Lucy estava feliz, mas ao mesmo tempo, séria, os três anos finalmente se passaram, os treinos não foram fáceis e muitas vezes pensou que iria morrer, Naka tinha três anos e algumas semanas, um adolescente, mas mesmo assim estava tão alto quando a própria Lucy, sua cabeça batia no ombro da maga celestial mesmo ela usando suas tipicas botas de salto e cano médio.

Era hoje. Era hoje o dia que ela finalmente iria enfrentar Zeref. Tinha estudado especialmente sobre ele, sua magia e seus demônios no ultimo ano, mas ainda tinha muita coisa desconhecida, e por mais que pensava, por mais que dissessem que Zeref é mal e que ela tinha que matá-lo, ela sabia que não ia conseguir.

Primeiramente, nunca tiraria a vida de uma pessoa independente de seus males, poderia a pessoa matar sua família, mas ela não conseguiria matá-lo. E em segundo, ainda não achava que Zeref era realmente maligno ou algo do tipo, tinha algo que nenhum livro tinha anotado antes.

– Vamos então? - John tinha decidido ir com Lucy e Naka, disse que seu lugar não era ali e que não queria deixar sua irmãzinha.

No tempo em que ela ficou ali deste que o conheceu se aproximaram mais chegando ao ponto dos dois se considerarem irmãos.

– Ah.... - Suspirou fundo com os olhos fechados se acalmando - Vamos!

***

Os três estavam em um pequeno navio, iam em direção a ilha Katarameni Ora, em grego, "tempo amaldiçoado", o ultimo lugar com alguma noticia de Zeref, abandonada por ter batos de várias maldições estarem no lugar.

– Aqui é o máximo que posso ir! Boa sorte! - O piloto parou o navio em alguns quilômetros de distancia da ilha que era só um pequeno pedaço de terra no mar.

Naka foi o primeiro a pular na água seguido por Lucy que caiu na sela em cima dele e John logo atrás.

– Vamos Naka, Chi - Por algum motivo, Naka passou a responder apenas com a voz calma de Lucy em um sussurro em seu ouvido seguido pela palavra "Chi" ou sangue.

O Ligre mágico também tinha ficado bem mais forte, de acordo com o que foi contado deve uma época que ele teve que treinar no mar enfrentando bravos monstros marinhos, então aquele caminho era moleza para ele.

Demoraram uma hora mais ou menos para chegarem a baía da ilha, um dos fatos estranhos é que lá era sempre noite, uma noite fria e sem alguma luz independente do clima ou época.

Eles começaram a andar, a caminho da floresta, onde a aura assassina era mais forte, mas, ao começarem a atravessar a floresta, John foi barrado.

– O que foi Anikii? - Indaga Lucy estranhando, tanto ela como Naka tinham conseguido atravessar sem problemas, por que ele não?

– Não consigo passar Lu-Imouto, deve ter alguma barreira. Só vocês dois podem passar! - Explica o moreno tocando na barreira que mostrou ter algumas letras em vermelho.

– Vou tentar descifrar, enquanto isso, siga! Nós temos que acabar de uma só vez isso! - Lucy assentiu, de certa forma triste, sabia que até mesmo o John pensava na morte de Zeref, mas não queria aceitar. Tinha que ter alguma outra forma!

– Hai! - Partiu, subindo novamente em Naka floresta adentro.

O caminho era longo e tortuoso, não tinha nenhuma trilha então tinham que enfrentar os perigos da floresta da forma que ela era seguindo a fonte da aura pesada e assassina que rodeava a ilha.

Um enorme... Dinossauro? Apareceu. Era só o esqueleto dele, mesmo assim era assustador, era um Rex, os pequenos braços pendurados na estrutura óssea do animal, as enormes patas deixavam marcas na terra dura da floresta, a cabeça era muito alta para ser vista, ainda mais com a neblina que envolvia o local. Só foram perceber ao enorme pé pisar quase em cima deles.

– Calma Naka... Nenhum movimento precipitado, tente não fazer muito barulho e vamos fugir daqui antes que ele perceba! - Sussurra Lucy fazendo carinho no pescoço do animal - Chi!

Naka, em rápidos, precisos e silenciosos movimentos, em pouco tempo conseguiu achar uma saída sem que o dinossauro percebesse.

Correram para o mais longe possível, mesmo assim, permaneceram cautelosos, afinal, não sabiam que outros perigos a floresta guardava.

– Isso com certeza, foi inesperado – Comenta Naka olhando de relance para trás para ter certeza que o animal não tinha percebido e os seguido.

Caminharam por mais algum tempo, quando, dessa vez, apareceu um demônio de mais ou menos dois metros e meios, com estrutura mais ou menos humana apareceu, sua pele cinza, e preta com duas grandes assas de morcego azul, seus olhos totalmente amarelos olhavam em cima de uma arvore para os dois companheiros, nos lábios pretos abaixados davam contraste em seu rosto pálido.

(Imagem do demônio, imagem retirada do google)

– Ora, ora, ora, não é que ela veio mesmo? Tsk... Seria muito melhor você não ter vindo! - Sem dar chances para Lucy ou Naka pensar, o demônio abriu suas assas e voou em velocidade incrível em direção dos dois.

– A propósito, meu nome é Ftero, mas isso é irrelevante já que você vai morrer agora! - Num sorriso que mostrou três fileiras de dentes afiados avançou em direção a Lucy, girando o corpo no ar e com as garras voltadas para o coração e cabeça da maga celestial.

– Yoru no Akuma no enkei no kuratchi!*– Lucy pulou em um mortal pra cima do demônio enquanto Naka ia para o lado desviando também do ataque.

Lucy deu um potente chute com o calcanhar em volto de sua magia nas costas do demônio, na costela.

Só que, o demônio literalmente se dobrou por completo como se não tivesse osso pegando com a sua mão a perna de Lucy, voltando ao normal e a lançando para uma arvore.

– Kodenchi!** - Seu corpo foi envolvido por uma semi bolha que protegeu suas costas do impacto.

– Hinmyaku!*** - Com magia em volto de seu pé ela pousou em uma arvore parando por um tempo e indo rapidamente em direção de Ftero.

– Ehh... Boa velocidade, mas ainda não consegue me acompanhar! - Ftero desviou do potente soco que via em sua direção em um borrão.

– Vamos ver se você descobre onde estou - A voz ecoava de todo o redor da floresta, sua aura tinha desaparecido como sua presença também.

Lucy arriscou fechando seus olhos por um tempo se concentrando nas coisas ao seu redor.

– ALI! Reequipar: Armadura da lançadora

A roupa da Lucy se transformou em uma blusa tomara que caia azul estilo armadura que protegia até o começo do umbigo onde estava em um corte de V partindo do final do busto até o umbigo, em baixo uma blusa branca, um cinto branco com detalhes em azul e dourado e uma espécie de calcinha do mesmo estilo de cada lado do quadril saía uma longa saía em espécie de cauda que seguia o estilo da blusa, azul até o joelho onde terminava em formas de triangulo e em baixo um pano branco até o calcanhar, também usava ombreiras, mangas brancas saiam até o cotovelo de lá tinha uma armadura azul protegendo seus braços e mãos, usava um capacete aberto no rosto, mas cobrindo o contorno do rosto e sua testa, o cabelo loiros soltos cobria parcialmente o capacete. Do lado esquerdo estava um escudo e do direito segurava uma espécie de lança e machado, as botas cano longo que iam até a cocha azul sem salto com entalhes em dourado. Seus cabelos dourados, soltos chegavam até o final de suas costas.

Lucy pulou indo em direção a Ftero usando a parte de lança de sua arma tentando fazer um corte em horizontal no demônio.

Conseguiu acertar, mas ao recuar percebeu que o ferimento estava se fechando sozinho.

– Já ouviu falar de regeneração instantânea? - Pergunta em deboche rindo do desespero de sua oponente.

– Naka! Ataque duplo!! - Grita Lucy irritada. Naka ficou sério em posição de combate, esperando a próxima ordem.

– Kyushi!!**** - Com o seu machado Lucy mirou na cabeça e Naka mirava suas garras para o coração do demônio.

A cabeça dele foi cortada fora e o coração estava em baixo das garras de Naka, sendo esmagada, porém, ainda batia.

– Não adianta! Não dá para simplesmente cortar minha cabeça para fora ou retirar meu coração, eu não morro com tão pouco - Mesmo sem a cabeça, ela ainda se movia, falando.

Lucy surpresa, viu a cabeça sendo pega com as garras do demônio e sendo colocada de volta para o lugar, dessa vez Lucy pode ver melhor, vários fios se entrelaçaram do pescoço e da cabeça os unindo de novo.

– Esse coração não passa de um órgão substituível como o rim! - O buraco começou a se fechar novamente, mas antes de se fechar por completo, Lucy pode ver um novo coração surgindo dentro de seu corpo.

O que Naka segurava parou, perdeu a cor e tomou uma coloração escura.

– Hum.... CHI!!! NAKA,CORRA CHI!!! - Lucy entrou em desespero, o Ligre entendendo o que Lucy queria dizer pulou para longe o mais rápido possível, o coração explodiu formando uma espécie de buraco negro e sugou tudo ao seu redor para dentro antes de desaparecer.

– Hunf... Então você percebeu... Uma pena, seria interessante absorver seu precioso Ligre! Agora que já me alimentei, estou pronto para um novo raund! - Ele passou a língua azulada por seus lábios deixando novamente amostra suas três fileiras de dentes.

– Não pode ser... - Lucy se encontrava novamente surpresa.

– Sim minha cara, esse buraco negro não leva para nenhum outro lugar que não seja meu estômago! Tudo que é absorvido se transforma em energia e magia e me recarrega! Retirar meu coração foi o seu pior erro!! HAHAHAHAHA!! - Agora sim Lucy estava em desespero, como poderia ganhar agora que ele tinha recuperado sua magia?!

Não tinha escolha, tinha que usar as suas chaves, voltou as suas roupas normais e pegou uma chave em seu cajado (Esqueci de mencionar, mas Lucy agora usa as roupas da capa).

– Abra palácio dourado do touro: TAUROS! Abra portão dourado do leão: LEO!

As duas chaves brilharam e os dois espíritos surgiram.

– VOU PROTEGER SEUS MELÕES LUCY!!

– Seu príncipe da armadura dourada chegou!

– Grrrr.... - Naka rosnou para Loke, não gostava do espírito deste que era criança, a três anos atrás.

– Loke ataque com Reculus na asa dele! Tauros, use seu machado para cortar as arvores em um só ataque! - Os dois assentiram e foram fazer o que foi mandado.

Loke foi em uma velocidade surpreendente em direção a Ftero mirando seus punhos em suas asas, Tauros em um ataque com seu machado em semi circulo tinha conseguido cortar todas as arvores deixando impossível a escapatória de Ftero.

O ataque de Loke foi acertado em cheio e as assas começaram a queimar num dourado ficando apenas com a estrutura óssea e caindo sem utilidades, pesadas.

– AAAARRHH!!!!! MINHAS ASSAS!!!!! - Ftero se contorcia como se seu corpo inteiro estivesse sendo queimado, desesperado.

– VOCÊ QUEIMOU MINHAS ASSAS!!!! - Acusou ainda gritando mantando um olhar mortal para Loke.

Ftero de alguma forma conseguiu fugir, correndo como um animal acanhado para a dentro da floresta.

– Ah... Estou cansada... - Murmura Lucy enquanto trazia de volta seus dois espíritos e usando seu cajado para se apoiar impedindo de cair no chão.

– G-Gomenasai... Ftero de teu muito trabalho? - Lucy olha para trás se deparando com quem menos esperava se deparar no momento.

– Z-Zeref....! - Lucy tentou entrar novamente em posição de combate, mas estava cansada de mais e acabou ficando com sua guarda totalmente aberta.

– Entendo... Então você também quer me matar... Pensei que ao menos você pudesse entender... - Zeref falava em um murmuro, triste com o olhar abaixado e um sorriso solidário.

Seu olho pisca em um vermelho vivo voltando novamente para a cor negra habitual e o sorriso triste é substituído para uma cara de desespero e medo.

– FUJA!! VOCÊ E SEUS COMPANHEIROS!! FUJAM! ELE ESTÁ VOLTANDO!! ELE ESTÁ... - Os olhos ficaram em vermelhos e uma magia assassina passou a sair de Zeref aumentando cada vez mais, tudo dentro da esfera de magia morria, a grama, as arvores, os animais, tudo restado em cinzas.

– NAKA! CORRA VOCÊ, EU TENTAREI FAZER ALGUMA COISA!! - Lucy pede - CHI! - Naka mesmo preocupado com sua mãe, resolver obedecê-la correndo de volta para a baía.

– ZEREF!! - Lucy chama, os olhos vermelhos vivos sedentos por sangue se voltam para ela - ZEREF! SE ACALME!! VOCÊ PODE CONTROLAR ISSO!!! - Os olhos não saíram dela, pelo ao contrário a fitou ainda mais sedento se aumentando ainda mais rápido.

– DROGA... Palavras não vão adiantar... Tenho que tentar! - Lucy primeiramente começou a andar em direção a esfera mágica ignorando o forte vento que saía dela, experimentou atravessar sua mão.

Continuava normal, mas podia sentir que ela estava sendo queimada.

Era tudo ou nada.

Entrou por completo na esfera indo em direção ao mago negro, os passos pesados eram atrapalhados pelo vento que a forçava a ser mandada para longe, mas ela o desafiava, indo para a direção dele.

– ZEREF!! VOCÊ NÃO PODE DEIXAR ISSO DE CONTROLAR! - Tenta novamente, a pele de sua mão começava a descascar como a de todo o seu corpo.

Estava perto, faltava pouco.

– ZEREF!!!

Só mais um pouco

– Você não está mais sozinho... - Tinha conseguido o alcançar e abraçar o corpo dele, caído na grama.

Lágrimas saiam de seus olhos molhando as costas do jovem rapaz, começou a sentir a mudança, como se duas partes de seu corpo brigassem por controle, ela abraçou-o ainda mais forte.

– Não precisa mais fazer isso sozinho, Zeref. Eu estou aqui. E não vou de abandonar! - Afirma a loira fazendo carinho nos cabelos negros dele sem se importar do seu corpo que reclamava das queimaduras e de sua pele descascando mais e mais.

– Você pode vencê-lo! - Com essa ultima palavra o vento pareceu se acalmar e a esfera destruidora diminuía até voltar novamente a uma pequena bolha negra, e no lugar, uma grande dourada surgiu explodindo envolvendo uma área ainda maior.

***

Lucy abria os olhos. Quando tinha desmaiado? Não lembrava. Tentou se mover, mas sentia fortes queimaduras em seu corpo que a forçou a permanecer deitada.

– Oh... Você acordou... - Uma voz baixa e solidária chega aos ouvidos de Lucy, ela vira o rosto a procura do dono da voz.

– Zeref...? - Ela estava confusa, ele estava encostado em uma arvore, olhando para o céu pensativo e um tanto quando triste.

– Yoo Lucy... - Murmura novamente sem desviar os olhos do céu negro.

– O que... Aconteceu? - Pergunta relaxando ainda mais na grama se concentrando para fazer uma auto cura.

– Não tenho certeza, mas parece que você conseguiu entrar na minha bolha de magia sem morrer automaticamente e de alguma forma conseguiu controlá-la... - Explica Zeref dessa vez olhando diretamente para os olhos chocolates da maga celestial.

– Ah... Me lembrei... Mas não foi eu que conseguiu controlá-la - Se sentou, ignorando as queimaduras e olhando diretamente para os olhos negros dele - Foi você.

Lucy viu surpresa nos olhos tristes do mago negro, mas reparou uma outra coisa quente em seu peito, olhou para baixo se deparando com um colar.

A corrente era negra como a pequena pedra nele envolto por um metal prateado que o envolvia por completo.

– Também ganhei uma pedra - Ele afastou o cabelo mostrando na sua orelha estar localizada uma pedra em forma cilindrítica com uma outra pedra verde em volta de um metal dourado.

– De alguma forma isso acalma minha magia - Fala deixando o cabelo cair em cima do pingente de novo.

– Hum... - Lucy segurava a pedra a alisando.

– É linda... - Sussurra para si mesma.

Zeref nada disse, e eles ficaram nesse silêncio até que Lucy terminou de se curar.

– Você disse que essa pedra acalma sua magia certo? - Indaga Lucy com um sorriso traveso no rosto.

– Etto... Sim.... Eu acho - Fala sem entender o que ela queria e confuso, afinal, a décadas alguém ficava tão a vontade perto dele.

– Então vem comigo! Você vai entrar na Fairy Tail!

– O... Quê...?!

***

De alguma forma, Lucy acabou conseguido arrastar Zeref com si, já que quando a maga começou a se afastar ele sentiu a pedra meio que clamar para ficar perto dela novamente e sua magia voltou a ficar desnorteada, então, ele acabou por seguir a loira.

John de primeira queria matá-lo, o que deixou o mago negro acanhado e triste por sua atual reputação, mas Lucy o defendeu e surpreendentemente, Naka assim que os viu pulou em cima do Zeref, atitude que ele só tinha com Lucy.

Já que os dois magos estavam muito perto, ele acabou levando junto Lucy ao chão e Naka lambia animadamente os dois, corados. Zeref simplesmente não sabia como reagir, já Lucy tentava acalmar o animal.

Assim, o grupo deve que voltar nadando até onde estava o conselho mágico. Se Zeref fosse entrar na Fairy Tail, primeiramente precisaria tirar o Conselho Mágico de seu pé.