Paradoxo escrita por Thaís Romes, Sweet rose


Capítulo 7
Never Gonna Be Alone


Notas iniciais do capítulo

Oie povo nosso!
Olha muita fofura nesse capítulo, então se preparem!
Nós esperamos que vocês gostem...



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“O tempo está passando
Muito mais rápido do que eu
E estou começando a me arrepender
De não passá-lo com você

Agora estou imaginando por que
Deixei isso preso dentro de mim
Então, estou começando a me arrepender
De não ter dito tudo para você
Então, se eu ainda não te disse
Tenho que deixar você saber que

Você nunca vai estar sozinha
De agora em diante”

Never Gonna Be Alone - Nickelback

FELICITY

Fazia pouco tempo que Barry havia saído, o que achei estranho visto que faltava ainda umas duas horas para o encontro dele com a Caitlin, mas ele estava de um jeito esquisito, mais que o normal, então deixei que ele fosse sem terminar de completar as coletas dos dados para o programa. John tinha passado a pouco para ver como as coisas andavam por aqui, mas teve que ir para casa, já que Lyla estava a serviço de Waller e a pequena Sara estava com início de resfriado. Roy tinha levado Wally para ajudá-lo a fazer a ronda, outra coisa esquisita dessa noite, quando perguntei sobre o Oliver, Roy apenas deu de ombros mostrando que não sabia de nada e Wally se escondeu logo atrás de sua máscara.

Então estou eu aqui olhando uma serie de dados que não vou confessar nunca a ninguém, mas que estão difíceis de interpretar, talvez seja pelo cansaço por não ter dormido a noite passada, ou por toda essa história de viagem temporal que deixaria qualquer um no mínimo confuso. A quem eu estava tentando enganar? O que estava me levando à beira de um colapso mental com certeza não era nada disso, o que estava me deixando assim tinha nome e sobrenome.

Me jogo no encosto da cadeira, pensando em tudo que ele me disse hoje de manhã, tudo que eu o respondi. Ele não sabia o que eu já tinha passado, se ele tinha sofrido, eu também tinha, claro que eu não tinha ficado presa em uma ilha e tudo mais, mas tive minha parcela de sofrimento na vida, e sobrevivi a ela. E agora olhando tudo isso que eu ajudei a construir, não me vejo largando essa parte da minha vida. Ajudar o Arqueiro é importante, mas eu estou ajudando não só a ele, e pelo que pude entender do meu futuro eu vou ajudar muitos mais, e eu gosto disso, gosto muito!

Ouço passos na escada, vejo Oliver entrado com uma sacola nas mãos, e de alguma maneira ele está diferente, mas não me prendo ali, volto minha atenção para os meus computadores, quanto antes terminasse com isso, antes eu estaria em minha casa, no conforto da minha cama.

—Conseguiu algum avanço? –Oliver tenta criar um diálogo, mas sua voz era incerta, como se ele não soubesse o que estava fazendo.

—Oliver você não tem nenhum boneco para socar, ou uma flecha para enfiar em algum bandido por aí? – Eu realmente não estava pronta para ter mais uma conversa como a da madrugada passada tão cedo, então preferia cortar isso de vez.

—Provavelmente, sempre tem alguém fazendo alguma coisa estupida, não? Mas acho que hoje Roy pode me dar uma noite de folga, por que se não isso que eu trouxe vai acabar derretendo. – Eu me viro sem entender o que ele estava falando. Oliver segurava com as duas mãos um pote de sorvete.

Ver aquilo me deixa transtornada. –Você só pode estar brincando, só pede ser uma brincadeira sádica da sua parte, como você pode tirar sarro?

Oliver dá um passo para trás. –Não é isso. – Diz perdido.

— E o que é? – Quase grito chegando perto dele.

—Eu não quero que uma coisa boa te trague recordações ruins, eu não quero que toda vez que você prove um simples sorvete, seja para afogar mágoas. – Ele parece incerto. – Eu não quero que quando pense em mim, em nós, isso te faça sofrer Felicity, por que pensar em você é a única coisa que me faz feliz. – Ele diz como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.

—Você quer me enlouquecer? Só pode. Não sei a onde está querendo chegar com tudo isso, talvez me fazer parar em uma clínica psiquiátrica? Talvez Arkham... – Começo a divagar em voz alta.

—Não Felicity! –Ele me interrompe em desespero. Oliver coloca o sorvete em cima de uma mesa e volta a atenção para mim. – Eu não espero que você entenda as razões que me levaram a ficar longe de você...

—E por acaso elas deixaram de existir? –O interrompo. –Por que pelo que eu sei parte dos seus inimigos continuam aí, e nada mudou nas ultimas oito, dez horas. –Não consigo conter o sarcasmo na voz.

—Não, uma coisa mudou nesse período sim. – E de repente ele volta a ser o Oliver decidido de sempre, mas sem aquele peso nos ombros que ele carregava, ele parece mais leve, realmente algo o havia mudado.

—E o que mudou? –Pergunto confusa, olhando em seus olhos, procurado achar ali a resposta.

—Você Felicity, você mudou. –Oliver passa a sua mão ainda gelada pelo contato com pote do sorvete em meu rosto, causando-me arrepios.

—Eu não mudei Oliver. –Estava tudo cada vez mais confuso.

—Você muda a cada minuto, você evolui, cresce. – Ele sorri, ainda com sua mão em minha face, e eu coloco minha mão sobre a dele, e tenho que me concentrar em não fechar os olhos e me entregar aquele carinho. – E agora eu percebo isso. Antes eu tinha todas as desculpas para me afastar de você. Agora eu tenho todos os motivos para permanecer ao seu lado. –Ele se aproxima mais de mim.

—Você percebe que não está fazendo sentido nenhum? – Eu estou confusa com tudo isso.

—Eu estou fazendo todo o sentido do mundo, você só não consegue ver ainda. – Sorri de um jeito que eu nunca tinha o visto fazer. – Então, o soverte está derretendo. – Ele me pega pela mão e me faz sentar ao seu lado em cima da maca.

 Oliver começa a me fazer perguntas aleatórias como qual era o meu time, a minha música favorita, livros e filmes, enquanto ele mesmo falava coisas banais sobre seus gostos e eu não podia evitar de rir enquanto tomava aquele sorvete já meio derretido de morango com pedaços de chocolate, e pela primeira vez desde que eu conheci Oliver Queen ficar ao seu lado não era algo complicado nem misterioso, ficar ao seu lado era algo natural, algo que eu poderia fazer por toda minha vida.

CAITLIN

Ele estava atrasado, como um homem que corre em velocidade super sônica consegue sempre estar atrasado?

Não que eu esteja ansiosa, por que eu não estou, mas odeio quando marco alguma coisa com alguém e esse alguém me faz esperar. Foi assim no começo com Ronnie, eu ficava pelo menos meia hora sentada na mesa do restaurante o esperando chegar com a suas desculpas.

Flashback

Não acredito, primeiro me inferniza para aceitar esse encontro, depois me deixa esperando. E agora estou esperando que o manobrista traga o meu carro por que eu já cansei de esperar por ele.

—Caitlin? –Ouço aquela voz familiar, me recuso a virar para ele, fico aqui olhando o movimento da rua. – Que bom que você também chegou agora, eu tive um problema enorme...

—Srta. a suas chaves. – O rapaz me passa a chaves do meu carro, eu o agradeço e eu vou sentido ao banco do motorista.

—Você não chegou agora, não é? – Abro a porta, mas ele a fecha. –Desculpa pela demora, eu tive um problema para resolver, mas eu estou aqui, será que podemos ter aquele jantar? –Ele sorri, e esse foi um dos motivos de eu ter aceitado vir a esse jantar estupido, o seu sorriso.

 Quando Ronald Raymond sorri para mim parece que meu coração vai sair do meu peito, eu sei que parece a coisa mais clichê, mas não é clichê quando você vive essa sensação. Só que eu sou uma mulher racional e não posso me deixar envolver assim por uma pessoa que nem ao menos consegue chegar em um encontro que ele tinha marcado. Abro novamente a porta e novamente ele a fecha.

—Vamos Cait me dá uma segunda chance? – E lá está o segundo motivo desse jantar, o seu olhar, aquele olhar pidão que me deixa com a cabeça zonza. Inspiro profundamente e tiro ele de perto da minha porta.

Entro no meu carro e penso, acabou. Mas antes que eu consegui dá a partida ele está sentado ao meu lado no banco do passageiro. -O que você está fazendo? –Pergunto perplexa.

—Olha só, pensei que tinha perdido a habilidade de falar. –Tira sarro. – Se você não quer jantar tudo bem, mas eu quero passar esse tempo com você, é a única coisa que eu penso desde muito antes de você aceitar sair comigo, e então se a única maneira de estar com você é enquanto você dirige pelas ruas de Central City para mim tudo bem. –Diz enquanto coloca o cinto de segurança.

—Saí do meu carro. –Eu estava irada.

—Não. –Seu sorriso está ali novamente.

—Dane-se.

 Saio com o meu carro sem destino certo. Eu iria deixa-lo falar até se cansar e quando ele percebesse que eu não ia ceder desistiria e me deixaria em paz. Plano esse que não estava dando certo, fazia quarenta e cinco minutos que ele falava coisas que eu não prestava atenção, apenas o ignorava. Mas minha paciência estava no limite, vi um lugar e estacionei decidida a me livrar dele. Parei o carro virei para ele.

 –Chega! –Gritei saindo do carro deixando-o falar sozinho.

Eu estava em uma praça bem iluminada e cheia de bancos, balanços, as árvores eram altas e o chão gramado tinha apenas poucas folhas caídas. Crianças brincavam com seus pais nos balanços e no gramado, um casal namorava no coreto no meio da praça, dando o ar de final dos anos cinquenta ao ambiente. Talvez aquele não tinha sido o local perfeito para parar o carro no final das contas. Me sentei em um banco e fiquei de olhos fechados ouvindo apenas as risadas das crianças e o vento dançando nas folhas das árvores.

—Você, Senhorita Snow é uma garota difícil. –Eu abro os meus olhos e ele me estende um pacote com algodão-doce, eu o pego meio abobalhada com o gesto. –Mas você não vai me fazer desistir, por que algo aqui dentro me diz que você vale qualquer esforço e mais. – Eu por fim sedo, sorrio para Ronnie que se senta ao meu lado e assim começa o nosso primeiro encontro.

AGORA

Lembrar do Ronnie me faz sentir um aperto muito forte no peito, como se de repente eu não fosse mais consegui respirar. E foi assim que eu estava quando Barry sentou à minha frente, com o seu sorriso fácil, sorriso que eu retribuo facilmente. Por mais que eu brigasse e as vezes quisesse estapeá-lo, Barry tinha esse dom de fazer a minha dor ficar um pouco menor.

—Você está atrasado. – Fecho a minha cara.

—Você estava mais bonita a dois segundos atrás, quando estava sorrindo. –Ele desconversa, mas há alguma coisa esquisita nele, como se tivesse com medo de algo.

—Algum problema? – Me preocupo.

—Não, nada. –Sorri. –Então o que vamos pedir? –Ele olha o cardápio da pizzaria. – Eu acho que vou pedi uma margarita, quatro queijos, pepperoni e aliche. Você vai pedir o que? –Me pergunta inocentemente, e eu não me controlo e começo a rir. – O que foi? – Tá explicado por que de uma pizzaria, em um restaurante francês ele teria que mandar trazer a cozinha inteira e mesmo assim não seria o suficiente para matar a fome.

—Acho que se pedirmos mais alguma pizza o garçom vai achar esquisito. – Tiro sarro dele, como se o garçom já não fosse achar esquisito quatro pizzas grandes para duas pessoas.

—E verdade. –Barry ri. – Então fique à vontade para pegar quantos pedaços quiser das minhas. – Faz graça da situação.

—Muito obrigada pela generosidade. – Devolvo a brincadeira. E apesar da dor e da saudade de Ronnie serem sufocantes, essa noite Barry a faz ficar um pouco mais suportável.

FELICITY

Não sei quanto tempo nós estamos aqui falando trivialidades, mas o sorvete já havia acabado. Mesmo antes de nosso jantar fracassado, Oliver nunca sorrirá tanto assim, eu estava contando histórias da minha época de MIT, omitindo algumas coisas que não vinham ao caso no momento e nós passamos a comparar nossas experiências o que foi hilário.

—Acho que existe um grande furo em sua história Felicity! –Acusou em meio a risada. –Como você conseguiu mexer nos arquivos do diretor sem alguém te dando cobertura? –Engulo em seco o vendo estudar atentamente o meu rosto. –Nem inventa desculpas por que é isso o que eu faço, coleto coisas, mas não existe uma forma de fazer isso sem cobertura. –Ele apontou para mim. –Você é minha cobertura!

—Eu tive ajuda. –Assumo ficando vermelha. –Mas não quero falar sobre ela.

—Felicity eu sei que você teve namorados em sua vida. –Ele falou tentando soar casual, mas estava claro seu desconforto a respeito do assunto. O que me fez soltar uma risada divertida. –O que foi? –Perguntou confuso.

—Quer que eu fale mesmo sobre ele? –Provoquei ainda rindo. –Não parece estar muito certo disso.

—Então, quando se mudou para Starling City, como conseguiu o emprego na QC? –Mudou de assunto sorrindo confirmando minha teoria.

BARRY

—Acho que agora nós pedimos a conta. –Disse Caitlin em meio ao riso.

Eu havia descoberto como fazê-la rir naquele ponto do jantar, e descobri que era fascinante. Caitlin Snow é o tipo de pessoa que sorri com os olhos, mesmo quando ela reprimia que os sorrisos crescessem em seus lábios, não podiam fugir de seus olhos. Mas minha cabeça girava em torno de diversas outras coisas, como, o que pode fazer com que Caitlin saísse da minha vida assim, sem nenhum vestígio ou recordação, e o que me levaria a não falar sobre ela para Wally?

—Barry! –Chamou me tirando de meus devaneios.

—Sim a conta! –Levantei minha mão chamando pelo garçom. –Por favor, a conta. –Ele se afastou em seguida. –Vai me deixar te levar em casa? –Perguntei só para provoca-la.

—Eu vim com meu carro. –Respondeu revirando os olhos.

—Que bom, então você pode me deixar em casa! –Debochei a fazendo rir.

—Sabe que levaria muito menos tempo. –Ela se inclinou em minha direção para sussurrar. –Se ativasse o Super Sonic! –Debochou sorrindo.

—Isso não seria justo comigo. –Entro no jogo a fazendo me olhar confusa. –Uma batalha entre Sonic e eu. –Sussurrei em resposta a fazendo me olhar interessada, enquanto pagava a conta e nos dirigíamos para a saída.

Meu plano era entretê-la o suficiente para deixa-la na segurança de sua casa, depois verificar o perímetro algumas vezes antes de voltar para minha casa por fim. Nós entramos no carro ainda conversando.

—Pensa comigo Caitlin. –Disse enquanto ela ligava o carro com um sorriso lindo permanente em seus lábios. –Eu corro na velocidade do som hoje, mas de acordo com o aumento gradativo que venho tendo desde que adquiri meus poderes, posso vir a correr na velocidade da luz em...

—Sete meses, duas semanas e três dias. –Completou fazendo com que eu a olhasse impressionado. –O que foi? Eu sou sua médica!

—Ok. –Concordo fascinado. –Então a velocidade da luz corresponde a 3000.000 KM/S, digamos que eu corra nessa velocidade em um embate contra ele. –Ela sorriu respirando fundo. –Muito nerd? –Me certifico se não estou a entediando.

—Por favor continue! –Incentiva negando com a cabeça.

—Então. Sonic pode se mover na velocidade da luz naturalmente, mas quando atinge sua forma hiper ele chega a correr a sessenta mil anos luz por minuto! –Finalizo mostrando toda a minha admiração.

—Uau! –Caitlin para o carro em frente à sua casa e se vira para me olhar. –Por que você sabe dessas coisas?

—Não faço ideia!

Desço do carro ao seu lado, ela ainda sorri e isso me deixa sem ar, as vezes o que é mais estranho do que o fato de eu saber a velocidade em que o Sonic corre. Parei ao seu lado na porta de sua casa, ela brincava com as chaves na mão protelando o momento de entrar, aquilo me fez alargar o sorriso em meus lábios.

—O que foi? –Perguntou.

—Nada, só é bom sair com você. –Respondo a olhando nos olhos.

—Da próxima vez chegue no horário! –Advertiu fechando a cara.

—Não importa a hora que eu chegue Caitlin, saiba que eu sempre, sempre vou estar cuidando de você. –Prometi segurando seus ombros. Caitlin engoliu em seco parecendo ter dificuldade para formular uma resposta. –Mas isso quer dizer que vai ter uma próxima vez? –Provoquei para despertá-la.

—Tchau ligeirinho. –Disse colocando a chave na porta e entrando em seguida.

Era para ter sido um gesto rápido, um cara normal ficaria totalmente desanimado com ele, mas eu não. Pude ver claramente o rubor em sua face, a alegria em seus olhos e o sorriso que ela não pode suprimir antes de fechar a porta.

—O que acha da próxima sexta? –Gritei para a porta fechada sorrindo antes de desaparecer correndo.


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Notas finais do capítulo

Então, não esqueçam de comentar e dizer o que acharam, o que esperam... Essas coisas aí...
Beijos



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