20 de Março de 2024, terça-feira.

Querido diário...

Hoje eu resolvi dar uma passada na casa dos Crawford's, de algum modo eu fico bem em vê-los. Talvez eu tenha contado tudo que sinto para a Demi e Jeremy... Não, sem expectativas falsas, desculpe.

Cheguei lá em pouco tempo, pouquíssimo aliás, o Dave me levou.

"Lily! Saudades! Você nunca mais veio aqui, ruivinha!" Demi me recebeu com um abraço, eu apenas sorri.

Eles deveriam estar em um tempo ruim pois, Alícia estava na frente de Jeremy, com os braços erguidos e segurando para chorar. Era raro isso acontecer, bom, só tinha o Jeremy, eu, Demetria e Alícia na casa... Eu não sei porque, e preferi não perguntar.

"Você não entende, Jeremy?! Eu não consigo segurar minha respiração quando você esta perto, meu coração bate tão forte quando você chega, eu não consigo parar os meus sentimentos e isso é só quando você esta perto! Você é tão cheio de si e isso me deixa tão... tão irritada! Eu acho que vou perder a cabeça, ai meu Merlin! Eu te odeio tanto... E isso me faz... Me faz te amar tanto... Eu estou me sentindo muito idiota! Estou ficando gay, Jeremy. E eu sou sua prima! Eu não consigo mais! E olha, ninguém te irritada tanto do jeito que eu te irrito e... Faz tanto tempo que cresceu esse fogo dentro de mim. Você vem como um cachorrinho quando eu te chamo, porque você é meu chiwawa. Isso tá me irritando! Sai de perto de mim!! SAI DAQUI!"

Eu não entendi nada, diário! Lembro de Jeremy me dizer que sempre amou a Ally, como se ela fosse a gravidade que o puxava para baixo... Mas, ela nunca deu a mínima para ele, porque ele era o primo dela! Será que ela é como eu? Se esconde atrás de algo para finalmente explodir um dia?

"Não tente de fazer sair, não pergunte se eu estou me sentiu bem, porque eu não vou ter a droga da sua resposta! Desde pequeno eu sou caidinho por você, garota, e depois não vem com essa que você não sabia, não mesmo! Porque... Nossa... Você é irresistível a qualquer garoto, isso deve ser de família, porque eu também sou assim, sabe... Mas, sério... Ally... Seus olhos, seus lábios, você... Isso me deixa louco! Eu queria muito saber a resposta, saber dizer algo quando eu tinha aquela idade, mas eu nunca soube o que falar. Aquela noite não durou para sempre, mas eu queria que durasse, ô se queria. Mas o que eu podia fazer, cara? Você pisa em mim que nem merda, mas eu continuo atrás de você, por quê? Porque eu te amo, caralho." Jeremy soltou.

Eu pensei que Alícia ia dar um soco na cara dela, porque ela ficou muito, muito vermelha, suas sobrancelhas fecharam um perfeito "v" e seus braços se cruzaram. Mas, aconteceu o que tinha que acontecer, e foi bem fofo. Jeremy deixou de ser idiota e segurou ela pela cintura, juntando seus lábios. E eles ficaram em um bate-bate de língua por um tempão. Foi estranho. Isso me trouxe um pensamento, sabe? Lembrei do Hugo, aconteceu algo parecido... Mas, isso eu prefiro guardar para mim. Pelo menos isso, desculpa, diário.

"Vocês não vão se bater agora?" Demi bateu palmas, sorrindo. "Acho que vou ir pegar meu travesseiro. Estou chateada."

Eu sorri, a porta da sala se abriu, fazendo Alícia e Jeremy se empurrarem, cada um caiu longe, observando os dois que haviam chegado.

"Gente...?" Rose sorriu, colocando as mãos na cintura.

"Ei, Rose!" Uma voz surgiu atrás dela, eu corri em direção a janela para ter uma visão de quem estava lá, Jeremy e Alícia voltaram a se beijar loucamente. "Desculpa por ser um babaca."

Scorpius Malfoy estava de pé na calçada dos Crawford, segurando um violão. Ele jogou a franja para o lado e mordeu o lábio com um sorriso, e então começou. Vou escrever a letra aqui porque eu simplesmente... Amei.

Ela é minha rainha desde que tínhamos doze anos. Queremos as mesmas coisas, sonhamos os mesmos sonhos. Certo? Certo! Eu tenho tudo porque ela é única; Sua mãe me chama de, "Amor", seu pai me chama de "Filho"; Eu sei, eu sei, eu tenho certeza, que todos querem roubar minha garota, todos querem levar seu coração embora, Rose. Alguns bilhões de pessoas no mundo procurem outra pessoa, porque ela me pertence!

Rose olhou para Scorpius como se ele fosse louco, louquinho, pirado, maluco, diário! Ele tirou o violão de perto do corpo e o jogou no chão, arrumando a cabeleira loira e colocando as mãos dentro do bolso.

"Você tá falando sério, fuinha idiota?" Reclamou ela, arqueando a sobrancelha esquerda.

"Sério? Ainda tem ódio de mim? Eu te amo desde os doze. Por que eu não falava? Por causa das nossas famílias, mas agora, você quer mesmo saber, Rose Weasley? Você quer?"

Scorpius parecia irritado, ele deu alguns passos para frente e cerrou os punhos. Agora ele estava na frente de Rose, o nariz dos dois se tocando. Cadê o beijo?! Ai meu Merlin, diário! Foi incrível.

"Fala, não estou com sua boca. Idiota." Ela afastou um pouco o rosto. Ele segurou o pulso da ruiva e passou um dos braços por sua cintura, Rose ficou tão vermelha, mas tão vermelha que eu achei que ela ia explodir.

"As pessoas dizem que nós não deveríamos estar juntos, muito novos para saber sobre o "sempre", mas eu digo que eles não sabem o que eles estão falando. Esse amor só fica mais forte por você, eu não quero correr, só quero gritar para o mundo que você é minha garota. Você não sabe as coisas que faço, você não sabe o quanto eu te amo, e acho que só tem inveja por não sentir o mesmo por mim. Não sabe por quantas noites eu passei em claro para criar isso para você, não sabe quantas vezes já sonhei com o doce do seu beijo. Não sabe as coisas que faço, não sabe o quanto eu te amo. Não sabe o que eu tenho feito todos esses dias, vermelhinha, você pode dizer o que quiser, porque não sabe. Não sabe o que eu faço de melhor, e entre mim e você esse será o nosso segredinho."

Minha prima estava sem ar, totalmente sem ar. Scorpius não a deixou nem respirar antes de soltar seu pulso e colocar a mão livre atrás da nuca de Rose, juntando os lábios dos dois. Aquilo parecia tão bom, sabe? O beijo, o ato de beijar.

Droga, por que nunca aconteceu comigo, diário? É algum problema meu?