Music of The Night escrita por Elvish Song, TargaryenBlood


Capítulo 8
Ameaça


Notas iniciais do capítulo

Carlotta não vai perdoar a humilhação que sofreu. Preparem-se para surpresas!



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No último mês Carlotta havia deixado de perseguir Christine; a vergonha de ser esbofeteada diante de metade dos atores a colocara em seu lugar, trazendo paz aos dias da bailarina. Todos na Ópera, inclusive Sr. Piangi – atual namorado da Prima Donna – se haviam colocado ao lado da menina, o que só aumentava a raiva da cantora, e os olhares cruéis que esta lançava em direção à garota diziam que ela não perdoara a humilhação sofrida, prometendo vingança. Ainda assim, nada acontecera. Pelo menos não com a dançarina...

Nos dias que se passaram, vários pequenos acidentes aconteceram com a Primeira Dama: coisas que caíam, figurinos rasgados, tropeções, objetos que desapareciam. Isso enfurecia a mulher, mas não havia ninguém a quem culpar, especialmente porque Christine mantinha-se convenientemente longe de sua rival. A isso se somava o fato de que os próprios administradores haviam recebido cartas orientando-os a designar a jovem para o papel principal na próxima apresentação – Il Mutto – enquanto Carlotta faria o papel mudo do pajem. Tudo isso fazia a “diva” desperdiçar várias horas por dia com ataques histéricos.

Raoul também fora uma presença relativamente constante, assistindo aos ensaios com bastante freqüência; entretanto, ele deixara de usar o camarote cinco, depois de misteriosas explosões de tinta vermelha mancharem por três vezes seus melhores ternos. Novamente, ninguém descobrira o autor da peça, mas sussurros indiscretos atribuíam os eventos à presença do Fantasma da Ópera. É claro que pessoa alguma assumiria acreditar em tais boatos, mas estes voavam pelos bastidores e coxias.

Em meio a tudo isso, Christine conseguira alcançar relativa paz; embora o treino de balé ocupasse por volta de oito horas do seu dia, seus outros afazeres consistiam apenas em manter em ordem seus pertences, figurinos e objetos para usar em cena, coisa que ela resolvia em menos de uma hora. O restante de seu tempo era gasto como bem quisesse, e isso significava longas horas na companhia de seu Anjo, fosse na pequena capela onde ele ainda lhe ensinava, no quarto da bailarina ou na Casa do Lago. E quando não estava com seu amado, ficava na companhia de Meg, Madame Giry ou outra de suas poucas amigas, como agora.

– Você nunca para de cantar, garota? – perguntou Meg com um risinho, tirando os olhos de seu livro – Parece que nada afeta seu humor!

– E como poderia, Meg? – tornou a outra, arrematando o bordado que fazia como presente para Madame Giry – Eu tenho tudo o que poderia querer!

– Poderia ser a Primeira Dama de novo...

– Seria maravilhoso, mas não é disso que depende minha felicidade.

– Imagino que tanta alegria tenha a ver com certo Fantasma.

O sorriso da moça mais velha foi a confirmação do que a outra dissera; tinha os pensamentos voltados para dez dias atrás: naquela noite – no seu aniversário de dezessete anos – Erik a levara consigo para outra sala secreta, no andar superior, onde estava preparado um suntuoso jantar para dois. O aposento estava inteiramente decorado com flores e velas, e havia música a tocar. A lua cheia brilhava no céu escuro, os raios de prata entrando pela janela entreaberta e indo pousar sobre seus lugares à mesa; haviam jantado juntos, dançado, cantado... E pouco antes de seu Anjo a levar consigo para a Casa do Lago, ele a presenteara com um colar de safiras. Fora o presente mais lindo que ela já ganhara! Depois disso, desceram juntos para o palacete subterrâneo, cujo chão estava coberto por pétalas de rosas. A madrugada que se seguira fora a mais doce de sua vida...

– Ele deve ser muito especial, para deixá-la tão sonhadora e cheia de suspiros românticos! – comentou a moça loira, arrancando Christine de suas memórias.

– Ele é, sim, Meg. – respondeu afinal, voltando à realidade – Mais do que especial. As coisas mudaram para melhor entre nós, desde que o conheci... Eu mesma mudei.

– isso eu pude reparar; nunca pensei que você esbofetearia Carlotta! Não vi uma única pessoa que não tenha levado uma semana para controlar o riso! Ela merecia ter apanhado antes. – as duas adolescentes riram juntas por alguns segundos, antes que Christine se levantasse – Vou levar isto para sua mãe.

– Pode ir – a menina se esticou no banco longo onde se deitara para ler – Vou terminar meu livro.

Assentindo, a soprano se levantou da cadeira, dobrou a fina tapeçaria que bordara para Madame Giry - um presente de Natal antecipado - e a embrulhou cuidadosamente com papel de seda. Levantou-se e tomou o caminho dos aposentos de Antoinette, que a esta hora ainda estaria supervisionando as cozinhas – ela cuidava da ordem de absolutamente TUDO naquele lugar!

Como esperado, o quarto da viúva estava vazio; Christine entrou em silêncio, parando diante do santuário do Sr. Giry para fazer uma breve oração em memória ao falecido. Os aposentos da coordenadora eram simples, com apenas uma cama, duas arcas de pertences e uma penteadeira grande, que lhe servia também de escrivaninha. Junto à porta estava o altar feito à memória do pai de Meg, onde jaziam fotos do homem e velas apagadas queimadas pela metade.

Sem se demorar, a moça deixou o que trouxera sobre a cama, junto com um bilhete onde se lia “para minha querida tutora e mãe adotiva”; não havia necessidade de assinatura, pois Madame Giry reconheceria de imediato a elegante caligrafia de sua protegida. Com um sorriso, a menina deixou o lugar e seguiu pelo corredor vazio, rumo às cozinhas: por algum motivo, estava com mais fome do que o habitual.

Seguindo pela passarela escura e silenciosa, percebeu que não estava sozinha: passos duros a seguiam de perto. Virou-se à procura do recém-chegado, deparando-se com Joseph Buquet, o técnico de cenografia. Era um homem alto, de cabelos castanhos e porte avantajado, com gosto demasiado pela bebida, mas inofensivo de um modo geral; surpresa, mas aliviada, a garota exclamou:

– Joseph! Você me assustou! – o homem sorriu de modo estranho, e acompanhou Christine sem nada dizer. Mesmo estranhando a atitude do amigo, ela apenas seguiu em frente.

De repente, contudo, ao passarem por uma sala vazia, ele a agarrou com força e tapou sua boca; antes que pudesse gritar, a jovem se viu empurrada para a sala com uma faca afiada em sua garganta. Debatendo-se, a moça o viu fechar a porta com um chute enquanto continuava arrastando-a para o fundo do aposento.

POV Christine

Nunca havia sentido tanto medo em toda a minha vida! A lâmina arranhava meu pescoço a ponto de arrancar sangue, e eu só podia rezar para que meu atacante não me matasse. Algo estava errado: aquele era Joseph! Joseph, que eu conhecia desde pequena! Que contava histórias para as garotas do alojamento, tentando assustá-las! Que brincava comigo desde que eu era criança! E agora, aquele mesmo homem me atacava com uma faca!

Tentei me esquivar, mas a ponta da arma pressionou minha pele com mais força; em pânico, vi-me jogada no chão e senti o joelho dele sobre meu ventre, seu rosto a centímetros do meu quando rosnou:

– Se você gritar, eu a matarei. – Por Deus, o que ele ia fazer?! Eu estava em pânico, em choque demais até mesmo para gritar! Chorando de medo, perguntei num gemido estrangulado:

– Joseph, o que está fazendo? Por que está fazendo isso?!

– Você irritou muito La Carlotta, menina – rosnou – Hoje, é apenas um aviso: tenho ordens de não te machucar... Muito. – ele intensificou o aperto em minha garganta, e usei ambas as mãos para tentar afastar seus dedos de mim. O ar parecia não entrar em meus pulmões, e minha cabeça girava com a falta de ar. Mas eu não podia perder a consciência!

Lutei como pude para tentar afastá-lo. Soquei-o, chutei, me contorci, mas era como bater em um muro de pedras. Sua faca deslizou por meu colo, e senti o metal morder a carne, cortando, causando dor. Gritei, mas minha voz não saía, bloqueada pelo aperto em meu pescoço. Ele rasgou meu decote, e a faca continuou seu trabalho, abrindo talhos em minha pele... Parecia que aquela tortura nunca teria fim! O ar me faltava, os pulmões queimavam, e minha visão escurecia. Só o puro pavor me impedia de perder de vez a consciência!

De repente, do mesmo modo como começara, a tortura parou. Ele soltou minha garganta e segurou meu rosto com força; a ponta da faca deslizou por minha bochecha sem cortar enquanto Joseph ciciava:

– Isso foi apenas um aviso: saia deste teatro enquanto pode. Se houver necessidade de novo alerta, fatiarei seu lindo rostinho até que fique irreconhecível.

Eu não conseguia reagir, nem mesmo depois que ele me soltou e se levantou. Estava entorpecida pela dor e pelo terror, e só conseguia soluçar, encolhendo-me contra a parede; afinal, tive forças para perguntar, entre soluços:

– Por que, Joseph? Achei que éramos amigos...

– Joseph só tem um amigo: o dinheiro. E Carlotta paga muito bem pelos serviços prestados – respondeu, irônico, antes de deixar a sala.

Trêmula de dor, olhei para meu corpo a fim de ver o estrago que ele fizera: havia cortes extensos em meu colo, seios e ombros. Embora não fossem muito profundos, sangravam e doíam terrivelmente, encharcando meu vestido de líquido rubro, e mesmo respirar provocava pontadas agudas em minha pele. A frente do vestido estava rasgada, e não havia nada com que pudesse me cobrir, ou esconder o sangue que fluía profusamente dos ferimentos. Tinha de chegar até meu quarto, mas como fazê-lo, se mal conseguia me mover de tanta dor?

Levantei-me com dificuldade, fechando minhas roupas como podia e comprimindo os machucados tanto quanto a dor permitia. Estava assustada, envergonhada... Só queria chegar ao meu quarto e me esconder, mas não consegui chegar sequer à porta da sala! Cada passo era uma tortura, respirar era difícil – minha garganta parecia inchada e queimava a cada inspiração. Ainda em pranto, caí de joelhos a apenas um passo da porta, deixando escapar um grito quando todos os cortes queimaram com o impacto; a dor era tão forte que minha visão escureceu, e caí de lado no chão, chorando. Entretanto, precisava sair dali!

Obriguei-me a ficar em pé e voltar a caminhar, pressionando o que sobrara de meu corpete contra os machucados. Procurei me lembrar das passagens secretas que Erik me mostrara – Ah, Eri, onde estaria você, agora? – e que poderiam me levar ao quarto. Havia uma não muito longe de onde me encontrava, e cambaleei pelo corredor até encontrar o alçapão, denunciado apenas por uma ranhura na parede. Abri a passagem e me enfiei pelo corredor estreito e escuro, sentindo lágrimas de dor rolarem por meu rosto a cada passo.

Caminhar até meus aposentos foi um suplício maior do que poderia imaginar, mas afinal atravessei a passagem do espelho. Agora, não apenas o corpete estava manchado de sangue, como também a saia do vestido se encontrava encharcada com o líquido vermelho. Com esforço, pus no chão a tina de banho – sentindo cada corte reclamar do esforço – e a enchi com água fria. Tinha de ser fria, para reduzir a perda de sangue. Faltava apenas me despir, mas o tecido se havia colado aos ferimentos, e quando tentei puxar o pano, deixei escapar um grito de dor.

Para minha felicidade, Meg e Madame Giry irromperam em meu quarto segundos depois. Quando seus olhos pousaram em minha figura, as duas abafaram suas exclamações de espanto, e minha tutora se adiantou:

– Christine, minha criança, o que aconteceu?! Quem lhe fez isso?!

O autocontrole que eu alcançara na luta para chegar ao meu quarto se desvaneceu, e senti meu coração se apertar com as lembranças de pânico do ataque. Comecei a chorar novamente e virei o rosto, escondendo os cortes como podia, mas a senhora se aproximou de mim e me obrigou a encará-la, examinando-me com olhos cheios de preocupação e desespero. Afinal eu respondi:

– Buquet... Ele me arrastou para uma das salas do depósito... Tinha uma faca...

– Por Deus, Christine, o que ele lhe fez?!

– Ele me jogou ao chão, rasgou meu vestido e começou a cortar – baixei os olhos, o rosto corado de constrangimento – Disse que fazia aquilo por ordem de Carlotta... Que se eu permanecesse no teatro, mutilaria meu rosto... – o medo me acossou, provocando violentos tremores e novos soluços de dor cada vez que um movimento repuxava a carne cortada.

– Ah, querida... – ela examinou com cuidado os cortes e o enorme hematoma em minha garganta, no local onde Joseph apertara a carne com força – O tecido colou nas feridas. Deixe-me ajudar.

Fechei os olhos e anuí; minha preceptora fez-me seguir até a banheira e entrar na água fria. Deixei escapar um lamento de dor quando o líquido tocou meus ferimentos, sentindo o tecido de minhas roupas se soltar da carne enquanto o sangue coagulado era dissolvido. Quando consegui tirar o traje, Meg me ajudou a limpar cuidadosamente cada corte, ignorando meus gemidos e choramingos. Tentei ficar em silêncio, mas aquilo doía tanto!

Eu podia ver a raiva fervendo nos olhos de Madame Giry quando ela ordenou:

– Meg, fique aqui com Christine. – e para mim – fique na água tanto quanto puder, querida. Vai ajudar não apenas com os cortes, mas com os hematomas – foi só então que reparei as marcas roxas e azuis em meus braços e barriga, sinais de minha luta.

– Está bem, senhora. – respondi – Obrigada por tudo.

– Não me agradeça ainda, minha menina. – disse ela, deixando meu quarto como um tufão. Aonde ela ia?

POV Narrador

Madame Giry tinha uma meta bem definida: precisava encontrar o Fantasma da Ópera. Embora já não se falassem há algum tempo, a mulher sabia exatamente onde encontrar o esquivo senhor do teatro. Como Carlotta se atrevia a mandar que alguém machucasse Christine? E como Buquet – maldito! – tivera coragem de realizar tal tarefa, torturando uma menina?! Especialmente quando essa menina era a jovem soprano, que jamais tivera uma única palavra rude para aqueles que com ela conviviam!

Havia verdadeiro ódio no coração da viúva; Buquet e Carlotta tinham de ser punidos, mas ela não possuía meios para garantir isso. Erik, entretanto, era mais do que capaz de fazer justiça com as próprias mãos. Céus! A ira do músico seria terrível, mas a dupla de malfeitores merecia qualquer castigo que o Fantasma decidisse lhes aplicar.

Enveredando pelas passagens secretas da ópera, a Sr.ª Giry conseguiu encontrar o caminho até o lago – era o mais longe que ousava chegar, nos domínios do Fantasma. Sabia que ele poderia ouvi-la dália, então elevou sua voz:

– Erik! Preciso falar com você! É sobre Christine.

Para sua surpresa, a voz do Fantasma soou bem atrás de si:

– O que houve com Christine?

A senhora se virou depressa, sobressaltada, para encontrar o Fantasma com uma expressão ferina de preocupação. Recompondo-se depressa, ela explicou:

– Christine está ferida. Deve ir até ela – falou a mulher, logo antes de se lançar numa corrida para acompanhar os passos largos do Fantasma, que quase voava pelos túneis escuros.

O coração de Erik se apertava de angústia: o que acontecera?! Ele saíra do teatro por umas poucas horas, e assim que chegava descobria que sua amada se ferira! Mas como? O que acontecera a Christine?!

Ele e Madame Giry venceram logo o percurso até o quarto da moça; Erik deslizou para o lado o pesado espelho de moldura, deixou que Antoinette passasse e entrou logo atrás. Quando seus olhos pousaram em Christine, seu coração pareceu parar de bater por um segundo: sentada na cama, vestia um roupão de tecido leve, aberto na frente... Seus ombros e seios estavam marcados por cortes extensos, e a garganta delicada tinha marcas roxas e pretas no contorno perfeito de dedos. Mais manchas roxas se espalhavam pelo ventre e braços. Ao ver seu Anjo ela cruzou os braços sobre o peito e se encolheu, sem querer que ele visse seu corpo daquele jeito.

Num gesto carregado de preocupação e desespero, o músico se ajoelhou junto de sua amada, tomando-lhe o rosto entre as mãos com carinho. Cuidadosamente ele lhe segurou os pulsos e fê-la descruzar os braços, para ver os ferimentos. Christine enrubesceu e murmurou:

– Não quero que me veja assim.

– Não seja tola, minha querida – respondeu ele, tentando controlar o ódio por quem ferira a cantora – Você precisa de um médico. – e virando-se para Meg – pode chamar o Dr. Ailler, Srta. Giry?

A menina assentiu e deixou o quarto a passos rápidos. Erik fez sua noiva se deitar lentamente, para não sangrar novamente as feridas, e então se voltou para Madame Giry:

– Quem fez isso com ela? – havia uma fúria quase incontrolável crescendo dentro de si.

– Joseph Buquet, por ordens de Carlotta. Arrastou Christine para o depósito, rasgou-lhe o vestido e cortou sua pele. Disse que era apenas um aviso, que ela deveria deixar o teatro, sob pena de ter o rosto mutilado. – Ao ver a expressão de Erik, a viúva soube que algo muito ruim iria acontecer naquele lugar. O Fantasma não deixaria impune uma agressão dessas, especialmente tendo sido cometida contra sua amada.

O Anjo da Música não respondeu de imediato; caminhou até a moça na cama e se sentou a o seu lado, segurando-lhe a mão. Ela sorriu e fechou olhos, tentando controlar a dor.

– Vai ficar tudo bem – sussurrou Erik para ela, afagando-lhe o rosto.

– Com você aqui, eu sei que sim. – respondeu a moça.

Sem nada dizer, o Fantasma se fechou em pensamentos. Em sua mente, ele antecipava a punição que daria aos algozes de sua amada. Faria deles exemplos, para que ninguém jamais se esquecesse.


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Notas finais do capítulo

Comentem! comentem! comentem!



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