Boneca escrita por Lady Murder


Capítulo 1
Sozinha


Notas iniciais do capítulo

Gente, eu comecei essa fic em 2008, eu tinha 14 anos, então peguem leve com esse começo, ok? XD



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/559405/chapter/1

Capítulo 1 - Sozinha

Sakura abriu a porta de seu apartamento, o cansaço exposto em sua aparência: os cabelos um pouco emaranhados, os olhos cansados quase fechados, a roupa abarrotada e os passos lentos e arrastados. Cada vez mais o estágio que estava fazendo no hospital municipal se mostrava puxado. E ela vinha ganhando mais afazeres e importância naquele lugar, o que era bom, pois podia dizer que seu emprego já estaria garantido quando ela acabasse a faculdade. Porém, ao mesmo tempo, mostrava-se difícil e exaustivo. Ela estava praticamente sem tempo para nada.

Arrastou-se até a cozinha e começou a preparar café, o seu eterno companheiro que a deixava acordada para estudar. Quando ficou pronto, pegou-o e foi em direção a sala, para esticar um pouco as pernas antes de mais uma jornada incansável de estudo. Foi quando Karin apareceu.

— Ah, você está aí? Por que não me avisou quando chegou? – A ruiva sentou-se ao lado da Haruno.

— Eu pensei que estivesse na casa de Sasuke... – Sakura murmurou.

— Ah, não, não. Hoje ele que vem para cá! – Karin disse, animada.

Sakura reprimiu um gemido. Sua noite de puro estudo fora por água abaixo. Agora Sasuke viria e os barulhos que iriam vir do quarto de sua companheira de apartamento seriam insuportáveis.

— Ah... – Ela murmurou tristemente.

De repente, a campainha foi ouvida.

— Ah! Sasuke-kun! – Karin exclamou, correndo para a porta. Sakura revirou os olhos e se levantou, indo para o seu quarto.

Abriu os livros sobre anatomia, mas não conseguia se concentrar. O barulho do quarto ao lado era, definitivamente, insuportável. Mas não pelo barulho em si, e sim porque Sakura não conseguia evitar que a inveja fluísse dela por se ver tão mal-resolvida. Se bem que era Sasuke. Ela de repente já não tinha tanta inveja assim.

Por que eu não posso simplesmente entrar em combustão espontânea? , ela pensou, passando a mão pelos cabelos. Tentou voltar para sua leitura, mas, após ler dez vezes a mesma linha, acabou desistindo. Pegou um casaco no guarda-roupa e um pouco de dinheiro e seguiu para a porta, deixando Karin e Sasuke terem sua puta noite de sexo.

::

Sakura parou em um Café e se sentou em uma das mesinhas, tomando um cappuccino. Observou as outras mesas e percebeu que na maioria delas estava um tranqüilo casal apaixonado e, nas demais, alguém com algum amigo. E ela estava ali...

— Sozinha... – Ela murmurou, mexendo o café.

Apoiou o queixo na mão e olhou as horas, para saber se já era "seguro" voltar para casa. Eram 22:30, eles já estavam perto de sua "pausa".

— Que horror... – Sakura murmurou novamente ao se pegar pensando nisso.

Olhou novamente para as outras mesas, deu um longo suspiro e encarou seu café.

— Bem, pelo menos eu tenho café. Meu eterno companheiro. – Ela deu um leve sorriso antes de se levantar e pagar a conta.

::

Sakura coçou os olhos e espreguiçou-se, sentindo aquele domingo ensolarado em seu corpo. Olhou pela janela e contestou, feliz, que não havia uma nuvem sequer no céu. Ótimo dia para comprar bonecas.

Ainda de camisola, foi até a cozinha comer alguma coisa. Arregalou os olhos ao ver Karin pegando um pedaço de melancia.

— O que faz acordada tão cedo? – Sakura perguntou, surpresa. Karin nunca acordava antes das 12h no domingo.

— Ah, sei lá. Só... Acordei. – Ela deu de ombros. Sakura estranhou, mas deixou para lá. – E então? Hoje é dia de comprar boneca?

Sakura sorriu. Ela tinha uma coleção de bonecas de porcelana. Não soube porque, mas pegou um gosto por esse hobby. Desde então ela vai à mesma loja duas vezes em um mês para comprar uma nova boneca para a sua coleção. Os domingos eram os melhores dias para isso, pois ela não tinha estágio e poderia estudar a tarde, deixando a manhã livre para suas amadas bonecas.

— Sim. Quer ir comigo? – Ela perguntou, já sabendo a resposta.

— Você realmente fez essa pergunta? – Karin arqueou uma sobrancelha, porém mantinha um sorriso divertido nos lábios.

— Ok, ok. Eu desisto. – Sakura levantou as mãos. Pegou uma maçã. – Hm, a Ino não está acordada, está?

— Aquela ali consegue me superar! – Karin ajeitou os óculos.

— A Hinata está viajando... Então acho que dessa vez vou sozinha. – Sakura fez beicinho.

— Chantagem emocional não funciona comigo, querida. – Karin riu e saiu da cozinha, indo assistir TV.

Sakura suspirou e foi se trocar, animada por ir fazer seu passatempo preferido.

::

Sakura observou a fachada da loja. Simples, num tom rubi fraco. Mas o que dava vida àquele lugar eram as bonecas, perfeitamente enfileiradas, que estavam na vitrine. Bonecas que a aguardavam.

— Bom dia. – Sakura adentrou a loja, sorridente.

Logo que entrou, sentiu o típico cheiro de rosas que sempre tinha na loja. Viu um rapaz de cabelos ruivos levantar a cabeça e a encarar com seus belos olhos de mesma cor.

— Bom dia, Haruno-sama. – Ele sempre a tratava assim, desde a primeira vez que ela pôs os pés naquela maravilhosa sala.

— Sabe que não precisa me chamar assim, Sasori-san. – Sakura sorriu.

Akasuna Sasori, o dono da loja e o fabricante das bonecas. Também o único empregado do local. Abrira a loja no começo do ano e já estava em seu sexto mês de lucro. Muitas pessoas iam ali admirar e comprar suas bonecas, bonecos e afins. Seu trabalho era simplesmente perfeito, feito à mão. Sakura havia se apaixonado por aquelas bonecas no momento em que as viu.

— Qual escolherá hoje, Haruno-sama? – Ele disse, ignorando o pedido dela. Ela riu um pouco.

— Tudo bem, se prefere. Bem, o que me aconselha?

Ele caminhou até a prateleira das bonecas de porcelana, sendo seguido por Sakura. Parou um pouco, pensando, até que esticou o braço e pegou uma de cabelos ruivos que vestia um vestido estampado, cheio de flores.

— Que tal essa? – Ele perguntou, calmamente. Os olhos de Sakura brilharam ao ver a linda boneca.

— Cada dia mais você me surpreende com o seu talento, Sasori-san. – Ela pegou a boneca delicadamente das mãos dele e a observou. – Sim, vai ser essa. – Ela concluiu, satisfeita.

— Muito bem, então.

Ele voltou ao balcão em que estava, preparando a caixinha da boneca. Sakura vasculhou sua bolsa, atrás do cartão de crédito.

— Bem, está aqui. – Ela estendeu. – O preço de sempre?

— Sim, 5000 ienes. – Ele assentiu.

Era um preço razoável para tão linda boneca, mas ela não iria reclamar. Sorriu satisfeita ao constatar que sobraria bastante dinheiro para ela fazer algumas compras. E que daria para ela comprar café. Muito café.

— Obrigada, Sasori-san! Até a próxima! – Sakura acenou, levando a boneca consigo.

— Até. – Sasori deu um leve sorriso, imperceptível aos olhos da Haruno. – Sakura-chan. – Ele murmurou, quando ela saiu.

::

Sakura colocou, satisfeita, a boneca na prateleira, ao lado das outras. Observou a grande coleção que já tinha e sorriu. Realmente valia à pena manter aquele hobby.

— Simpatizei com essa nova... – Karin murmurou ao seu lado, fazendo-a sobressaltar-se um pouco.

— Claro. Ela é ruiva. – Sakura meneou com a cabeça.

— As ruivas comandam, querida. – Karin riu, antes de sair do quarto.

— E as ruivas de farmácia também? – Sakura soltou, rindo. Sabia que Karin odiava quando a lembravam que não era ruiva natural.

— Hahaha, testuda. – Ela ouviu Karin ironizar, da sala.

Sakura arqueou uma sobrancelha. Droga... Por que eu simplesmente não posso sair ganhando sem receber um testuda de volta?, ela pensou, meio emburrada. Ela voltou a observar as bonecas, mas foi desperta pelo barulho da campainha.

— Deixa que eu atendo! – Ouviu Karin dizer.

Bem, não podia ser Sasuke, não é? Ela ainda queria estudar a tarde.

— Testudaaaaaa! – Sakura ouviu uma voz estridente a chamando.

Não era Sasuke, era algo pior: Ino.

A loira apareceu, sorrindo, em seu quarto.

— Oi, porquinha. – Elas se abraçaram e Karin também apareceu no quarto.

— Olha o que nossa querida amiguinha trouxe! – Karin disse, animada, estendendo uma taça de vinho.

— Mas a noite da bebida não é hoje! – Exclamou Sakura, com medo de ficar com muita dor de cabeça para o estágio do dia seguinte.

— A gente faz duas noites, oras. E, além disso, vinho só dá sono. Nada de ressaca. – Ino sorriu. – E então, topa?

— Ainda pergunta? – Sakura sorriu também e as três se dirigiram para a sala.

É, talvez ela não estivesse tão sozinha assim.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, anyway. Reviews?