Music of The Night escrita por Elvish Song, TargaryenBlood


Capítulo 6
All I Ask of You


Notas iniciais do capítulo

Gente, aqui eu quero me redimir pela aparição do Raoul, certo? Como alterei a letra da música para se adequar à cena que estava escrevendo, coloquei a tradução entre parênteses. Queria dedicar este capítulo a Maisa Cullen, que tem comentado em cada capítulo postado e me dado um mega incentivo a continuar, e a Gato Pumpkin Head Cinza, que anda meio sumida, mas deixa aqueles seus comentários louquinhos que me fazem morrer de rir! Ah, também queria pedir às minhas queridas leitoras (e leitores, se houver algum) que deixem suas reviews, por favor!



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Insolent boy, (garoto insolente)

This slave of fashion, (esse servo da moda)

Basking in your glory! (aproveitando-se de sua glória!)

Ignorant fool (Tolo ignorante)

This brave, young suitor (este bravo e jovem conquistador)

Sharing of my triumph! (compartilhando de meu triunfo!)

A voz do Anjo ecoou forte e imponente pelo quarto pouco iluminado, tirando uma sorridente Christine de sua leitura. Levantando-se da cama, ela cantou de volta:

– Angel I hear you, (Anjo, eu o ouço)

Speak, I listen (Fale, eu o escuto)

Stay by my side, (fique ao meu lado)

Guide me! (guie-me!)

Angel I need (Anjo, eu preciso)

Your words, (de suas palavras)

Your warm; (de seu calor)

Come to me (venha para mim)

My Angel! (meu Anjo!)

Desta vez, entretanto, o espelho não se moveu para revelar a visão do Fantasma da Ópera; sem compreender por que ele não entrava, a jovem receou que ele estivesse zangado por sua conversa com Raoul. Entretanto, seus medos foram aplacados quando, olhando para o espelho, ela viu a figura de seu amado logo atrás de si. Ele passou um braço ao redor de sua cintura, enquanto a outra mão acariciava-lhe o rosto com delicadeza.

Feliz e deliciada com aquele toque que tanto amava, Christine se encostou contra o peito de Erik, acariciando-lhe o lado do rosto sem máscara. Ele a virou para si, e embora houvesse um sorriso no rosto de seu amor, a cantora sabia muito bem que ele estava zangado; não com ela, mas com Raoul.

– Está aborrecido, não é, meu amor? – perguntou a moça, deslizando os dedos pela face de Erik.

– Não com você – ele respondeu, cingindo-a contra o peito – Garoto arrogante! Tolo inconseqüente! Que direito ele pensa fruir para tentar levá-la consigo?

– Ele é um nobre: é assim que agem... Como se tudo e todos estivessem ao seu dispor para servir aos seus menores caprichos. Pensei que Raoul seria diferente, mas estava enganada.

– Parece que já se conheciam.

– De uma época anterior à minha vinda para o teatro. Éramos melhores amigos... Praticamente irmãos. Mas esse é um tempo que já morreu, pelo que pude ver. – a moça fitou os brilhantes olhos de seu Anjo – procurei por você no camarote cinco, mas tudo o que encontrei foi aquele tolo arrogante. Como ele teve tamanha ousadia?

– Cortesia de nossos caros amigos, Andre e Firmin; foram eles que disponibilizaram meu camarote ao visconde. – e ante o olhar indignado de Christine – mas eles logo descobrirão minha insatisfação. Deixei um pequeno recado para ambos.

– O que você fez?

– Nada demais. Apenas uma advertência amigável para que o erro não se repita. Algo que os fará pensar muito bem antes de me afrontarem novamente.

Christine riu e o beijou, mas Erik a conhecia muito bem: ela estava aborrecida, preocupada e ansiosa.

– Uma Primeira Dama deveria estar radiante em sua primeira estréia. Por que vejo preocupação em seus olhos?

Christine corou e baixou os olhos ao responder:

– O corredor estava lotado... Muitos devem ter visto que o visconde veio fazer-me uma visita a sós... Logo, os boatos começarão, e meu nome ficará manchado mesmo sendo eu inocente. Em breve, dirão que sou amante daquele homem! – Ela viu o olhar de Erik se endurecer, reconhecendo a validade de suas preocupações.

– Meu amor... Não há muito que possamos fazer quanto a isso; boatos vêm e vão, mas nada poderá ser provado contra você. Mas eu juro: se este homem a machucar ou envergonhar outra vez, eu o matarei.

A adolescente sorriu, sem ter certeza se deveria ou não levar a sério a promessa de Erik. Desconfiava que ele não chegaria a matar de Chagny... Mas quebrar alguns ossos do rapaz seria o tipo de coisa que poderia esperar de seu Anjo.

– Perdoe-me, meu amor; queria que me houvesse encontrado radiante e empolgada, não preocupada com a mácula que ele criou em meu nome. – ela se estreitou contra o peito de Erik, abraçando-o e se deleitando com o calor e o perfume que o corpo forte desprendia. Ele retribuiu o abraço e a fez erguer o rosto para encará-lo:

– No more talk of bad thoughts, (Não fale mais sobre pensamentos ruins)

Forget this groundless fears (Esqueça esses medos infundados)

I’m here, nothing can harm you (Eu estou aqui, nada pode feri-la)

My song will warm and calm you. (Minha canção a aquecerá e acalmará)

Let me be your freedom (Deixe-me ser sua liberdade)

Let music dry your tears (Deixe a música secar suas lágrimas)

I’m here, with you, beside you (Estou aqui, com você, ao seu lado)

To guard you and to guide you. (Para protegê-la e guiá-la.)

Christine sorriu, acariciando a mão que empalmava seu rosto, e respondeu:

– Say you Love me (diga que me ama)

Every waking moment (a cada momento em que está desperto)

Turn my head with songs of beauty and night (distraia-me com canções sobre música e noite)

Say you need me with you (Diga que precisa de mim consigo)

Now and Always (agora e sempre)

Promise me that all you say is true (prometa-me que tudo o que diz é verdade)

That is all I ask of you… (é tudo o que peço a você)

Erik a beijou suavemente, e começou a conduzi-la em direção às sombras; pretendia levá-la para a Casa do Lago mais uma vez, mas agora por outro caminho. Segurando-lhe a mão com suavidade e firmeza, cantou:

– Let me be your shelter (deixe-me ser seu refúgio)

Let me free your mind (deixe-me libertar sua mente)

You’re safe – no one will find you (você está a salvo, ninguém a encontrará)

Your fears are far behind you (Seus medos ficaram para trás)

O Anjo da Música a guiou pelos caminhos para ela desconhecidos, e quando chegaram a uma longa escadaria em espiral, ele a ergueu nos braços. Passando um braço por sobre o ombro de seu amado, ela se perdeu na contemplação daquele rosto misterioso, que a máscara só tornava mais atraente e instigante. Aos pés da escadaria havia o lago, onde flutuava a elegante gôndola de madeira negra, dentro da qual Erik acomodou sua Christine, entrando também na embarcação.

Enquanto deslizavam através do lago, Christine se levantou e, em pé junto a Erik, continuou sua canção:

All I want is freedom (tudo o que quero é liberdade)

Your world of beauty and art (seu mundo de beleza e arte)

And you, always beside me (e você, sempre ao meu lado)

To hold me and to love me (para me abraçar e me amar)

O Fantasma a fitou com olhos repletos de uma silenciosa e profunda alegria, e respondeu ao seu canto:

Then say you’ll share with me (Então diga que compartilhará comigo)

One love, one lifetime (Um amor, uma vida)

Lead me, save me from my solitude (guie-me, salve-me de minha solidão)

Say you need me with you (Diga que precisa de mim)

Here, beside you (aqui, ao seu lado)

Anywhere you go let me go to (Aonde você for, deixe-me ir também)

Christine, that’s all I ask of you! (Christine, é tudo o que peço a você!)

A moça sorriu, sentindo a gôndola se chocar levemente contra o pequeno cais, e puxou Erik consigo para a margem:

Then say you’ll share with me (então, diga que compartilhará comigo)

One love, one lifetime (um amor, uma vida)

Say the word (dê sua palavra)

And I will follow you (e eu o seguirei)

Erik juntou sua voz à dela:

Share each day with me (compartilhe cada dia comigo)

Each night, each morning (cada noite, cada manhã)

Christine voltou a cantar sozinha:

Say you Love me (diga que me ama)

Erik a abraçou e respondeu:

– You know I do (você sabe que sim)

Eles se entreolharam e concluíram juntos:

– Please, love me (Por favor, me ame)

That’s all I ask of you (é tudo o que peço a você)

Erik a puxou para si, seus lábios capturando os de sua amada; seus dedos se entrelaçaram aos longos cachos castanhos da cantora, enquanto ela corria as pequenas mãos pelos braços fortes e costas largas do Anjo. Ele a puxou consigo para junto do piano, sentando-se ao seu lado no banco de ébano e marfim, ainda beijando-a apaixonadamente. O mundo parecia se resumir àquele momento.

POV Christine

Ali, rodeada pelos braços de Erik e longe das hipocrisias do mundo, eu me sentia segura, feliz, plena! Queria que o momento nunca passasse, que pudéssemos ficar juntos ali, para sempre. Foi somente após vários minutos que, afinal, nos afastamos um pouco. Havia algo estranho em seu olhar, que me fez perguntar:

– O que foi? – deslizei um dedo pelos lábios que acabara de saborear, tocando a fronte de meu anjo com a minha – Em que está pensando?

– Não posso continuar com isso, Christine – ele disse, levantando-se e me voltando as costas. Levantei-me, confusa, e fui até ele, segurando-lhe o braço com ambas as minhas mãos. Era impressão minha, ou meu Anjo estava ligeiramente trêmulo?

– Erik, o que o perturba? Não estamos tão felizes aqui?

– Christine... Não posso mais fingir para você: há algo que preciso lhe dizer. Algo que já deveria ter dito, antes que chegássemos tão longe... – ele parecia indeciso e hesitante – Uma vez você me perguntou por que eu me escondia, e sei que imagina por que jamais tiro a máscara.

– Não me importa que cicatriz possa haver embaixo da máscara, Erik: queimadura, corte... Eu não me importo. – sussurrei, tentando deixar bem claro meu amor por ele.

– Não é uma cicatriz, Christine. – ele se voltou e segurou meus pulsos delicadamente – eu nasci com o rosto deformado: desde que me lembro, todos tiveram medo e asco de minha aparência. Sei que você dirá não se importar, mas quero que seja sincera consigo mesma: conseguiria viver com a idéia de ser casada com um monstro?

Meu coração se partiu ao ouvir suas palavras; não precisei que me contasse o restante da história para deduzir que seu rosto já lhe causara muita rejeição e sofrimento... Talvez fosse mesmo a causa das cicatrizes de açoite em suas costas. Sim, as pessoas podiam ser muito ruins, muito piores do que qualquer fera da floresta, e faziam de tudo para ferir aqueles que eram de algum modo diferentes. Ah, meu querido Erik, então era por isso que se escondia! Por medo de que seu aspecto diferente lhe provocasse mais dor!

– Meu Anjo, meu amor – sussurrei, tomando-lhe o rosto entre minhas mãos – O que fizeram a você, para que tema ser abandonado por mim? Eu amo você, Erik! Entenda de uma vez que não me apaixonei por sua aparência... Apaixonei-me enquanto ainda era só uma voz na escuridão, uma presença ao meu redor. Não me importa o que guarda sob a máscara: eu te amo!

– Continuará amando, se vir meu rosto? Quando suas ilusões se desfizerem, e tiver de encarar a realidade sobre quem é o homem por quem se apaixonou? – perguntou ele, soturno.

– Como, com sua genialidade, você pode fazer uma pergunta tão descabida? – perguntei, abraçando-o com uma pontada de desespero por sua desventura – Eu não alimento ilusões a seu respeito, Erik – falei, séria – Nunca esperei de você nada além do homem que vejo diante de mim: apaixonado e intenso, uma alma inquieta... O meu Anjo da Música. Não lhe peço, nem espero nada além disso.

– Mas... – ele ia dizer algo, mas eu pousei meus dedos sobre seus lábios, silenciando-o:

– Quietinho – sussurrei, puxando-o comigo de volta para o piano – você fala demais, sabia? – por incrível que pareça, ele me sorriu – Cante para mim, meu Anjo da Música.

E ele respondeu ao meu pedido, tocando e cantando-me uma de suas composições – Eros e Psique – baseada na história da mitologia grega, área do conhecimento pela qual era apaixonado. Eu conhecia bem a história – na verdade, conhecia todas as histórias da velha Grécia, ensinadas a mim por meu amado – da princesa Psique - cuja belíssima aparência insultara Afrodite, a deusa da beleza - condenada a casar-se com uma horrível besta. Contudo Eros, o deus amor, não fora capaz de fazer com que a moça se apaixonasse pelo monstro a ela destinado, pois, compadecido da jovem, acabara por se ferir com as próprias setas de amor, apaixonando-se perdidamente por ela. Seguia-se uma longa trama de aventuras e proezas antes que pudessem, afinal ficar juntos, mas o casal se erguia vitorioso ao fim de tudo. Sorri para Erik: ele era meu Eros, e eu era sua Psique.

Quando as últimas notas morreram no ar, eu me sentei junto de meu Anjo e comecei a beijá-lo docemente, cantando-lhe palavras de amor. Meu amado me ergueu em seus braços e levou-me para o quarto; tomada de amor e paixão, entreguei-me a ele sem reservas, procurando deixar bem claro o quanto o amava, e como o que me contara não mudava isso de modo algum.

POV Erik

Christine adormeceu em meus braços, seu rosto aninhado em meu peito, as mãozinhas delicadas pousadas em meus ombros. Sem qualquer intenção de dormir, perdi-me por um longo tempo no contemplar de suas feições delicadas: a tez pálida, lábios rubros e cheios, o pequeno nariz arrebitado, bochechas rosadas e macias, onde surgiam duas covinhas quando sorria. Parecia um pequeno anjo! Nem totalmente criança, mas ainda não completamente mulher, tinha em si o melhor de ambas as idades: beleza e inocência, altivez e encantamento pela vida... Tão pura e inocente, que eu às vezes me sentia um monstro por tocá-la como mulher. Mas como resistir ao canto de sereia que ela parecia entoar para mim? Eu era dela: pertencia a Christine de corpo, alma e coração, respondia a cada comando seu, e até mesmo minha música só encontrava nela sua inspiração. Como eu pudera ser agraciado com tamanho presente?

Tomei uma mecha castanha entre os dedos e admirei aqueles cachos perfeitos; levei-os até o rosto, sentindo o doce perfume de rosas que ela exalava. Sua mão deslizou até meu rosto e ela suspirou, aninhando-se ainda mais perto – se isso era possível. Abracei-a com cuidado, evitando acordá-la, e senti sua pele fria contra a minha; eu estava acostumado ao frio dos subterrâneos, mas parecia que minha amada era mais sensível à baixa temperatura. Virando-a delicadamente no leito, apoiei-a nos travesseiros e me levantei, pegando aos pés da cama o cobertor e estendendo-o sobre ela. Acho que não fui tão gentil quanto queria, pois minha querida se agitou e despertou: seus olhos castanhos se fixaram em mim, e os lábios corados se fizeram num sorriso.

– Meu amor – Ela suspirou, sentando-se e segurando os lençóis junto aos ombros – Está tudo bem?

– Você estava com frio – respondi, voltando para junto dela, colocando-me sob as cobertas e a abraçando pelas costas. Ela deitou e se encolheu, encostando-se em mim e puxando minha mão para junto de seu peito. Deitei-me junto dela, meu corpo a envolvendo e aquecendo; tê-la assim, tão perto, tão vulnerável e, ao mesmo tempo, tão cheia de confiança... Como pôr em palavras a sensação de ter alcançado o paraíso? Eu nunca desperdiçara pensamentos acerca de religião, mas começava a crer que havia mesmo uma espécie de Éden: para mim, entretanto, ele estava na Terra, em qualquer lugar onde tivesse minha Christine comigo. Ela era única que me fazia sorrir, e só com ela eu finalmente conhecera a real felicidade. Meu anjo, minha musa, minha deusa, meu amor... Minha vida.

Let my music caress you (deixe minha música acariciá-la)

Trust always in my love (confie sempre em meu amor)

You’re safe – no one will find you (você está a salvo, ninguém a encontrará)

Your fears are far behind you (Seus medos ficaram para trás)ela sorriu, já quase adormecida, e respondeu:

– I Will share with you my Love, (eu compartilharei com você meu amor)

My lifetime (minha vida)

Lead you, save you from your solitude (irei guiá-lo, salvá-lo de sua solidão)

Be with me in every night, (Esteja comigo em cada noite)

Each morning (Em cada manhã)

Eu a envolvi em meus braços, e sussurrei ao seu ouvido:

Promise me that all you say is true (prometa-me que tudo o que diz é verdade)

Christine, that’s all I ask of you (Christine, é tudo o que peço a você).

Adormecemos juntos, abraçados, envoltos na mais pura felicidade. Naquele momento, a vida era simplesmente perfeita.


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Notas finais do capítulo

Aiiii... Mais alguém querendo ser a Christine?



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