Winter is Coming escrita por Natalhando, Jane Tudor


Capítulo 5
Coisa de uma só vez


Notas iniciais do capítulo

Leiam esse capítulo com carinho :3



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O meu dia foi exaustivo. Collins me repreendeu por ter deixado o Soldado Invernal escapar duas vezes. Na verdade nem eu mesma sabia por que o havia deixado fugir.

Fiquei olhando para o espelho do banheiro por alguns segundos e, em seguida, passei água no rosto. Se fosse uma de minhas outras missões, eu já teria encerrado há muito tempo, mas não, com Bucky era diferente.

Escutei batidas na porta, só podia ser Isabelle.

– Entre!

Fui até a cozinha e comecei a preparar algo para comer.

– Já sei, você quer saber tudo o que aconteceu no encontro. Por incrível que pareça, Edward foi o mais perfeito cavalheiro. Você estava certa! – Falei ainda de costas.

Quando me virei para olhá-la fui surpreendida com um movimento rápido que me prendeu na parede.

– Esperava outra pessoa? – o Soldado Invernal segurava meus braços ao lado do meu corpo.

– O que diabos você está fazendo aqui? Como descobriu onde eu moro?

– Eu tenho os meus meios de conseguir o que eu quero, agente. Assim como você.

– Isso é bom, facilitou meu trabalho – soltei um sorriso irônico.

– Não sou eu que estou preso.

Antes que eu pudesse fazer algum movimento e pegar a arma que estava em cima da mesa, ele rapidamente a jogou longe, sem me soltar por um segundo.

– Por que você me deixou escapar? Eu sou a sua missão, não sou?

– Eu tenho meus motivos, e você está abusando da minha boa vontade. Eu falei para você fugir.

– Eu não sou do tipo que foge. – Ele fez uma pausa. – E eu ainda não tenho o que preciso. Você vai me ajudar a conseguir o que quero.

– Você parece bastante convicto – eu o encarei. – Por que você acha que eu não vou te capturar agora mesmo?

– Vá em frente, me prenda.

Bucky estendeu os dois braços para mim, como fazem as pessoas prestes a serem algemadas. Eu olhei para seus braços, depois voltei a fita-lo. Ele me observava cinicamente.

– Você teve inúmeras oportunidades para me prender e deixou passar. Não é agora que fará isso.

– Eu não vou te ajudar, se é o que está pensando.

– Está enganada se acha que tem escolha.

– Então esclareça para mim; por que eu não tenho escolha?

– Porque pelo pouco que a conheço, você seria incapaz de prender alguém que não seja realmente culpado, e você sabe muito bem que eu não sou. Por isso não me prendeu antes e duvido que vá fazê-lo agora.

Ele deu um sorriso vitorioso.

– Eu não te prender é uma coisa, eu te ajudar é outra completamente diferente, Bucky – dei uma entonação quando disse ‘Bucky’.

O Soldado Invernal se afastou de mim ao som da minha última palavra. Contudo, foi algo rápido, e antes que eu pudesse ter alguma reação, ele voltou a me prender contra a parede.

– Eu achei ter dito para não me chamar de Bucky.

– E eu pensei ter dito para você fugir.

– Acho que você não me quer longe, senão você já teria me colocado para fora, e não estaria contra a parede, como está agora. Então eu acho que a sua intenção é outra.

Bucky levou seu braço de metal até a minha cintura e empurrou o meu corpo contra o dele. Nossos lábios se tocaram e ele me beijou, voraz e intensamente. Ele me apertava contra a parede. Eu retribui seu beijo.

Sem me soltar de seus lábios, eu coloquei meus braços ao redor de seu pescoço, e dei uma volta, fazendo com que ele ficasse contra a parede dessa vez. Ele colocou sua mão na minha nuca, segurando meus cabelos entre seus dedos.

Bucky começou a tirar sua jaqueta, e eu ajudei como pude, sem interromper o beijo. Ele pôs a mão em minhas costas, e segurou minha blusa, pronto para tirá-la.

– Georgiana! Quero saber sobre tudo o que aconteceu no encontro, sei que você está ai. – Escutei a voz de Isabelle, que vinha da sala.

Olhei assustada para Bucky e ele olhou igualmente para mim.

– Se esconde! Ela não pode te ver aqui. Vai pro meu quarto, rápido!

Peguei a jaqueta e entreguei a ele, que me olhou confuso, mas obedeceu, acho que ambos não tínhamos o que falar no momento.

– Ei, não bate mais ao entrar? – perguntei ainda meio ofegante, ajeitando a blusa.

– Já devia estar acostumada – ela interrompeu sua fala me olhou de cima a baixo. – Você parece meio acabada, Edward está por aqui? – ela deu um sorriso malicioso e eu corei, sabendo que Bucky podia ouvir tudo que falávamos.

– Não, e se estivesse, eu não te contaria.

– Então, o que está esperando? Me conte como foi. Quero saber todos os detalhes.

– Isa, não é uma boa hora. Na verdade, eu já estava de saída.

– Nada disso. Você não vai sair daqui enquanto não me contar – ela insistiu.

– Para de ser insistente, eu realmente preciso sair, mas te conto tudo à noite, tá?

Ela me olhou um pouco desconfiada, mas deu de ombros. Lembrei-me da arma que Bucky tinha jogado no chão há pouco, ela estava perto de mim e chutei para debaixo do armário quando Isabelle se distraiu.

– Tudo bem – ela parou de falar, como se tivesse acabado de lembrar alguma coisa. – Antes de ir, será que posso pegar algo que deixei aqui na semana passada, chatice?

– Claro.

Apontei para a sala, mas ela veio em minha direção, eu dei um passo pra frente.

– Está no seu quarto – ela sorriu e desviou de mim.

Eu a segui um tanto desesperada. Se ela entrasse no quarto, ela veria Bucky escondido ali, e eu não podia deixar que isso acontecesse. Não consegui impedi-la e, para minha surpresa, Bucky não estava em lugar algum.

– Aqui está – ela pegou um par de brincos que havia me emprestado.

– Agora vá, eu sei que se você ficar, vai me obrigar a contar todos os detalhes e eu já estou atrasada para o meu compromisso – comecei a empurrá-la até a porta e rindo, para disfarçar.

– Ainda bem que sabe, mas de hoje não escapa.

– Que seja, Isa.

Quando ela finalmente foi embora e eu voltei correndo até o quarto. Olhei ao redor e nem sinal do Soldado Invernal.

– Bom saber que você guarda fotos minhas – Bucky saiu do meu closet.

Eu franzi a sobrancelha, incompreensiva, mas olhei para o que ele segurava, e entendi. Bucky estava segurando um envelope escrito “Informação Confidencial: Soldado Invernal”. Ele estava lendo alguns papéis, e na outra mão trazia as fotos que também estavam dentro do envelope.

– Me devolva! – Tentei tomar os papéis, mas ele se esquivou.

– Agente Georgiana Wayland – ele leu meu nome no envelope. – Nome bonito.

Bucky abriu uma das fichas a seu respeito e começou a ler, parecia bastante intrigado. Eu aproveitei sua distração para pegar os papéis de sua mão.

– Eu realmente preciso de sua ajuda, Georgiana. Sem joguinhos. Eu não sei quem sou e, até agora, você é minha melhor chance de descobrir.

Eu o olhei atentamente e ele parecia angustiado. Ele estava falando sério, ele soltou meu braço e de um passo para trás.

– Você matou mais de vinte pessoas – disse olhando para baixo.

– E você sabe que não foi intencional, você mesma disse isso.

Nos olhamos por um breve momento, eu sabia bem que ele não era culpado por tudo, mas eu não queria dar o braço a torcer.

– Eu não acredito que estou dizendo isso – fechei os olhos por alguns segundos, depois o fitei. – Eu vou te ajudar.

Collins me mataria se soubesse, mas eu não podia simplesmente prendê-lo, eu sabia o que a W.H.I.S.C faria com ele, e não podia deixar. Ele deu um meio sorriso em sinal de agradecimento.

– Agora, sobre o que aconteceu mais cedo... – Bucky coçou a cabeça, começando a dizer alguma coisa, e pela cara maliciosa que estava fazendo, já dava para adivinhar que ele tencionava falar sobre o beijo.

– Preste bem atenção, Soldado, eu não quero que toque nesse assunto – intervim. – Isso não vai acontecer de novo. Entendido?

Ele ergueu os braços em sinal de rendição. Onde eu estava com a cabeça?, pensei. Eu havia mesmo beijado o Soldado Invernal? Balancei a cabeça, como se para tirar esses pensamentos da minha mente.

***

– Por favor, desça, eu não quero te machucar – tentava acalmar o homem que estava à beira de se jogar da ponte.

– Pra quê? Para você me levar preso? Eu não fiz nada! – ele gritava.

Aquele local era pouco movimentado, especialmente mais naquela hora da madrugada. Não havia ninguém.

– Você sabe que se matar não vai resolver nada, não é? Então desça e resolva os seus problemas como um homem.

– Nesse caso, eu mato você.

Ele tirou uma arma do bolso e apontou para mim. De imediato eu peguei a minha e apontei para ele. O homem puxou a trava de sua arma, e quando dei por mim, atirei e ele caiu ponte abaixo. Fiquei estática olhando para o ponto onde ele estava.


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Notas finais do capítulo

Então, então. Então? O que vocês têm a dizer? :p
Não seja um leitor fantasma. Nós queremos saber a sua opinião! :D