Like Father, Like Son escrita por themuggleriddle


Capítulo 18
Salazar Slytherin




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 .Capítulo 17.

.Salazar Slytherin.

.

                - Eu realmente não entendo porque nós temos que pesquisar sobre a árvore genealógica de Slytherin.

                - Não reclame, Abraxas, foi você que escolheu fazer o projeto sobre Slytherin – Tom sussurrou enquanto deixava os olhos passearem pela página velha e amarelada do livro que ele tinha aberto em cima da mesa.

                - Bom, melhor pesquisar sobre Salazar do que sobre Helga Hufflepuff – Canopus Lestrange riu – Sua amiguinha da Lufa-Lufa está fazendo o projeto sobre ela, não é mesmo, Tom?

                O jovem Riddle apenas lançou um olhar frio na direção do colega, antes de voltar a olhar para a árvore genealógica desenhada no livro. Seu relacionamento com os outros garotos da Sonserina havia melhorado muito, mas a sua amizade com Emily sempre era um motivo para que os outros o irritassem.

                - Você já está terminando isso aí?

                - Se você ajudasse um pouco, não demoraria tanto, Alphard – o menino resmungou, mas teve quase certeza de que não fora ouvido.

               Entre o seu grupo de amigos, Tom era conhecido por ser o menino que se dedicava ao colégio... Era ele quem sempre tirava as melhores notas, quem fazia os melhores trabalhos e que sempre tinha resposta para as perguntas dos professores. Conseqüentemente, era ele quem sempre ficava responsáveis pelos trabalhos e tarefas. Tinha vezes que ele queria simplesmente jogar tudo para cima dos outros, deixar que eles se virassem sozinhos, mas alguma coisa dentro dele dizia que não era bom deixar coisas importantes nas mãos dos outros Slytherins...

                “Incompetentes como são...”

                - Canopus, você pode tirar essa revista de cima dos livros? – Tom pediu, apontando para uma revista que o colega havia jogado por cima dos materiais da biblioteca – Se a Madame Boeken ver você com isso, ela te deixa de detenção...

                - Bom, eu não serei o único na detenção pelo menos – o rapaz riu, pegando a revista e a encarando – Vocês todos estavam na “cena do crime”... Imagine, Tom! Sua primeira detenção em Hogwarts!

                - Cale a boca, Lestrange – Riddle murmurou, lançando um olhar frio na direção do outro sonserino uma última vez, antes de voltar a olhar para o livro - Fiquei quatro anos sem passar perto de detenções e não será agora, por sua culpa, que eu iria pegar uma.

                Ele já estava quase acabando... Só faltavam algumas linhas da árvore genealógica para ele copiar. O garoto correu os olhos pela página do livro que estava usando para encontrar  os nomes que queria...

                - Marvolo... – o menino murmurou enquanto escrevia o nome do bruxo descendente de Slytherin no pergaminho... Foi quando alguma coisa estalou em sua mente – Gaunt.

                Tom largou a pena e puxou o livro para mais perto de si mesmo. Marvolo Gaunt... Será que aquilo estava certo? Ele sentiu uma onda de raiva invadi-lo... Avery, Lestrange e Malfoy, aqueles idiotas, queriam lhe pregar uma peça! Só podia ser isso! Ele deve ter comentando alguma coisa sobre a família estranha que morava perto de sua casa e eles acharam que seria muito engraçado fazer uma brincadeira daquelas com ele...

                - Quem foi o idiota que fez isso?

                Os outros três sonserinos ficaram quietos e o encararam.

                - Quem fez o que? – Alphard perguntou, arqueando uma sobrancelha.

                - Isso – Riddle ergueu o livro e apontou para o nome de Marvolo.

                - O que há de tão estranho nisso aí? É só um nome... Um nome estranho, aliás – Abraxas riu, arrancando a revista da mão do amigo e erguendo-a para lê-la. Tom fechou a cara ao ver a bruxa da capa piscando para ele.

                - É o meu nome, Malfoy.

                - O que?

                - Tom Marvolo Riddle – o garoto sibilou – Agora, de quem foi a infeliz idéia de colocar isso aqui para tentar me fazer parecer um idiota?

                Nenhum dos três respondeu. Abraxas o estava encarando por detrás da revista, Alphard parecia ter finalmente parado de rir e Lestrange agora pegava o livro de sua mão e o examinava.

                - Não fomos nós – o rapaz mais alto falou – Riddle, isso aqui já é do livro...

                - Ah, claro... Isso significa que eu moro no lado de um herdeiro de Salazar Slytherin desde que eu tinha seis anos de idade e nunca soube disso – o garoto revirou os olhos.

                - Como assim?

                - Tem um Gaunt morando na cidade onde eu vivo, Lestrange.

                - Bom, então pode ser que seja ele...

                - Abraxas, Little Hangleton é uma vila trouxa. Não há bruxos vivendo lá...

                - Tem você.

                - Além de mim – Tom sibilou – E o nome dele, quero dizer, Marvolo não é o nome mais comum que existe...

                - Ou isso é uma grande coincidência – Alphard murmurou – Ou você tem alguma ligação com esse bruxo...

                O rosto de Riddle ficou branco. É claro que ele nunca contara para ninguém de todas as vezes que ele ouvira seu avô o comparando com “a gente do Gaunt” quando ele era mais novo... Na verdade, ele tentava esquecer tudo aquilo.

                - O que foi, Tom?

                - Meu avô já falou alguma coisa sobre o Gaunt de Little Hangleton – o garoto murmurou. Ele estava falando mais para si mesmo do que para os colegas.

                Os quatro ficaram em silêncio por um tempo. Os pensamentos de Tom estavam longe daquela biblioteca... Muito longe.

                - Muito bom – Abraxas falou, quebrando o silêncio desconfortável que havia entre eles – Está muito interessante essa nossa tentativa de descobrir quem o seu vizinho é, Riddle, mas acho que temos que terminar o projeto de História da Magia...

                O garoto piscou, voltando a olhar para o livro a sua frente. Ele não estava com a menor vontade de terminar.

                - Aonde você vai? – Canopus perguntou, vendo o outro se levantar da mesa e pegar o seu material.

                - Só falta copiar a última linha – Tom respondeu, sem se virar para olhar os outros – Só cuidado para não estragarem o resto do trabalho.

                ***

                Era o primeiro ano que estava passando o Natal em Hogwarts e ela ainda estava fascinada com como os professores conseguiam deixar o castelo cada vez mais lindo a cada dia que passava. O grande salão estava decorado com guirlandas flutuantes, e as velas que sempre ficavam ali estavam decoradas com fitas vermelhas e douradas... Emily não cansava de ficar encarando os enfeites acima de sua cabeça.

                - Boa noite.

                A garota desviou o olhar das guirlandas e velas para olhar quem estava falando com ela. Tom Riddle estava sentado na sua frente e parecia estar preocupado com alguma coisa.

                - O que foi? – a lufa perguntou.

                - Preciso falar com você...

                - Fale.

                O rapaz suspirou e olhou em volta. Emmy sabia que sempre que ele fazia aquilo, alguma coisa séria iria sair de sua boca...

                - Você se lembra que eu te falei sobre aquela família que mora perto da minha casa? Que meus avós sempre os chamam de loucos... – ele sussurrou.

                - Sim, os... Gawnt? Não... Gunt... Gütter...

                - Gaunt.

                - Isso! – a menina sorriu – Mas o que tem eles?

                - Nós estávamos fazendo uma pesquisa... Eu, Abraxas, Alphard e Canopus... Sobre a linhagem de Salazar Slytherin – a garota viu como os dedos de Tom se ocupavam em torcer com força o tecido da manga de sua capa – E... Tinha um Gaunt na linhagem. Na verdade, as últimas pessoas da árvore genealógica eram três Gaunts.

                - Você está me dizendo que o seu vizinho esquisito é descendente de Salazar Slytherin? – Emily perguntou, tentando parecer séria, mas mesmo assim dando um sorrisinho sem graça – Eu pensei que não houvesse mais bruxos em Little Hangleton.

                - E você acha que eu não pensava isso? O pior não é isso... O nome do Gaunt da linhagem era Marvolo.

                A menina o encarou por um tempo, antes de parecer entender o que ele havia acabado de dizer.

                - Seu nome!

                Tom apenas confirmou com a cabeça.

                - Talvez eu esteja exagerando, talvez isso tudo seja, como Alphard disse, uma grande coincidência – o rapaz murmurou – Mas não parece uma coincidência.

                - Não, não parece – Emmy apoiou o cotovelo na mesa e apoiou o queixo na própria mão – Você disse que seu pai nunca falou sobre a sua mãe, certo? – ela viu o amigo acenar positivamente com a cabeça – Você nunca se perguntou se ela era uma bruxa ou não?

                - Não... Quero dizer, ela morreu quando eu nasci – agora Tom parecia estar realmente incomodado com o rumo que a conversa tomava – Desde que eu descobri que era um bruxo, eu achei que se ela fosse como eu... Ela teria sobrevivido, sabe?

                - Eu entendo... E você disse que, quando o seu avô descobriu que você era um bruxo, ele comentou alguma coisa de você ser “como os Gaunts”, estou certa?

                - Sim. Não foi a primeira vez... Ele já havia falado que eu era “da gente dos Gaunts” quando eu fui morar lá.

                Os dois pararam de falar e ficaram apenas olhando um para o outro. Emily podia ver como o amigo estava realmente preocupado...

                - Bom, vamos supor que este Gaunt de Little Hangleton seja o mesmo Gaunt de Slytherin – a menina começou a falar – Se você for parente dele... Isso faz de você...

                - Um descendente de Slytherin também – ela ouviu a voz do outro completar a sua frase com um tom estupefato – Não, não pode ser... Eu não posso ser um herdeiro de Salazar Slytherin!

                - E por que não?

                - Porque... Porque...

                - Faria sentido – a garota falou – Isso explicaria a razão do Chapéu Seletor colocá-lo na Sonserina direto, sem nem pensar direito antes...

                - Isso não é prova suficiente.

                - Está certo, talvez nós estejamos viajando muito – ela deu um risinho sem graça – Eu não conheço muita coisa sobre Slytherin, então... Ah! Venha!

                Emily se levantou da mesa e saiu quase que em disparada para fora do grande salão. Tom apenas a seguiu, tentando entender o que a amiga queria fazer.

                - Emily, o que...?

                - Você não se parece muito com ele – o garoto a ouviu falar quando os dois pararam.

                Na frente deles havia um grande quadro de um homem alto e de expressão orgulhosa no rosto. O bruxo estava usando roupas bonitas de um verde escuro e com detalhes em prata... Uma mão empunhava a sua varinha enquanto a outra tinha uma cobra enroscada nela. Tom ainda não pôde deixar de perceber que ele usava, na mão que segurava a varinha, um anel dourado com uma pedra negra incrustada nele... E em seu pescoço havia uma corrente dourada que descia pelo seu peito até acabar em um grande medalhão dourado com um grande “S” feito de pedrinhas verdes no centro.

                - Salazar Slytherin.

                - Eu sei que este é Slytherin, Emily.

                - Você não se parece muito com ele – a garota falou.

                - Mesmo se eu fosse descendente ele, eu duvido que eu me pareceria com ele... Quero dizer, ele viveu há quantos anos atrás?

                - Olhe como fala sobre mim, garoto – o bruxo do quadro sibilou.

                - Certo, certo – Emmy revirou os olhos – Então não sei, o único jeito de você saber se é descendente dele... – ela apontou para o quadro – É perguntando para o tal Gaunt que mora em Little Hangleton.

                - Crianças de hoje, não respeitam o Mestre Salazar... – Tom ouviu uma vozinha fina sibilar – Nunca mostram o devido respeito.

                - Ah, quer parar de falar?!

                O garoto se virou e viu o Salazar do quadro o encarando com um olhar misto de surpresa e curiosidade. A cobra que se enrolava no braço do bruxo também o observava com os seus olhinhos negros.

                - Ele me entende.

                - Sim, querida, ele entende – Slytherin deu um sorriso malicioso enquanto murmurava – Interessante, não?

                - Muito...

                - Por que isso é tão interessante? – Riddle perguntou, estreitando os olhos.

                - Tom? – ele se virou e viu a amiga o encarando com os olhos arregalados – O que é que você está fazendo?

                - Falando com o retrato – ele apontou para o quadro.

                - Isso eu sei – Emmy contraiu as sobrancelhas – Mas você não estava exatamente falando... Era como se você estivesse imitando uma cobra.

                - Você não entendeu nada do que eu falei? – agora era Tom quem tinha os olhos arregalados.

                - N-Não... O que eu deveria entender?

                - Eu estava falando com eles... Salazar e a cobra entenderam.

                - Cobra? Ah... Não havia percebido que havia uma cobra aí – a garota murmurou – Ele também estava fazendo esse barulho esquisito... Você conseguia entender?

                - Sim – Tom respondeu – Ele falou para a cobra que era interessante o fato de eu conseguir entendê-los... Mas, Emily, eu estava falando inglês o tempo todo!

                - Não, não estava! Eu saberia se aquilo fosse inglês - disse Emmy – Olhe, como eu disse antes, não sei muito sobre Salazar Slytherin, mas...

                - Mas?

                - Todos sabem a razão do símbolo da Sonserina ser uma cobra... E não é só porque esse era o animal favorito de Slytherin.

                - Pelo amor de Deus, Emily! Pare de fazer suspense e fale logo!

                - Salazar Slytherin era um ofidioglota, ou seja, ele conseguia falar com cobras...– a garota respondeu, olhando de relance para o quadro – Dizem que o dom da ofidioglossia é hereditário...

                - Mas... Devem existir outros bruxos ofidioglotas no mundo!

                - Não, não é uma coisa normal entre os bruxos – a garota explicou – A única linhagem de ofidioglotas de que se tem notícia é a de Slytherin, ou seja...

                - Eu sou descendente de Salazar Slytherin...

                Os dois se viraram para o retrato quando ouviram o bruxo nele pintado dar uma risada baixinha. O fundador da casa da Sonserina tinha os seus olhos negros grudados em Tom e um sorriso discreto e malicioso brincava em seus lábios.


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Notas finais do capítulo

N/A: Eu gostei desse cap :D



1- "Fiquei quatro anos sem passar perto de detenções e não será agora, por sua culpa, que eu iria pegar uma.": Ou seja, eles estão no quarto ano já...



2 - Madame Boeken: seria a bibliotecária... a Madame Pince dos anos 40/30. Boeken é o holandês para "livro" [pelo menos de acordo com o tradutor XD]



3- "Se a Madame Boeken ver você com isso, ela te deixa de detenção.../Tom fechou a cara ao ver a bruxa da capa piscando para ele.": eu imaginei os garotos com aquelas revistas de pin-ups, sabe? *adoro pin ups D:* ou seja, eram as "Playboy's" da época XD ... Acho que os bruxos deviam ter a sua própria versão das pin-ups XD











4- O medalhão e o anel de Slytherin: sim, é o medalhão/horcrux do Voldemort e o anel da Ressurreição dos Peverell.



Creio que é isso... Espero que tenham gostado :D



Beijos ;* Ari.