Se alguém perguntasse para Gendry porque ele tinha se oferecido para acompanhar Aegon na sua visita a prisão ele diria que era apenas uma questão de quid pro quo Aegon havia estado lá por ele dando apoio moral quando foi a sua vez de ter sua própria reunião familiar estranha com seus meio irmãos, faria sentido ele se oferecer para ir com Aegon quando ele disse que iria visitar o pai no sábado. Mas essa racionalização veio depois, na hora ele apenas se encontrou dizendo sem pensar, agindo antes de conseguir pensar todos os motivos pelo qual seria uma má idéia se mover. Isso estava acontecendo muito desde que ele tinha conhecido Aegon.

Aegon apareceu na porta da casa de Gendry pouco depois de clarear com um carro que ele disse ter pego emprestado com o tio. No começo da viagem Aegon estava normal, falando e brincando e flertando, mas quanto mais perto eles chegavam mais Aegon parecia estar ficando quieto e nervoso, ao ponto de Gendry dizer para ele parar o carro no acostamento da estrada.

“Qual o problema, você está passando mal ?” Aegon perguntou.

“Não, mas eu acho que você está. Me deixa dirigir eu não quero morrer hoje”

“Você sequer tem uma licença ?”

“É apenas provisória mas sim”

“Certo, então dirija”

E Gendry o fez até eles chegarem lá, apenas Aegon entraria na sala de visita com os presos, mas Gendry o acompanhou até a sala de espera e ficou ao seu lado, exceto por um momento em que ele foi até o bebedouro pegar um copo d’água. E quando ele voltou ele estendeu este até Aegon.

“Beba. Vai ajudar você a se acalmar”

Aegon pegou o copo, mas ele não bebeu, ele apenas olhou para Gendry e perguntou :

“Porque você está sendo tão legal comigo hoje ?”

“Eu acho porque parece que você precisa”

Nesse ponto Gendry estava esperando que Aegon fizesse alguma piada tosca sobre precisar de um boquete no banheiro para se acalmar. Mas ao invés disso Aegon desviou seus olhos para a água em suas mãos e disse :

“Você tenta esconder mas você tem um bom coração”

“Tanto faz” Gendry disse e se sentou ao seu lado novamente.

Eles ficaram em silêncio enquanto Aegon bebia o resto de sua água, quando ele terminou ele disse :

“Gendry ?”

“Sim ?”

“Bem você provavelmente está bem ciente que eu quero mais do que amizade de você, eu não exatamente sútil sobre isso”

“Não exatamente sutil é um eufemismo, você explicitamente me contou no dia que a gente se conheceu como o sem-noção completo que você é, e você me lembrou disso todo dia desde então, você é tão sutil quanto um tijolo na cara Aegon”

“Alguns diriam que essa é uma das minhas melhores qualidades”

“E eu diria que tem louco pra tudo nesse mundo”

“Certo, o que eu estou tentando dizer aqui é que eu quero mais do que amizade de você mas isso não significa que eu não aprecio a sua amizade. Eu estou muito grato por te ter na minha vida, não importa de qual forma”

Gendry se sentiu grato pelo guarda da recepção chamar Aegon naquela hora, porque ele não tinha idéia o que ele ia dizer em seguida.

“Certo, hora de ver o babaca supremo. Me deseje sorte”

“Boa sorte”

Mas antes que Aegon fosse quando ele estava já no assoalho da porta, Gendry disse :

“Ei Aegon”

“Sim ?”

“Hum se você quiser irritar o seu pai dizendo pra ele que você está pegando o filho de Robert Baratheon eu estaria okay com isso”

O que Gendry disse se encaixava naquela categoria de frases que saiam logo que apareciam na sua cabeça, mas ele não se arrependeu dessa mesmo sentindo suas bochechas começando a queimar um pouco logo após ele dizer porque isso fez o primeiro sorriso em mais de duas horas aparecer na face de Aegon.

“Bem eu lhe agradeço pela oferta Sr Waters mas eu acho que eu vou guardar a revelação pra quando ela for verdadeira, eu acho que vai ser mais satisfatório dessa maneira”

“Certo, a escolha é sua”

Aegon piscou para ele e lhe deu seu sorriso mais brilhante antes de desaparecer no corredor.