Paradoxo escrita por Thaís Romes, Sweet rose


Capítulo 36
Túnel do tempo.


Notas iniciais do capítulo

Oi amores!
Sentimos saudades!
Esperamos que curtam o capítulo de hoje, e todas as respostas para suas perguntas.
Boa leitura.



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“Sozinho no escuro nesse túnel do tempo
Sigo o sinal que me liga à corrente dos sentimentos
Onde se encontra a chave que me devolverá
O sentido das palavras ou uma imagem familiar
Mas há dias em que nada faz sentido
E os sinais que me ligam ao mundo se desligam

Eu sei que uma rede invisível irá me salvar
O impossível me espera do lado de lá
Eu salto pro alto, eu vou em frente
De volta pro presente”

Túnel do tempo - Frejat

WALLY

Acordei assustado e completamente ensopado de suor, após o banho encontrei meus pais sentados à mesa me esperando para tomar café. Espero ser assim com Artêmis um dia, eles nunca mudaram a forma de se olharem, é como se quase nada no mundo conseguisse perfurar a bolha em que eles estavam, bom eu era uma das poucas coisas que conseguia, e isso era outra coisa que me fascinava. Tente entender, eu cresci até meus cinco anos com pais que, bom, não dá para chamar aqueles monstros de pais, mas desde o dia que fui resgatado, esses dois me olham com uma admiração tão grande que mal posso descrever.

Entro na cozinha e o sorriso deles é imenso e cheio de carinho, e me olham como eu olharia para a maior e mais gostosa pizza de mozzarella do mundo, eu sei, comparação ruim, mas pense no sentimento, esse é o mesmo. –Bom dia família. -Digo me sentando ao lado do tio Barry.

–Bom dia filho. –Ele responde e tia Íris me sopra um beijo.

–Será que tem algum problema se eu ligar para o Dick e ele passar aqui para conversarmos? –Pergunto a eles que se olham alarmados por um segundo.

–Algum problemas. –Tia Íris parece preocupada.

–Bom, não exatamente. Ele é meu líder e existe algumas coisas que queria falar com ele. –Explico. –E sei que vocês o veem relaxado e brincalhão aqui, mas acreditem quando eu digo que nem sempre é assim. –Informo e meu pai me entrega o celular dele já com o número de Roy na tela que me atende no segundo toque.

–Roy, oi, sou eu Wally.

‘Percebi quando você disse “Roy”, do que precisa cara?’

–O Dick do meu tempo, ele está por ai? –Escuto algum barulho e o celular troca de mãos.

‘Onde?’ –Vai direto ao ponto já sabendo o que queria, olho para meus pais atentamente, eles não poderiam saber de nada, para o próprio bem deles.

–Caverna do Arqueiro, vou estar lá em quinze minutos. –Informo desligando o celular e voltando a comer tranquilamente, tia Íris me olha incomodada e eu esboço um sorriso para ela que meu pai repete, -O que foi?

–Tem dez minutos agora Filho. –Fala olhando para o relógio na parede e meu pai dá risada.

–Íris, super velocidade. –Lembra a ela que balança a cabeça de um lado a outro.

–Tudo bem, posso me acostumar com isso... Claro que eu posso! –Fala sozinha.

–Vai se acostumar. –Garanto.

Os minutos restantes se passam e entro na caverna na hora exata. Dick 2.0 já estava sentado sobre a maca me esperando. Me sentei ao seu lado e ele me entregou uma lata de refrigerante abrindo uma de cerveja para ele.

–Tenho que aproveitar enquanto Barbara não está por perto. –Justificou vendo meu olhar. –O que aconteceu?

–Os gêmeos. –Digo simplesmente e ele me olha cheio de compreensão. –Minha transformação, tudo parece igual e diferente ao mesmo tempo.

–Sei do que está falando. –Concorda olhando para o vazio, parecendo estar perdido em lembranças. –Wally, você está tendo a chance pela qual qualquer um de nós morreria para ter. Eu daria qualquer coisa para sair daqui agora e aparecer em Gothan, impedir aquele estupido do Jason de fazer aquela besteira, mas eu não posso fazer isso, mudaria a linha temporal de uma maneira que causaria mais transtornos do que benefícios, bom pelo menos é isso que eu ínsito me dizer. Queria pelo menos chegar até a mim mesmo e dizer o que o coringa pretende fazer, só eu sei o quanto me culpei durante todo esse tempo. –Eu o vejo estremecer ao meu lado.

–Não foi sua culpa. –Falo em um impulso. –Ele é que é o monstro!

–Assim como não foi sua culpa a morte dos gêmeos, mas isso não diminui sua dor ou a minha, você perdeu os seus irmãos, e querendo o não o estupido do Jason, o imbecil do Tim e até mesmo o prepotente do Damian são os meus, e nesse inferno de batalha constante que é a nossas vidas, você perdeu dois e eu também. –Vejo uma lágrima escorrer por seu rosto, nem ao menos tinha me lembrado de Damian, eu não sabia direito a história dele, tudo era muito obscuro, e para a nossa geração aquilo era praticamente um tabu. –Mas Wally, você pode deter o seu monstro, fazer por seus irmãos o que eu nunca vou poder fazer pelos meus. Jason nunca mais vai ser Jason, mas os gêmeos ainda podem nascer, tudo depende de nós conseguirmos deter o Flash Reverso.

–Foi por isso que te chamei. –Respiro fundo descendo da maca para olhá-lo de frente. –Se deter o monstro do Eddie eu deixaria de ser o Kid Flash? –Ele me olha pensando a respeito. –É um risco que estou disposto a correr! –Acrescento sem a menor dúvida.

–Sua mãe seria sequestrada aquele dia de uma forma ou de outra, toda aquela operação foi idealizada pelo Capitão Frio, e por tudo o que já passei ao seu lado, as batalhas que enfrentamos, não, você ainda tomaria as mesmas decisões, ainda seria o Kid. –Ele sorri nostálgico. – Eu acho que estou me cansando disso. – Eu o olho sem entender. – Foi uma conversa que Roy e eu tivemos com o seu sogro, sobre a sua cruz pessoal. – Eu olho feio para ele. – Não me olhe assim, eu amo a minha. – Diz rindo. – Wally você pode não ter nascido com os seus poderes como o CK, ou ter adquirido um anel verde, brega diga-se de passagem, mas olha de quem você é filho, eu incluo a sua mãe na equação, aquela mulher até hoje tem horas que me dá arrepios. –Faz uma careta e eu sou obrigado a acompanha-lo, minha mãe brava faz os interrogatórios do Batman parecer um passeio na Disney. – Seus padrinhos, até o seu sogro. Você é um dos que não tiveram muita escolha, o seu poder foi só uma consequência, você seria um herói com ou sem ele. –Respiro fundo caminhando em direção a cadeira da Felicity e deixo meu corpo cair ali pesadamente. –Mas a lembrança que tenho da morte de sua mãe agora foi alterada. –Fala com cuidado. –E sua vinda para o futuro também, agora Barry está presente.

–Eu sei. –Confirmo. –Mudou para mim também, mas ela ainda morre Dick, e ele ainda mata o Flash Reverso. –Passo a mão por meu rosto cansado de mais, de repente sinto como se tivesse trinta anos, muito mal vividos.

–Um problema por vez Kid. –Dick diz provavelmente adivinhando o que eu estava pensando. –Vamos parar o Eddie e o resto vai ser a consequência disso.

–Como? –Pergunto incrédulo. –Eu sai do meu tempo após a morte da minha mãe, deixando a primeira vez um pai louco e agora um devastado, de toda forma ele sofre, e de certa forma acaba se perdendo um pouco.

–Ainda não acabamos Wally, e já fomos longe demais para você fraquejar agora. –Repreende ele se levantando. –Deixei minha família, meu tempo, e a guerra que está acontecendo lá por que acredito que podemos fazer algo a respeito daquilo agora. –Eu o olho e vejo a fúria calculada em seus olhos. –Não é hora de você parar de ter fé. Está me entendendo Kid Flash?

–Sim senhor. –Me levanto desanimado. –E Sara? –Precisava de algo que fizesse meu coração bater descompassado, algo além do desespero e medo que sinto o tempo todo.

–Ela acredita em você, ficou uma fera por ter sido deixada de fora dessa missão. –Ele solta uma risada curta. –Está sentindo sua falta Wally, assim como seu pai, avós e os Queen’s, sem falar das Ligas. Nós vamos dar um jeito ok? Consegue acreditar nisso? –Confirmo balançando a cabeça em resposta, precisava acreditar.

Escutamos o barulho de passos e em seguida Diggle está descendo as escadas da caverna. Ele nos cumprimenta imediatamente percebendo a tensão entre nós. –Estou atrapalhando alguma coisa?

–Na verdade, vai ajudar. –Dick fala se dirigindo a saída. –Fiz minha parte Dig, agora o moleque ai é todo seu!

–O que eu perdi? –Ele me olha percebendo por fim meu estado emocional. –Mais lembranças alteradas?

–Como faz isso? –Questiono chocado. –Percebe tudo.

–Posso não ter o QI da Felicity Wally, mas sou bom em ler pessoas. Me conta o que mudou?

–Nada de realmente importante, só a forma como me transformei, que desculpe, não posso contar, mas agora Caitlin e Cisco estão lá. –Conto a ele que ouve paciente.

–E por que isso te deixou assim?

–O que me leva a ser o Kid... –Tento uma forma de falar, sem detalhes. –Foi para salvar pessoas. –Falo vagamente e ele sorri.

–Sua mãe! –Corrige revirando os olhos.

–Não está ajudando Diggle! –Reclamo bufando. –Mas isso não muda, ainda é a mesma lembrança decorrente da minha transformação anterior, ela ainda é salva, mas custa outas vidas, e pensei que mudaria isso também, só que nesse ponto a memória é a mesma! E fico me perguntando se realmente vou conseguir mudar o que é preciso...

–Vem comigo. –Ele começa a andar para a saída.

[...]

Entramos na casa de Diggle e Lyla estava sentada no sofá lendo um livro. Ela se levantou com um sorriso simpático e me deu um abraço carinhoso. –Estava me perguntando quando apareceria por aqui Wally. –Brinca olhando para Diggle significativamente.

–Acho que tenho mais alguns anos antes dessa conversa! –Falo sorrindo e os dois me acompanham.

–É, eu acho que você tem. –Lyla concorda e aponta para Diggle.

–Vem aqui ver uma coisa. –Diggle está em frente a um quarto de bebê.

Caminho lentamente em direção a ele, meu rosto deve transparecer toda a minha estranheza e tensão. Aquela é Sara, deitadinha em seu berço mordendo o dedinho, e ao mesmo tempo é apenas um bebê, não minha Sara, mesmo sendo ela... Que coisa mais confusa. Diggle me sede passagem e eu me aproximo, a criança sorri assim que me vê
a sua frente, estendendo os bracinhos em minha direção. Olho apavorado para Diggle que assente, me encorajando a pegá-la.

–Mas é muito oferecida essa garota. –Murmura para Lyla que dá risada. –Acho que podemos cogitar o convento Baby.

–Não começa Dig. –Murmura em resposta.

–É por ela Wally que você está aqui. –Ele fala em sua habitual sabedoria enquanto o bebê da gargalhadas em meus braços. –Por você mesmo, que agora está em um lar tão diferente desse. –Ele abraça a mulher ao seu lado. –Pelo que percebi vocês estão em guerra no seu tempo, você está aqui por cada uma das vidas que podem ser poupadas. Dick disse que o mundo precisa de um Flash, eu acredito que ele tem razão, mas não só de um Flash ou de um Arrow, o mundo precisa de heróis que estejam dispostos a lutar por ele. Seu pai é mais um na equação, assim como você.

–Eu não sei mais o que fazer John. –Falo olhando para os olhos castanhos enormes de Sara.

–Eu sei o que não fazer Wally. –Desvio o olhar dela para seu pai. –Não deve perder a fé em você mesmo. Olha a minha filha sorridente em seus braços, mesmo sem saber quem você será na vida dela ainda, acho que já sabe que vai ser alguém importante. No futuro tenho certeza que Sara, ou Artêmis, como você preferir chamar, está te esperando voltar cheia de fé no seu sucesso.

–Todos nós estamos. –Lyla acrescenta.

Ok, isso não foi exatamente um discurso animador, mas dou um sorriso mesmo assim. Eu sei que eles não entendem e querem me ajudar, eles percebem a minha fisionomia.

–E agora o que foi? – Lyla me pergunta com as mãos na cintura.

–Eu sei que vocês estão tentando me ajudar, me motivar, mas tudo que eu vejo é o quanto vou perder se eu fracassar. –Coloco Sara versão 0.5 de volta no berço.

– Essa é a questão Wally, é isso que fazemos todos os dias. – Lyla me puxa para um abraço.

–Todos os dias nós lutamos, todos os dias enfrentamos demônios, e guerra, e todos os dias corremos o risco de perder tudo. –John vai até o berço de Sara e acaricia a sua cabeça. – Mas nós voltamos, todos os dias, e você sambe o porquê? – Eu o olho sem entender.

–Por que temos algo mais forte que nós mesmos, e é isso que nos traz de volta para casa. – Lyla completa.

CAITLIN

–Ela está dormindo ainda. – Ouço ao fundo a voz de Ronnie. – Pode deixar, assim que ela acordar vamos voltar para o laboratório, Cisco não sai de lá desde que começou a fazer a cela. Ele falou que não pode deixar a vida do sobrinho dele assim, precisa garantir o surgimento de um novo herói. – Eu não posso evitar de sorrir com a cara no travesseiro. – Ok, toma cuidado, nós vamos terminar aquilo o mais rápido possível. – Eu vejo o quanto a voz de Ronnie estava tensa, ele desliga o telefone e volta para a cama, tentando não me acordar.

–O que aconteceu? – Pergunto me aconchegando em seu peito.

– O cara que vai tentar assassinar Iris, Barry já sabe quem é. –Me diz e eu me sento na cama alarmada.

–Como? Quem?

–Wally o confrontou sexta, e depois Barry e Wally tiveram um pequeno confronto com ele. Um tal de Eddie não sei do que. – Eu levo a mão a boca de espanto.

–Eddie o ex-namorado de Iris, o detetive parceiro do pai dela? Esse Eddie? – Pergunto chocada.

–Como vou saber? Eu fiquei trancado dentro de um quarto por dez meses, perdi o boletim de fofoca. – Diz me fazendo revira os olhos.

–Vamos, precisamos falar com Cisco, essa bendita cela precisa ser finalizada o quanto antes. – Me levanto da cama com pressas.

[...]

–Miranda Priestly, serio toda vez que você entra dessa maneira por essa porta eu imagino você jogando um casaco de pele na minha mesa. – Cisco dá risada enquanto eu entro com um tablet em uma mão e um café outra.

–Eu não sei o que me deixa mais espantada, se é você fazer referência a O diabo veste Prada, ou eu saber exatamente a o que você está se referindo. –Sento em minha cadeira, enquanto Ronnie entra carregando um novo cabo mais resistente para utilizar na sela.

–Ele já sabe da novidade? –Ronnie pergunta jogando as coisas sobre a minha maca, o que faze eu olha-lo com cara feia, mas Ronnie apenas me sorri como se eu tivesse lhe enviado um beijo no ar.

–Novidade? Que novidade? – Cisco levanta e vai ajudar Ronnie com a parafernália toda.

–Eddie é o cara que vai tentar matar Iris... –Ronnie começa a falar e Cisco deixa uma chave de fenda cair no chão, por conta do espanto.

–O que? Por que? – Pergunta surpreso.

–Não sei, Barry não sabe o porquê, mas foi ele quem matou a mãe dele também, então isso é uma coisa que está fundindo a cabeça de todo mundo. – Jogo um bloco de notas longe mostrando quão frustrada eu estava.

–Isso é uma coisa que não podemos resolver agora. – Ronnie diz. – Isso daqui. – Levanta dois rolos de cabos e coloca sobre o ombro. – E o que podemos fazer hora. – Ele sai e vai para o acelerador de partículas/cadeia para meta humanos.

–Caitlin, temos outra coisa em mãos. – Cisco abre uma tela, aonde pode se visualizar o convite que Felicity nos mandou para um congresso.

–Não temos tempo para isso Cisco e você sabe disso. – Fecho a minha cara para ele.

–Sei Don Corleone... – Acho que minha cara deve ter sido muito assustadora por que ele engoliu em seco e começou de novo. – Serio Caitlin, você é a nova diretora disso aqui, cabe a você trazer o bom nome da S.T.A.R. LABS de volta. E esse congresso pode ser o primeiro passo para isso. – Por mais que eu queira me focar só em resolver toda essa bagunça do futuro Cisco tem razão, uma coisa que nunca vou dizer em voz alta, tem coisa do presente que também precisam da minha atenção.

–Vai ajudar Ronnie com aquela prisão de uma vez! – Digo sem paciência enquanto confirmo três pessoas no congresso.


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Notas finais do capítulo

Vocês disseram que estavam com saudades da Caitlin, pois ai está ela. Não teve Olicity, mas pagaremos com juros no próximo!
Comentem!
Bjs



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