, piscando repetidamente os olhos, espreguiçando-se. Suigetsu apenas a observava, após retirar sua mão rapidamente dos cabelos da garota ao notar que ela despertava. "Obrigada por me deixar ficar aqui. Sabe como é, a Sakura precisava se dar bem hoje."

Suigetsu revirou os olhos, rindo. "E por que exatamente está sendo tão gentil?" Falou, um pouco arrependido, pois sabia que ela logo levantaria emburrada e provavelmente iria para a geladeira, comer alguma melancia.

"Estou com sono." Respondeu, simplesmente, praguejando baixinho ao notar que os óculos estavam longe. "E não reclame." Completou, sentando-se, para logo depois empurrá-lo para deitar no chão e em seguida deitando sua cabeça no peitoral do Hozuki. "Bem melhor." E deixou seu braço rodear a cintura do garoto.

Suigetsu mordeu o lábio inferior. Só queria que ela não visse suas bochechas extremamente coradas.

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Sasori ofegou, deixando-se desabar por cima da garota. Sentia cada milímetro do seu corpo suado e o da garota abaixo de si também. Sakura deixava os dedos passarem livremente pelo cabelo ruivo e bagunçado do rapaz, fazendo-o sorrir levemente. A respiração de ambos ainda estava rápida. "Desculpe-me, Haru... Sakura. Eu... já saio... daqui." Ele ofegou, no que ela riu levemente.

"Não está pesado." Sussurrou, abraçando-o levemente.

Sasori franziu levemente o cenho ao sentir algo aquecê-lo por dentro. Aspirou levemente, sentindo o mesmo cheiro nos cabelos e no travesseiro da Haruno. Lembrava-lhe ironicamente o que o próprio nome da garota significava. Flor de cerejeira. Queria entender o que se passava em sua própria cabeça, mas só conseguia sorrir e concluir que o cheiro era bom.

"Sasori." Sakura murmurou. O ruivo virou levemente o rosto para encará-la, sentindo os lábios dela sobre os seus. "Está... bem, está pesando agora." E ambos riram, antes de voltarem a colar os lábios, com Sasori já ao lado de Sakura.

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"Ino-chan?" Ino escutou a voz da Hyuuga do outro lado do telefone.

"Oi, Hinata. O que houve?" Perguntou, enquanto balançava calmamente as pernas, sentada em um dos bancos altos da sorveteria.

"Não, é só que você saiu sem dizer muito para onde ia, queria saber se estava tudo bem."

"Ah, está sim. Saí andando por aí e acabei parando em uma sorveteria. Acho que daqui a pouco estou voltando pra casa. Só estou arrependida de não ter vindo com o carro. E você? Ainda está no Naruto?"

"Hm, na verdade... não. Quer dizer, eu estava. Mas... algo não saiu muito certo, sabe? E-eu... Ino-chan, eu posso ir aí tomar um pouco de sorvete com você? Estou com o carro, então não vai precisar voltar de metrô. En-então..."

Ino sorriu, meneando a cabeça. "Vem logo e parar de enrolar, menina."

"... obrigada."

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Sakura remexeu-se, obrigando-se a continuar dormindo. Sentia em cada centímetro do corpo a sensação do despertar, mas também sentia o tórax de Sasori embaixo de sua bochecha e detestaria acordar e descobrir que tudo fora apenas um sonho de uma boba obcecada. Mas então sentiu mãos macias acariciarem levemente seus cabelos e um sorriso satisfeito em seu rosto foi inevitável. Havia sido real, afinal.

Bocejou, finalmente entreabrindo os olhos, abraçando um pouco mais forte o artista ao se espreguiçar. Ouviu um riso baixo e arriscou apoiar-se nas mãos para encará-lo. Sasori não poderia estar mais desejável com os cabelos ruivos desgrenhados e um sorriso calmo sob um olhar baixo. Sakura roçou seus lábios nos dele, não resistindo. "Bom dia." Ele sussurrou, quando ela se afastou. Seus dedos longos seguraram firmemente a cintura da Haruno antes de ajeitá-la melhor sobre ele.

"Bom dia." Ela murmurou, agora já um pouco corada com as lembranças do porquê de estar apenas de calcinha sobre um Sasori sem roupa alguma. O Akasuna pareceu notar o constrangimento dela e meneou levemente a cabeça. Sakura apoiou-se em apenas uma mão e pôs a outra sobre o rosto do homem. "Bobo." Sussurrou, sentindo-se arrepiar quando os lábios macios dele roçaram demoradamente na palma de sua mão.

A Haruno logo substituiu sua mão por sua boca, no exato momento em que Sasori a apertava para mais perto.

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"Merda, merda, merda." Sakura murmurava pela milésima vez, enquanto enfiava apressadamente uma blusa em sua cabeça, ainda com uma torrada na boca. Os cabelos róseos estavam molhados e desgrenhados, mas Sakura estava começando a achar que iria desse jeito mesmo para o hospital. Misune não a mataria por aquele desleixo. "Ai, porcaria." Praguejou, ao ver sua deliciosa torrada ir direto para o chão. Voltou seu olhar para cima, onde Sasori a encarava, divertido. E por um breve momento lembrou-se do quanto deveria estar parecendo atrapalhada e patética.

Mas o momento logo passou ao olhar o relógio.

"Tem outra torrada na cozinha." Ele disse, calmamente, ainda com um ar de divertimento. No que ela murmurou rapidamente um agradecimento e correu para a cozinha, agora tentando terminar de colocar sua calça.

"Eu devia ter posto a droga de um despertador. Três horas da tarde. Três! E eu pensando que, nah, ia acordar umas nove fácil, fácil." Ela foi resmungando, enquanto terminava a torrada e pegava suas coisas no quarto.

"Assim você faz parecer que se arrependeu..."

"O quê? Acha mesmo qu-" E foi quando notou-o já completamente vestido. Sakura franziu o cenho. "Ei, se quiser pode ficar. Caso precise sair depois, é só deixar a chave debaixo do tapete ou com o porteiro."

"Não acha que com essa pressa toda eu deixaria você ir de metrô, não é?" Os olhos da Haruno brilharam como se tivesse ganhado na loteria.

"Meu herói." No que ele meneou a cabeça, dando um leve selinho nos lábios da garota, antes de indicar para que saíssem.

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"Acho que já é um horário seguro para eu voltar..." Karin murmurou, olhando seu relógio de pulso. De manhã, tinha ido ao seu futuro local de trabalho, apenas para deixar algumas coisas prontas antes de começar realmente na próxima semana. E depois voltara para o apartamento de Suigetsu, esperando-o voltar ou dar o tempo de ir para seu apartamento, o que viesse primeiro. O Hozuki assentiu.

"Se escutar barulhos estranhos, pode voltar." Karin revirou os olhos, sorrindo.

"Bem, estou indo. Se esse romance da Sakura render, e espero que renda, eu apareço aqui mais vezes."

"Isso se eu deixar."

"Ouse negar." E, dito isso, saiu, deixando um risonho Suigetsu para trás.

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"Tudo bem, Sakura, irei fingir que estou sem relógio. Apenas porque vi quem deixou você aqui e porque está me prometendo madrugar amanhã." Misune disse, cruzando os braços.

"Estou? Sim, estou. Claro. Obrigada! Mesmo. E desculpa de novo." As duas voltaram a falar sobre a cirurgia do dia seguinte, até que cada uma se concentrou nos exames em suas mãos. Passou-se um longo momento de silêncio. "O que achou?"

"Lindo."

E riram.

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Alvo acertado e cirurgia amanhã. Olha aí as coisas melhorando o/

Ino e Hinata riram ao lerem a mensagem que receberam de Sakura em seus celulares. A Yamanaka foi tirar o ramen do microondas enquanto a Hyuuga foi trocar de roupa. Qualquer angústia do dia anterior já transformada em grossas lágrimas e já derramada.

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Sasori deixou suas chaves na mesa da sala, o cenho franzido diante do silêncio do lugar. Seu apartamento nunca mais ficara assim, desde que permitiu a entrada de Deidara nele e só piorou quando Kitsune se mudou para lá. Por fim, deu de ombros e resolveu aproveitar o momento, jogando-se no sofá.

... até escutar um som estridente de um apito, é claro.

Sasori pulo no lugar onde estava sentado, sentindo o coração saltando do peito e olhou para trás. Kitsune e Deidara vinham com serpentinas, apitos e outras coisas inúteis – ao menos da visão dele. "... sério?" Ele murmurou, mais calmo.

"Mas é claro, danna. Você se deu bem noite passada, e devo dizer hoje também já que já são quatro da tarde, e isso merece comemoração." Kitsune falou, como se fosse o óbvio.

"É, cara, você está cheirando a sexo. Yaaay." Deidara ironizou, ignorando o fato de saber que Sasori poderia socá-lo a qualquer momento.

"Kitsune, não devia estar na loja?" Arqueou a sobrancelha.

"... eu? Bem, que fica na loja esse horário somos nós dois, não? Eu fiquei preocupada por você não aparecer e inocentemente liguei para o Deidara-san para virmos aqui procurar por você." A Itsuki sorriu, tentando parecer o mais angelical possível.

"E é claro que está esperando que eu acredite." Suspirou, meneando a cabeça. "Bem, agora que estou aqui, vamos para a loja."

"Não! Você ainda não contou como foi, danna!" Kitsune insistiu.

"É, danna, queremos saber todos os detalhes." Deidara continuou, com um sorriso ainda irônico.

E Sasori começou a perceber que deveria ter seguido o conselho de Sakura e ficado na casa da mesma.


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