O Filho de Vesta escrita por João Bohrer


Capítulo 11
Eu voltei...


Notas iniciais do capítulo

Olha quem está de volta depois de mais uma longa pausa?!

Sim... Sou EU!

E não é o Chapolin Colorado!

Bem... Vamos logo...

Boa Leitura :p



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O coração estava disparado, as lágrimas escorriam pelo seu rosto. Aquele local escuro não era a floresta, não havia sol e a sensação de desespero havia invadido o ser de Percy Jackson. O semideus de Vesta em seus primeiros segundos naquele estranho local, havia perdido qualquer senso de orientação!

Não havia cheiros conhecidos para guia-los, o sol não estava em lugar nenhum e aquela estranha arquitetura o confundia. Era demais, Ártemis o havia criado para ser livre, o acampamento das caçadoras era a sua casa.

Não saber onde estava a sua casa, era a pior tortura. Vesta, a deusa do lar era a única deusa que cuidava do Olimpo, garantia que todos os deuses tinham para onde voltar depois de suas incontáveis batalhas. Percy havia herdado aquele “instinto” de Vesta/Héstia, em todos os anos com as caçadoras, ele havia assumido as “tarefas de casa”, era sempre ele que preparava a comida, guardava o acampamento quando as caçadoras não estavam e fazia a oferenda aos deuses.

Durante todo aquele tempo, ele fez o melhor que pode para ter sua ideia de “lar” e mesmo inconscientemente, ele trabalhava como a sua mãe.

Mas naquele momento, em toda aquela escuridão nada mais fazia sentido. A entrada de Hermes, o ataque de Phoebe e o chão o sugando.

Andou por mais alguns metros em busca de qualquer raio de sol, ele havia se acalmado um pouco, depois do choque inicial.

– Onde estou? – Perguntou para o nada

Após mais alguns minutos Percy se lembrou dos poderes de sua mãe, se concentrando durante alguns segundos, foi capaz de criar uma pequena chama na palma de sua mão. Mantendo a concentração, o semideus jogou a chama para cima e ela ficou flutuando sobre ele.

Percy havia aprendido a fazer aquilo com o poder de pirogênese de sua mãe, se ele se mantivesse concentrado na chama, poderia manter ela acesa flutuando. Ao contrário do fogo comum que poderia ser gerado por filhos de Hefesto, o fogo que Percy produzia era idêntico ao fogo sagrado dos deuses, ele havia sido concebido daquela forma, a chama do Olimpo o respeitava e fazia parte dele.

A estrutura onde ele estava ficou mais iluminada, a arquitetura era puramente grega, mas havia algumas conexões que pareciam de outras origens. Hieróglifos egípcios se misturavam com o cuneiforme fenício, aquele estranho túnel parecia conter diversas culturas condensadas em suas paredes.

E também parecia sem fim. Conforme o semideus avançava em linha reta, encontrava mais e mais combinações estranhas entre as culturas. Por um momento o desespero passou pela sua cabeça, mas se focou na chama flutuando.

Após uma hora de caminhada por aquele estranho corredor, um cheiro conhecido começou a vir do túnel.

O sentido do olfato é o sentido mais intimamente ligado a memória, e aquele cheiro, era o mais forte que Percy se lembrava, o mesmo cheiro doce de cinco anos atrás, por algum motivo, o cheiro de Annabeth se estendia além daquele túnel.

Percy avançou com a pequena chama flutuando acima de si, a expectativa de encontrar alguém conhecido o motivou, mas ao contrário do que ele pensava, ao invés de o túnel dar em algum lugar a céu aberto, o clima ficou muito quente, o ar tinha cheiro de enxofre e era ácido, a sua frente, paredes enormes cercavam um local que não parecia feliz.

Não havia árvores e não existia sol, mas havia um rio, que ao contrário das leis da natureza, não era de água, parecia ser feito de fogo.

– Então... Tudo aconteceu como o planejado? – Perguntou uma voz

O filho de Vesta prestou atenção naquela voz estranha, era grave e parecia muito antiga, de certa forma lhe dava medo. Caminhando em direção aquela voz, ele se escondeu atrás de um monte de rochas e apenas ouviu a estranha conversa entre três pessoa.

– Meu senhor, creio que temos problemas... – Uma voz masculina falou – O semideus conseguiu escapar! –

Aquela voz não era estranha, mas Percy não conseguia relacionar com nenhuma outra.

– Não interessa, sem o raio, Zeus está desmoralizado... Acusa os irmãos de o terem roubado e isso resultará no conflito que precisamos! – Falou a voz antiga

Aquilo ainda não explicava a presença do cheiro doce, havia mais alguém naquele local.

– Creio que sim... – Concordou uma voz feminina – Mas creio que o semideus seja crucial para que o plano de certo! –

Aquela voz... Que plano?

Aquele ambiente não era para os seres vivos, Percy começava a se sentir mal por estar ali. Ignorando aquela conversa, ele olhou para o túnel que ainda estava atrás dele e correu de volta. Qualquer lugar era melhor do que aquele.

Minutos depois ele entendeu onde havia estado, e agradeceu por estar de volta ao túnel.

O tempo passou depressa, embora Percy Jackson não soubesse a quanto tempo estava preso naquele túnel, pareciam horas, nas quais ele ficava andando sempre em frente vendo aquelas mesmas paredes estranhas, sua esperança estava começando a acabar, ele poderia ficar preso naquele túnel para sempre?

A resposta viria com uma brisa que saia do fundo daquele lugar! O ar não estava mais parado, havia uma leve brisa! Avançando rapidamente, os primeiros raios de luz começaram a surgir, ele havia encontrado a saída?

E correndo para a luz do sol, Percy Jackson teve a certeza que estava indo para um lugar na qual deveria estar. Quando passou pela abertura do fim do túnel e se viu no meio a uma floresta, com um grande rochedo atrás dele, teve a impressão de já conhecer aquele local.

– Intruso! – Gritou uma voz masculina

Ele não teve tempo de dizer “olá” e os campistas de armadura já o cercavam. Eram cinco, cada um vestindo uma armadura grega completa, o elmo continha a identificação da equipe daqueles guerreiros, a equipe azul.

Percy não acreditou quando levou o primeiro golpe de espada, cortando seu braço, os outros pareciam furiosos com ele, e o garoto não sabia o porquê.

Os instintos tomaram conta dele depois de alguns segundos apanhando para aqueles cinco. A espada que havia ganhado de Atena há muito tempo foi ativada e ele enfrentou os cinco ao mesmo tempo.

Depois de alguns segundos ficou clara a diferença de treinamento, os campistas haviam sido bem treinados, mas não eram tão rápidos ou habilidosos quanto Percy, ele dominou e desarmou cada um deles sem dificuldade alguma.

Os cinco estavam no chão, desarmados e olhavam para o garoto com espanto.

– Não vai vencer o jogo! – Anunciou uma voz feminina

E olhando para o alto, Percy teve a sensação de que a maioria dos campistas havia ficado louca e ou era muito idiota.

Uma menina gigante saltou de cima do rochedo com uma lança em mãos. Ela tinha pelo menos duas vezes o tamanho do filho de Vesta, os cabelos castanhos estavam bagunçados no estranho elmo, o cheiro... Bem... Vamos dizer que com toda certeza as garotas que Percy conhecia não cheiravam daquele jeito.

Clarisse, a filha de Ares avançou contra o garoto.

Ela era com toda a certeza muito mais habilidosa e forte que os outros, a luta com Percy foi muito mais equilibrada.

Espada e lança se encontravam em pleno ar, as faíscas eram fortes, nenhum dos dois queria desistir.

– Você luta bem garoto! – Elogiou Clarisse

Percy sorriu.

– Você também! –

Utilizando o peso do corpo da garota contra ela, Percy girou sobre seu próprio eixo e segurou a haste da lança, jogando Clarisse no chão e a desarmando.

A batalha havia chegado no fim.

– Podemos conversar ou mais alguém vai me atacar? – Percy perguntou

Clarisse o olhou como se não entendesse.

– Você não é da equipe vermelha? – Ela perguntou

Percy suspirou e respondeu.

– Não... –

Clarisse se levantou e encarou o garoto, Percy estava vestido como uma caçadora, o casaco de esqui prata, botas e a tradicional calça no estilo militar, só faltava o arco e flecha.

– Caçadora? – Ela perguntou com um sorriso malicioso no rosto

Aquela piada era antiga, mas não deixava de ser engraçada.

– Percy Jackson... – Cumprimentou o semideus

A garota estendeu a mão e o cumprimentou.

– Clarisse La Rue, líder do chalé de Ares! –

E aquele estranho entendimento entre Ares e Héstia parece ter dado certo, Clarisse e Percy pareceram se dar bem à primeira vista.

Alguns campistas foram começando a aparecer da floresta ao redor, a maioria deles pertencia a equipe vermelha, que estava jogando contra a equipe de Clarisse.

– Acho que devo lhe ajudar... – Percy falou olhando para Clarisse

E assim os dois assumiram posição ofensiva, Percy entregou a lança para Clarisse e o massacre começou. Os campistas da equipe azul bem que tentavam capturar a bandeira no alto do rochedo, mas Percy e Clarisse a defendiam muito bem, por fim, apenas dois campistas da equipe adversária estavam de pé.

– Você? – Perguntou um deles

Percy estava tão comprometido com a luta que não percebeu de quem se tratava. A garota de olhos acinzentados e cabelos loiros olhava para ele com raiva.

– Annabeth? – Ele perguntou

Ela não respondeu, a filha de Atena partiu para cima do garoto. Annabeth estava armada com uma faca de bronze, e era muito mais rápida do que os outros campistas com quem Percy tinha acabado de lutar.

Ele não desejava lutar com ela, por isso apenas desviou de cada um dos ataques dela. Mas Annabeth parecia focada em ferir o garoto.

Os dois foram andando para trás, até que Percy tropeçou em uma pequena pedra e caiu, Annabeth caiu por cima dele e os dois ficaram cara a cara. A loira ficou vermelha e desviou o olhar, Percy sentiu seu coração acelerar e continuou a olhando.

Após alguns segundos, Annabeth o olhou e rispidamente perguntou.

– O que faz aqui? -


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Notas finais do capítulo

Não contavam com minha astúcia :p

Então... O mesmo de sempre... Gostaram?