Paradoxo escrita por Thaís Romes, Sweet rose


Capítulo 9
Misery


Notas iniciais do capítulo

Oie amores!
Nós queremos agradecer a vocês pelo retorno incrível que estamos tendo com a fic, suspiramos contentes a cada comentário de vocês seus lindos! E agradecemos também a quem favoritou a fic, thank you!
Boa leitura.



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“Com tanto medo de quebrar o que você não me deixaria tocar
E eu escrevi duzentas cartas que eu jamais vou enviar
As vezes esses cortes são muito mais profundos do que parecem
Você prefere cobri-los, eu prefiro deixá-los sangrar
Então me deixe estar e eu vou te libertar.

Eu estou na miséria e não há ninguém que possa me confortar
Oh, sim
Por que você não me responde? Seu silêncio está me matando lentamente
Oh, sim
Garota, você realmente me deixou mal, você realmente me deixou mal
Eu vou ter você de volta, eu vou ter você de volta”

Misery – Marron 5

OLIVER

‘Boa noite, Oliver.’ Ouço sua voz e por mais que eu não quisesse desligar, eu precisava deixa-la descansar.

—Boa noite, minha Felicity. – Espero até que ela desligue o telefone.

Eu estou deitado na cama que ela comprou, nos lenços que ela escolheu. Felicity sempre cuidou de mim bem mais do que eu merecia, mas por Deus, eu vou fazer por merecer tudo dela de agora em diante. O dia amanhece e eu estou com esse sorriso bobo no rosto, e apesar de não consegui dormir não me sinto em nada cansado.

‘Você parece um adolescente apaixonado. Não eu nunca senti nada que me fizesse ficar desse jeito.’ Admito para mim mesmo. Ouço a porta destravar, mas está muito cedo para alguém chegar por aqui, me sento na cama e espero para ver quem seria a essa hora. E parece que todas as minhas boas ações na vida tinham finalmente gerado alguma recompensa, Felicity vinha com passos vacilantes.

—Bom dia, Oliver. – Diz meio sem jeito. Ela estava linda cabelos soltos, vestido justo azul até metade das coxas e uma sandália de salto que deixava a suas pernas, se é que isso era possível, ainda mais bonita.

—Bom dia. –Meu sorriso é tão grande que acho que a espanto por um momento.

—Eu esqueci o tablet da empresa aqui ontem. – Ela vai até os seus computadores e pega o aparelho comprovando a história. Eu me levanto e vou até ela. –Eu tenho que ir, não que eu esteja fugindo... - Ela respira. –Será que isso nunca vai passar? – E eu sorrio para ela. –Eu tenho que ir, por que se não vou chegar atrasada. – Refaz a frase.

—Você falou que saberia como me tocar. –Digo vacilante, e ela fica vermelha, mas não recua.

 Felicity coloca o tablet sobre a mesa e se vira para mim, pega o meu braço direito e faz com que eu envolva a sua cintura e repete isso com o meu outro braço, com sua mão ela acaricia minha face, me fazendo fechar os olhos com o toque. Descendo mão até que seus dedos estejam cruzados atrás do meu pescoço.

—Viu, não é assim tão difícil! – Ela me diz com um leve sorriso e um rubor na face.

 Eu me inclino um pouco e sinto o perfume da sua pele, misturado com o cheiro de pêssego do seu shampoo. Passo meu nariz na lateral da sua face para sentir mais o seu aroma, ela é inebriante. Beijo sua testa, sua têmpora, sua bochecha e a inclino. Quando por fim nossas bocas se encontram é mais forte que a primeira vez, e ao mesmo tempo mais suave, sem o gosto amargo da despedida, tem o bom gosto do começo de algo duradouro. Seus lábios sãos macios e doces, Felicity dá um leve suspiro entre meus lábios e eu me aproveito para sentir mais dela. Nosso beijo é perfeitamente sincronizado como se fizemos isso a muito tempo, e ao mesmo tempo é emocionante como só o primeiro beijo é. Eu sei que devo deixa-la meus pulmões pedem por oxigênio, mas meu corpo pede por mais dela.

—Nossa! –Ela diz arfante, com nossas testas coladas e não posso evitar um sorriso de satisfação ao saber que esse beijo a afetou tanto quanto a mim. – Se foi difícil para você, não chegou a demonstrar! –Ela ainda respira com dificuldade.

—Você facilitou bastante. – Puxo para mais perto de mim.

—Então eu quero mais. – Ela pensa alto falando rapidamente e eu arqueio a sobrancelha em um falso descrédito.

—Você não ia chegar atrasada? –Brinco com ela.

—Palmer que espere, tenho assuntos de três anos pendentes aqui. –Ela me faz rir antes de me puxar para outro beijo que dura tanto quanto o outro. -Ah! Agora tenho mesmo que ir. –Ela reclama com os olhos fechados e seus lábios ainda encostados nos meus e eu volto a beijá-la em protesto.

—Acho que nos vemos mais tarde então? –Digo com os lábios nos dela antes de voltar a beijá-la.

—Uhum! –Responde no meio do beijo com suas mãos agora em meus ombros.

Aperto as minhas mãos em volta de sua cintura aumentando a nossa proximidade, agora não existia mais embraço, pois eram nossos instintos que nos guiavam. Ela desceu as mãos por meu abdômen me fazendo suspirar entre seus lábios, aquilo estava ficando sério. Deslizei minhas mãos por suas costas emaranhando uma delas em seus cabelos a fazendo encolher em meus braços.

—Agora eu estou indo Oliver. –Ela diz ofegante quando eu a seguro a sentando em cima da maca, ficando em pé entre suas pernas.

—Eu sei. –Respondo afastando seus cabelos e beijando seu pescoço. –Vou sentir sua falta. –Minha voz é mais grave que o normal devido a tudo o que estava sentindo no momento.

Quando coloco minhas mãos em suas coxas o telefone dela começa a tocar. Assustados nós rapidamente nos afastamos e toda a estranheza volta a nos rondar. Felicity caminha cambaleando até a mesa dos computadores onde estava sua bolsa pegando o aparelho e eu acabo tendo que segura-la pelos ombros, pois ela parece incapaz de se equilibrar sobre os saltos o que me faz rir.

—Oi Palmer! –Diz com dificuldade ao atender o telefone e permanece em silencio por um tempo ouvindo o que ele tinha a dizer. –Claro, já estou a caminho. –Finaliza se despedindo.

Felicity se vira em minha direção com um olhar envergonhado juntando suas coisas sobre a mesa. Eu me adianto para lhe dar um abraço de despedida, mas ela me estende a mão e quando vou pegar sua mão ela decide me abraçar. Damos um paço para trás rindo de nosso embaraço desnecessário.

—Tchau Oliver. –Ela diz com um sorriso nos lábios.

—Tchau Felicity. –Respondo da mesma forma.

BARRY

Acordei sorrindo, meu coração doía pela falta que sinto de Íris é verdade, mas estar perto de Caitlin é como uma supernova, é como se o sentimento de perda e rejeição que nos rondam explodissem quando estamos juntos gerando algo novo, partes soltas de algo maior que geram o que só sou com ela. Ignoro as ligações de Íris, sei que é algo infantil da minha parte já que prometi que seria amigo dela como sempre, mas não estou pronto, só que ver seu rosto no visor do meu celular me faz beirar o desespero. Precisava de meu remédio, e meu remédio tem nome e sobrenome, Caitlin Snow. Desliguei a chamada em curso da Íris sem me importar em esperar cair na caixa postal e disco o número da minha nova amiga.

‘Barry.’ Atende no primeiro toque com a voz controlada.

—Vamos almoçar juntos! –Não é uma pergunta, se fosse seria lindamente rejeitado então resolvo usar o velho truque Jedi.

‘O que?’ Perguntou confusa com a voz embargada de sono.

—Passa na delegacia ao meio dia em ponto. –Começo a dar as instruções prendendo o riso. –Vou tentar comer alguma coisa antes, assim posso te levar a um restaurante descente onde você possa escolher sua comida sem se importar por me ver comendo todos os pratos do cardápio! –Brinco e posso ouvir sua risada do outro lado da linha. –E Caitlin?

‘Sim?’

—Não se atrase! –Provoco desligando o telefone em seguida sem dar tempo para que ela responda.

O dia passou arrastado literalmente. Nenhum caso relevante, nada que ocupasse meu tempo. Por volta das dez horas liguei para Wally afim de me certificar que ele estava bem e quieto na casa da Felicity. Sinceramente não sei por que sinto esse instinto de controlá-lo, definitivamente não sou assim, mal o conheço, mas sinto parte de mim nele. Talvez seja o respeito e a forma que ele me olha como se eu fosse a melhor pessoa do mundo, seu grande herói. Aquilo mexe comigo, queria chutar meu eu do futuro por abandonar um garoto incrível daquele.

Peço duas pizzas e as como rapidamente lendo alguns relatórios de casos antigos que Joe me passou que poderiam ajudar no caso de meu pai. Caitlin passa pela porta 11:58 em ponto, eu estava terminado o ultimo pedaço de pizza. Ela usava um vestido beije discreto, com os cabelos soutos e um sorriso incerto no rosto.

—Isso é chegar no horário Allen! –Diz tentando fechar a cara sem sucesso.

—Um dia eu aprendo. –Brinco me levantando e parando a sua frente sem saber como deveria cumprimenta-la. Por fim a ofereço meu braço. -Vamos? –Pergunto e ela sorri encaixando seus braços nos meus.

IRIS

Minha manhã tinha sido terrível, eu tinha levantado atrasada e saído voando para a cafeteria, por conta disso tenho certeza que levei uma multa por passar em um farol vermelho. Mal cruzei a porta e esbarrei com Ana, fazendo com que ela derrubasse uma xícara de café expresso em mim, nem preciso dizer que além de manchar a minha blusa vermelha, ainda tive que suportar a dor da queimadura, sorte que meu chefe é uma pessoa legal, e se apiedou da minha situação e me liberou pelo resto do dia.

Volto para casa, agora mais devagar, e tentando prestar mais atenção nas coisas que fazia. Quando chego jogo minha bolsa de qualquer jeito sobre o sofá, mas erro miseravelmente o alvo e atinjo a porta retrato na mesa próxima, fazendo com que ele vá parar no chão.

—Não, por favor não! – Quase choro enquanto corro para ver os cacos de vidro e a moldura destruída.

Me abaixo e com todo o cuidado para não danificar a foto, tiro ela dos destroços afiados que a encobria. Subo as escadas e vou até meu quarto, prendo a foto no espelho da penteadeira e olho bem para o garoto ao meu lado nela.

—A culpa é toda sua! – Digo me sentando na minha cama e encarando a foto de um Barry sorridente. –A minha manhã foi terrível por sua culpa, meus dias estão terríveis por sua culpa. Você disse o que disse e depois sumiu. Onde ficou a parte de “Vou voltar a ser seu amigo?”. Perdi a hora por que não paro de pensar no que você me disse, passei o farol vermelho por que achei ter visto você na calçada, esbarei na Ana por que não você desapareceu e me deixa preocupada. – O acuso como se o Barry da foto fosse sair dali e me pedir desculpas. -Além de tudo estou ficado louca e a culpa disso também é sua. Por que tudo tem que ser tão complicado?

Me jogo na cama e começo a tirar aquela blusa suja, eu realmente precisava de um banho. Me arrasto para o chuveiro e penso enquanto deixo a água morna tentar me aclamar que nunca desde que me entendo por gente fiquei tanto tempo sem falar com Barry, isso era ridículo e isso estava me mantando, ele era o meu melhor amigo, não, Barry Allen é o meu melhor amigo e não vou deixar que nada mude isso.

Saio decidida do banheiro e escolho uma roupa qualquer... A quem eu estou tentando enganar? Só escolhi esse vestido laranja por que sei que Barry me acha bonita nele. –Por que eu estou fazendo isso? –Me pergunto, enquanto passo um batom leve nos lábios. - Isso é egoísmo, eu devia dar espaço para ele se recuperar, mas por que pensar em ficar longe dele parece a coisa mais absurda do mundo? –Eu pergunto de novo para o Barry na foto preso no espelho. – Você é parte muito importante da minha vida, não tem como te deixar sair assim. É meu melhor amigo e até hoje como um irmão... Pelo menos para mim! –Grito para a foto revoltada.

Saio pela cidade em direção a delegacia, olho para o relógio no painel, quase meio dia, Barry está saindo para almoçar. Essa era uma boa desculpa para vê-lo, já que ultimamente ele vinha comendo quantidade que faria um lutador de MMA ficar impressionado. Não acho que rejeitaria um convite para o almoço, principalmente se outra pessoa fosse pagar...

Paro em frente à delegacia e antes de sair do meu carro vejo Barry, ele está com uma garota que tem seu braço preso ao dele, imediatamente reconheço a garota, ela é a Dr. Snow, mas meu cérebro mal registra esse fato, a única coisa que eu consigo ver e Barry de braços dados com outra da mesma maneira que fazia comigo, mas o que mais doía era vê-lo sorrindo o mesmo sorriso de quando era eu que estava ao seu lado. Os observo até sair do meu campo de visão. E eu não sei quando comecei a chorar, só percebi quando uma lágrima toca meus lábios.

Olho no painel do meu carro novamente, meio dia e dez, já não é mais manhã. Então era isso, meu dia todo seria horrível. Eu agora tinha que aprender a viver sem o meu melhor amigo, o que será que doía mais que isso? –Iris você está confundindo as coisas garota. –Digo entre soluços. – Você ama o Barry, claro que ama! Ele é seu melhor amigo a vida toda, não sei como imaginar meus dias sem ele do meu lado.

Nesse momento Ed sai ao lado de meu pai, tento ligar o motor do carro e sair dali rapidamente, mas é muito tarde. Os dois caminham em minha direção com sorrisos largos no rosto, eu tento limpar minhas lágrimas com o tempo que me resta para que eles realmente me vejam.


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Notas finais do capítulo

Muito confuso... Nós sabemos, mas não desanimem! Tudo vai se explicar no fim...
Esperamos que tenham gostado, não esqueçam de comentar e dar o feedback.
Muitos beijos pessoinhas fofas :)