Music of The Night escrita por Elvish Song, TargaryenBlood


Capítulo 13
Noivado


Notas iniciais do capítulo

Gente, eu queria pedir a vocês para comentarem; tenho várias leitoras, mas poucas comentam regularmente. É sério, gente, não custa comentar! Por favor, deixem suas reviews, tá?
kisses, e curtam esse capítulo fofo



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Christine ficou na Casa do Lago durante três dias seguidos, aproveitando a semana durante a qual a Ópera ficava fechada, no início do ano. Passara seu tempo desfrutando da companhia de seu Anjo – e cuidando para que ele não fizesse algo que pudesse reabrir o corte – em meio a toda forma de arte que poderia haver. Sem ter de retornar ao teatro, teve tempo suficiente para conhecer os trabalhos e projetos de seu futuro marido, e o que aprendeu a respeito daquele homem apenas a fizera se apaixonar mais intensamente.

Embora a grande paixão do Fantasma fosse, sem dúvidas, a música, ele dedicava boa parte de seu tempo ao desenho e à arquitetura – em meio às plantas baixas e desenhos esquemáticos, a soprano reconhecera vários equipamentos usados no palco e bastidores – ao ilusionismo – livros e anotações de óptica, química e física povoavam a biblioteca do artista contendo, inclusive, informações sobre como manipular fogo, água e fumaça – e à literatura. Era, em suma, um erudito, embora os músculos definidos e a agilidade silenciosa de um gato revelassem ser, também, um atleta.

Mas não apenas o Fantasma surpreendera Christine, naqueles dias; ela o deixara sem palavras ao tocar ao piano um trecho de Sonata ao Luar. Surpreso, ele lhe perguntara onde aprendera a tocar piano. Rindo, a jovem lhe respondera que Madame Giry lhe ensinara, como parte da educação de uma dama. Quanto a decorar Sonata ao Luar... Ela fizera um esforço, nos momentos em que estivera sozinha ao longo dos últimos meses. Sua recompensa foi o sorriso maravilhado do Anjo, seguido por aqueles beijos que lhe tiravam o fôlego e deixavam-na trêmula de deleite.

– Logo se iniciará a temporada dos balés, no teatro. – comentou Erik, na tarde do terceiro dia, fechando o livro que ele e Christine haviam terminado de ler – Gostaria que viesse assistir à estréia comigo, no camarote cinco.

– Seu pedido é uma ordem – respondeu a moça, beijando-lhe o rosto sem máscara; deslizou as mãos delicadamente pelas costas do Anjo, tocando com cuidado a região sensível do corte – Deixe-me ver como está o ferimento, meu amor.

Sabendo que dizer não de pouco serviria para dissuadir sua noiva, ele tirou a camisa e deixou-a examinar a ferida. Com uma careta de desagrado ao correr os dedos por sobre os pontos, ela constatou:

– Ficará uma cicatriz. Um médico teria feito um serviço melhor, mas você é absurdamente teimoso!

– E você me ama exatamente como sou – afirmou o músico, fazendo-a se erguer e beijando-a. O calor da pele dele atravessava o tecido do vestido de Christine, acelerando-lhe o coração; quando seus lábios se afastaram, o Fantasma riu – Ainda fica corada com meus beijos?

– Não com os seus beijos – retrucou a moça, ainda mais vermelha, mas com um sorriso atrevido – com o que eles provocam em mim.

– É mesmo? – ele começou a beijar seu pescoço – e o que você sente com meus beijos? – tudo o que recebeu como resposta foi um gemido abafado, e as mãos da mulher se entrelaçando a seus cabelos. Ele a deitou no divã, e por algum tempo seus corpos falaram por eles.

*

– O balé de estréia será La Silphyde, segunda à noite. – Disse Christine, secando os cabelos molhados, recém-saída do banho; Erik vestia a camisa ao responder:

– Pensei em chamar Madame Giry e Meg para assistirem conosco – e pensando no que dissera, consertou – ou melhor: apenas Antoinette. Meg estará se apresentando.

A soprano sorriu e abraçou seu amado pelas costas, deitando a cabeça nos ombros largos:

– Sinto cheiro de surpresas no ar...

– Apenas apronte-se para uma noite especial – disse o artista, acariciando as mãos da mulher – e aguarde. – Ele lhe acariciou a barriga ainda lisa, ajoelhando-se e beijando-lhe o ventre – não pode imaginar a alegria que sinto a cada vez que penso nesta criança, minha Christine.

– Sim, eu posso – corrigiu a cantora, acariciando o rosto sem máscara de seu amado – porque sinto exatamente a mesma coisa. Anseio por sentir o bebê se mover e chutar; desejo ardentemente segurá-lo nos braços, vê-lo aprender a se sentar, falar, andar... Vejo-nos com ele, ou ela, sendo simplesmente... Uma família.

– Uma família – repetiu Erik, deliciando-se com a idéia. Nunca antes imaginara que pudesse ser amado, e agora... Família... Levaria algum tempo até acreditar que não estava sonhando. Christine era sua vida, sua amada, a pessoa cuja alma entoava a mesma canção que a sua. Era seu anjo, sua estrela. Amava-a acima de todas as coisas, e sabia que a jovem retribuía o sentimento.

POV Christine

Os dias pareceram se arrastar até segunda-feira, mas esta finalmente chegou. Eu só conseguia imaginar o que Erik estaria tramando, quase obcecada com a idéia; até Madame Giry riu de minha curiosidade, quando voltei ao teatro. E embora tivesse imaginado o contrário, consegui sobreviver ao final de semana sem infartar devido à expectativa.

Quando caiu a tarde do tão esperado dia, fiz o que meu Anjo me dissera: depois de ajudar Meg com seu figurino, voltei para meu quarto e comecei a me arrumar. Permiti-me um banho demorado, do qual só saí quando a água da banheira esfriou, passando então óleo de rosas em minha pele; escolhi um vestido azul, de mangas longas e corpete branco, com decote em V. Penteei os cabelos e – com certo esforço, é verdade – os prendi num coque elaborado, mantido no lugar por uma fivela dourada. Pus os brincos e o colar de safira dados a mim por meu amado, e fiz uma maquiagem leve e elegante, que iluminava minhas feições. Não queria estar apenas bonita... Queria estar tão linda quanto pudesse, para deslumbrar e encantar meu Anjo da Música.

Desci para o anfiteatro, seguindo então para o camarote cinco; não precisei bater à porta: esta se abriu antes que a tocasse, revelando meu amado diante de meus olhos... Ele estava ainda mais lindo do que de costume! Usava um terno negro – nunca o vira de terno, antes – sobre a camisa branca, com uma máscara negra sobre o rosto, ressaltando a pele muito clara e os olhos da cor de esmeraldas. Recebeu-me com um beijo apaixonado, e então presenteou-me com um buquê de rosas vermelhas. Recompensei-o com novo beijo, ainda mais caloroso do que o anterior.

– Está deslumbrante esta noite, minha amada – elogiou – Uma encantadora deusa antiga.

– E inteiramente sua – respondi – meu magnífico senhor das artes!

Erik sorriu e me conduziu para dentro; o camarote era composto por duas seções: a interna, onde desfrutávamos de total privacidade, e a externa – ou balcão – de onde assistiríamos à apresentação. Na câmara privativa havia sido posta a mesa para um jantar formal, com quatro lugares – imaginei que ele pretendesse convidar Madame Antoinette e Meg para jantarem conosco. A iluminação era agradável, nem fraca nem intensa, o bastante para nos sentirmos confortáveis. Mas o que ele estava pretendendo, afinal? Será que... Ah, não! Claro que não! Tolice pensar na hipótese que surgira em minha mente!

Sentamo-nos juntos na câmara privativa, acomodados lado a lado nos longos bancos almofadados; Erik me olhava de um modo intenso, um olhar diferente do que eu já vira em seu rosto, e tomando minha mão direita entre as suas, disse:

– Christine, eu quero aproveitar nosso momento a sós para fazer isso do modo correto – eu me espantei quando o vi se ajoelhar diante de mim... Ele não ia fazer o que eu pensava, ia? – Você foi a melhor coisa que já aconteceu em minha vida: nunca soube o que era alegria ou amor, até conhecê-la. Jamais poderei explica tudo o que você significa para mim, meu amor, mas tentarei demonstrá-lo a cada segundo que tivermos juntos. – e beijando minha mão – Christine Daae, você me concederia o privilégio, a honra e a suprema felicidade de se tornar minha esposa?

Eu tentei responder, mas tive de conter as lágrimas de alegria que tentavam escapar aos meus olhos; quando finalmente contive a emoção, respondi com voz embargada:

– Sim. Sim, é claro que sim! – e passei os braços ao redor do pescoço de Erik, abraçando-o com força. Ele passou os braços por minha cintura, levantando-se e girando-me no ar com um sorriso radiante! Madame Giry entrou naquele momento, e havia surpresa em sua voz:

– Quanta alegria! – nós nos separamos, e fomos cumprimentá-la; eu a abracei, ouvindo-a dizer – está belíssima esta noite, minha querida! – em seguida, minha preceptora se voltou para o Anjo da Música – boa noite, Erik.

– Boa noite, Madame Antoinette Giry – respondeu meu amado, beijando a mão da senhora com uma elegante mesura. – É um prazer recebê-la em nosso camarote, hoje.

– Não poderia recusar um convite tão gentil, meu amigo. – sorriu a viúva, aceitando o convite que lhe fiz a se sentar ao meu lado – O prazer será inteiramente meu.

Perdemo-nos por vários minutos em conversas de menor importância, antes que Madame perguntasse, afinal:

– Sobre o que pretende falar, Erik? Parece ansioso por me contar algo...

– Tudo a seu tempo, Antoinette – sorriu meu amado, fazendo um gesto convidativo em direção ao balcão. Sentamo-nos os três na dependência externa do camarote (Erik junto à cortina, menos visível), atentos ao movimento que indicava o início da apresentação. Reconhecendo no olhar de meu amado que ele nada mais diria, por hora, permitimo-nos apenas apreciar a bela encenação do balé.

*

Uma vez terminada a apresentação – na qual Meg fora absolutamente perfeita – minha querida amiga se juntou a nós, já livre do figurino e trajando um vestido lilás. Erik se curvou e beijou-lhe a mão, como um perfeito cavalheiro:

– Belíssima apresentação, Mademoiselle Giry; sem dúvidas herdou os talentos para dança de sua mãe. – tendo apenas treze anos, Meg nunca recebera elogios de um homem (nem Madame Giry o permitiria), e corou violentamente, ficando quase da mesma cor que seu vestido. Madame Giry, Erik e eu sorrimos com divertimento por um breve momento, antes que meu Anjo nos convidasse à mesa de jantar.

Extremamente cortês, meu amado puxou a cadeira para que Madame Antoinette se sentasse, então o fez para mim e, afinal, para Meg, antes de vir se sentar ao meu lado. Como se saídas do nada, as Srtas. Desiré e De Guille entraram silenciosamente no aposento, servindo-nos o jantar e saindo tão silenciosamente quanto haviam entrado.

– Muito bem, Erik – começou Madame Giry – agora você está me assustando, com este comportamento totalmente inusitado. Quais são seus planos, afinal?

Meu Fantasma segurou minha mão com carinho e – após me lançar um olhar cheio de ternura – explicou:

– Eu as convidei a jantar conosco, Madame, pois a senhora e Meg são a família de Christine. – e após um segundo, durante o qual pareceu pensar o melhor modo de dizer o que pretendia – Pois bem... Desejo pedir-lhe a mão de Christine em casamento.

Vi minha tutora prender a respiração por um segundo, genuinamente surpresa, enquanto Meg arregalava os olhos sem qualquer discrição. Após dois ou três segundos de hesitação, ela se virou para mim:

– É isso mesmo o que você quer, Christine? Acha que está preparada para algo tão sério quanto o casamento?

– Sim, Madame – respondi, confiante e alegre – estou. Tudo o que mais quero é passar o resto de meus dias junto a Erik! Eu o amo com todas as minhas forças!

– E você, Erik? – ela parecia séria – Acha que pode fazer feliz a Srta. Daae? Que poderá cuidar dela?

– Farei tudo o que estiver ao meu alcance para garantir a felicidade de minha amada. Christine é tudo para mim: amo-a mais do que à minha própria vida – e sabendo quais eram os temores de Antoinette – ela estará em segurança, comigo.

Eu sorri para meu Anjo, que beijou-me a mão. Meg ainda parecia incrivelmente surpresa, mas havia traços de felicidade em seu semblante; afinal, a Sr.ª Giry declarou:

– Não vejo motivos para não dar minha bênção à sua união – um sorriso gentil se espalhou em seu rosto – E para quando pretendem marcar a cerimônia?

– O mais cedo possível – respondemos em uníssono, e eu ri baixinho antes de completar:

– Se possível, para a próxima semana. – Foi impossível não notar a total perplexidade no olhar da senhora; não menos curiosa, Meg perguntou:

– Mas por que tão depressa?

– Acredite: será melhor para minha honra – respondi, sentindo um calor nas faces. Madame Giry levou um instante para compreender, e imaginei que se zangaria; em vez disso, ela se levantou com um sorriso e veio até mim, envolvendo-me nos braços:

– Ah, minha menina! Mal posso acreditar! Por Deus, Christine, um bebê?! – senti a senhora beijar minha fronte, esfuziante. Ela tomou meu rosto entre as mãos e me fitou com lágrimas de alegria nos olhos; em seguida, virou-se para Erik e, mais contida, mas não menos feliz, prosseguiu – você merece esta felicidade, meu amigo, mais do que qualquer outra pessoa. Vocês têm minhas bênçãos e meu apoio em sua união; farei tudo o que puder para ajudá-los.

– Obrigado, Antoinette – ouvi meu amor dizer, e sabia que ele estava sorrindo; Meg também se levantou e veio me abraçar, eufórica, antes que todos voltássemos a nossos lugares, ainda sorridentes. O ambiente, de repente, se tornara muito mais leve e descontraído.

Mas ainda não havia terminado; quando achei que terminaríamos o jantar sem mais surpresas, Erik me tomou a mão direita na sua, e tirou do bolso uma caixinha de veludo. Com um sorriso triunfante, abriu-a, revelando diante de meus olhos um belíssimo anel de prata e esmeralda; não pude evitar a expressão de surpresa maravilhada ao olhar para meu amado, que pegou o anel e o deslizou em meu dedo, dizendo:

– Christine Daae, eu lhe dou este anel como prova de meu amor e de nosso compromisso; com a aprovação e bênção de sua família, tomo-a como minha noiva adorada e futura esposa.

– Eternamente sua – respondi, controlando as lágrimas de emoção que tentavam escapar de meus olhos. Ali estavam as pessoas que mais amava em minha vida, no mais perfeito dos momentos. Poderia existir maior felicidade?

*

Terminamos o jantar em meio a um ânimo de alegria e serenidade; Meg acabara por deixar de lado seus receios em relação a Erik, ao ver o carinho com que me tratava. Quando, finalmente, as Giry se retiraram, minha amiga sussurrou-me ao ouvido:

– vamos conversar no meu quarto, amanhã?

– Com certeza – respondi, sorrindo ante o entusiasmo da menina; já sabia que ela me bombardearia com perguntas acerca de Erik e de nossos planos para o casamento, mas a idéia só me fazia rir. Seria divertido ter aquela conversa com minha pequena amiga.

Elas partiram após novas felicitações, deixando meu Fantasma a sós comigo. Extasiados, deixamos o lugar e seguimos para a Casa do Lago, sorrindo, cantando, compartilhando uma felicidade que palavras não podem descrever. Estávamos quase em casa – para mim, aquele já era meu lar – quando, contemplando com admiração o anel em minha mão direita, perguntei:

– Então... Quer dizer que tem boas intenções para comigo? – olhei para meu Anjo com um toque de travessura. Ele retribuiu o olhar, e respondeu com divertimento:

– Talvez – suas mãos envolveram minha cintura, puxando-me para junto dele. Beijamo-nos outra vez, e senti que ele me erguia nos braços, carregando-me pelo restante do percurso. Ao chegarmos em casa, passou direto pelas salas principal e do piano, levando-me direto para o quarto.

Ao ser deitada na cama, apoiei-me nos braços e perguntei:

– Boas intenções, Fantasma da Ópera? Como boas intenções podem envolver deitar-me em sua cama?

Ele me lançou um olhar malicioso, enquanto se aproximava sorridente e começava a me tirar as luvas:

– Eu menti. – Seus lábios cobriram os meus; os beijos dele eram sempre tão intensos e, ao mesmo tempo, tão gentis! Esse foi o último pensamento coerente que tive naquela noite.


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Notas finais do capítulo

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