Like Father, Like Son escrita por themuggleriddle


Capítulo 11
A Verdade




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 Capítulo 10: A Verdade

 

 

 

                Vários alunos desciam do Expresso de Hogwarts na Plataforma 9 ¾ e procuravam por seus familiares. Tom abriu caminho entre a multidão de bruxos e bruxas, tentando achar o seu pai, que deveria o estar esperando por ali. O garoto viu Emmy, a garota da Lufa-Lufa com quem ele passava a maior parte do tempo quando estava no castelo, cumprimentando a mulher ruiva que ela dissera ser a sua madrinha.

 

 

                - Quanto tempo.

 

 

                O menino se virou para ver Tom Riddle Sr. parado logo atrás dele e sorrindo de leve. O jovem bruxo não hesitou em correr até o pai e o abraçar.

 

 

                - Como foi a viagem? – o homem perguntou enquanto pegava o malão do filho e começava a se distanciar do trem.

 

 

                - Bem... Vamos ficar na casa do Sr. e da Sra.Campbell?

 

 

                - Acho que não. Sua avó está louca para ver você e exigiu que fossemos o mais rápido possível de volta para Little Hangleton – Riddle explicou.

 

 

                Os dois atravessaram a barreira que os levava novamente para a estação trouxa e foram em direção a saída de King’s Cross. O vento frio do inverno que soprava em Londres fez com que Tom Jr. apertasse com mais força o cachecol verde e prata ao redor do pescoço, tentando se manter aquecido.

 

 

               - O que foi? Esqueceu-se do frio? – o mais velho riu.

 

 

                - Não era tão frio assim lá em Hogwarts, pelo menos não dentro do castelo – disse o sonserino.

 

 

                - Infelizmente nossa casa não é enfeitiçada para ficar aquecida durante o inverno... Você terá que se contentar com a lareira.

 

 

                O garoto riu e olhou em volta e sorriu ao ver Emily e a madrinha andando a alguns metros deles. A menina também o notou e acenou alegremente, enquanto puxava a mão da bruxa adulta e apontava para eles. Tom Jr. viu o pai sorrir quando a mulher acenou discretamente para eles.

 

 

                - Sua amiga, certo? Emily... Aquela sobre a qual você escreveu.

 

 

                - Sim... Ela é da Lufa-Lufa.

 

 

                O homem riu baixinho e guiou o filho até o carro, onde um motorista os esperavam.

 

 

 

                ***

 

 

 

                Little Hangleton estava coberta de neve e parecia mais vazia do que o normal, já que todos preferiam ficar dentro de suas casas, onde a temperatura era um pouco mais elevada do que nas ruas.

 

 

                - Pai? – o homem desviou os olhos da paisagem esbranquiçada para olhar o filho. O menino olhou de relance para o motorista, antes de murmurar – Você falou para eles sobre Hogwarts?

 

 

                - Ainda não.

 

 

                O rosto do garoto se contorceu com preocupação antes dele voltar a olhar pela janela.

 

 

                - Tom? – o mais velho chamou quando eles finalmente pararam na entrada da propriedade dos Riddle e foi até o menino, que já havia descido do carro – Eu ainda tenho que achar um jeito de contar para eles, mas eu irei contar, não se preocupe.

 

 

                Por alguma razão, o jovem bruxo não pareceu muito convencido pelas palavras do pai, mas mesmo assim deu um sorriso meio sem graça, antes de seguir o homem até a casa.

 

 

***

 

 

               

                Tom não se sentia bem ao ser abraçado, por isso ele ficara tão estático quando Mary Riddle o envolveu com os braços e o abraçou com força... Pelo menos ninguém pareceu perceber o quão desconfortável ele estava durante todo o tempo que a mulher o ficou interrogando sobre como ele estava e dizendo que havia sentido a sua falta. Thomas Riddle não o abraçou, na verdade... Ficou meio distante, mas o garoto sabia que o avô estava esperando o momento certo para despejar várias perguntas sobre ele.

 

 

                - Então, como é o colégio? – a Sra. Riddle perguntou quando os quatro se sentaram para jantar.

 

 

                - Muito bom – o menino sorriu.

 

 

                - Melhor do que a sua escola antiga? – dessa vez fora o Sr. Riddle quem perguntara.

 

 

                - Muito melhor.

 

 

                - E posso saber o que faz essa escola ser melhor?

 

 

                Tom Jr. ficou quieto por um tempo, mas conseguiu formular uma resposta.

 

 

                - O ensino é melhor – um sorrisinho sem graça brincou nos lábios dele - E os alunos também são mais... amigáveis.

 

 

                - Quer dizer que você arranjou amigos lá? – Mary perguntou, lembrando-se de que o neto nunca tivera amigos quando estudava em Great Hangleton.

 

 

                O garoto concordou com a cabeça e olhou para o pai, que estava quieto, apenas observando tudo.

 

 

                - E as aulas? O que você andou aprendendo? – os olhos do jovem Riddle se arregalaram ao ouvir a pergunta do avô – Suas cartas não especificaram muito o que você andava fazendo por lá.

 

 

                - Ahm... Eu... Muita coisa, é muita coisa pra especificar tudo.

 

 

                - Claro – os olhos do senhor se estreitaram ao ver como o filho e o neto pareciam estar desconfortáveis – Qual a sua aula favorita?

 

 

                - Poç... Química – Tom Jr. deu um risinho nervoso – Eu gosto de Química.

 

 

                - Crianças de onze anos aprendendo Química? – a avó falou.

 

 

                - É, eles gostam de começar a ensinar essas matérias mais cedo.

 

 

                - Interessante... E seus colegas?

 

 

                - Eles são legais, quero dizer... Eu não conheço muito bem muitas pessoas ainda, mas a maioria é bem simpática – a única coisa que ele queria fazer era sair correndo daquele lugar... Tudo o que ele falava parecia não fazer sentido algum!

 

 

                - Diga-me o nome de alguns deles, talvez eu conheça os parentes de alguns.

 

 

                - Você não deve conhecer – o menino murmurou, mas logo se arrependeu, ao ver como o homem o encarava de um jeito frio – Mas... tem Alphard Avery, Charlus Potter, Dorea Black, Penélope Lynch, Canopus Lestrange, Abraxas Malfoy, Emily Derwen, Minerva McGonnagal... Mas eu não os conheço tão bem...

 

 

                - Cada nome estranho – Mary murmurou – Nunca ouvi nenhum destes sobrenomes... Não que eu lembre pelo menos.

 

 

 

              - E como funcionam as avaliações no colégio?

 

 

              - Temos os exames no fim de cada ano letivo – Tom explicou – Mas os testes mais importantes sãos os N.O.Ms e os N.I.E.Ms.

 

 

             - N.O.Ms? N.I.E.Ms? O que significam estas siglas? – a Sra. Riddle perguntou.

 

 

             Antes que Tom Sr. pudesse fazer alguma coisa para impedir o filho de falar, as palavras já haviam saído da boca do menino, que parecia ter finalmente se animado com a conversa.

 

 

            - Níveis Ordinários de Magia e... – a voz do jovem bruxo falhou quando ele percebeu o que havia falado.

 

 

            O garoto olhou para os avós com os olhos azuis arregalados e se encolheu na cadeira, como se quisesse se proteger dos olhares assustados e frios dos dois Riddles mais velhos.

 

 

           - Tom – ele ergueu os olhos para olhar para o pai – Vá para o seu quarto.

 

 

            O menino concordou com a cabeça e saiu da sala apressadamente. Voltando a olhar para os pais, Tom Sr. viu como a mãe parecia estar assustada e como o pai o encarava com o rosto fechado.

 

 

           - O que isso significa? – a voz do Sr. Riddle estava séria – Níveis Ordinários de Magia? Que tipo de brincadeira é essa?

 

 

           - Não é brincadeira, pai... O Tom ele... – como ele iria contar para os pais que o neto deles era um bruxo? – Tom é um... bruxo.

 

 

           - Bruxo? – Thomas perguntou e Mary levou uma mão até o peito, como se estivesse passando mal.

 

 

           - É como eles chamam as pessoas que podem fazer magia. Um outro bruxo, um professor, veio nos explicar como as coisas funcionavam – o homem começou a torcer o tecido de sua camisa – As vezes é hereditário... Como é o caso do Tom.

 

 

          O casal ficou em silêncio por um tempo.

 

 

          - Você está dizendo que o meu neto é um... um... é do mesmo tipo de gente que aqueles malditos Gaunt? Uma aberração como aquela gente? – Tom Sr. sentiu um frio na barriga.

 

 

         - Ele não é como os Gaunt.

 

 

         - Era de se esperar, não? Olhe para quem era a mãe dele!

 

 

         - Pai, o Tom não é como eles!

 

 

         - Eu pensei que esse garoto fosse normal! Realmente... Um menino tão inteligente, mas pelo jeito era só um disfarce dele, não?

 

 

         Enquanto Thomas continuava praticamente cuspindo as palavras sobre o filho, a mulher estava apenas olhando para o nada, com os olhos arregalados.

 

 

        - Pai, pare com isso! – Tom finalmente erguera o tom de voz e se levantara da cadeira – Ele sempre foi um bruxo, desde que chegou aqui! Se ele não fez nada ruim até agora, não irá fazer...

 

 

        O Sr. Riddle não falou nada, apenas lançou  um olhar frio para o filho uma última vez antes de sair da sala pisando forte no chão.

 

 

        - Tom? – a voz fraca da Sra. Riddle chamou a atenção do filho – O que você quer dizer...? O Tom é como os Gaunt?

 

 

        - Sim e não, mãe – o homem aproximou-se da senhora e se ajoelhou diante dela, segurando as mãos trêmulas da mãe – Eu não conheço essas coisas de bruxos muito bem, mas eu sei que há aqueles que usam a magia para coisas ruins, como os Gaunt...

 

 

       - E você conheceu algum que use magia para o bem?

 

 

       - Sim – ele sorriu – O professor da escola do Tom que veio falar conosco parecia ser um homem bem respeitável... E ele nos levou até um lugar em Londres onde são vendidas as coisas que eles usam! Você tinha que ver... Tinha uma loja que vendia vassouras voadoras e outra que vendia varinhas mágicas – a mulher riu baixinho – Você tinha que ver como o Tom parecia estar feliz quando estava lá.

 

 

       - Não se preocupe – Mary sorriu de leve – Seu pai logo irá parar com essa implicância.

 

 

       - Eu espero que sim, mãe.

 

 

 

 

 

****

 

 

 

 

           Ao passar na frente do quarto do filho, Tom não resistiu e acabou entrando para ver como o garoto estava. O menino estava sentado na cama, já de pijamas e com um livro aberto no colo... Parecia que tudo estava normal, mas ele conseguiu ver como o pequeno parecia estar quento.

 

 

                - Tom? – os olhos do filho se ergueram do livro – O que você está lendo?

 

 

                - Contos de Beedle, o bardo... Achei na biblioteca de Hogwarts.

 

 

                - É bom? – o homem se sentou ao lado do menino, que apenas concordou com a cabeça.

 

 

                Ele estava quieto demais... Certo, Tom geralmente era quieto, mas sempre se animava quando começava a falar sobre as coisas do mundo bruxo.

 

 

                - Quanto você ouviu?

 

 

                Tom Jr. fechou o livro, mas não olhou para o pai.

 

 

                - Fazia tempo que alguém não me chamava de aberração...

 

 

                O mais velho queria ter coragem de descer as escadas e gritar com o pai até perder a voz (ou, quem sabe, levar um soco do homem)... Dizer que ele não tinha o direito de humilhar o seu filho, que Tom não era uma aberração... Não, ele era especial! Mais especial do que qualquer outro Riddle que já havia existido.

 

 

                - Ele não quis dizer aquilo – o homem afagou os cabelos do garoto e depois ergueu o rosto dele com as mãos – Seu avô está... Estressado, mas eu tenho certeza de que ele não quis dizer tudo aquilo. Ele tem muito orgulho de ter você como neto.

 

 

                Ver os olhos azuis do filho marejados de lágrimas fazia com que Tom Sr. se sentisse mal... Da última vez que ele os vira assim, fora no aniversário de sete anos do menino.

 

 

                - Eu vou falar com ele amanhã – o mais velho beijou o topo da cabeça do garoto – Não se preocupe.

 

 


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Notas finais do capítulo

N/A: A história deu um salto no tempo... É Natal do primeiro ano do Tom em Hogwarts e ele vai passar as festas em casa.
 
Meio tenso o cap. Tadinho do Tom... mas acho que o Sr.Riddle não seria tão flexível com o fato dele ser um bruxo... Eu sempre vejo ele como um pai de família que quer que tudo na família seja sempre perfeito, sabe? Quer disciplina e tals... O que explica o fato do Tom Sr. sempre obedecer ele.
 
Já a Mary Riddle... Sei lá, coração de vó é coração de vó ♥ Nem lembro direito como é avô e avó, mas sei que as avós são sempre todas "ohh meu neto[a]! ♥" [ou pelo menos na maioria das vezes].
 
odiei o nome do cap.
 
 
Acho que é isso... Espero que tenham gostado
 
Beijos ;*
Ari.