Winter is Coming escrita por Natalhando, Jane Tudor


Capítulo 9
Implicações surgem


Notas iniciais do capítulo

Comentem após lerem esse capítulo, nós queremos muito saber o que vocês acharam hehe



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Depois do telefonema de Collins, eu tinha certeza que algo não estava certo, que a W.H.I.S.C estava escondendo algo de mim, e eu estava preocupada com o agente que Collins havia colocado em meu lugar. Ethan tem fama de ser muito cruel com seus alvos.

– O que nós vamos fazer agora? – Bucky perguntou, com o rosto inexpressivo.

– Bem, eu vou tentar descobrir o porquê dessa urgência em te capturar.

– Eu posso ajudar.

– Até pode, mas não vai ser necessário. – Eu retruquei, e até me surpreendi um pouco com a rispidez da minha voz. – Quer dizer, eu não quero que nada de ruim te aconteça.

– Pensei que você não se importava – ele deu um sorriso de canto de boca.

– Se pegarem você, me pegam também. – contornei a situação.

– Eu vou fingir que acredito nisso.

– A chuva parou, vamos voltar para o meu apartamento, mas dessa vez com cuidado para que ninguém o reconheça.

Nós saímos do galpão e caminhamos sem mais problemas. Devolvi a jaqueta de Bucky e ele a vestiu, e deixou as mãos dentro dos bolsos, a fim de ocultar seu braço mecânico.

Demoramos algum tempo até chegarmos ao meu apartamento, visto que o galpão onde estávamos era bem afastado. Eu já cheguei em casa me jogando no sofá.

– Não acredito que o desgraçado do Lorde Antares fugiu da prisão – resmunguei. – Deu tanto trabalho pra captura-lo da primeira vez, quem dirá a segunda. Agora ele já sabe que estamos atrás dele, vai ser bem mais complicado.

– Quem é o Lorde Antares?

– É um assassino contratado. Um pouco como você, mas ele é ciente das barbaridades que faz. E que agora está solto por aí.

Bucky começou a andar de um lado para o outro, com uma expressão pensativa. Eu o segui com o olhar e fiquei calada por um tempo, analisando-o.

– O que foi? – perguntei finalmente.

Antares... – Bucky disse sem olhar para mim. – Acho que já ouvi esse nome.

– Tem certeza?

– Não exatamente, mas creio que sim.

Levantei-me do sofá e caminhei até o meu quarto. Abri a gaveta do criado-mudo ao lado da minha cama e peguei um documento de dentro. A ficha do Lorde Antares. Ela ainda estava comigo, desde quando fui mandada para captura-lo pela primeira vez.

– Veja se isso refresca a sua memória. – Entreguei as fotos do Lorde para Bucky.

Ele ficou observando-as por alguns segundos.

– Eu reconheço esse homem – afirmou. – Ele estava lá... Quando eles me colocaram no gelo... Todas as vezes que me mandavam matar alguém... – Bucky olhou para mim. – Georgiana, esse Lorde Antares trabalha para a Hydra.

A princípio, eu fiquei em silêncio, tentando processar essa informação.

– Como é que é?! – gritei, incrédula. Eu não conseguia compreender. Collins nunca havia me dito absolutamente nada sobre o Lorde Antares trabalhar para a Hydra. Na verdade, ele nem havia me dito quase nada sobre esse bandido. – Isso não pode ser verdade.

– É uma das poucas coisas que eu posso afirmar com convicção. Sim, esse homem trabalha para a Hydra. Eu me lembro, ele estava sempre lá.

– Eles mentiram para mim? O pessoal da W.H.I.S.C sabia que o Lorde Antares trabalhava para a Hydra, mas nunca pensou em me contar? Como eu pude ter sido tão idiota? Agora que parei para pensar, tem tantas coisas que eles não me informaram. Nunca me disseram isso sobre o Antares, nunca contaram por que mandaram os agentes atrás do Capitão América há algumas semanas. Nunca me contaram por que eu tinha que te capturar!

Eu fiquei em silêncio. Tentando me acalmar, fazendo o possível para desacelerar meus batimentos cardíacos, mas eu não conseguia.

– Eu preciso tomar uma providência – falei.

Peguei um casaco e caminhei em direção à porta, mas Bucky me impediu.

– Você tem certeza de que quer fazer isso? – ele tentou me tranquilizar. – Não é bom tomar decisões quando se está irritado. Você pode se arrepender.

– Eu sei o que faço.

Soltei-me de seu braço e saí. Peguei minha moto e pilotei até a sede da W.H.I.S.C. Tentando me libertar dos pensamentos maldosos que vinham em minha mente, eu tentei em pensar em outras coisas, senão esses segredos que Collins mantinha. Pensei no que Bucky disse ao tentar impedir minha saída. Sua fala pareceu bastante consciente. Talvez ele estivesse se tornando o antigo Bucky, talvez ele estivesse recuperando a memória.

A W.H.I.S.C nunca dorme, visto que os criminosos não têm hora certa para agir, logo, a agência de contenção de crimes deve estar sempre alerta. Eu subi as escadas da entrada rapidamente, e o caminho até o escritório de Collins nunca me pareceu tão longo.

Quando entrei em sua sala, meu chefe estava em reunião com dois homens de terno. Todos me olharam quando eu adentrei aquela sala, mas eu não me senti nem um pouco intimidada.

– Vocês dois – apontei para os dois homens – saiam.

Eles se entreolharam, confusos, depois viraram o olhar para Collins, que também não parecia estar compreendendo. Meu chefe pediu para que eles se retirassem, e se desculpou também.

– O que foi isso, Agente Wayland? – Ele me fitou com os olhos semicerrados, enquanto eu trancava a porta e fechava as persianas da janela.

– O que foi o quê, Collins? – murmurei. – Seja mais específico.

– Por que você expulsou esses homens da minha sala? Você não tem esse direito.

– Que engraçado, não? É irônico você falar sobre quem tem direito sobre algo ou não. – Falei cinicamente. – Por que eu expulsei esses homens da sala; por que eu estava perseguindo o Soldado Invernal; por que você nunca me contou que o Lorde Antares trabalha para a Hydra. São muitas perguntas sem resposta, não acha?

– O que você está dizendo, Georgiana?

– Foi o que você ouviu, Collins! – a essa altura eu já estava berrando. – Que história é essa de que o Lorde Antares trabalha para a Hydra?

– O Lorde Antares trabalha para a Hydra? – Ele fingiu surpresa.

– Não se faça de idiota!

– Srta. Wayland, você está desrespeitando o seu superior!

– Que se dane, Collins. A questão aqui é outra! – Eu passei a mão no meu cabelo, que estava na frente dos meus olhos, tampando minha visão. – Eu preciso de respostas!

– O que exatamente você precisa saber? – Collins ajeitou sua gravata.

– Por que vocês querem o Soldado Invernal, hein? Você nunca deixou isso claro.

– Isso faz diferença? Que eu saiba, você não estava encarregada em investigar, mas em captura-lo, e tão somente isso.

– Acontece, Collins, que se você não me contar, eu descubro de outra forma.

O meu chefe me encarou por alguns segundos, depois se levantou de sua cadeira e andou até a janela. Ele abriu uma persiana e olhou para o corredor lá fora, para se certificar de que ninguém nos ouvia.

– Como você deve saber, o mundo está se tornando um lugar vulnerável – ele começou a falar. – Você soube do que aconteceu nesse ano, aquele ataque alienígena onde os Vingadores interviram, todas as mortes que vêm ocorrendo, todas essas catástrofes nos mostraram algo; nós não estamos prontos.

– Continue – apressei-o, vendo que ele fizera uma pausa.

– Foi por isso que a S.H.I.E.L.D tinha o projeto Insight, para eliminar de vez os nossos inimigos, e para que possamos nos preparar para conflitos maiores.

– E o que o Soldado Invernal tem a ver com isso?

– Você já o viu em combate. Viu como ele é ágil e forte. Precisamos de mais homens como ele. Para isso, precisávamos estuda-lo, entender como ele faz, como ele pensa, para que assim possamos ter soldados como ele, o suficiente para construir um exército.

– Você sabe que ele é inocente. Ele foi coagido a matar aquelas pessoas. Você mesmo disse isso quando me deu o caso. Vocês não podem simplesmente transformá-lo em cobaia para as suas experiências.

– Esse é um sacrifício que precisa ser feito.

Eu cerrei os olhos, irritada.

– Eu não vou permitir que isso aconteça. – Bati os punhos na mesa de Collins.

– Se você está dizendo... – meu chefe falou enquanto eu caminhava em direção à porta de seu escritório. Ele me seguir de perto, para, assim que eu saísse, finalizar. – Prendam essa mulher.

Eu olhei para trás, surpresa. Os agentes que estavam no corredor vieram até mim e tentaram me segurar. Eu dei uma cotovelada no rosto do primeiro que se aproximou, e ele recuou, dolorido.

Comecei a correr. Dois homens uniformizados à minha frente davam passos apressados. Quando eles estavam próximos a mim, eu me joguei de joelhos no chão e inclinei em corpo para trás, deslizando para frente.

Os agentes, agora atrás de mim, se tocaram rapidamente, mas eu já estava de pé, e correndo. Quando eu dobrei o corredor, eu comecei a andar calmamente, porém, em passos rápidos, tentando não levantar suspeitas. Tão afastado da sala de Collins como eu estava, os agentes não devem ter ouvido aquela ordem de prisão.

Estava enganada.

Senti dois braços me segurarem por trás. Um homem usando o uniforme da W.H.I.S.C me imobilizou. Eu tentei me rebater ao máximo para me soltar, mas ele era forte. Olhei para a frente e vi outros agentes de aproximando, e eles tinham armas. Impedi a mim mesma de usar a telecinese para pegar suas armas, porque não queria que ninguém ali descobrisse sobre os meus poderes. Se isso acontecesse, eu me tornaria a cobaia de experimentos, não só Bucky.

Collins apareceu, abrindo um sorriso sádico. Ele olhou para mim por uma fração de segundos, e logo desviou o olhar para o agente que me segurava.

– Leve-a para a solitária – informou. – Ela precisa de um tempo para pensar.

Eu rangi os dentes, furiosa. Collins se aproximou mais do homem atrás de mim e inclinou-se para a frente.

– Heil, Hydra – sussurrou.

Eu fiquei estática enquanto o agente me carregava pelos corredores. Collins trabalhava para a Hydra! Tudo de repente fez sentido. Ele não queria capturar o Bucky para construir um exército, queria apenas ter de volta o punho da Hydra. Todas as suas mentiras ficaram claras em minha mente.

Quando recobrei o juízo, eu estava passando por um corredor vazio e pouco iluminado. Aproveitei a distração do agente que me segurava e fiz um movimento ligeiro, soltando-me de seus braços e jogando-o no chão. O agente estava segurando alguns papéis em sua mão esquerda, eu estava segurando seu braço direito, torcendo-o a fim de imobilizá-lo.

– Então é assim, Georgiana? Eu venho te ajudar e você faz isso? – o agente disse.

– Bucky! – exclamei quando reconheci sua voz.

Eu me ajoelhei no chão ao seu lado, sorrindo sem entender, mas ainda assim, contente.

– O que você está fazendo aqui, seu idiota? – Não tive intenção de ofendê-lo, muito pelo contrário. Estava feliz em vê-lo, só não entendia.

– Eu vim te resgatar.

– Como você sabia que eu precisava de ajuda?

– Bom, eu... Eu...

– James Buchanan Barnes, o que são esses papéis? – olhei para as fichas na sua mão.

– Não é nada. E de qualquer forma, não temos tempo para perguntas, certo? Vamos dar o fora daqui.

Eu assenti. Faria perguntas mais tarde. Nós andamos até a saída da W.H.I.S.C, tentando não parecer que estávamos fugindo. Eu até dei um sorriso nervoso para o sentinela.

– Espere! Segurem essa mulher! Ela está fugindo! – Ouvi um agente gritando, enquanto eu montava em minha moto.

Quando Bucky subiu na moto, eu dei a partida, sem pensar duas vezes. Fui o mais rápido que pude. Tentei ignorar o som dos tiros que o agente disparava da calçada. Quando ele teve tempo de pegar um carro e nos seguir, nós já estávamos longe.

Eu não podia ir para casa. Não. Seria muito óbvio. Sem muito tempo para pensar, eu me dirigi até o único lugar que veio em minha mente. A casa de Isabelle.

Não era muito longe da sede da W.H.I.S.C. Eu dei sorte de ter uma cópia da chave de sua casa, e mais sorte ainda de tê-la colocado no mesmo chaveiro onde estava a chave da moto.

Quando eu entrei na casa de Isabelle, liguei a luz da sala, e interrompi meus passos imediatamente. Bucky olhou para mim sem entender quando eu soltei um grito agudo. Mas seguindo o meu olhar, ele entendeu. E eu fiquei parada, olhando para o corpo ensanguentado de Isabelle.


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Notas finais do capítulo

E entãaaaaao? Tan tan taaaaaan
O que vocês acharam?