Music of The Night escrita por Elvish Song, TargaryenBlood


Capítulo 12
Paixão


Notas iniciais do capítulo

Bem, eu deixei o assunto de Raoul por resolver, no último capítulo. Aqui, cuidamos do Visconde de Chagny. Erik e Christine vivem momentos de paixão na Casa do Lago.



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POV Erik

Por alguns segundos eu não sei dizer o que senti... Surpresa, acima de tudo, mas uma surpresa maravilhosa! Um filho? Isso nunca passara por minha cabeça, não porque eu não quisesse uma família com Christine, mas simplesmente porque jamais pensara em ter tamanha felicidade! Eu seria pai! A idéia era simplesmente bela demais para ser verdade!

Envolvi minha Christine nos braços e a beijei com delicadeza, acariciando-a, trazendo-a para tão perto de meu corpo quanto era possível. Poderia ela imaginar o que aquela notícia significava para mim? A felicidade que me dera? Ah, minha querida, você me dera tudo! Entregara a mim sua mente, sua voz e seu coração, dera-me uma razão para viver e, agora... Um filho! Ou uma filha, tão delicada e suave quanto a mãe...

Seria mentira dizer que não fiquei levemente apreensivo, embora isso não diminuísse minha felicidade. Quer dizer... Eu nunca tivera uma família, e receava cometer erros com aquela criança; não suportava sequer a idéia de falhar com a pequena vida que se iniciava no ventre de minha amada. Nosso filho.

Em minha alegria, contudo, acabei por me esquecer do verme que havia deixado vivo... Sem que percebesse, ele desembainhara a espada e se aproximara. Uma dor aguda no flanco me tirou daquele êxtase que compartilhava com Christine: o maldito tentara me esfaquear pelas costas mas, bêbado demais, só conseguira cortar pele e músculo. Senti a lâmina resvalar nas costelas, provocando uma dor que não sentia há muito tempo; ouvi meu próprio grito, e o espasmo de dor me fez cair de joelhos.

Minha amada emitiu um grito abafado de espanto, ajoelhando-se ao meu lado e afastando minha capa para ver o ferimento. O garoto De Chagny, por sua vez, correu aos tropeços pela passarela, tentando fugir, mas não foi muito longe... Seus passos vacilantes o derrubaram da escada íngreme, e nem mesmo a dor que sentia foi suficiente para impedir-me de rir ao ouvir seus gritos enquanto despencava três lances de degraus.

– Erik, olhe para mim! – exclamou Christine – O corte é grande! Você precisa de um médico!

– Sem chance – respondi. Não estava acostumado a deixar que me vissem vulnerável, e não pretendia abrir exceções. Levantei-me com bastante esforço, sentindo as fisgadas do corte, que sangrava bastante. Minha noiva não parecia muito satisfeita, mas afinal declarou:

– Vamos para a Casa do Lago. – ela tentou me ajudar, mas que ajuda efetiva minha querida podia oferecer? Eu tinha o dobro de seu peso!

– Estou bem, meu amor – não, eu não estava bem, aquilo doía muito! Mas ela não precisava saber; o importante é que podia caminhar. – Vamos.

POV Narrador

O caminho até a Casa do Lago nunca parecera tão longo! Caminhar até seu lar fora doloroso para Erik, e desesperador para Christine – que via o sangue de seu Anjo marcar o percurso. Quando chegaram a seu destino, a jovem ajudou o Fantasma a tirar a capa e a camisa encharcada de sangue, e examinou o corte: não era tão profundo quanto esperara, mas extenso e feito numa região bastante sensível; felizmente, o fluxo de sangue quase parara.

– Tenho de limpar o ferimento, Erik – declarou, enfim.

– Não é preciso. – Relutou o músico – basta esperar um pouco, e o sangue irá parar.

– Sim, claro, depois que eu limpar o corte! – e antes que ele protestasse – Se não o fizer, a ferida vai infeccionar, e então você realmente precisará de um médico.

– Vai adiantar alguma coisa eu dizer não?

– Nem pensar. – Christine estava irredutível – Está encharcado de sangue... Vá se lavar, e depois deite-se na cama; vou preparar as coisas para fazer um curativo.

O Fantasma meneou a cabeça, claramente considerando aqueles cuidados desnecessários, mas deu-se por vencido e seguiu para a sala de banhos, enquanto a mulher preparava o material de que necessitaria para tratar o corte. Voltando para o quarto, a cantora encontrou seu Anjo deitado na cama, vestindo apenas uma calça preta; como era lindo!... Controle-se, Christine! Não era hora de pensar naquilo!

Ela se sentou junto a Erik e explicou:

– Vou passar um anestésico... – Mas ele não a deixou continuar:

– Sem anestésico.

– Tenho de limpar a ferida com álcool.

– Então eu vou gritar. Sem anestésico.

– Vai doer muito.

– Então eu vou gritar muito. – ele riu – posso agüentar, meu amor.

– homens... – rosnou a moça, conformada. Com um pano embebido em álcool, começou a limpar o ferimento, que voltou a verter um pouco de sangue novamente; Erik trincou os dentes e cerrou os punhos, mas não gritou, e sua noiva não pôde deixar de admirá-lo por isso.

Com o ferimento limpo, ela pegou linha e agulha, e perguntou:

– Tem certeza de que não quer um anestésico?

– Você esfregou o corte com álcool; acho que posso sobreviver a algumas espetadas.

– Masoquista – acusou a moça – e eu não esfreguei o corte!

Erik apenas riu – como ele conseguia rir naquela situação?! – e aguardou, sem mover um único músculo enquanto ela dava os pontos para fechar o enorme talho. Christine havia terminado de suturar a ferida, e ia cobri-la com gaze quando sentiu seu Anjo se sentar na cama, a respiração dele fazendo cócegas em sua nuca. As mãos dele subiram pelos braços da jovem, para em seguida descerem por seu corpo.

Arrepiando-se com aquele toque que tão bem conhecia, ela se virou, mas o beijo dele calou qualquer coisa que pretendesse dizer; ele a puxou para si, colando seus corpos sem para de beijar a mulher em seus braços. Afastando-se por um segundo, ela ofegou:

– Erik, preciso terminar de cuidar do ferimento.

– Que ferimento? – perguntou o Anjo, sorrindo maliciosamente e descendo beijos pelo pescoço e colo de sua amada; Christine tentou protestar, mas sua mente se nublava de desejo, e ela pôde apenas corresponder às carícias de seu amor. – Faça amor comigo, Christine – sussurrou ele ao seu ouvido, baixando as alças da camisola da moça.

A Primeira Dama sorriu, acedendo ao pedido. Deslizando as mãos pelo peito forte, ela o puxou consigo delicadamente, fazendo-o deitar ao seu lado sobre os lençóis vermelhos e então livrando-se da camisola. Com cuidado – tinha medo de reabrir o corte – beijou seu amado com carinho, e começou a traçar uma trilha de beijos pelo peito de seu Anjo, seguindo até a linha do corte – pouco abaixo da cintura, antes de voltar a beijar os lábios de Erik. Deitada junto dele, sussurrou:

– Deixe-me ver seu rosto, Erik. Esta noite, quero olhar para você.

O Fantasma se sentou, hesitante:

– Tem certeza disso, Christine?

– Não confia em mim, meu Anjo? – perguntou ela, acariciando-lhe a face com carinho.

– Confio minha própria vida a você, minha querida – respondeu o Anjo da Música, tomando a mão de Christine na sua e levando-a até a máscara.

Lentamente, como se fizesse uma carícia, a mulher tirou a máscara do rosto de seu amor; não sabia o que haveria exatamente, mas não se surpreendeu ao ver a pele muito pálida, em alguns lugares repuxada, que cobria a face direita do Fantasma. A pele era fina e franzida, quase translúcida na maçã do rosto; havia antigas e vermelhas marcas de bolhas ao redor do olho e na bochecha, resquícios da queimadura sofrida. Não parecia tão ruim quanto a jovem imaginara que seria.

– Ah, meu querido... Fizeram tudo aquilo com você, apenas por causa dessas marcas? – perguntou, acariciando o lado deformado sem qualquer receio.

– Não está assustada? Não sente repulsa? – havia verdadeira surpresa na voz de Erik.

– Como eu poderia sentir repulsa pelo dono de meu coração? Você é lindo e perfeito! – exclamou Christine, beijando delicadamente as cicatrizes e sentindo o gosto salgado de uma lágrima em sua boca. Erik estava chorando?! Aquilo parecia tão estranho quanto o Sol nascer no Oeste! A moça o fitou, confusa - Está chorando, meu amor?

Erik não respondeu; suas mãos puxaram a moça outra vez para junto de si, abraçando-a com força, quase com desespero; temia que fosse apenas um sonho, que sua amada se desvanecesse no ar como o anjo luminoso que parecia ser. Entretanto, o corpo junto ao seu era tão sólido e quente quanto sempre parecera, e os beijos e carinhos de Christine inflamaram ainda mais a paixão do artista.

O Fantasma se afastou brevemente e se livrou de suas roupas, juntando-se a sua amada no leito. Abraçados, continuaram se beijando calorosamente, seus corpos buscando um ao outro. De joelhos, ele a puxou para seu colo; o esforço, entretanto, provocou uma fisgada de dor em Erik, que tentou ignorá-la. Sua amada, contudo, percebeu o que acontecia; com um sorriso levemente malicioso, empurrou-o para trás carinhosamente até fazê-lo deitar, colocando-se então com cuidado sobre seu corpo.

Beijando-o com verdadeira paixão, acariciando-lhe os lindos músculos, ela parou de beijá-lo por um instante, e começou a distribuir novamente beijos em seu pescoço e peitoral, explorando com as mãos o abdômen firme, cuidadosa em não tocar o ferimento; a paixão ardente se reacendeu em ambos, enquanto seus lábios se reencontravam. Queriam um ao outro daquela forma: entregues, sem reservas, rendidos. Seus corpos se encaixaram com perfeição, e eles se amaram intensamente. O Fantasma era gentil e suave com seus movimentos e carícias no lindo corpo de sua amada, que retribuía cada beijo, cada simples toque e afago. A moça só tinha um pensamento: ela o amava como nunca amara ou amaria outro homem. O Anjo sentia a mesma coisa por sua noiva: ele a amava mais do que à própria vida.

POV Christine

Ficamos um longo tempo acordados, abraçados, conversando e cantando um para o outro. Erik quisera pôr a máscara de volta, mas eu lhe pedira que não o fizesse, de modo que seu rosto continuava totalmente visível, para mim. E, ao contrário do que qualquer um poderia imaginar, eu não achava sua deformidade nem um pouco desagradável; era estranha, sim, mas contribuía para torná-lo ainda mais especial e misterioso. Afinal, concluí que gostava muito daquele rosto, mesmo com sua “imperfeição”.

Meu Anjo estava muito feliz: podia ver isso em sua expressão, em seu sorriso luminoso, sentir em seu toque. A notícia de minha gravidez não o perturbara nem um pouco: ao contrário, ele já fazia planos para o futuro, falando animadamente sobre nosso casamento – teríamos de antecipá-lo, é claro... Seria melhor para minha honra -, sobre o bebê e tudo o que lhe ensinaríamos. Não pude deixar de rir ante tamanha demonstração de entusiasmo – algo bastante raro, vindo de Erik. Aninhada contra seu corpo, deitei a cabeça na curva de seu pescoço, deixando escapar um suspiro de prazer; era tão maravilhoso estar junto dele daquele modo!

– Espero que não fique desapontado, se tivermos uma menina... – sussurrei. A maior parte dos homens queria filhos homens, aos quais pudessem ensinar tudo o que sabiam.

– Desapontado?! – havia espanto na voz de Erik, e seus olhos estavam sérios – Entenda uma coisa, Christine: essa criança dentro de você é nosso bebê. – a mão dele pousou protetoramente sobre minha barriga, pressionando levemente minha pele - Não me importa se será um menino ou uma menina, pois já amo essa pequena vida com uma intensidade que não é possível explicar. Alegrar-me-ei com um menino, e mais ainda com uma garotinha.

– Foi uma pergunta impensada – comentei, aconchegando-me contra meu Fantasma sob o cobertor – Alguns pais preferem os meninos, aos quais podem ensinar tudo o que sabem.

– E o que me impede de ensinar o que sei a uma filha? – perguntou ele, divertido – Música, arte, história, ilusionismo, arquitetura... Por que não poderia ensiná-la?

– Por que não, afinal? – concordei, sorrindo – E eu sei em que está pensando, Erik...

– É mesmo? – ele beijou meu ombro – e o que é?

– Que também vai ensinar nosso bebê a usar armas, e não importa se será um garoto ou uma menina. – e ri baixinho quando ele respondeu:

– Culpado. – Suas mãos acariciavam minhas costas, arrepiando-me de prazer – Quero que seja minha esposa, Christine. Quero você em minha vida e em minha casa, para sempre.

– E me terá – respondi, beijando e acariciando os dois lados de seu rosto – Para sempre. Eu sou sua, Erik. E você é meu.

– Quero fazer isso do modo certo, minha querida. – ele disse, tomando minha mão na sua – quero pedir sua mão a Madame Giry, que é sua tutora legal e sua família; pretendo que nosso casamento seja totalmente legítimo.

– Será. – e então ri, ao me lembrar de uma coisa – E, por falar nisso... Qual é seu sobrenome? Nunca se preocupou em mo dizer!

– De Guise – respondeu meu Anjo – Adotei o sobrenome De Guise, depois de me instalar no teatro.

– Erik de Guise – um nome tão agradável de pronunciar! Eu o provoquei – Tenho um noivo que é membro da nobreza, então? Herdeiro de reis?

– Apenas se você for minha rainha, Sr.ª Christine de Guise – ele sussurrou, sorridente. Nós nos beijamos outra vez, e me entreguei novamente a meu Anjo; se existisse um paraíso, então eu estava nele.


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Notas finais do capítulo

Awwn... Erik papai vai ser tão fofo!



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